A comparação do valor investido no mercado financeiro

Escolher o melhor investimento nem sempre é uma tarefa fácil. Existem diversas opções disponíveis no mercado e é necessário fazer algumas comparações para definir qual é a oportunidade que mais se encaixa em seu planejamento financeiro. Mas, quais são essas comparações? Qual é a forma correta de comparar investimentos?

Antes de buscar o que há disponível, é essencial ter autoconhecimento. Você precisa saber qual é o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado) e qual é o seu objetivo financeiro (curto, médio ou longo prazo) para ir direto nas opções que mais se encaixam nessas variáveis.

Neste post, o Yubb, buscador de investimentos gratuito e online, separou 8 fatores que você precisa analisar na hora de comparar investimentos. Eles são o passo a passo para você escolher a melhor opção para o seu bolso.

A comparação do valor investido no mercado financeiro

1. Investimento mínimo

A primeira coisa que precisa ser comparada é o investimento mínimo das aplicações. Ao fazer o seu planejamento financeiro, você vai descobrir qual é a quantia que tem para investir.

Um exemplo: se você separou R$ 1 mil para investir, precisa buscar oportunidades que tenham R$ 1 mil como valor mínimo ou algo abaixo dessa quantia.

Pode ser que haja opções que despertem o seu interesse, mas que exijam aplicação mínima mais alta. Cabe a você decidir se vale a pena juntar o dinheiro e investir, ou aplicar o dinheiro hoje e um investimento mais acessível.

Porém saiba que, considerando o efeito do tempo e dos juros compostos, quanto antes você investir, melhor.

2. Prazo de vencimento

Este segundo tópico tem muita relação com o seu objetivo financeiro. Quanto tempo é necessário para você conseguir a quantia que deseja? Em outras palavras, por quanto tempo você planeja deixar o dinheiro investido?

Há tipos de investimentos que permitem manter o dinheiro aplicado por muitos anos, sem necessidade de renovação. Há outros que têm prazo definido de vencimento.

Se você quiser fazer uma viagem dali a dois anos, por exemplo, você pode aplicar o dinheiro em um investimento que tenha prazo de vencimento em dois anos. Portanto, na hora de comparar os investimentos, escolha um que tenha o prazo adequado ao que você deseja.

3. Liquidez

Já pensou em poder resgatar o seu investimento a qualquer momento? Isso é possível nas aplicações com liquidez diária. Mas, se o resgate só puder ser feito no vencimento, isso significa que o seu dinheiro ficará “preso” até o prazo final. A liquidez é um fator essencial na hora de comparar as aplicações! Vale lembrar que as aplicações com liquidez diária costumam render menos do que as outras opções.

Dica! Se o seu dinheiro investido for uma reserva de emergência, deixe em títulos do Tesouro Direto, CDBs, fundo ou carteiras de robôs de investimento com liquidez diária. Se você puder deixar o dinheiro investido por mais tempo, opte por LCIs, LCAs, LCs, fundos e carteiras de robôs de investimento com liquidez no vencimento.

4. Segurança

O quarto passo para comparar investimentos é comparar a segurança das aplicações. Isso está 100% ligado com o seu perfil de investidor, ou seja, seu apetite para risco. Quando alguém está diante de diversas opções, é natural que uma das primeiras preocupações seja “Meu dinheiro vai estar seguro nesse investimento? Qual é o risco?”

Se você for um investidor conservador (ou se estiver buscando um investimento para guardar sua reserva de emergência), considere as aplicações em renda fixa garantidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ou pelo Tesouro Nacional (títulos públicos do Tesouro Direto). Se quiser um pouco mais de risco para ter a chance de ganhar mais dinheiro, pode explorar ações, o mercado de câmbio, fundos de ações e multimercado e até criptomoedas.

5. Tributação

A maioria dos investimentos é tributada pelo Imposto de Renda (IR). Isso significa que você precisa pagar os impostos sobre o lucro que obtém de seus investimentos. Mas há alguns investimentos isentos desse imposto.

Se você optar por LCIs e LCAs, por exemplo, não pagará IR sobre o lucro. Mantenha em mente, porém, que outros tipos de aplicação podem oferecer rentabilidade maior, ainda que haja a cobrança de IR. CDBs e RDBs, dependendo da taxa oferecida, podem render mais que LCIs e LCAs.

6. Momento do país

É importante analisar o momento pelo qual o país está passando para se proteger contra imprevistos políticos ou econômicos. Se você quiser proteger o seu dinheiro da inflação, por exemplo, pode comprar um título indexado ao IPCA.

Se quiser que seus investimentos acompanhem a taxa básica de juros do país, pode escolher um investimento indexado à Selic ou ao CDI. É uma maneira de se encaixar ao que está acontecendo na economia do país.

No entanto, uma estratégia que tem se mostrado resistente a qualquer imprevisto no cenário econômico é a diversificação de investimentos. A partir da escolha de aplicações financeiras que cumprem papéis diferentes em sua carteira, uma pessoa consegue se proteger contra as oscilações do mercado e ainda aproveitar com mais seguranças os momentos de alta.

7. Instituição financeira

Agora que você já escolheu todas as características que te interessam (valor mínimo, prazo de vencimento, liquidez, segurança e tributação) e analisou a situação do país, isso significa que você já escolheu o tipo de investimento que deseja. Agora chegou a hora de você comparar as instituições financeiras. Em qual delas você vai concretizar a aplicação?

Esse ponto é essencial nas comparações já que, a partir dessa decisão, você vai abrir a sua conta na instituição escolhida e finalizar o seu investimento. Existem muitas (muitas mesmo!) instituições no mercado e você precisa descobrir qual delas oferece o investimento que você deseja. E, é claro, escolher aquela que cobra menos taxas!

8. Rentabilidade

Você deve estar pensando que a rentabilidade deve ser o primeiro item a ser levado em conta na hora de comparar investimentos. Não é bem assim. Comparar investimentos vai muito além de comparar rentabilidade!

Na verdade, o rendimento é último fator que você deve comparar, até porque não é possível garantir o retorno de um investimento na maioria das aplicações financeiras.

É claro que é um fator muito importante, afinal, você está investindo para ganhar mais dinheiro. Mas é necessário comparar todos os outros fatores antes de buscar a melhor rentabilidade para você.

E uma dica importante compare sempre a rentabilidade líquida (já com o desconto de impostos e taxas), pois a rentabilidade bruta pode trazer algumas pegadinhas, como uma alíquota maior de imposto, por exemplo.

Depois de comparar os fatores acima, você estará muito mais seguro para saber se aquela aplicação é realmente indicada para o seu perfil e objetivo financeiro. Assim, fica muito mais fácil procurar o melhor investimento para você.

E você? Como compara os investimentos? Gostou das nossas dicas ou tem outras opções para comparações? Deixe aqui embaixo nos comentários!

Os investimentos feitos pelos brasileiros bateram recorde em 2020. O crescimento de 13,4% em relação a 2019 foi o maior da série histórica iniciada em 2014. Com isso, o volume financeiro acumulado pelas pessoas físicas alcançou R$ 3,7 trilhões, segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nesta quinta-feira (4).

Pela primeira vez, o varejo tradicional foi o segmento com maior variação. O aumento de 20,3% levou o montante aplicado a alcançar R$ 1,2 trilhão. Na sequência, estão os clientes do private, com R$ 1,5 trilhão, resultado 13,5% maior que em 2019. O varejo alta renda veio depois, com variação positiva de 6,7% sobre os recursos do ano anterior, totalizando R$ 1,1 trilhão.

“O aumento recorde dos investimentos dos brasileiros foi impulsionado pela poupança, principalmente pelos depósitos do auxílio emergencial feitos na caderneta”, explicou, por nota, José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

Fundos de renda fixa perdem espaço

A poupança passou a ocupar uma fatia ainda maior na carteira dos clientes dos segmentos de varejo e varejo alta renda: evoluiu de 40% do total de investimentos, em 2019, para 42,9% no ano seguinte. Olhando para o volume financeiro, são R$ 810,1 bilhões no tradicional e R$ 142,4 bilhões no alta renda, resultados que refletem variações positivas de 22,8% e de 15,5%, respectivamente.

O número de contas que têm dinheiro na caderneta avançou, também com impacto do auxílio emergencial: são 86 milhões no varejo tradicional, o que mostra um crescimento de 30,0%, e 2,9 milhões no varejo alta renda, uma variação de 11,4%. A evolução foi motivada também pela criação de contas para recebimento do auxílio emergencial.

Os fundos de renda fixa, que já estavam tendo resgates desde antes da pandemia, perderam ainda mais participação na carteira dos investidores: corresponderam a 16,1% dos recursos de todo o varejo em 2020, quando eram 23,1% em 2019, e por 5,9% do private, diante de 8,7%, na mesma base de comparação. O volume financeiro do produto teve queda de 28,5% no alta renda, seguida pela retração de 23,3% no private. O movimento se explica pela redução da taxa Selic, que levou à procura por novas alternativas de aplicações que pudessem apresentar maior rentabilidade.

CDBs ganham maior adesão

Outra opção de muitos investidores para a reserva financeira, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) ganhou espaço em todos os segmentos: passou de 10% da carteira do varejo em 2019 para 13,6% em 2020 e de 2,6% para 4,3%, na mesma base de comparação, das aplicações do private. O total de recursos aplicados no produto teve maior variação entre os mais ricos: cresceu 90% no private, 72,3% no alta renda e 34,1% no varejo tradicional.

Renda variável salta 79,2%

A renda variável caiu no gosto dos brasileiros em 2020. A B3 bateu recorde de 3,2 milhões de contas de pessoas físicas em dezembro e o varejo tradicional despontou, com evolução de 79,2% no número de contas. “A busca por aplicações com maior possibilidade de retorno fez com que os fundos de ações e também a compra direita de ações se tornassem mais atrativas aos olhos dos investidores. É um desempenho notável, considerando que o Ibovespa ficou negativo em grande parte do ano”, avaliou no comunicado da Anbima.

Crescimento no Nordeste

Outro recorde de 2020, o número total de contas dos investidores cresceu 27,8% e chegou a 105,6 milhões no ano. Vale lembrar que esse número não equivale ao total de CPFs, pois cada pessoa pode ter mais de uma conta. O Sudeste responde por mais de metade do total, com 53,9 milhões de contas, ou 25,5% além do registrado em 2019.

A comparação do valor investido no mercado financeiro

O maior crescimento, entretanto, foi no Norte: a região bateu 6,0 milhões de contas em 2020, 46,6% a mais que no ano anterior. O Nordeste subiu 31,7%, chegando a 21,7 milhões de contas, e o Centro-Oeste avançou 31,1%, alcançando a marca de 8,3 milhões. O Sul responde por 15,7 milhões de contas, aumento de 23% no período.

Novos produtos na estatística de varejo

A letra de câmbio, a LIG (Letra Imobiliária Garantida) e a LAM (Letra de Arrendamento Mercantil) são os três produtos que passam a integrar as estatísticas de varejo da Anbima e respondem por volumes de R$ 1,6 bilhão, R$ 724,8 milhões e R$ 128,7 milhões, respectivamente. “A LIG é um instrumento relativamente novo no mercado e que ajudará no financiamento do setor imobiliário”, explica Rocha.

Os dados da Associação trazem ainda um maior detalhamento de outros três tipos de produtos: títulos públicos, debêntures e ETFs (Exchange Traded Funds). Os papéis do governo federal somam R$ 43,7 bilhões no varejo, divididos em 50,9% de títulos híbridos (indexados pelo IPCA), 29,1% de pós-fixados e 20,0% de pré-fixados.

Entre os R$ 11,5 bilhões de títulos corporativos de dívida, 83,9% são de debêntures incentivadas e 16,1% correspondem a debêntures tradicionais. Já os ETFs acumulam R$ 2,9 bilhões, com a maioria (91,4%) de renda variável.