O olho humano é comparado qua quantos iphone

De acordo com alguns cálculos, nossos olhos possuem 576 megapixels de resolução

A primeira coisa que muitos fazem ao procurar uma câmera para comprar é observar a qualidade de resolução que ela oferece. Essa é uma característica comum a coisas capazes de captar imagens, inclusive os nossos olhos. E aí fica a pergunta: qual é a resolução deles?

Um vídeo divulgado no canal Vsauce no YouTube, bem como alguns estudos disponíveis na internet, mostram que o olho humano é capaz de oferecer 576 megapixels de resolução. Para efeito de comparação, a câmera presente no novo modelo do iPhone possui 8 megapixels de resolução.

O vídeo (que está em inglês) também aborda outros pontos, como formação da imagem e outros assuntos relacionados aos olhos para explicar os aspectos que levaram a esse resultado. Um dos dados mencionados, por exemplo, é que necessitamos basicamente de 7 megapixels (e mais um extra) para captar as informações.

Também foi dito que o cérebro, bem como elementos de iluminação, possuem parte importante nesse processo.

A Sony está desenvolvendo um novo tipo de sensor capaz de simular a visão dos olhos humanos. O componente visa aumentar a sensibilidade à luz e permitir o uso de lentes mais simples. O principal diferencial dele é ser curvado – imitando a curvatura da retina humana.

O olho humano é comparado qua quantos iphone
1 de 1 Sensor é curvado como a retina humana (Foto: Reprodução/Phone Arena) — Foto: TechTudo

Sensor é curvado como a retina humana (Foto: Reprodução/Phone Arena) — Foto: TechTudo

Comparado aos sensores tradicionais, os novos sensores curvados são 1,4 vezes mais sensíveis à luz no centro, e duas vezes mais sensíveis nas pontas, de acordo com informações do Simpósio da VLSI Technology no Havaí. Quem realizou o anúncio foi Kazuichiro Itonaga, gerente de produtos da Sony R & D Platform.

Há diversas vantagens deste novo sensor. A mais óbvia, claro, é que ele pode iluminar os fotodiodos mais diretamente. Além disso, reduz os ruídos em cada pixel e permite também a utilização de lentes mais simples, com maior abertura, o que é um fator diferencial para permitir que as luzes cheguem à parte interna da câmera.

Tudo isso não quer dizer que o sensor será grande. Pelo contrário. A empresa desenvolveu um full frame com 43mm, e outro com 11mm. São sensores 2/3″, do tamanho do utilizado no Nokia Lumia 1020. Sendo assim, acredita-se que este novo sensor possa ser usado não só em câmeras como também em smartphones.

Podem dizer o que quiserem sobre inteligência artificial e tecnologias modernas, mas o fato é que o organismo humano é o sistema mais perfeito do Planeta.

O Incrível.club decidiu publicar este post para mostrar todo o potencial do corpo humano em comparação com os aparelhos eletrônicos da atualidade.

Claro que, do ponto de vista científico, não é muito correto comparar o olho humano com uma câmera digital. Mas para efeitos comparativos, nossos olhos têm aproximadamente 126 megapixels.

Se fosse possível gravar um vídeo de um segundo usando nossa visão, o arquivo ficaria com 21,45 GB de tamanho. Com um iPhone 7, o mesmo vídeo teria só 375 MB.

O cérebro possui cerca de 100 mil neurônios, sendo que cada um deles é capaz de criar mais de 1 mil sinapses que, por sua vez, guardam as informações. Na ponta do lápis, isso quer dizer que o cérebro humano possui a capacidade de armazenar 100 Terabytes de informação. A título de comparação, um dos computadores mais poderosos do mundo, o "Titan", tem capacidade de armazenar 710 TB.

Segundo o canal de vídeos científicos Veritasium , em 2020 o volume de toda informação armazenada no mundo atingirá a marca de 40 Zettabytes. Agora compare: o corpo humano já possui 60 Zettabytes de informação.

Já a informação genética do ser humano ocupa apenas 1,5 GB de memória. É quase o mesmo que o sistema operacional iOS 10.

No cérebro humano, cerca de 100 mil reações químicas acontecem por segundo, o que significa que sua velocidade de tráfego de dados é similar à de um trem Maglev, de Xangai, um dos trens mais rápidos do mundo, que alcança uma velocidade de até 430 km/h.

Todos nós já ouvimos o mito segundo o qual o cérebro usa apenas 10% de sua capacidade. Na verdade, nosso cérebro utiliza tantos recursos quanto forem necessários para aquele determinado momento. Seu funcionamento pode ser comparado com as capacidades do rádio: sempre ouvimos a mesma onda, ainda que tenhamos outras 100 ao nosso alcance.

Para ter a mesma eficiência que o cérebro (com capacidade padrão de 20 W), é preciso um super computador com consuma 1 MW (Fonte).

E, sobretudo, o cérebro e o organismo humanos têm um grande capacidade de seguir em funcionamento mesmo após sofrerem graves danos. E nem o computador mais potente do mundo possui esta mesma característica.

Imagem de capa depositphotos

A maneira como o corpo humano enxerga as imagens é semelhante à forma como as fotografias são produzidas nas câmeras digitais e nos smartphones. Mas a qualidade da imagem produzida pelos nossos olhos é superior aos equipamentos disponíveis no mercado.

Especialistas afirmam que, se fosse possível quantificar a definição da imagem que vemos em nossos dois olhos, ela teria aproximadamente 274 megapixels — ou 137 megapixels em cada olho.

Isso porque o olho humano possui cerca de 7 milhões de cones e 130 milhões de bastonetes, células fotorreceptoras responsáveis por transformar a luz que entra no nosso globo ocular no impulso elétrico que vai chegar ao cérebro e ser transformado em imagem.

Conta é mais complexa do que parece

Diego Monteiro Verginassi, oftalmologista especializado em retina do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, afirma que além dos cones e bastonetes, a retina —que é parte do olho onde a luz é transformada em impulso elétrico—, possui diversos tipos de células que funcionam como um filtro, tirando ainda mais o ruído da luz que entra no olho, melhorando a qualidade da imagem.

"Se fizer uma leitura simples, a quantidade de cones e bastonetes poderia se entendida como megapixels. Mas isso não seria tão verdade porque a gente consegue, dentro do olho, por meio de mecanismos adaptativos, pegar aquela imagem e transformar em qualidade muito superior, com uma resolução muito maior", afirma Verginassi.

Além disso, segundo Newton Kara José Junior, oftalmologista do Hospital Sírio Libanês e livre docente da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), o cérebro tem um sistema de "Photoshop" que melhora a imagem.

"O olho forma uma imagem distorcida. Quando essa informação visual chega ao cérebro, ele transforma energia elétrica em visão. O cérebro tem um sistema de "Photoshop" que melhora a visão, a imagem", explica.

Ele afirma ainda que, para fazer essas melhorias, o cérebro usa uma série de outras conexões, como memória e criatividade, para tentar decodificar o que é aquele estímulo elétrico e transformá-lo em imagem.

"A qualidade das imagens das câmeras não chega nem perto, porque a gente [ser humano] tem uma capacidade muito maior de processamento de informação", resume Francisco Rocha, analista de treinamentos da Canon.

A câmera da Canon que tem a melhor resolução, por exemplo, é a 5DS, que produz imagens de até 50,6 MP (megapixels). Segundo Rocha, para imprimir uma imagem dessa magnitude seria preciso usar quatro folhas de papel A0, cujas dimensões são 841 milímetros por 1.189 milímetros.

A Sony, por sua vez, lançou em julho uma câmera que promete ter quase o dobro da resolução da imagem que um único olho humano seria capaz de captar. A A7R IV tem um sensor de 61 MP que, combinado com uma tecnologia acoplada à máquina, é capaz de produzir imagens de 241 MP, segundo a marca.

Com a câmera você faz uma fotografia e é capaz de expandir essa imagem e atingir um nível de detalhes que o olho humano não consegue ver de longe. Mas é lógico que se você pudesse visualizar [o objeto] a 10 centímetros de distância, você enxergaria esse detalhe
Leonardo Botelho, gerente de marketing da divisão de imagem da Sony Brasil

Afinal, como olhos e lentes captam imagens?

Quando a luz entra na lente da câmera do seu smartphone ou da sua câmera digital, ela é captada pelo sensor de luz do aparelho. É ele quem faz a vez de "retina" e transforma a energia luminosa em elétrica.

"Esses sensores têm vários pontinhos que recebem essa luz e a transforma em sinais elétricos", explica Rocha. Esses pontinhos são os pixels.

"Quando você expande uma imagem digital, você começa a ver diversos quadradinhos na imagem. Isso é chamado de pixel. Os pixels são as células de um sensor de imagem de uma câmera", complementa Leonardo Botelho.

É por isso que a quantidade de cones e bastonetes que os olhos possuem poderiam ser entendidos como os "megapixels" da nossa visão. Um megapixel equivale a um milhão de pixels.

Em suma, há três fatores que combinados resultam numa imagem com uma boa resolução:

  • Quantidade de megapixels: quanto mais, melhor a resolução;
  • Tamanho do sensor: quanto maior, melhor será a qualidade da imagem;
  • Processamento: quanto mais alta a performance do processamento da câmera, melhor será a resolução da imagem.

Francisco Rocha usa como exemplo fotografias de 10 cm de largura por 15 cm de altura para falar da importância dos megapixels na qualidade da imagem.

"Sabe aqueles álbuns fotográficos pequenos? Era preciso uma câmera com sensor de dois megapixels para imprimir aquelas imagens. Se eu quisesse fazer um álbum do tamanho de um caderno de dez matérias eu preciso de mais megapixels. Preciso de uma câmera com um sensor de ao menos 10 MP", exemplifica Rocha.

Smartphones x câmeras digitais

Leonardo Botelho, da Sony Brasil, defende que as câmeras profissionais conseguem sim captar detalhes nunca antes percebidos aos nossos olhos humanos, mas que essa tecnologia não está acessível a celulares e câmeras amadoras.

Essa limitação se dá porque, segundo ele, o pixel do celular é bem menor do que o de uma câmera profissional.

Enquanto o sensor de uma câmera profissional mede 35 milímetros, o sensor de um celular com resolução de 48 MP pode chegar a medir oito milímetros. "Não tem como comparar. É a mesma coisa de você comparar uma carreta que carrega uma carga e uma pick-up de passeio que também carrega uma carga. Ambas carregam carga, mas a capacidade de carga é diferente", explica.

Ele conta que se você bater uma foto de 48 MP com um celular e fizer o mesmo com uma câmera profissional com sensor de 60 MP, quando expandir a imagem vai ver que a resolução das duas é bem diferente. "No celular você não vai conseguir ver nada, vai ter um monte de detalhes borrados", explica.