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O poema infantil é um valioso aliado a mães e pais que desejam oferecer visões de mundo amplas aos seus pequenos. Afinal, a poesia contribui não só no desenvolvimento intelectual mas também no desenvolvimento humano. E, por proporcionar grande experimentação com as palavras, crianças costumam adorá-la, ainda mais quando exploradas em atividades de alfabetização! Os benefícios do poema infantilSegundo a professora Ana Maria Lisboa de Mello, especialista na obra poética de Cecília Meireles:
Mas, se o poema infantil é tradição no processo de alfabetização, hoje ele se torna mais que necessário. Em era de fake news, a poesia desenvolve a linguagem e o pensamento crítico, competências fundamentais para se ter autonomia num mundo de visões recortadas e polarizadas. À primeira vista algumas pessoas podem achar um poema fácil e pequeno e acreditarem que as crianças mais velhas vão ler ele em poucos minutos. Mas não se engane. Mesmo sendo um poema curto ou menor do que um livro narrativo, eles podem demandar muita fluência leitora, repertório cultural e interpretação de texto. O que pode tornar a leitura dele mais difícil do que a de um livro extenso. E, para contagiar ainda mais os pequenos que gostam de uma boa leitura infantil, o Clube Quindim trouxe um delicioso “petisco poético”. Confira abaixo algumas poesias infantis que separamos. São poemas sobre a infância, sobre o brincar, poemas sobre família, poemas para refletir e, se você quiser, também podem ser ótimas opções de poemas para educação infantil. Conheça 10 poemas para crianças1. Ou isto ou aquilo – Cecília MeirelesOu se tem chuva e não se tem sol, Veja também: 8 livros de poesia infantil que as crianças vão amar 2. A bailarina – Cecília MeirelesEsta menina Se você gostou dessas poesias de criança, veja também: 7 livros sobre o meio ambiente para a educação infantil 3. Cantiga da babá – Cecília MeirelesEu queria pentear o menino 4. A égua e a água – Cecília MeirelesA égua olhava a lagoa 5. O menino azul – Cecília MeirelesO menino quer um burrinho O menino quer um burrinho O menino quer um burrinho E os dois sairão pelo mundo (Quem souber de um burrinho desses, Escritora: Cecília Meireles Ilustrador: Odilon Moraes Editora: Global Entregue em janeiro de 2017 pelo Clube Quindim 6. Quero-quero – LalauQuero, 7. Gaivota – LalauGaivota Veja também: Seu filho diz que ler é chato? A resposta pode estar nos desafios da leitura autônoma 8. ABC da passarada – LalauAndorinha Escritor: Lalau Ilustradora: Laurabeatriz Editora: Companhia das letrinhas Entregue em novembro de 2017 pelo Clube Quindim. 9. Esperança – Roseana MurrayMuitos são os que carregam 10. Fonte – Roseana MurrayComo trapezista 11. Gavetas – Roseana MurrayCom delicadeza Escritora: Roseana Murray Ilustradora: Elvira Vigna Editora: FTD Entregue em outubro de 2017 pelo Clube Quindim. 12. Lista pessoal – Ana Maria MachadoComprar pão Não necessariamente nessa ordem Ufa! Acho que vou adiar 13. Lista de brincos – Ana Maria MachadoBrinco de listas Brinco de lata Brinco fantasia Brinco pequenino Brinco de listas Mas não uso brinco 14. Lista de chamada – Ana Maria MAchadoCada nome em seu lugar E não sei por
que o Zé Mas o nome que eu mais quero 15. Metamorfose – José Paulo PaesMe responda você Se lagarta vira borboleta 16. Fique sabendo que – José Paulo PaesO chuchu é um legume que não faz a barba 17. Bons e maus negócios – José Paulo PaesFabricantes de calçados Dentistas e protéticos Lojas de artigos de inverno Mas o que seria de nós, eu me pergunto, 18. Dicas de viagem – José Paulo PaesSe você for para a Índia Se for para o
Canadá Se for para o Equador E se for para o Peru 19 Sinal do tempo – Leo CunhaEm dia de chuva forte, 20. Minha RapunzelA minha Rapunzel mora na cobertura 21. Velha burocraciaE agora como disse o Escritor: Leo Cunha Ilustradores: Marilda Castanha e Nelson Cruz Editora: Nova Fronteira Saiba mais sobre esse livro de Leo Cunha 22. Os sapos – Manuel BandeiraEnfunando
os papos, Em ronco que aterra, O sapo-tanoeiro, Vede como primo O meu verso é bom Vai por cinquenta
anos Clame a saparia Em ronco que aterra,
Outros,
sapos-pipas
Lá, fugido ao mundo, Que soluças tu, 23. Trem de ferro – Manuel BandeiraCafé com pão Agora sim Oô… Oô… Oô… Oô… Oô…
24. Balõezinhos – Manuel BandeiraNa feira do arrabaldezinho No entanto a feira burburinha. Nas bancas de peixe, Os meninos pobres não veem as ervilhas tenras, Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a única [mercadoria útil e verdadeiramente indispensável. 25. Na rua do sabão – Manuel BandeiraCai cai balão O que me custou arranjar aquele balãozinho de papel! Ei-lo agora que sobe – pequena coisa tocante na escuridão do céu.
A molecada salteou-o
com atiradeiras Um senhor advertiu que os balões são proibidos pelas posturas municipais 26. Os sinos – Manuel BandeiraSino de Belém, Sino de Belém, pelos que ainda vêm! Sino do Bonfim, por que chora assim?… Sino do Bonfim, que vai ser de mim?…
Sino de Belém, que graça ele tem! 27. A menina avoada – Manoel de BarrosFoi na fazenda de meu pai antigamente Eu teria dois anos; meu irmão, nove. Meu irmão pregava no caixote duas rodas de lata de goiabada. A gente ia viajar. As rodas ficavam cambaias debaixo do caixote: Uma olhava para a outra. Na hora de caminhar as rodas se abriam para o lado de fora. De forma que o carro se arrastava no chão. Eu ia pousada dentro do caixote com as perninhas encolhidas. Imitava estar viajando. Meu irmão puxava o caixote por uma corda de embira. Mas o carro era diz-que puxado por dois bois. Eu comandava os bois: – Puxa, Maravilha! – Avança, Redomão! Meu irmão falava que eu tomasse cuidado porque Redomão era coiceiro. As cigarras derretiam a tarde com seus cantos. Meu irmão desejava alcançar logo a cidade – Porque ele tinha uma namorada lá. A namorada do meu irmão dava febre no corpo dele. Isso ele contava. No caminho, antes, a gente precisava de atravessar um rio inventado. Na travessia o carro afundou e os bois morreram afogados. Eu não morri porque o rio era inventado. Sempre a gente só chegava no fim do quintal E meu irmão nunca via a namorada dele – Que diz-que dava febre em seu corpo. 28. Bernardo é quase uma árvore – Manoel de BarrosBernardo é quase uma árvore Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe E vêm pousar em seu ombro. Seu olho renova as tardes. Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho; 1 abridor de amanhecer 1 prego que farfalha 1 encolhedor de rios – e 1 esticador de horizontes. (Bernardo consegue esticar o horizonte usando três Fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada.) Bernardo desregula a natureza: Seu olho aumenta o poente. (Pode um homem enriquecer a natureza com a sua Incompletude?) 29. Mundo pequeno I – Manoel de BarrosO mundo meu é pequeno, Senhor. Tem um rio e um pouco de árvores. Nossa casa foi feita de costas para o rio. Formigas recortam roseiras da avó. Nos fundos do quintal há um menino e suas latas maravilhosas. Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas com aves. Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os besouros pensam que estão no incêndio. Quando o rio está começando um peixe, Ele me coisa. Ele me rã. Ele me árvore. De tarde um velho tocará sua flauta para inverter os ocasos. 30. Exercícios de ser criança – Manoel de barrosNo aeroporto o menino perguntou: -E se o avião tropicar num passarinho? O pai ficou torto e não respondeu. O menino perguntou de novo: -E se o avião tropicar num passarinho triste? A mãe teve ternuras e pensou: Será que os absurdos não são as maiores virtudes da poesia? Será que os despropósitos não são mais carregados de poesia do que o bom senso? Ao sair do sufoco o pai refletiu: Com certeza, a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças. E ficou sendo. 31. Ofazedor de amanhecerSou leso em tratagens com máquina. Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis. Em toda a minha vida só engenhei 3 máquinas Como sejam: Uma pequena manivela para pegar no sono. Um fazedor de amanhecer para usamentos de poetas E um platinado de mandioca para o fordeco de meu irmão. Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias automobilísticas pelo Platinado de Mandioca. Fui aclamado de idiota pela maioria das autoridades na entrega do prêmio. Pelo que fiquei um tanto soberbo. E a glória entronizou-se para sempre em minha existência. Se você quiser proporcionar a descoberta da poesia infantil para o seu pequeno, um clube de assinatura como o Quindim pode te ajudar nesse processo. Cada poema infantil lido acima saiu de uma obra já enviada anteriormente para os nossos pequenos assinantes de todo o Brasil. Nossa equipe de curadoria conta ainda com nomes como Ziraldo, Ana Maria Machado e vários outros especialistas na área. E se o seu pequeno adora um poema infantil, não deixe de comentar aqui embaixo qual o preferido dele! *A imagem que ilustra este post é de autoria de Jessie Willcox Smith, reconhecida ilustradora estadunidense cujo trabalho em livros infantis compõe o grupo conhecido como o da Era de Ouro da Ilustração. APROVEITE ESTE MOMENTO PARA INCENTIVAR A LEITURA! |