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Meta © 2022 Amar a si mesmo tem o poder de curar feridas e reconstruir partes quebradas. É o antídoto contra a preguiça, a apatia e a autodepreciação. O que podemos fazer para cultivar o amor-próprio? O quanto você se ama? Pense. Pode ser que você nunca tenha se feito essa pergunta ou que nem sequer tenha refletido sobre isso. Não tem problema. É mais normal do que você imagina. Temos o mau hábito de esquecer de nós mesmos. É como se não existíssemos, como se fôssemos invisíveis aos nossos olhos, como se cuidar de nós estivesse fora da nossa lista de prioridades. Aliás, eu me atrevo a dizer que o amor-próprio não ocupa um lugar nessa lista. Como você se trata? Você já parou para refletir sobre isso? A forma como falamos conosco, a concepção que temos sobre quem somos e, em última instância, como nos valorizamos influencia a maneira como nos sentimos. O problema é que mal pensamos nisso. Temos o costume de viver na ponta dos pés, por cima, sem nos aprofundar muito em como aquilo que acontece ao nosso redor nos afeta. É como se não déssemos importância ao nosso bem-estar pessoal. A questão é que, com o passar do tempo, o peso do dia a dia aumenta e, se não tivermos cuidado, podemos acabar envoltos em uma neblina cinza que, pouco a pouco, vai nos atormentando. Viver desconectados do nosso interior tem suas consequências, embora não tenhamos consciência disso. Podemos observar esse fato na protagonista do curta que pode ser encontrado no final deste artigo. Mas, o que podemos fazer para nos libertar da armadilha do automatismo? Como impedir que os rótulos e as mensagens negativas que recebemos não continuem crescendo dentro de nós? Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto. O peso das mensagens recebidasDesde pequenos, crescemos recebendo todo tipo de mensagens sobre quem somos, o que devemos sentir e como devemos agir. Pais, familiares, professores, amigos, companheiros de vida… todos têm alguma coisa a nos dizer, na maioria das vezes com boas intenções – embora nem sempre seja positivo ou adequado para nós. Desde “isso é impossível, coloque os pés no chão” ou “você está perdendo tempo, foque no que é importante” até “você não vai conseguir” ou, simplesmente, “você sonha demais”. A questão é que todas as mensagens que recebemos nos afetam de uma maneira ou outra, sobretudo durante a nossa infância. De fato, algumas delas moldam a nossa identidade, e outras funcionam como mandamentos que devemos seguir e, quando não o fazemos, nós nos sentimos culpados. Em alguns casos, essa culpa aprendida dá origem à ferida emocional da rejeição. Uma marca muito profunda e dolorosa que se traduz em um profundo sentimento de autodepreciação, que tem como consequência a subestimação de si mesmo e um vazio no amor-próprio. Assim, crescer com essa ferida configura uma realidade muito dolorosa.
As sentenças do crítico internoSentir-se rejeitado pelos outros e, em última instância, por si mesmo cria uma armadilha mental originada pelo crítico interno. Trata-se daquela voz que vem do nosso interior e que se dedica a julgar a forma como pensamos, sentimos e agimos. Para isso, ela se vale de qualquer estratégia: comparações, críticas destrutivas ou desqualificações diversas. “Não deveria ter falado aquilo”, “eu tinha que ter agido de outra maneira”, “nada dá certo para mim” ou “eu sou um desastre” são apenas alguns exemplos de diálogos realizados pelo nosso crítico interno. O problema é que não o questionamos, muito pelo contrário. Esse tipo de mensagem está tão enraizada que lhe concedemos o valor de verdade absoluta e, de fato, tudo o que fazemos parece confirmar isso. Porque se não nos considerarmos válidos para um cargo no trabalho, para liderar uma equipe ou mesmo para escrever, provavelmente nem sequer vamos tentar, ou vamos nos boicotar para extinguir a mínima esperança que possamos abrigar em nossa mente. A influência das redes sociais no amor-próprioUm dos problemas que aumentam em grande medida as comparações e a autocrítica negativa na atualidade são as redes sociais, pois elas criam realidades alternativas que podem nos deixar encurralados se não estivermos atentos. Passar horas e horas mergulhados nesse cenário de aparências e sentimentos simulados pode nos levar a acreditar que isso é a única coisa que existe. A verdade é que é apenas uma vitrine, na qual cada pessoa pode controlar a imagem que quer transmitir aos demais.
A questão é que se nos menosprezarmos e nos rejeitarmos, ou seja, se tivermos uma imagem negativa de nós mesmos, as redes sociais vão aumentar essa percepção. De fato, elas são as provas – falsas – que vão nos confirmar como a nossa vida é entediante, como somos pouco divertidos e como estamos sozinhos. Não é fácil seguir o ritmo de vida que outras pessoas exibem nas redes sociais. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), afirma que checar com muita assiduidade as redes sociais produz inveja e a crença distorcida de que os outros têm uma vida muito mais original, feliz e interessante. Como podemos ver, nós somos especialistas em nos maltratar, mas, sobretudo, em comparar nossas vidas com as dos outros, sem perceber o absurdo disso. Para que perder tempo comparando se as condições, características, perspectivas e experiências das pessoas são diferentes umas das outras? A protagonista do curta Overcomer é um exemplo de como as redes sociais podem ser uma faca de dois gumes. Principalmente se existirem feridas do passado que não foram curadas, pois a pessoa que carrega o peso de uma ferida costuma filtrar a realidade por meio dela. Sua mente, frequentemente, opera a partir de distorções cognitivas (formas ou interpretações incorretas de processar a informação), como a abstração seletiva, a personalização, a rotulação ou o raciocínio emocional, e as redes sociais estimulam esse tipo de mecanismo.
Amor-próprio: o reencontro consigo mesmoO que fazer para barrar esse crítico interno? Como reconstruir nossas partes quebradas? É possível interromper o labirinto mental que nos mantém na autodepreciação? Parece que a protagonista do nosso curta, finalmente, descobre o ingrediente secreto: o amor-próprio.
No entanto, não é fácil se reconciliar consigo mesmo, muito menos quando o tratamento foi negativo na maior parte do tempo. São muitos anos treinando a crítica, a exigência e a desqualificação para, de repente, como num passe de mágica, começarmos a nos amar. São necessárias muitas doses de paciência, esforço, aceitação e, naturalmente, comprometimento consigo mesmo. Frequentemente, abraçar nossas partes quebradas envolve, no início, sofrimento, mas também muita coragem e a habilidade de perdoar os outros e de nos perdoarmos. Ser capazes de nos dar amor quando é dele que mais precisamos requer muita força e muito empenho. Por esse motivo, há uma série de aspectos que devemos levar em consideração para desenvolver o amor-próprio:
Como podemos observar, o amor-próprio é construído pouco a pouco, tecido com delicadeza e regado todos os dias. É aquela luz que todos carregamos dentro de nós, mas que, às vezes, temos tanta dificuldade de recarregar com intensidade. Amar a nós mesmos é o que sustenta o nosso bem-estar, o abraço que nos abriga e o bálsamo que cura nossas feridas. Por último, deixamos este curta maravilhoso que promove ainda mais reflexões sobre o amor-próprio. Pode interessar a você... |