Para que serve a escola o que e a escola ao pensar sobre essas questões

Série “Merlí”

A maior parte de nós brasileiros passa no mínimo 14 anos da vida dentro da escola até concluir o ensino médio. Isso sem contar com as milhares, talvez até milhões de pessoas, que adentram nos cursos superiores e ficam mais 4, 5 ou mais anos estudando.

Tem algumas perguntas que chegam a parecer hilárias, porque aparentemente são simples, mas nem um pouco simples de responder. Essas aqui:

O que é a escola? Para que ela serve?

Nessa hora talvez você me contraponha dizendo: “Essas perguntas são muito simples Isaias! A escola é o local onde as crianças e adolescentes vão para estudar a aprender uma série de conteúdos que elas podem precisar ao longo da vida…”.

Será? Será que é simples assim?

Como eu amo conhecer as raízes das palavras, vou aprofundar essa questão a partir das palavras do filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, extraídas do seu livro “A escola e o conhecimento – fundamentos epistemológicos e políticos”, um dos seus livros mais antigos, datado de 1998.

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Nesse período, facilitado por uma produção econômica excedente e pelo uso massivo de trabalho escravo, o incremento da riqueza da aristocracia é acompanhado do aumento de seu tempo livre, sem trabalho material obrigatório; essa classe social não estava pessoal e imediatamente envolvida na prática produtiva e tinha aquilo que em grego se denominava skholé, isto é, ócil.

Eis aí a etimologia da palavra schola em latim, e escola em português; é muito importante observarmos na construção de nossa cultura a vinculação que se fez (e ainda se faz) do acesso ao Conhecimento mais elaborado com privilégio social (fora do mundo dos “mortais”), opondo-se trabalho intelectual ao trabalho manual.

Mario Sergio Cortella

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Escola está diretamente relacionada com ócio, com tempo livre, mas não se trata de um tempo a ser desperdiçado, muito pelo contrário, se trata de um tempo a ser bem utilizado no exercício de PENSAR as grandes questões humanas e para aprender sobre Ética, Moral, Filosofia, Política, Matemática, Artes, Ciências da Natureza, Ginástica etc…

Infelizmente, com o passar do tempo, e com um agravamento a partir da Revolução Industrial e os primórdios do Capitalismo, as pessoas passaram a pensar no tempo em termos de dinheiro, o tal do “tempo é dinheiro”, que eu sempre faço questão de discordar. NÃO! Tempo é VIDA. Cada minuto que passa é um minuto a menos na minha existência.

A escola deveria ser um lugar maravilhoso e que despertasse em cada aluno o prazer de conhecer, de aprender coisas novas, de transformar tudo aquilo que aprenderam em algo que auxilie o máximo de pessoas a terem uma melhor qualidade de vida e mais felicidade.

Inclusive eu simpatizo imensamente com as ideias de um filósofo inglês do século XIX chamado Stuart Mill sobre o que ele chama de UTILITARISMO, um princípio bastante simples de entender que afirma que as ações são boas quando tendem a promover a felicidade e más quando tendem a promover o oposto da felicidade.

Acredito que esteja começando a clarear a sua mente em relação à pergunta: “Para que serve a escola?”, não é?

Ela serve para muitas coisas, mas uma das principais é transformar o que se aprende em algo que promova a felicidade e o bem estar do maior número de pessoas…

Filme “A sociedade dos poetas mortos”

Mas não se restringe a isso! Nessa hora é claro que eu lembro de um dos maiores educadores que o nosso país já teve, o mestre Rubem Alves. Ele tem uma frase linda que diz:

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Os homens perderam o paraíso quando deixaram de ser crianças brincantes e se tornaram adultos trabalhantes. As escolas existem para transformar as crianças que brincam em adultos que trabalham.

Rubem Alves

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Outra palavra que poucas pessoas conhecem a origem é trabalho, ela deriva de tripalium, que era uma espécie de instrumento de tortura antigo constituído de três pedaços de pau (madeira). Em outras palavras, é associado trabalho com a ideia de tortura. Já pensou que louco?

Volto até à outras palavras do Cortella que sempre diz em suas palestras “Emprego é fonte de renda, trabalho é fonte de vida. Eu me torno feliz e realizado quando faço do meu emprego o meu trabalho…”.

Essas palavras do Cortella são muito certeiras. É por essas e outras que milhões de pessoas são infelizes, porque não transformaram seus empregos em seus trabalhos. Nosso trabalho não deveria ser algo torturante, porque de um modo geral, passamos cerca de 8 horas por dia nele. Imagine só, 8h diárias de tortura, 40h semanais, quase 2000h anuais, e pasme! Quase 1/3 da sua vida de TORTURA! Chega! Não precisa ser assim!

Tudo isso está ligado ao conceito de escola. Percebe como se trata de uma questão profunda?

Quando somos crianças nosso mundo é uma brincadeira, gostamos de nos divertir e a escola quase sempre mata essa inocência. Quantas vezes as crianças não escutam dos professores: “Vocês precisam aprender isso porque vai cair na prova do ENEM…”.

Os professores deveriam era instigar os alunos dizendo: “Vocês precisam aprender isso porque é uma delícia…”. Mas para afirmar isso somente tendo criatividade! Essa linda companheira aliada a uma boa didática faz os alunos criarem gosto por aprender, até mesmo as matérias mais temidas como Matemática, Física e Química.

Esse pequeno texto é apenas uma chave de leitura para instigar você que me lê a ver o quanto o conceito original de escola, relacionado com ócio, é lindo e pode nos fazer utilizar nosso tão precioso tempo de uma forma prazerosa, brincando, nos divertindo, a ainda assim, aprendendo e levando esse aprendizado para a melhoria do mundo e das pessoas! Esse é o resumo de tudo o que quis dizer…

Concluo deixando aqui o que penso ser o meu conceito de escola ideal: é um lugar para se divertir no processo de aprender e crescer como ser humano…

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo pesquisar e analisar as diversas dimensões políticas, socioculturais e pedagógicos envolvidas nas práticas educacional brasileira, bem como a metodologia utilizada.

O fato de que criamos e vivemos em uma sociedade que se caracteriza fundamentalmente pela função social, em especial, a função social da escola, apesar das transformações sofridas no decorrer da história, a escola representa uma Instituição que a humanidade elegeu para socializar o saber.

Muito se discute a importância da educação no país, pode parecer algo simples de questionamento, mas, é algo complexo de se imaginar, devemos analisar a escola como um todo, ou seja, um processo que envolver todas as partes que integram a sociedade, cada um com a sua determinada função.

Diante desse cenário humanista, há vários autores de diversos campos do conhecimento, que levantam os questionamentos das diversas possibilidades da função social da escola no que tange o sistema educacional aristocrático, poder ser realmente um órgão que cumpra com a sua função. Inicialmente, eles fomentam argumentos que sustentam a tese de que seria possível criarmos novos conceitos de pensarmos a escola, não só pela sua estruturação, mais sim, a sua adequação em transmitir os verdadeiros valores que uma instituição de ensino pode ou deveria passar para um indivíduo no seu ambiente de aprendizagem e que possibilite a participação de todos.

Essa entidade de longas tradições continuará a desempenha a sua função social, que é de transmitir os devidos conhecimentos, para que o homem atual entender as razões das coisas que ele venha a transformar, inclusive o saber da sua existência. Por conta destas indagações e das próprias características psíquicas e físicas humanas do homem que lhe diferencia das demais espécies, pertencente ao conjunto de forças naturais e sociais que reforçariam essa cultura de ser social, tornando-o uma parte integrante da sociedade que vive.

2. FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

A função social da escola é o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em que vivem. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores necessários à socialização do individuo sendo necessário que a escola propicie o domínio dos conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita, da ciência das artes e das letras, sem estas aprendizagens dificilmente o aluno poderá exercer seus direitos de cidadania.

A função social da escola, ela é muito relativa e complexa, pois há varias formas de pensar a educação, para três grandes sociólogos há diferenças da forma de pensar a função da escola na construção do aluno.

Para DURKHEIN a educação deve formar indivíduos que se adapte a estrutura social vigente instituindo os caminhos e normas que cada um deve seguir, tendo sempre como horizonte a instituição e manutenção da ordem social, a educação é um forte instrumento de coesão social e cabe ao estado ofertá-la e supervisioná-la. Para KARL MARX a educação deve ser vista como um instrumento de transformação social e não uma educação reprodutora dos valores do capital, para MARX a uma necessidade de uma escola politécnica estabelecendo três pontos principais: o ensino geral que é o estudo da literatura, ciências, letras etc.

A educação física que é atividade que promova a saúde do ser e a outra é o estudo tecnológico que visa acabar com a alienação do proletariado perante a classe dominante. Para MAX WEBER a educação é um modo pelo qual os homens são preparados para exercer as funções dentro da sociedade, sendo uma educação racional, a visão de educar está vinculada enquanto formação integral do homem, uma educação para habilitar o indivíduo para a realização de uma determinada tarefa para obtenção de dinheiro dentro de uma sociedade cada vez mais racionalizada e burocrática e estratificada.

Cabe à escola formar alunos com senso crítico, reflexivo, autônomo e conscientes de seus direitos e deveres tendo compreensão da realidade econômica, social e política do país, sendo aptas a construir uma sociedade mais justa, tolerante as diferenças culturais como: orientação sexual, pessoas com necessidades especiais, etnias culturais e religiosas etc. Passando a esse aluno a importância da inclusão e não só no âmbito escolar e sim em toda a sociedade.

Bueno (2010) se posiciona um tanto crítico sobre a realidade da função social da escola, nestas o social é ignorado. A escola torna-se uma instituição abstrata e homogênea, quando na realidade como coloca Bueno, cada escola é ímpar, e não deve ser vista de forma genérica, uma intervenção não funciona em todas as instituições, cada meio tem que ser vista de acordo com a sua história, com a sua cultura, colocando em pauta que cada instituição é única.

Atualmente existem projetos para promover cultura na escola, estes visando que os alunos ampliem sua visão de mundo, valorizando as diferentes manifestações culturais ao seu redor (...) por meio de ações que estimulem práticas culturais e educacionais nas escolas com parcerias com instituições artísticas (museus, parques arqueológicos, etc.). (FONSECA; M. C. G. T. SILVA; M. A. M. SILVA. 2010).

A escola pública nos dias atuais deixa muito a desejar quando se fala de educação e de formar cidadãos para viver numa sociedade tão multicultural e pluriétnicas, como a nossa. A falta de investimentos e de capacitação de professores, escolas sem infraestrutura adequada para o recebimento desse aluno. O modelo segregado e homogêneo que com muito esforço está mudando para o modelo de escola inclusiva, mesmo escolas sem condições adequadas para receber esse aluno. 

As escolas das nossas regiões, na promoção da cidadania não mudam muito nesse contexto generalizado, escolas que entram em reformas mais não terminam, que falta merenda, que faltam professores, que não existem equipes disciplinares qualificados para tais fins, assim, ficando difícil promover a cidadania, cujo, o contexto não sustenta, ou seja, para o estudioso João Batista oliveira a escola perdeu a sua função social," Perdemos a noção da função social da escola. Ela deixou de ser cobrada pelo cumprimento de suas obrigações essenciais e passou a ser cobrada por milhares de coisas que ela não tem condição de fazer, como cuidar da educação sexual, educação para o trânsito, para o consumo etc.", (diz Oliveira, entrevista concedida a Revista Veja “A Escola perdeu sua função social” em 10/11/2014).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desta pesquisa foi levantar as devidas compreensões sobre o embate do questionamento da função social das escolas Brasileiras. Cada uma com suas particularidades, mas, com a mesma missão, de transmitir os conhecimentos básicos para que o homem comum possa descobrir as suas habilidades, e que o mesmo venha adquirir os seus verdadeiros valores como ser humano, que esses conhecimentos ajuda-o a enxerga os fenômenos humanas e exatas, Levando-se em consideração esses aspectos, concluímos que no trabalho em questão, estamos cientes que a educação inclusiva ainda está em processo de desenvolvimento, mas historicamente é visível o avanço da educação inclusiva.

Entretanto, não podemos negar que a educação é fundamental e sempre será, porém, merece uma análise critica, e a forma como o processo educativo ocorre para as diferentes classes dominantes, aonde, mais vagas, mais tempo na escola, mais disciplinas curriculares, mais e mais regulamentos, superam a dignidade e a cidadania, para educação inclusiva ser mais eficiente na prática, devemos ter docentes inclusivos, uma infraestrutura inclusiva, uma diretriz inclusiva e uma sociedade inclusiva, só assim que vamos colher os resultados da aprendizagem dos nossos alunos, tornando-os, assim um melhor profissional, um melhor cidadão.

O professor é o protagonista, desta encenação que acontece a milhares de anos, sendo assim, os verdadeiros heróis deste questionamento. O que assistimos aqui não é uma ficção, ela é uma mera realidade, tanto para o professor, como para o aluno.

Ele era para ser o centro do universo, por que tudo o que sabemos é fruto de muita dedicação, em sua formação contínua em adquirir conhecimentos e de transpassar esses, para as novas e futuras gerações. No nosso ver essa realidade só será mudada quando estes mestres tiverem realmente os devidos reconhecimentos, não só pelos reconhecimentos fiscais, mais, sim pela matéria humana que são pessoas honestidade e dignidade de passar o que é justo e certo para as futuras gerações, cabendo-o a cada um, que adquiriu esses ensinamentos, buscar colocar em prática no seu convive social.

4. REFERÊNCIAS

Okçana Battini, Giane Albiazzetti, Fábio Luiz da Silva. Sociedade, Educação e Cultura. São Paulo: Pearson Education do BRASIL, 2013.

Edilaine Vagula, Sandra Cristina Malzinoti Vedoato. Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais. São Paulo: UNOPAR, 2014.

BUENO, José Geraldo Silveira. Função social da escola e organização do trabalho pedagógico. Em Acesso em: 23 Maio 2015.

SILVA, Maria; FONSECA, Maria; SILVA, Mirtes. Cultura na Escola: Vivências Artísticas Culturais no Ensino Público Estadual. Em: Acesso em: 23 de Maio 2015.

Bianca Bibiano, A escola perdeu sua função social no Brasil. Disponível em: Acesso em: 14 de Maio de 2015.

Frédéric M. Litto, Repensando a Educação em Função de Mudanças Sócias e Tecnológicas e os Adventos de Novas Formas de Comunicação. Disponível em: Acesso em: 18 de Maio de 2015.

Ministério da Educação/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Disponível em: Acesso em: 15 de Maio de 2015.

José Goldemberg, O repensar da educação no Brasil, Disponível em: Acesso em: 20 de Maio de 2015.

Aline Cambuí Turbio, A função Social da Escola. Disponível em: Acesso em 20 de maio de 2015.

Ritiélly Nunes Félix, Função Social da Escola na Contemporaneidade. Disponível em: Acesso em 21 de maio de 2015.

Ione campos Freitas, Função Social da Escola e a Formação do Cidadão. Disponível em: Acesso em 24 de Maio de 2015.

Trabalho apresentado ao Curso educação física da UNOPAR-  Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas Sociedade,Educação e Cultura, Educação Inclusiva,língua brasileira de Sinais-LIBRAS,Seminário da Prática I,Educação a distância.

Prof. Wilson Sanches, Mariana de Oliveira, Regina Celia Adamuz, Rosely Cardoso Mortagnini, Sandra C. Malzinoti Vedoato, Mari Clair Moro Nascimento, Vilze Vidotte Costa.

Autores: FÁBIO MEDEIROS FERNANDES, LIDIANE DA COSTA CALADO, LUCIANDO CORREIA DE SOUSA, LEANDRO PEREIRA DA SILVA, RADAMÉS ARAÚJO DIAS e WELLINGTON DOS SANTOS.

Publicado por: Wellington Santos

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