Por quê? Essa é uma das perguntas que as crianças fazem com bastante frequência. Elas têm curiosidade em saber a origem das coisas e as causas dos fenômenos da natureza e em explorar aquilo que lhes parece diferente, intrigante. A disciplina de Ciências, quando bem trabalhada na escola, ajuda os alunos a encontrar respostas para muitas questões e faz com que eles estejam em permanente exercício de raciocínio. Pela importância da área para a Educação, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) - exame que mede o nível de ensino em diversos países, de três em três anos - investiga como os estudantes de 15 anos estão em relação ao aprendizado desses conhecimentos. Infelizmente, o resultado do Brasil deixa a desejar: em 2006, o país ficou em 52º lugar (de um total de 57 nações participantes). Uma das principais causas apontadas para o fracasso é a maneira de ensinar a disciplina, que muitas vezes é apoiada em concepções equivocadas e não desperta o interesse das turmas. Show
"Trabalhar os conteúdos de Ciências é dar oportunidade a crianças e jovens de entender o mundo e interpretar as ações e os fenômenos que observam e vivenciam no dia a dia", diz Luciana Hubner, formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Com a tecnologia mais presente na vida das pessoas, ter conhecimento científico também significa estar preparado para analisar as questões da contemporaneidade e se posicionar frente a elas - alguns dos objetivos da disciplina. LEIA MAIS Leve para a sala de aula discussões sobre meios de transporte, mobilidade urbana e sustentabilidade A percepção sobre a importância da área de Ciências na escola e na formação dos alunos é relativamente recente. Basta notar como ela demorou para ser incorporada ao currículo. Na concepção que vigorou do século 19 à década de 1950, impregnada de ideias positivistas, predominava o pensamento de que essa área do conhecimento era sempre neutra em suas descobertas e que os saberes delas decorrentes seriam verdades únicas e definitivas.
Investimento em tecnologia e reprodução de procedimentosSomente nos anos 1960 é que essa prática pedagógica começou a ser questionada. O movimento que se contrapôs a ela surgiu nos Estados Unidos, estendeu-se para a Inglaterra e a França e chegou, com menos força, ao Brasil. No cenário mundial, havia uma disputa econômica acirrada entre os países e entre blocos econômicos. Portanto, desenvolver tecnologias e saber usá-las para produzir riquezas começou a ser fundamental para o sucesso de uma nação. Era preciso formar mais e mais pessoas com capacidade de criar produtos, métodos e procedimentos que gerassem divisas. Nas escolas, era necessário incentivar a formação de profissionais com esse perfil e acreditou-se que o caminho para isso era levar os alunos a reproduzir os passos que cientistas já haviam trilhado ao fazer suas descobertas. Mitos pedagógicosAula deve ser experimental
Teoria e prática juntas no processo de investigaçãoO ensino tornou-se experimental, no chamado modelo da redescoberta ou tecnicista: a prática seguia roteiros preestabelecidos, num passo-a-passo encadeado para chegar aos resultados previstos. Ele se contrapôs ao tradicional ao valorizar a ação científica, mas manteve o aluno na passividade e continuou a dar ênfase às definições acabadas. O pontapé inicial é a exposição de uma situação-problema, um impasse do diaa- dia para o qual a turma mobiliza o que já sabe para tentar solucioná-la. Perguntas do tipo "por que o leite derrama quando ferve?" e "por que os alimentos cozinham mais rápido na panela de pressão?" são alguns exemplos.
O valor didático da experiência depende da forma como é feitaFalar e escrever sobre as descobertas é parte do caminho para dominar e usar a linguagem específica que aparece em textos científicos, gráficos e tabelas. "Enquanto o aluno re-elabora sua percepção anterior de mundo, ao entrar em contato com a visão trazida pelo conhecimento científico, ele também se apropria de novas linguagens", diz Luis Carlos de Menezes em um dos capítulos do livro O Desafio de Ensinar Ciências no Século XXI. 5 perguntas para Eduardo SchechtmannProfessor do 8º e 9º ano e coordenador de Ciências na Escola Comunitária de Campinas, em Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo. Como a maneira de ensinar impacta a formação dos alunos?
Linha do tempo do ensino de Ciências no Brasil1879 É fundada a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro. Professores seguem o pressuposto de que o aluno descobre as relações entre os fenômenos naturais com observação e raciocínio.
Metodologias mais comuns no ensino de CiênciasO ensino de Ciências dos últimos 50 anos adotou estratégias diferentes. Confira. Expectativas de aprendizagem em Ciências do 1º ao 9º anoAs orientações curriculares da prefeitura de São Paulo recomendam, entre outros itens, que ao fim do 5º ano os alunos sejam capazes de:
O documento prevê ainda que os estudantes, ao fim do 9º ano, saibam:
Veja mais sobre:Terra e universoMatéria e EnergiaVida e EvoluçãoAnos iniciais do FundamentalAnos finais do FundamentalSeres vivosCiênciasCorpo humano O que deve ser trabalhado nas situações de aprendizagem de Ciências Naturais?O ensino de Ciências Naturais precisa possibilitar a consciência crítica, solidária, reconhecimento da diversidade cultural e ambiental local para possibilitar a qualidade do ensino e melhoria de vida.
Qual e o papel das ciências da natureza nas séries iniciais do ensino fundamental?O ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental tem como objeto promover o interesse e curiosidade dos alunos a respeito do mundo que o cerca criando um ambiente em sala de aula que propicie o senso crítico e o desenvolvimento de uma leitura de mundo que os tornem cidadãos conscientes.
Como ensinar Ciências Naturais no ensino fundamental?Aqui estão cinco atributos de um professor de ciências do ensino fundamental eficaz que se alinham com os novos padrões.. Alimente a curiosidade do aluno. ... . Incentive o pensamento científico. ... . Desenvolva a alfabetização científica. ... . Integre a ciência com outras disciplinas.. Como deve ser o ensino de ciências nos anos iniciais?Diante do exposto, o ensino de Ciências, nos anos iniciais, precisa ser valorizado e, muitas vezes, as metodologias utilizadas devem ser repensadas com o intento de possibilitar uma atenção especial em relação à faixa etária desses alunos; mas, para isso, é necessária uma transformação na concepção de Ciências de ...
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