Importância da Bíblia para os cristãos

INTRODUÇÃO

Para falar sobre a importância da Bíblia em nossas vidas, passo a ler o versículo 105 do Salmo 119, onde consta a seguinte mensagem:  “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.”

A importância da Bíblia em nossas, consiste tão somente por ela ser a bússola e guia divino para o homem que busca cumprir com a vontade de Deus em todos os aspectos da sua vida. Inclusive, na vida futura quando partirmos deste mundo para estarmos com o Senhor para sempre na eternidade.

SUA REVELAÇÃO À HUMANIDADE

Por milênios Deus se revelou ao homem através de suas obras, isto é, através da criação. Porém, segundo o seu propósito, chegou o tempo em que Ele desejou alcançar o homem com uma revelação maior, mais ampla e de forma mais clara - o que fez em forma dupla: 1º) - através da Bíblia,  a Palavra Escrita, e 2º) -  através de Jesus Cristo - a Palavra Viva.

Esta dupla revelação é muito especial, e tornou-se necessária devido a queda do homem. Deste modo, o estudo das Escrituras se impõem, como o principal meio do homem natural vir a conhecer a Deus e a sua vontade para com a sua vida.

A EXCELÊNCIA DA BÍBLIA COMO PALAVRA DE DEUS

A diferença básica entre a Bíblia e outros livros que lemos ao longo da vida, é que, não temos nenhuma obrigação moral de obedecer ao que estes ensinam, enquanto que a Bíblia, é um livro escrito não apenas para ser lido, mais, principalmente para ser obedecido e aplicado às nossas vidas.

Você sabia que é de nenhum valor conhecer a letra das Escrituras, contudo não se dispor a obedece-la? Aplicando a Bíblia à nossa vida, sem dúvida poderemos dizer como disse o salmista Davi: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.” - (Salmo 119:10).

O conhecimento acadêmico tem ajudado os estudiosos do comportamento humano, a detectar os problemas que afligem a nossa sociedade. No entanto, tem fracassado na análise das causas e na aplicação de soluções a estes problemas. Por exemplo: É impressionante, ver como os homens que ignoram a Bíblia, atribuírem à violência e outras anomalias, que afligem a sociedade contemporânea, à causas, como a pobreza e o analfabetismo. Eles não conseguem olhar o mundo e ver as pessoas como Deus as vê: caídas, e espiritualmente pobres e carentes do conhecimento da vontade de Deus.

No contexto de toda esta confusão, a pessoa estudiosa da Bíblia tem grande vantagem sobre as demais pessoas.  Com o jornal da cidade numa das mãos, e a Bíblia na outra, ele é capaz de detectar tanto  os problemas quanto como aplicar eventuais soluções a eles.

COMO DEUS VÊ A NECESSIDADE QUE TEM O HOMEM  DE CONHECER A BÍBLIA

Ele vê o mundo moribundo, espiritualmente enfermo. Toda a cabeça está doente e todo o corpo fraco, desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã. Tudo isto porque, como disse São João: Todo o mundo está no maligno. No Livro de Oseias, 4:6 está escrito assim: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. Não é isto muito triste?

CONCLUSÃO

Se a Bíblia é realmente o que dizemos ser ela para a nossa vida, guardemo-nos da atitude farisaica de lê-la, e inclusive, proferi-la sem que ela seja parte inseparável do nosso caráter.  Sem o conhecimento da Palavra de Deus, os homens, as autoridades, os governantes, os legisladores não têm nada seguro que possa nortear suas decisões. Daí a confusão generalizada como vemos hoje, o que nos mostra o real cumprimento do que escreveu Paulo em sua 2ª Carta aos Coríntios 4:4:  “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”   Neste ponto afirmou Jesus:  “Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as trevas vos não apanhem, pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai” - (João 12:35).

Jorge Albertacci

Pastro Emérito da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Retiro

Rua Engº Joaquim Cardozo, 448 - Bairro Retiro

CEP  27275-130 - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO

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Vivemos em tempos complicados. Possuímos um volume imenso de informações, mas somos cada vez mais desafiados a compreender, discernir e agir diante das múltiplas possibilidades de escolha que a informação nos oferece. Isto vale para a sociedade em geral e também para as igrejas cristãs. Basta ligarmos a televisão ou navegarmos pela internet ou transitarmos pelas redes sociais que somos bombardeados com inúmeros programas televisivos, vídeos, mensagens, postagens e anúncios comerciais sobre diferentes formas de cristianismo, vida cristã, espiritualidade, etc. Diante desse quadro, fica a pergunta: como discernir o valor dessas informações e agir adequadamente para a glória de Deus?

Na experiência e na tradição reformadas, a glória de Deus é o alvo da vida cristã. E Deus é glorificado quando vivemos na semelhança de seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Vivemos na semelhança de Jesus Cristo quando somos cheios do Espírito Santo. Quando glorificamos a Deus, vivendo como Cristo, na força do Espírito, também alcançamos a felicidade, a bem-aventurança, porque podemos também desfrutar da presença e das bênçãos de Deus em nosso dia-a-dia. A vida cristã e a espiritualidade cristã, na tradição Reformada, não se define por um conjunto de regras éticas, morais ou religiosas. A vida cristã, na perspectiva Reformada, é uma constante busca de glorificarmos a Deus e de desfrutarmos de sua presença e bênçãos. Viver na constante comunhão com Deus é o pleno prazer que alcançamos, infinitamente superior a todos os demais tipos de prazer existentes na vida humana.

Como sabemos, então, que vivemos para a glória de Deus e desfrutamos realmente de sua presença, bênçãos e poder? A resposta da experiência e da tradição Reformada é clara e simples: quando a Palavra de Deus nos diz que assim vivemos. Nós, cristãs e cristãos reformados, temos algumas diferenças em relação a outras formas de espiritualidade no cristianismo. Por exemplo: não baseamos a nossa vida em experiências de êxtase, pessoal ou comunitário, como no pentecostalismo; não baseamos a nossa vida na subserviência a doutrinas e a um literalismo na interpretação da Bíblia, como no fundamentalismo; não baseamos a nossa vida em uma experiência de coração aquecido, como no metodismo.

Isto quer dizer que uma pessoa, na tradição Reformada, não terá experiências de êxtase ou de “coração aquecido”? Não. A experiência individual é múltipla e variada, de modo que um cristão reformado poderá, sim, se Deus assim realizar, falar em línguas, ou se emocionar no culto, ou desfrutar de momentos intensos de gozo na presença de Deus, etc. Nada disso, porém, será a base e a constância de nossa vida cristã, de nossa espiritualidade. Por quê? Porque aprendemos na Escritura que a base e o alvo da vida cristã são teocêntricos e não antropocêntricos. Tornamo-nos cristãos porque Deus age em nossa vida. Somos espirituais porque Deus age em nossa vida. Assim, temos vida plena como seres humanos na presença de Deus, para a sua glória eterna.

E a Escritura nos ensina que o padrão da ação de Deus na vida dos seres humanos não é a emoção, o êxtase, o conhecimento doutrinário, etc. O padrão da ação de Deus em nossa vida é o amor que justifica, liberta, santifica e glorifica. Em termos práticos: Deus age, na justificação, para que sejamos pessoas justas e pratiquemos a justiça nas relações pessoais, eclesiais, sociais, econômicas, políticas, culturais e ecológicas. Deus age, na libertação, para que sejamos livres e vivamos vida de integridade moral e ética com liberdade, mediante a prática do amor ao próximo. Deus age, na santificação, para que sejamos santos e vivamos no poder do Espírito que nos torna semelhantes a Jesus, que foi fiel ao Pai na realização da sua missão. Deus age, na glorificação, para que sejamos pessoas transformadas e desfrutemos da comunhão com Deus na eternidade.

É por isso que a Bíblia precisa ocupar um lugar importante em nosso dia-a-dia. Estudar diariamente a Bíblia é uma das marcas da espiritualidade Reformada. Por quê? Porque a Bíblia é testemunho direto da Palavra de Deus e está acima das doutrinas, das experiências e mesmo das confissões de fé. A Bíblia é nossa orientação neste mundo tão repleto de informações e desafios. A Bíblia lida e interpretada como Palavra de Deus mediante mãos humanas. Não a Bíblia como um ídolo, um deus de papel a quem adoramos com subserviência ignorante. Cristãs reformados, como nós, leem a Bíblia com liberdade e inteligência, com santidade e discernimento, com justiça e fidelidade a Deus, aguardando a glorificação final enquanto buscamos glorificar a Deus agora.

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o caminho” (Sl 119.105). Não troque a luz infinita da Palavra pelas luzes passageiras da experiência, da doutrina, do mercado, da ideologia, etc. Ouse! Estude constantemente a Palavra. Não seja apenas “mais um” a fazer o que todo mundo faz. Ouse ser diferente, no poder de Deus e para a sua glória!

Rev. Júlio Paulo T. M. Zabatiero

Professor e coordenador da pós-graduação da Faculdade de Teologia de São Paulo da IPI do Brasil (FATIPI)