Por que iphone é tão caro

A Apple está fabricando o Iphone 13 no Brasil. A informação partiu de um usuário do Twitter que ao receber o aparelho notou a inscrição “Assembled in Brazil” (montado no Brasil, em português) na caixa. Em um post na rede social de microblogs, o usuário João Menicucci informou que comprou o aparelho na loja iPlace […]

29/04/2022 11:46

No site da Apple Brasil, o iPhone 12 Pro Max com 128GB de capacidade de armazenamento sai por R$ 10.999,00. O mesmo modelo com 512 GB sai por R$ 13.999,00. Porém, no site da Apple, o mesmo modelo, com 128GB, sai por US$ 1,099.00; e com 512 GB, sai por US$ 1,399.00.
 

A diferença é realmente absurda! Mas o dólar comercial, no início desta semana, estava R$ 5,43. Portanto, o modelo com 512GB deveria sair por R$ 7.596,57... não?!
 

Não, considerando a política tributária local dos Estados Unidos, os impostos sobre o consumo são adicionados na venda. Portanto, é bem provável que este preço não seja o preço real pago na compra; mas, este não varia tanto quanto no Brasil. Além disto, lá é comum a fidelização com as operadoras, no próprio site da Apple há a diferença entre elas. Portanto, a comparação entre os preços não é extremamente fidedigna, mas possibilita iniciar o raciocínio:
 

Será que R$ 6.042,43 são de impostos?
 

O nosso sistema tributário dificulta esta verificação. Mas, de forma aproximada, incidem os seguintes impostos:
 

- ICMS: Imposto estadual devido ao estado que recebeu, no primeiro momento, o iPhone. Seu valor depende do estado, mas - em geral - fica entre 17% e 18%. 

- ICMS DESTINO: Sim, o estado que não produziu, não empregou, não teve custo, vai levar grande parte da tributação apenas porque o consumidor lá reside.

- PIS (2,1%) e COFINS (9,65%): Duas contribuições que incidirão sobre a importação e são devidas à União. 

- IPI: Imposto que incide sobre a industrialização, inclusive na importação. Seu valor dependerá da classificação adotada.

- II: Imposto sobre Importação, cujo valor também dependerá da classificação adotada.
 

Além disso, há tributos não citados, como o IRPJ e CSLL, que não incidem sobre o consumo mas são considerados para a formação do preço das mercadorias brasileiras.
 

Estima-se que 42,69% do preço do iPhone no Brasil seja apenas de tributos federais e estaduais. Porém, há estimativas de que o peso dos tributos brasileiros sobre o iPhone esteja em torno de 60%. Orienta-se àqueles que adquirem o produto a verificarem o valor da tributação real na nota fiscal.
 

De qualquer forma, fica claro que grande parte do valor pago pelo iPhone no Brasil refere-se à tributação. E, não apenas com o iPhone... os tributos sobre o consumo encarecem demasiadamente o preço pago pelas mercadorias, o que torna nossa tributação mais pesada especialmente para aqueles quem possuem menores rendimentos.  

*Aline Guiotti é advogada do escritório Dayrell, Rodrigues e Associados, e professora. Especialista em Direito Tributário pelo IBET/GO e professora seminarista 

Todo mundo sabe que a Apple faz produtos caros. É parte da estratégia da empresa desde sempre, e o problema não é só aqui no Brasil, onde os custos são exacerbados; as reclamações sobre os preços praticados pela companhia são globais.

Recentemente, no entanto, os preços da empresa deram uma disparada. A transição começou de 2016 para 2017, quando o iPhone mais barato passou de US$ 650 para US$ 700. De 2017 para 2018, o valor subiu para US$ 750, com a chegada do iPhone XR. Já em 2017, o iPhone mais caro chegou à casa dos US$ 1.150, e em 2018 o preço máximo bateu na casa dos US$ 1.450. A curva ascendente é óbvia, e também pode ser vista no Brasil de forma mais acentuada, especialmente devido à crise enfrentada no país, o que nos permitiu chegar à gloriosa marca de um modelo de iPhone custando R$ 10 mil.

Os preços estão altos demais? Talvez para uma parte do público, e tem sido possível observar isso nos resultados trimestrais da Apple. Nos últimos anúncios, a empresa não conseguiu apresentar um aumento sólido no número de aparelhos vendidos, o que é uma estatística que, quando olhada de forma individual, mostra que as coisas poderiam não caminhar muito bem para a Apple.

No entanto, o número de unidades vendidas de iPhones é só um dos dados apresentados pela Apple. Outra informação muito mais importante é quanto a empresa fatura com as vendas destes aparelhos; de um ano para outro, as receitas com iPhone subiram de US$ 28,8 bilhões no terceiro trimestre de 2017 para US$ 37,2 bilhões no mesmo período de 2018, com um aumento de 29% no faturamento mesmo com um aumento de praticamente 0% na quantidade de aparelhos vendidos, subindo apenas de 46,68 milhões para 46,89 milhões.

Ou seja: a Apple pode não estar mais conseguindo aumentar o volume de vendas de iPhones, mas está ganhando muito mais por iPhone vendido, e isso tem compensado a estagnação nas vendas do celular da Apple. Na prática, isso significa que a empresa não tem tido motivos para se preocupar se um ou outro consumidor deixou de comprar um iPhone porque os preços ficaram altos demais: ela ainda fatura pesado porque suas margens de lucro estão aumentando.

É questionável se essa estratégia será sustentável a longo prazo. O mercado de smartphones dá sinais cada vez mais óbvios de saturação, e talvez neste momento tentar extrair o máximo de cada aparelho vendido seja uma ideia interessante do que aumentar o número de unidades vendidas, mas a Apple também apresenta alguns números preocupantes. Cada vez mais a empresa é dependente das vendas de iPhones, e quase 60% de todo o faturamento vem dos seus celulares. iPads, Macs, outros produtos e serviços dividem os outros 40%.

Neste momento, a indústria inteira de tecnologia tenta se preparar para um futuro pós-smartphones, embora a resposta para a pergunta do que vem por aí em seguida ainda não esteja muito clara. As empresas estão atirando para todo lado buscando diversificação: relógios inteligentes, caixas de som e fones equipados com assistentes virtuais e inteligência artificial, internet das coisas… até o momento, nenhuma dessas ideias realmente colou. Quando o mercado encontrar a tecnologia que pode vir a substituir o smartphone como novo paradigma da computação pessoal, a Apple pode sofrer se continuar tão dependente do iPhone. Para o bem da empresa, é importante que ela consiga encontrar o caminho antes das concorrentes.

Por que iphone é tão caro
Por que iphone é tão caro

Após pouco mais de um mês de lançamento, o iPhone 13 começou suas vendas no Brasil com preços que variam entre R$ 6.599 a R$ 15.499. Um preço salgado para uma parcela de consumidores do Brasil.

Apesar da fama, o iPhone 13 brasileiro é realmente o mais caro do mundo, quando comparamos o valor dele convertido em dólar com o preço das demais nacionalidades. 

Mas você já parou para pensar no que faz o preço do iPhone 13 ser tão alto para brasileiros? Será que a alta do dólar influencia? 

Basicamente, são três fatores que influenciam no valor caro do iPhone 13 no Brasil:

  • carga tributária;
  • valor do dólar;
  • escassez de peças.

Veja agora mais detalhes sobre cada um desses apontamentos abaixo!

Atualmente, cerca de pouco mais de 40% do iPhone 13 são somente impostos aqui em território nacional. Isso porque, o celular é um artigo importado, então é necessário pagar uma série de impostos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Há ainda o pagamento de outras tributações federais como PIS e Cofins. Por fim, ainda cabe a cada estado do país implicar também o valor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 

2. Dólar em alta 

Outro fator que contribui bastante para que o Brasil detenha o título de iPhone 13 mais caro do mundo é justamente a alta do dólar. Afinal de contas, por ser um produto importado, quanto mais caro a moeda estrangeira que comercializa, mais caro ele chega para seus consumidores.

Desde 2020, a cotação do dólar comercial não sai do patamar de R$ 5,00. Nesse sentido, tudo que chega para o Brasil em dólar sofre o impacto com um preço mais alto.

3. Escassez de peças importantes para o funcionamento do iPhone 13

Por ser um celular muito único, o iPhone 13 faz uso de chips, microchips e semicondutores que estão em falta no mercado. Por isso, esse encarecimento na disponibilidade desses itens também favorece o preço final do artigo.

Sendo uma clara aplicação da Lei da Oferta e da Demanda, essa alta em determinados materiais afetou também parte da indústria automotiva do Brasil, que por sua vez, precisou diminuir sua produção.

Produtos da Apple

Vale ressaltar que, aqui no Brasil, os produtos da Apple são considerados um artigo de luxo, já que não são todos que possuem poder aquisitivo para abrir mão de um valor tão significativo para comprar um iPhone 13.

E, ainda assim, o iPhone 13 chega mais barato no Brasil do que sua versão anterior, o iPhone 12. Nesse sentido, a Apple tem ampliado as versões de aparelhos para alcançar outras pessoas com modelos mais em conta.