A comparação dos índices financeiros com empresas do mesmo setor

A comparação dos índices financeiros com empresas do mesmo setor

Qualquer empreendedor preocupado com a saúde financeira e econômica de sua empresa, sabe que nenhuma decisão pode ser tomada ao acaso. Para que uma empresa consiga crescer, é muito importante saber analisar os resultados operacionais obtidos. Conseguir compreender os demonstrativos financeiros de um negócio é um ponto-chave para avaliar o seu desempenho corporativo.

Se você acredita que o seu negócio detém falhas ou precisa de melhorias, mas não sabe exatamente em quais pontos estão os erros, então realizar a aplicação e análise de indicadores de desempenho financeiro pode ser a solução. 

Não são todos os gestores que utilizam essas medições, seja por não saberem como aplicá-las ou não entenderem sua importância, porém são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento de sua empresa. Com isso, será muito mais fácil entender a situação de uma organização para, posteriormente, criar estratégias e definir um planos de ação para melhorar os resultados em longo prazo.

Acompanhe neste artigo os 10 principais indicadores financeiros e como utilizá-las de forma estratégica em sua empresa para a tomada ideal de decisões. Confira:

Mas afinal, como é feita a análise de indicadores financeiros e qual sua importância?

Alguns anos atrás, os gestores acreditavam que o desempenho da empresa estava exclusivamente relacionado à quantias financeiras investidas, número de funcionários contratados e dispensados, lucros obtidos e as dívidas realizadas. Essa análise é fundamental, mas é incompleta. Hoje em dia, é preciso ir além desses conceitos e aprofundar-se em todos os setores da gestão.

Foi aí que surgiu a análise de indicadores financeiros. Esta análise são métricas utilizadas para medir o desempenho dessa área da sua empresa. Eles são encontrados através dos demonstrativos financeiros da empresa. São utilizados para melhorar a tomada de decisões e permitir uma avaliação mais precisa. Entretanto, existem diversos tipos de indicadores que você deve analisar, entre eles: Lucratividade, Rentabilidade, Estrutura de capital, Liquidez e Atividade

Dessa forma, os indicadores financeiros representam um ponto estratégico de uma gestão estratégica. Eles são métricas que quantificam e qualificam a performance do dinheiro que circula da empresa. Ou seja, os indicadores financeiros mostram o quão saudável e escalável é o empreendimento. 

Mas porque os indicadores financeiros são necessários para o bom funcionamento do negócio?

Porque eles são tão importantes?

O capitão de um navio que navega sem direção tem grandes chances de naufragar, não é mesmo? Tomando as devidas proporções, é isso o que acontece com uma empresa que não analisa os indicadores financeiros. Se você, como empresário, tomar atitudes equivocadas, provavelmente não conseguirá pagar as contas e deixará o orçamento no vermelho. A fim de evitar essas situações, é essencial acompanhar tudo o que acontece na gestão —  e isso só é possível a partir dos indicadores financeiros.

Esses valores ampliam o seu campo de visão, permitindo que você tenha atitudes mais precisas. Com o passar do tempo, o planejamento se torna mais eficaz e os erros tendem a diminuir. E não se esqueça dos imprevistos. Por mais bem preparado e capacitado que você seja, eles podem acontecer. Se você não tiver uma reserva financeira ou um plano orçamentário com simulações de cenários, não pode evitar dores de cabeça.

Qual a diferença entre os indicadores financeiros?

A comparação dos índices financeiros com empresas do mesmo setor
Cada empresa, cada negócio, tem características únicas que os diferem uns dos outros. Deste modo, não é recomendado fazer apenas uma única análise de seus indicadores financeiros. Existem métricas específicas para cada origem das informações e objetivo de estudos. Vamos conferir?

  • Indicadores de estrutura de capital: valores que mostram o endividamento do negócio, sem se esquecer da capacidade de pagar os juros de dívidas e fazer a gestão crescer; 
  • Indicadores de atividade: apontam a velocidade com que a sua empresa é capaz de realizar e aumentar vendas, representando o total de atividades que aconteceram no intervalo em análise;
  • Indicadores de liquidez: definem se o negócio consegue ou não cumprir as suas obrigações antes dos vencimentos;
  • Indicadores de rentabilidade: evidenciam os lucros da gestão em relação aos ativos, investimentos e quantidade de vendas do negócio em diferentes períodos.

Como utilizar os indicadores financeiros?

Você deve ter percebido que os indicadores financeiros tem um enorme papel para tomada de decisões em uma empresa, certo? Agora, o próximo passo da sua jornada é otimizar a gestão estratégica sabendo exatamente como aplicá-los. 

Primeiramente, é necessário saber quais são os objetivos do negócio. Você quer reduzir custos? Deseja vender mais? Quer investir com poucos ou muitos riscos? Aumentar ou diminuir estoque?

Agora, estabeleça uma forma de organizar esses indicadores e armazená-los corretamente. Embora pareçam simples, essas questões são fundamentais para analisar seu estudo a respeito dos indicadores. É possível, inclusive, utilizar planilhas e realizar o trabalho manualmente. Quem deseja ganhar tempo e evitar dores de cabeça pode utilizar ferramentas que automatizam tarefas, como os softwares ERPs.

Por último, mas não menos importante, é preciso criar uma rotina para analisar os indicadores financeiros. A interpretação dos resultados é o momento para comparar os
dados obtidos com aquilo que foi determinado no planejamento.

Quais são os principais indicadores financeiros?

Os indicadores financeiros de uma empresa são diversos, cada um, responsável por mensurar e apresentar informações específicas sobre diferentes aspectos do negócio.

A seguir, você irá conferir aqueles que não pode deixar de conhecer – e de aplicar – na gestão de indicadores de desempenho de sua empresa.

1) Margem Bruta 

Margem Bruta mede a rentabilidade do seu negócio, ou seja, qual a porcentagem de lucro que você ganha com cada venda. Por exemplo, se você vende seus produtos a R$40 mas gasta R$20 para colocá-los nas lojas, você está ganhando apenas R$20. Ela é um dos principais indicadores de uma empresa. 

É interessante analisar sua margem pois você pode descobrir que determinado produto tem uma margem bruta muito menor do que outro, então talvez seja melhor rever sua estratégia. Agora, não significa que você deve priorizar, necessariamente, produtos com a margem mais alta. Isso é relativo dependendo da sua estratégia. Se você quiser ganhar volume ou abrir novos canais de venda, pode escolher abrir mão de margem, por exemplo. 

Além disso, a margem bruta é um dos principais fatores que um empreendedor deve considerar no momento de colocar preço no seu produto.

Fórmula da Margem Bruta:

Margem Bruta = (Receita  – Deduções – Custos Diretos Variáveis) x 100

2) Retorno sobre Investimento (ROI)

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Se você acompanha o mercado, provavelmente, já leu ou ouviu o termo “ROI” em um de nossos ebooks, artigo, vídeo ou qualquer outro conteúdo. Esse indicador financeiro mostra quanto dinheiro você está ganhando ou perdendo com os seus investimentos. A partir disso, é possível saber qual operação valeu a pena ou não, seja uma campanha de marketing, seja um evento para atrair novos clientes.

Quem acompanha o ROI, está apto a responder algumas questões tais como:

  • Quais ações geram mais lucro?
  • Quais canais de comunicação apresentam melhores resultados?
  • As campanhas de marketing são eficazes?
  • Qual é a performance da equipe de vendas?
  • O setor de atendimento ao cliente contribui para a atração e fidelização dos consumidores?

Ao obter essas respostas, você toma decisões mais precisas, que trazem resultados melhores.

O ROI é calculado através da relação entre o resultado líquido da empresa menos dividendos (NOPAT), dividido pelo valor contábil do capital. ROI apresenta, em termos percentuais, quanto dinheiro a organização tem capacidade de gerar com o capital investido.

Dessa forma, ele se torna um indicador bastante abrangente, capaz de mostrar com bastante exatidão o desempenho financeiro de uma empresa.

Fórmula do ROI:

ROI = NOPAT / Valor Contábil do Capital Investido

3) Liquidez Corrente 

A Liquidez Corrente é um indicador utilizado para medir a capacidade que uma empresa possui, a curto prazo, de arcar com todas as suas obrigações.

Diferentemente do que acontece no caso da liquidez comum, em que o grau de liquidez de um ativo depende da percepção subjetiva do mercado financeiro, a liquidez corrente obedece a uma tabela.

Portanto, preste atenção:

  • Se a liquidez corrente for maior do que 1, se entende que a empresa possui capital disponível suficiente para arcar com as suas obrigações de curto prazo.
  • Se a liquidez corrente for igual a 1, o capital e as obrigações são equivalentes.
  • Se a liquidez corrente for menor do que 1, significa que a empresa não possui, hoje, capital suficiente para arcar com todas as suas obrigações.

A liquidez corrente é essencial para diagnosticar a saúde financeira de uma companhia. Mas, de forma mais pessoal, é de extrema valia para que o investidor possa mensurar a possibilidade de receber ou não proventos no futuro, se esse for o seu objetivo com o investimento.

4) Giro do Ativo

O giro do ativo tem como uma de suas principais funções a de mostrar para as empresas como o seu ativo tem sido utilizado ao longo do exercício. Aqui, é importante lembrar que o ativo de uma empresa tem como principal missão gerar riqueza para a organização.

Portanto, a forma como ele é utilizado dentro dela é o que demonstra se a empresa é capaz ou não de gerar o máximo de capital e lucro possível das suas operações. Por esse motivo, quanto maior for o resultado final do giro do ativo, mais eficiente a companhia é em utilizar os seus ativos.

Entretanto, é importante lembrar que esses números costumam variar – e muito – dependendo do segmento de atuação da empresa. Independentemente do setor, todas as organizações buscam ter um giro do ativo crescente e constante.

Além disso, mensurar o desempenho e o bom uso do ativo da empresa é de grande valia para a estruturação de uma organização eficiente. Ele indica a relação entre o crescimento da empresa e a necessidade de investimento de capital.

Isso faz com que a fórmula para realizar o cálculo do giro do ativo seja a seguinte:

GA= Receita Líquida/Total médio de Ativos

Nesse sentido, a receita líquida representa o quanto a empresa vendeu nos últimos 12 meses após o desconto de valores como devoluções, impostos sobre as vendas ou atividades, reembolsos, entre outros.

5) Margem de Contribuição 

Margem de Contribuição é um indicador econômico-financeiro capaz de dizer exatamente se a receita de uma empresa é suficiente para pagar os custos e as despesas fixas e, ainda assim, lucrar. Trata-se de uma informação fundamental, até porque volume de vendas não é sinônimo de lucratividade.

Considerando isso, fazer o cálculo da margem de contribuição é uma das atitudes mais importantes para uma empresa, e precisa ser feito regularmente. Entretanto, embora seja bastante crucial e indispensável para a formação do preço de venda e a análise das condições financeiras de um negócio, a conta é bastante simples.

A fórmula da margem de contribuição é a seguinte:

Margem de Contribuição = Preço de Venda – (Custo Variável + Despesa Variável)  

Conhecer a margem de contribuição que as vendas proporcionam é fundamental para o planejamento de qualquer empresa e é essencial para poder tomar as melhores decisões. Principalmente se considerarmos que ela pode ser fixada como meta no momento da definição do preço de venda dos produtos e serviços.

Se a margem de contribuição não é conhecida, você pode estar vendendo bastante e, mesmo assim, ter prejuízo. Isso porque é este número que garantirá a cobertura do custo fixo e da geração de lucro após a empresa ter atingido o ponto de equilíbrio, conhecido também como ponto crítico de vendas (break-even-point).

Todos esses cuidados vão impactar de maneira efetiva nas finanças, já que as receitas serão consequência de um trabalho cuidadoso de verificação do quanto cada produto contribui para os resultados do negócio.

6) Ponto de Equilíbrio 

O Ponto de Equilíbrio é um indicador que mostra quando um negócio passa a gerar lucro. Considerando que toda empresa visa ter lucro, já é possível compreender que o entendimento desse indicador é primordial.

No ponto de equilíbrio, também chamado de break-even point, ponto de ruptura, ou, ainda, ponto crítico, o lucro da empresa é zero, ou seja, é quando os produtos vendidos pagam todos os custos e despesas fixas e variáveis, mas ainda não sobra nada para o empresário e seus sócios.

É a partir deste ponto que os novos produtos vendidos (desde que com margem de contribuição positiva) passarão a gerar lucro para a empresa. Mesmo sendo um indicador muito simples e fácil de calcular, como dissemos, esta é uma informação vital para a análise de viabilidade de um empreendimento ou da adequação em relação ao mercado.

A fórmula do Ponto de Equilíbrio é esta:

Ponto de Equilíbrio = Despesas Fixas / Margem de contribuição

7) Índice de Cobertura de Juros

Este indicador mostrará o quanto a empresa será capaz de saldar dos juros contratuais de suas dívidas e empréstimos sem gerar comprometimento no valor gerado em caixa.

Uma das fórmulas mais utilizadas para o cálculo do índice de cobertura de juros é usar o valor do lucro antes do pagamento dos juros e impostos (EBITDA) e dividir pelas despesas financeiras brutas.

Com esse indicador, será possível ter uma melhor ideia da influência dos juros e dívidas sobre seus negócios e traçar estratégias para diminuir o impacto sobre o seu caixa.

Confira a fórmula da Cobertura de Juros:

Índice de Cobertura de Juros = (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda – LAJIR ou EBITDA) / (Despesas Com Juros durante o Ano)

8) Margem Líquida

A margem líquida nada mais é do que a porcentagem de lucro líquido que uma determinada empresa possui em relação a sua receita total. O cálculo para conseguir extrair tal informação, pode ser feita com os seguintes itens de uma DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício):

Margem Líquida = (Lucro Líquido/ Receita Bruta)

A Margem Líquida é derivada do Lucro Líquido, valor que é resultado de toda a apuração do DRE. Uma das formas de avaliar uma empresa é através de sua margem líquida. Para começar, se a margem da empresa em questão for negativa, isso significa que a mesma possui prejuízo.

Dessa forma, é válido destacar que a essa métrica financeira possui uma ligação direta com o nível de rentabilidade que uma empresa consegue demonstrar em suas operações. Por ser normalmente um número menor que 1, é comum que se multiplique essa proporção por 100 para se obter, assim, a porcentagem deste valor.

Numa linguagem prática, entende-se que esta métrica indica ao investidor a porcentagem de cada R$ 1 que restou após todas as deduções de impostos, alíquotas e despesas provenientes da operação do empreendimento em questão.

9) EBITDA

A sigla Ebitda vem do inglês Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador financeiro que informa o lucro de uma companhia antes de serem descontados o que a empresa gastou em juros e impostos, e perdeu em depreciação e amortização.

De forma resumida e simplificada, o Ebitda é um indicador que exclui custos que não estão ligados diretamente à essência do business em questão. Dessa forma, diferente do lucro líquido, ele pretende retratar apenas o resultado operacional da companhia acrescido da depreciação e da amortização. Em outras palavras, o EBITDA tenta representar a geração de caixa operacional da empresa.

E assim como os outros indicadores financeiros, o Ebitda é utilizado como forma de avaliar a capacidade de geração de valor de uma companhia. Esse tipo de análise é fundamental porque mostra, por exemplo, a evolução de um resultado operacional ao longo do tempo. Ou seja, os investidores podem utilizar desses dados para avaliar a gestão da empresa. Isto é, para analisar se companhia está conseguindo se tornar mais eficiente e lucrativa operacionalmente.

10) Imobilização do Patrimônio Líquido

A Imobilização do Patrimônio Líquido, é um índice de endividamento utilizado para avaliar empresas pela ótica da análise fundamentalista. A Imobilização do Patrimônio Líquido, usada para se informar sobre a estrutura de capital de uma empresa (relação entre capital próprio e de terceiros), é calculada da seguinte forma:

IPL = (AP/PL) X 100

Neste caso:

  • IPL: Imobilização do Patrimônio Líquido
  • AP: Ativo Permanente
  • PL: Patrimônio Líquido

Quanto menor o índice, melhor. Isso porque o PL serve essencialmente para a formação do Ativo Circulante (AC), de maior liquidez, e do Ativo Permanente (AP). Se a empresa gasta mais recursos no AP, tenderá a buscar capital de terceiros (dívida) para as suas atividades diárias.

Entretanto, é preciso estar atento a algumas peculiaridades. O setor de serviços pode servir de exemplo. No caso das operadoras de planos de saúde, algumas podem apresentar um IPL bastante elevado.

O que isso mostra é que elas optaram por trabalhar com hospitais próprios, o que não é necessariamente ruim, visto que possuem um controle maior sobre os gastos quando comparadas com as operadoras que adotam o modelo de redes conveniadas.

O importante é que a empresa possa funcionar sem precisar recorrer aos bancos a todo momento. Dito isso, o IPL serve para decidir sobre a viabilidade de se contratar operações de leasing ou a conveniência de se alugar as instalações de terceiros.

Calculadora de Indicadores Financeiros

Agora que você já conhece os principais indicadores financeiros e suas fórmulas, uma maneira simples e rápida de você descobrir os indicadores do seu negócio é utilizar nossa Calculadora de Lucratividade gratuita:

A comparação dos índices financeiros com empresas do mesmo setor

Concluindo

Ao ler este post, você ficou por dentro dos sete principais indicadores financeiros. A partir de agora, comece a registrá-los, documentá-los e analisá-los em sua rotina e veja como as suas decisões sobre as finanças podem trazer resultados melhores.

Caso você queira conhecer nossa solução para Gestão Orçamentária, deixo o convite para que conheça seus recursos, planos e preços, e veja na prática como ele funciona

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