Como a Prússia conseguiu anexar os estados do Sul para concluir a unificação da Alemanha?

Otto Eduard Leopold von Bismarck-Schönhausen, Príncipe de Bismarck, Duque de Lauenburg (Schönhausen, 1 de abril de 1815 — Aumühle, 30 de julho de 1898) foi um nobre, diplomata e político prussiano e uma personalidade internacional de destaque do século XIX.

Otto von Bismarck, o chanceler de ferro, foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a ele lançar as bases do Segundo Império, ou 2º Reich (1871-1918), que levou os países germânicos a conhecer pela primeira vez na sua história a existência de um Estado nacional único. Para unificar a Alemanha, Bismarck desprezou os recursos do liberalismo político, preferindo a política da força,[1] assim como tomou firmes atitudes anticlericais contra a Igreja católica numa política que ficou conhecida por Kulturkampf (luta pela cultura).

A unificação alemã garantiu a junção territorial dos ducados e reinos da Confederação Germânica para formar o Império Alemão na segunda metade do século XIX.

Como a Prússia conseguiu anexar os estados do Sul para concluir a unificação da Alemanha?
Ilustração britânica do século XIX retrata Otto von Bismarck e seus generais durante a Guerra Franco-Prussiana

A unificação alemã aconteceu na segunda metade do século XIX e foi a responsável por agrupar o território que corresponde atualmente ao Estado-nação conhecido como Alemanha. Esse processo foi conduzido pela Prússia, o reino mais industrializado da região, que, sob a liderança de Guilherme I e de Otto von Bismarck, promoveu uma série de guerras para estabelecer a configuração política e territorial alemã.

Antecedentes

No começo da segunda metade do século XIX, a região da atual Alemanha era formada por uma série de pequenos reinos e ducados, que estavam assim definidos desde o Congresso de Viena e dos quais muitos estavam sob o domínio do Império Austríaco (Império Austro-húngaro a partir de 1867). Esses reinos possuíam a mesma base cultural, porém não eram unificados na forma de um Estado-nação.

A região possuía duas forças hegemônicas: o Reino da Prússia, liderado pela dinastia da Casa de Hohenzollern e que era o reino mais desenvolvido economicamente da região, e o Império Austríaco, governado pela dinastia dos Habsburgo e uma força claramente decadente a partir da segunda metade do XIX.

Desde o começo do século XIX, houve o fortalecimento dos ideais nacionalistas na região que defendiam a unificação do povo de origem germânica. Durante as revoluções liberais de 1848, movimentos foram organizados em prol desse ideal, no entanto, fracassaram em alcançar esse objetivo.

O projeto de unificação da região foi liderado pela Prússia, que via nesse plano uma forma de garantir o seu desenvolvimento econômico. Dessa forma, a liderança prussiana nesse processo iniciou-se, de fato, a partir da coroação de Guilherme I como rei da Prússia e da nomeação de Otto von Bismarck como primeiro-ministro.

Além de outros nomes importantes da gestão prussiana como Helmuth von Moltke, Guilherme I e Otto von Bismarck conduziram um grande processo de desenvolvimento econômico e industrialização da Prússia. Eles ainda realizaram a modernização do exército prussiano, transformando-o em um dos melhores de toda a Europa.

A unificação alemã foi estabelecida após o enfrentamento de grandes nações europeias em três conflitos distintos. Primeiramente, houve a Guerra dos Ducados, na qual os prussianos enfrentaram a Dinamarca. Em seguida, ocorreu a Guerra Austro-Prussiana contra os austríacos e, por fim, houve a Guerra Franco-Prussiana, que consolidou a unificação germânica.

Guerras de unificação

Após efetivar o projeto de modernização e industrialização da Prússia, o primeiro-ministro prussiano iniciou a conquista de territórios a partir de dois ducados que pertenciam à Dinamarca: Holstein e Schleswig. A ambição prussiana sobre eles levou a um conflito conhecido como Guerra dos Ducados.

Esse conflito foi iniciado pela Prússia, em parceria com a Áustria, sob o pretexto de a Dinamarca ter descumprido um item de um tratado firmado em 1852. Nesse acordo, a Dinamarca assegurava a autonomia política para as duas regiões, no entanto, ao promulgar uma nova Constituição em 1863, o Reino da Dinamarca reduziu essa autonomia, o que foi usado como pretexto pela Prússia para conduzir a invasão desses ducados em 1864.

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Os dois ducados foram rapidamente conquistados pela Prússia, e a ocupação deles pela Prússia e Áustria gerou um desentendimento entre essas duas nações que levou a um novo conflito pouco tempo depois, em 1866: a Guerra Austro-Prussiana. Pouco antes desse conflito começar, Bismarck havia agido diplomaticamente garantindo a neutralidade francesa.

A Guerra Austro-Prussiana foi uma primeira grande mostra do poderio militar pelo modernizado exército prussiano. Durante essa guerra, os prussianos conseguiram o apoio dos italianos, que também passavam pelo seu processo de unificação. Isso foi estrategicamente vital para a vitória prussiana, pois dividiu as forças austríacas em duas frentes, fazendo-as lutar enfraquecidas contra os prussianos.

Com a vitória sobre a Áustria, a Prússia invadiu e anexou grande parte dos ducados germânicos que lutaram do lado dos austríacos na guerra. Além disso, com essa conquista, os prussianos formaram a Confederação Germânica do Norte, que fez a exclusão da Áustria e obrigou os austríacos a pagar indenização de guerra aos prussianos.

O último conflito da unificação alemã foi a Guerra Franco-Prussiana, que ocorreu entre 1870 e 1871, entre a França e o Reino da Prússia. Essa guerra teve como estopim um desentendimento entre essas duas nações pela sucessão do trono espanhol. Além disso, havia uma certa disputa pelo controle de reinos germânicos que ainda não haviam sido anexados pelos prussianos.

A Guerra Franco-Prussiana alterou completamente o panorama político e parte do mapa europeu. O exército francês, apesar de algumas boas batalhas, mostrou-se obsoleto em questões de estratégia e de armamentos durante a guerra e, por isso, sofreu uma grande derrota para os prussianos. Esse fracasso custou aos franceses uma grande humilhação ao terem de aceitar condições vexatórias impostas pelos prussianos.

Os prussianos exigiram a posse da Alsácia-Lorena, como também cobraram 5 bilhões de francos de indenização e obrigaram os franceses a aceitar uma marcha triunfal do exército da Prússia sobre a cidade de Paris. Com a vitória e os novos territórios, Guilherme I inaugurou o Império Alemão em 1871 e foi corado kaiser (Imperador).

Consequências

A unificação alemã foi responsável por alterar a balança de poder na Europa no final do século XIX. O sucesso desse projeto liderado por Otto von Bismarck colocou a Alemanha como potência e fortaleceu as ambições imperialistas dos alemães que se lançaram no objetivo de obter colônias na África.

A humilhação imposta à França, ao final da Guerra Franco-Prussiana, ainda amargou as relações desses dois países e contribuiu para o desenvolvimento de um revanchismo, fator importante para o começo da Primeira Guerra Mundial. Assim, foi colocado em prática o projeto imperialista germânico na Europa, uma vez que, tempos depois, em 1914, a Alemanha iniciava a ofensiva contra a França.

Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Por Daniel Neves Silva

Como ocorreu a conquista dos estados do Sul para concluir a unificação da alemã?

Resposta: Para concluir o objetivo de unificar todos os estados Germânicos, a Prússia precisava conquistar os Estados do sul... Com um exercito formado por militares prussianos e de outros estados germânicos , a Prússia comandou a invasão e a conquista da França.

Quais foram os fatores que levaram a unificação da Alemanha?

As principais causas da unificação foram: - Criação de uma unidade política e administrativa para toda região ocupada pelos estados da Confederação Germânica. - Necessidade de colaboração econômica entre os estados germânicos. - Crescimento do nacionalismo, que defendia a união dos germânicos num só país.

Quais os estados alemães sobressaiu na condução do processo de unificação?

Letra A: O Estado que sobressaiu no processo da unificação alemã foi a Prússia.

Quando ocorreu o processo de unificação da Alemanha?

Essa experiência fez recordar as realizações do povo francês nas Guerras Napoleônicas, em particular na Guerra da Libertação de 1813–14. Ao estabelecer uma Alemanha sem a Áustria, a unificação política e administrativa em 1871 solucionou, temporariamente, o problema do dualismo.