O nosso corpo apresenta várias glândulas. Algumas estão presentes na pele, como é o caso das glândulas sudoríparas, que produzem suor, e das glândulas sebáceas, famosas por secretar o sebo. Que tal saber mais sobre essas últimas glândulas?
→ Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas estão localizadas na nossa derme, uma camada mais profunda da pele. Elas apresentam ductos que levam a secreção por elas produzidas até os folículos pilosos, onde nascem os pelos. Existem áreas, no entanto, que não possuem pelos, e os ductos lançam sua secreção imediatamente na pele. Esse é o caso das glândulas localizadas no lábio. Em virtude da presença de ductos, dizemos que a glândula sebácea é do tipo exócrina.
As glândulas sebáceas estão dispostas em praticamente todo nosso corpo. São muito abundantes no coro cabeludo, entretanto, são ausentes na pele situada na palma das mãos e na planta dos pés.
→ O que é o sebo?
O sebo é uma secreção rica em substâncias lipídicas, ou seja, é uma substância de constituição oleosa. Ele é também constituído de porções da própria célula secretora e, por isso, dizemos que a glândula sebácea é do tipo holócrina. A função dessa secreção é lubrificar o pelo e a pele, além de proteger a pele contra a perda de água.
→ Qual é a relação entre as glândulas sebáceas e a acne?
A formação da acne está relacionada com o aumento dos níveis de hormônios
A produção exagerada de sebo está diretamente relacionada com o surgimento da acne. Quando surgem desequilíbrios hormonais, essas glândulas passam a produzir mais sebo. Observa-se que o aumento de sebo é maior na puberdade em virtude da ação de hormônios sexuais e é por isso que ocorre mais acne em adolescentes.
A acne aparece quando as glândulas sebáceas produzem uma grande quantidade de secreção e um tampão é formado na superfície da pele. O sebo acumulado propicia o desenvolvimento de bactérias, que causam um processo inflamatório. Essa inflamação nas glândulas sebáceas e nos folículos pilosos é a chamada acne.
Apesar de a acne não causar danos graves à saúde que ameacem a vida do indivíduo, ela está relacionada com muitos fatores psicológicos. Em razão do surgimento de lesões cheias de pus e, posteriormente, o aparecimento de cicatrizes, muitas pessoas sentem-se com a autoestima abalada por causa do problema. Sendo assim, o tratamento da acne é fundamental para melhorar a qualidade de vida de uma pessoa, fazendo com que ela se sinta melhor com ela mesma.
Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:
Existe muitas curiosidades sobre como as glândulas podem ser classificadas em quatro tipos diferentes que são:
- Ao local de eliminação das secreções.
- Ao modo de eliminação das secreções.
- Ao número de células.
- À forma da glândula.
A seguir estudaremos todas estas classificações!
Vamos lá!
I) Local de Eliminação das Secreções
1º Glândulas Exócrinas
São glândulas dotadas de ductos ou canais que transportam a secreção desde a glândula até o epitélio. A secreção é eliminada na superfície do epitélio de revestimento que a originou.
Exemplos: glândulas mamárias, sudoríparas, sebáceas, salivares, gástricas, intestinais, entre outras.
2º Glândulas Endócrinas
São glândulas que não possuem ductos ou canais para transporte de substâncias. Não entram em contato com o epitélio do qual se originaram. Suas secreções são chamadas de hormônios e são coletadas pelos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo.
Exemplos: hipófise, tireoide, suprarrenais, entre outras.
3º Glândulas Anfícrinas ou Mistas
Como o próprio nome diz, são mistas. Comportam-se como glândulas exócrinas e endócrinas ao mesmo tempo.
Exemplos:
Pâncreas
- Parte exócrina: secreção de enzimas digestivas.
- Parte endócrina: secreção dos hormônios insulina, glucagon e gastrina.
Ovários:
- Parte exócrina: produz óvulos.
- Parte endócrina: secreção dos hormônios estrogênio e progesterona.
Testículos:
- Parte exócrina: produz espermatozoides.
- Parte endócrina: secreta o hormônio testosterona.
II) Modo de Eliminação das Secreções
- Merócrinas ou Écrinas
- Holócrinas
- Apócrinas
A – Glândulas Merócrinas ou Écrinas
Essas eliminam exclusivamente a secreção. Não ocorre perda da célula secretora da glândula.
Exemplos: glândulas lacrimais, salivares e sudoríparas.
B – Glândulas Holócrinas
A célula inteira se destaca da glândula, desintegrando-se ao levar consigo o produto de secreção acumulado. Ocorre perda total da célula secretora. Neste caso, a atividade da glândula é mantida por um contínuo processo de renovação celular.
Exemplo: glândulas sebáceas.
C – Glândulas Apócrinas
As células eliminam a secreção juntamente com parte de seu citoplasma e, em seguida, a célula secretora regenera-se. Ocorre perda parcial da célula secretora.
Exemplos: glândulas mamárias, sudoríparas e odoríferas (das axilas e a da região perianal).
III) Número de Células
- Unicelulares
- Pluricelulares
A – Glândulas Unicelulares
A secreção é elaborada por uma única célula.
Exemplo: glândulas caliciformes (mucosas) das fossas nasais.
B – Glândulas Pluricelulares
A secreção é realizada por grupos de células agregadas.
Exemplos: glândulas sudoríparas, lacrimais.
IV) Forma da Glândula
Vamos ver agora as três formas da glândula.
Mas antes, preste atenção!
Quando a glândula é simples, ela possui apenas um ducto, quando é composta, possui mais de um ducto e quando é ramificada, possui duas ou mais porções secretoras que se unem em um único ducto secretor.
Agora sim, vamos lá!
A – Glândula Tubulosa ou Tubular
A porção secretora da glândula assume a forma de tubo. Pode ser simples, ramificada ou enrolada.
Tubulosa SimplesNão possui ductos diferenciados. A porção secretora se abre diretamente na superfície.
Exemplos: glândulas intestinais (glândulas de Lieberkuhn)
Tubulosa Simples RamificadaCada glândula consiste em várias porções tubulares secretoras que convergem para um único tubo não ramificado.
Exemplos: glândulas gástricas e uterinas.
Tubulosa Simples EnroladaDucto tubular com uma porção enrolada.
Exemplos: glândulas sudoríparas e vesículas seminais.
B – Glândula Acinosa ou Alveolar
A porção secretora assume a forma de um cacho de uvas. Pode ser simples, ramificada ou composta.
Acinosa SimplesOcorrem como bolsas nas superfícies epiteliais e acham-se revestidas por células secretoras.
Exemplo: glândula mucosecretora da uretra peniana.
Acinosa Simples RamificadaCada glândula consiste em vários ácinos secretores que se esvaziam em um único canal excretor.
Exemplo: glândulas sebáceas.
Acinosa CompostaAs unidades possuem forma de ácinos e drenam as secreções para um sistema de ductos ramificados.
Exemplos: glândulas do pâncreas exócrino e parótidas.
C – Glândula Túbulo-acinosa
Glândula onde se encontram ao mesmo tempo porções secretoras tubulosas e acinosas. Pode ser simples ou composta.
Túbulo-acinosa SimplesOcorre porção tubular e acinosa em um único ducto.
Exemplo: glândulas mucosas esofagianas.
Túbulo-acinosa CompostaPossui unidades secretoras que consistem em componentes tubulares ramificados e componentes acinosos ramificados.
Exemplo: glândula salivar submandibular.
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