Como deve ser o professor de educação infantil

Postado às 15:09h in Sem categoria by Sao Judas 6 Comentários

O papel do professor é fundamental dentro da escola e se reflete em toda a sociedade, pois ele é um agente ativo na formação de um cidadão. As crianças necessitam de modelos a serem seguidos para que ajam em prol da equidade no mundo, e seus únicos exemplos nos primeiros anos de vida são os pais, seguidos dos professores e amizades encontrados no ambiente escolar.

Além de ser um educador, atuando como gestor de aprendizagem, o professor tem influência para orientar e motivar seus alunos desde o primeiro contato do seu filho com a escola. É ele quem facilita o acesso a informações e dados, ao conhecimento acumulado pela sociedade, conduzindo, avaliando e executando experiências, eventos e projetos para que a construção da aprendizagem seja completa desde os primeiros anos no colégio.

A Educação Infantil é primordial na formação de um indivíduo no que diz respeito não somente a transmissão de conhecimento, mas também ao englobar questões relacionadas ao amor, fraternidade, dignidade, solidariedade, responsabilidade, ética e outros valores fundamentais para a convivência harmoniosa do ser humano na sociedade.

O papel do Educador na educação infantil

Engana-se quem pensa que o papel do professor é apenas ensinar. Ele também é um dos responsáveis por estimular atitudes respeitosas por parte das crianças: o professor ensina o seu filho a respeitar os demais colegas de classe, a aguardar a vez dele na fila, a ser gentil com as outras pessoas que trabalham na escola, entre outras atitudes que, consequentemente, serão levadas para fora do ambiente escolar.

O educador também é responsável por proporcionar às crianças experiências que auxiliam a desenvolver suas capacidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio e o bem estar em um ambiente cheio de pluralidade. Para isso, ele promove atitudes, estratégias e comportamentos que favorecem a melhor aceitação e desenvolvimento da criança no ambiente escolar, sempre de maneira carinhosa, servindo de exemplo para os mais novos.

É na fase dos 0 aos 6 anos, chamada de primeira infância, que as crianças passam a perceber o mundo e despertam uma curiosidade nata e investigativa, sempre questionando e querendo saber o porquê das coisas. Com isso, a criança constrói sua própria identidade, baseada na exploração do meio em que vive, na construção dos relacionamentos interpessoais, na obtenção do conhecimento e valores a ela ensinados, e nas brincadeiras, que são a forma mais produtiva de adquirirem conhecimento e se relacionarem com outros.

Por isso, na primeira infância, é primordial que o educador também ofereça, juntamente com os pais, todas as ferramentas necessárias para a construção dessa identidade. Vocês podem fazer isso criando situações que permitam agregar conhecimento, organizar o espaço físico, ensinar como manipular e explorar materiais concretos e harmonizar trocas orais constantes com crianças e adultos.

Dessa forma, ocorrerão as trocas afetivas, enfrentamentos e resoluções de conflitos, e vocês perceberão como a criança lida com frustrações e desafios.

O professor é uma figura fundamental na vida das crianças, e aqueles que atuam na educação infantil são verdadeiros pilares para o desenvolvimento do seu filho. A escola é o segundo ambiente socializador em que a criança é inserida, onde o educador pode ajudar a adquirir novos conhecimentos todos os dias e a desenvolver interações, impactando em seu modo de perceber o mundo.

Relação família x escola na educação infantil

A escola por si só não é suficiente para suprir todas as necessidades educacionais de uma criança, assim como os pais sozinhos não são capazes de oferecer uma educação completa, e é por isso que a relação entre pais e educador é tão importante.

Quando você se relaciona com o profissional que conhece a sua criança, é possível abrir um canal de diálogo para saber, por exemplo, se a criança está com dificuldade de desenvolver a escrita na escola e pensar em estratégias que podem ser feitas dentro de casa para ajudá-la a passar por esse desafio.

Os pais que se comprometem em saber como está evoluindo o desempenho dos filhos estão mais dispostos a ajudarem o professor a vencer os desafios educacionais, adotando medidas complementares em casa. Isso é fundamental para que as crianças tenham um melhor desenvolvimento não só relacionado ao aprendizado intelectual, mas também a preservação de valores e atitudes que serão usadas por elas em todos os ambientes os quais estão inseridas.

Quando pais e profissionais da educação interagem de maneira contínua e tentam resolver conflitos juntos, considerando sempre as causas e dificuldades, é maior a probabilidade de que o problema seja resolvido rapidamente e de forma efetiva, favorecendo todos os envolvidos, mas principalmente a criança. Além disso, pesquisas comprovam que os pais que participam ativamente das atividades escolares das crianças criam filhos mais dedicados e esforçados, e eles sentem que recebem mais atenção e apoio dos adultos.

Os ambientes familiar e escolar são parte constante do pequeno universo das crianças e, por isso, é imprescindível que pais e professores sistematizem um processo educacional conjunto. Se você é pai, vai precisar acompanhar as atividades realizadas no colégio, conversar com o professor e discutir as melhores formas de aprendizado dos filhos, baseado no perfil da criança. As atividades e brincadeiras feitas em casa podem e devem complementar a educação da escola, proporcionando um desenvolvimento infantil integral para o seu filho.

Ser professor na Educação Infantil é uma tarefa complexa, não basta ter didática apenas, é preciso ter qualidades que estão para além de saber “dar aula”, como saber conviver, compreender os processos e amadurecimentos das crianças, transformar-se cotidianamente, aprender com as situações que emergem no cotidiano vivo da escola, e experienciar múltiplas formas e formatos que demandam da profissão. Diria ainda, que não basta saber o ofício, não basta saber ensinar a dar os primeiros passos, a comer sozinho, a ir ao banheiro, a escovar os dentes e tantas outras tarefas, precisa SER e PERTENCER.

Precisa ser aquele que vê cada um em sua individualidade, precisa ser aquele que acolhe, que brinca junto, que proporciona novas experiências, que pesquisa, cria e se reinventa a cada dia. Embora haja diversas tarefas de cuidados com as crianças nas atividades desse professor, sua função vai muito além disso. Estamos falando da formação de um indivíduo de forma integral e isso precisa ir além dos cuidados com a integridade física dos pequenos. O saber dos professores não é um conjunto de conteúdos cognitivos, é um processo de construção. Mas uma construção entre diferentes saberes, os de vida, de experiência e os de trajetórias pessoais (TARDIF, 2003).

O professor de educação infantil necessita saber fazer, saber ser e saber entender sobre múltiplas áreas, visto que é nessa etapa que a criança explora, desenvolve e aprimora as suas diferentes linguagens. Por isso conviver com as crianças nessa etapa tão rica e de beleza inigualável e permitir que explorem suas diferentes linguagens e potências em singularidade permeia uma gama de saberes muito diversificados. O professor dessa etapa necessita ter uma “antena” multissensorial, deve sempre estar atento, observar as diferentes manifestações das crianças e captar informações importantes para poder potencializar a singularidade de cada ser que educa.

Na Esconderijo Sapeca a direção e coordenação da escola fazem com sua equipe de professores um trabalho muito similar ao que nós realizamos com as crianças, pois, somos vistos em nossa singularidade e individualidade. A escola está sempre pensando em nosso aprimoramento, em nos manter ativos em relação a nossa formação e aprendizagem. A Esconderijo acolhe, escuta, discute e compartilha das nossas ideias, como educadora sinto-me lisonjeada em poder estar em um local que está em constante crescimento, que luta por um ensino diferenciado, que respeita a infância e que enxerga a criança como protagonista e o professor como mediador de todas essas histórias que estão sendo “escritas” diante de seus olhos, porém, mesmo sendo mediadores das descobertas, somos vistos como parte fundamental para que toda a magia possa acontecer.
 

Qual é o papel do professor, sobretudo na educação infantil? Se essa pergunta tivesse sido feita há algumas décadas, a resposta seria bem diferente daquela que possivelmente ouviríamos hoje. Ao longo do tempo o conceito do que é ser professor foi mudando: atribuições e responsabilidades foram transformadas significativamente.

Se antes eles eram vistos como cuidadores ou, ainda, como autoridade máxima no processo de aprendizado, hoje seu papel está mais ligado à mentoria. Ele é um facilitador do aprendizado e ajuda as crianças a se desenvolverem de maneira saudável sem interferir tanto na sua forma de aprender.

Neste artigo, vamos falar sobre o papel do professor, das mudanças de percurso e como, hoje, esses profissionais se encaixam na chamada escola 3.0.

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Breve histórico da evolução dos professores na educação infantil

Há alguns anos, a ideia que se tinha dos professores na educação infantil era bem diferente da que temos hoje. As mudanças começaram a ocorrer por volta da década de 1980.

Leia também: Educação infantil: história, conceito e prática

Esses profissionais, que antes eram percebidos como cuidadores pela maioria das pessoas, passaram a ter uma voz mais ativa e a realmente trabalhar mais efetivamente no processo de aprendizagem infantil.

Antes, o papel do professor se limitava a tratar bem as crianças, a observá-las brincando e a garantir que elas estivessem limpas e bem alimentadas. Muito diferente do que se entende hoje, não é mesmo? Explicaremos mais sobre isso nos próximos tópicos.

Diferenças entre o papel do cuidador e o papel do professor

Talvez ainda não esteja claro para você qual a grande diferença entre um professor da educação infantil e um cuidador. A questão é que, embora haja diversas tarefas de cuidados com as crianças nas atividades de um professor, sua função vai muito além disso. Estamos falando da formação de um indivíduo de forma integral e isso precisa ir além dos cuidados com a integridade física dos pequenos. Veja essa diferenciação de forma mais detalhada:

Papel do Cuidador

O cuidador, como o próprio nome sugere, é aquele que cuida da criança em tudo o que ela precisa. Ele dá o alimento, observa a hora de dormir, zela para que ela não se machuque, faz sua higiene, entre outras funções semelhantes.

Perceba: aqui não há um olhar para a educação, para o ensinamento de valores, o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança. O foco é cuidar do corpo, da manutenção da saúde e, em última análise, da sobrevivência dela.

Papel do Professor

O professor, embora não deixe de ser também um cuidador no sentido de zelar pelo bem-estar dos pequenos, tem atribuições muito mais amplas. São dele as responsabilidades de conduzir as crianças em um processo de aprendizado contínuo e eficaz, orientando-as em vários aspectos.

Os professores atuam ativamente na educação, fornecendo os meios necessários para que os alunos se desenvolvam e amadureçam de acordo com a idade, vencendo uma série de desafios. Ele atua facilitando, amparando e incentivando o desenvolvimento integral da criança.

O papel do professor na atualidade

Certo, você já entendeu que essa ideia do professor apenas como cuidador não faz mais sentido. Mas, há, ainda, uma outra percepção que se tem sobre o papel do educador que está ultrapassada. Sabe qual é? A de que ele detém todo o saber.

Essa ideia é fruto de um conceito antigo de que a educação se dá forma vertical: de cima para baixo. No passado cabia aos alunos apenas absorver o que o professor dizia, como se com ele estivesse a verdade universal. Ao longo dos últimos anos, porém, essa ideia mudou drasticamente e, com a revolução digital e o fácil acesso à informação, esse conceito caducou de vez!

Mediador, não detentor de todo saber

Na chamada escola 3.0, o professor age como mediador. Na prática isso quer dizer que a educação se dá de uma forma horizontal, sem aquela configuração de mestre soberano e alunos como “folhas em branco”. A ideia de que a criança é um ser em formação que não sabe nada e que precisa aprender tudo o que vem do educador cai por terra.

Nesse novo momento da educação os pequenos são considerados e enxergados. Os professores reconhecem que eles também têm uma riqueza de conhecimentos adquiridos em diversos lugares. Eles já têm uma bela bagagem e podem, inclusive, compartilhá-la com os professores e com os colegas.

Cabe aos professores, nesse cenário, auxiliar as crianças em todo o processo de aprendizado, considerando-as como seres com personalidade própria. O educador precisa, por exemplo, ensiná-las a discernir quais fontes de conhecimento são ou não confiáveis, alertando, inclusive, para os riscos de se informar por meio de sites que não têm credibilidade.

Isso não quer dizer, obviamente, que o professor não deve transmitir aquilo que sabe, pelo contrário. Ele pode compartilhar de seus saberes, mas sem apontar um único caminho para a criança. A mudança, efetivamente, está na forma como o ensino é partilhado em sala de aula: o processo de educação deve considerar o que a criança já traz dentro de si e utilizar isso em sua formação!

Focado na educação ampla

O papel do professor atualmente é focado, ainda, em uma educação que abrange muito mais áreas do que antigamente. Não cabe ao corpo docente somente transmitir as matérias do currículo escolar tradicional, mas auxiliar as crianças a se desenvolverem nas mais diferentes frentes.

Trabalhar o universo lúdico, ensinar conceitos relativos à sustentabilidade, promover atividades interativas para que os pequenos aprendam a se socializar, entre outras ações, são muito importantes, principalmente nos primeiros anos de vida.

Não é o centro da trajetória estudantil das crianças

Hoje os professores não têm mais um papel central na educação dos pequenos. Toda a comunidade atua de forma a auxiliar no desenvolvimento da criança. Essas contribuições vêm dos mais diferentes universos, desde a família, vizinhos, autores de livros infantis até mesmo youtubers.

Não se tem mais a ideia de que todo o conhecimento é adquirido somente na escola, pelo contrário. Não fica mais a cargo somente do professor o aprendizado dos pequenos.

As crianças, atualmente, são agentes ativos na própria educação, fazendo as suas contribuições, mostrando o conhecimento que elas já têm, partilhando com os colegas e até com os educadores suas próprias visões de mundo.

Leia: A beleza da educação com liberdade no Método Montessori

O processo atual é muito mais livre, respeitando a autonomia dos alunos, sem desconsiderar, obviamente, que eles são seres em formação e precisam de auxílio em todo esse processo.

Aperfeiçoamento é a palavra!

Você percebeu que o papel do professor foi transformado ao longo dos últimos anos. E, para acompanhar todas essas transformações, o educador precisa se aperfeiçoar constantemente! Se você quer se manter informado sobre as mudanças na educação leia nosso ebook Formação Continuada e BNCC.

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