Como foi o eleito o primeiro presidente da República?

Confira nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você, a biografia do marechal Deodoro da Fonseca. Nele há muitas informações e curiosidades sobre a história do primeiro presidente da República do Brasil.

A queda do regime monárquico e a proclamação da República ocorreram em um clima de ordem e concordância entre as elites. A ideia dominante era mudar apenas a forma de governo, sem revolucionar a sociedade brasileira. Por isso, não houve interesse por parte das elites em convocar a população para participar desse processo.

No Brasil, um personagem foi fundamental para a mudança da Monarquia Parlamentar para a República como forma de governo: o marechal Deodoro da Fonseca.

  • Quem foi o marechal Deodoro da Fonseca?
  • Carreira militar do marechal Deodoro da Fonseca
  • Qual a participação de Deodoro da Fonseca na Proclamação da República?
  • Quais foram as primeiras medidas republicanas?
  • Quais foram os ministros do marechal Deodoro da Fonseca?
  • Como foi a elaboração da Constituição de 1890?
  • Qual foi o motivo da renúncia de Deodoro da Fonseca?
  • Morte do marechal Deodoro
  • Veja também:
  • Referência

Manuel Deodoro da Fonseca nasceu em Alagoas, em 1827, numa família de nove irmãos – todos militares. Seu pai, Manuel Mendes da Fonseca, chegou à patente de tenente-coronel. Seu irmão mais velho, Hermes Ernesto da Fonseca, foi o pai de Hermes da Fonseca (que também chegou à Presidência da República) e chegou ao posto de marechal-de-Exército.

Carreira militar do marechal Deodoro da Fonseca

Com 16 anos de idade, Manuel Deodoro da Fonseca matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro, terminando o curso de Artilharia em 1847. Em 1848, participou de sua primeira ação militar: a repressão à Revolução Praieira – insurreição dos liberais de Pernambuco.

Aos 33 anos casou-se com Mariana Cecília de Sousa Meireles, mas não teve filhos. Deodoro considerava seu sobrinho – Hermes da Fonseca, oitavo presidente do Brasil – como o filho que nunca teve. 

Deodoro na Guerra do Paraguai

No ano de 1852, foi promovido a primeiro-tenente. Em 24 de dezembro de 1856 recebeu a patente de capitão. Em dezembro de 1864, participou do cerco a Montevidéu durante a intervenção militar brasileira contra o governo de Aguirre no Uruguai. Pouco depois, esse país, sob novo governo, junto ao Brasil e à Argentina formaram a Tríplice Aliança –  ofensiva contra o ditador paraguaio Francisco Solano López.

Em 1865, Deodoro combateu pelo Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai e comandou o segundo Batalhão de Voluntários da Pátria. Seu desempenho lhe garantiu uma menção especial na ordem do dia de 25 de agosto de 1865. No ano seguinte, recebeu a comenda no grau de Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro e, em 22 de agosto, a patente de major. 

Deodoro perdeu dois irmãos no campo de batalha e, em Itororó, na Bahia, foi ferido gravemente, mas sobreviveu e continuou na luta. Ele participou de todos os cinco anos de duração da guerra, lutando em favor do Brasil. 

Em 1874, Deodoro é promovido ao posto de brigadeiro. Em 1885, tornou-se, pela segunda vez, comandante d’armas e vice-presidente da Província do Rio Grande do Sul. Dois anos depois recebeu a patente de marechal de Campo. 

Como foi o eleito o primeiro presidente da República?

Participação de Deodoro na “Questão Militar”

Sendo um grande defensor da abolição da escravatura, ele ordenou que o Exército não mais colaborasse na captura de fugitivos. Pelo seu envolvimento na “Questão Militar” – embates entre oficiais do Exército e representantes da Monarquia – Deodoro foi chamado de volta ao Rio de Janeiro. 

Contudo, o seu retorno foi motivado, ainda, por ele ter permitido que a oficialidade da guarnição de Porto Alegre se manifestasse politicamente, o que era proibido pelo governo imperial. Chegando ao Rio, Deodoro foi festivamente recebido por seus colegas e pelos alunos da Escola Militar. Ele foi, assim, eleito primeiro presidente do Clube Militar, entidade que ajudou a constituir.

Qual a participação de Deodoro da Fonseca na Proclamação da República?

Em 1889, apesar da intensa propaganda em prol da República, a ideia de mudança de regime político não encantava a população. Os líderes do movimento resolveram, então, arquitetar um golpe militar, mas precisavam de um líder carismático para liderar o movimento. 

Assim os revolucionários foram ao encontro de Deodoro em sua casa, na madrugada do dia 14 de novembro de 1889. Eles o informaram sobre o boato de que, ao amanhecer do dia, seria preso a mando do primeiro-ministro liberal Visconde de Ouro Preto. 

A falsa notícia de que sua prisão havia sido decretada foi o argumento decisivo que convenceu Deodoro a finalmente levantar-se contra o governo imperial. Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu um batalhão e seguiu para o quartel general do Exército, no Campo da Aclamação – hoje chamado Praça da República – no Rio de Janeiro.

Mesmo com a deposição, não havia movimentação. O próprio Deodoro gritou para elas, formadas diante do Quartel-General: “Viva Sua Majestade, o Imperador!”.

Enquanto isso, D. Pedro II reuniu o Conselho de Estado no Paço Imperial e, depois de ouvi-lo, decidiu aceitar a demissão pedida pelo Visconde de Ouro Preto e organizar um novo Ministério.

Para aproveitar os acontecimentos e convencer Deodoro a romper de vez os laços com a Monarquia, os republicanos elaboraram outra notícia falsa. 

Quintino Bocaiúva e o Barão de Jaceguai mandaram um mensageiro a Deodoro para informar-lhe que o novo primeiro-ministro escolhido pelo Imperador era Gaspar Silveira Martins, político gaúcho com quem o marechal não se dava bem. Issopor conta de terem disputado o amor da mesma mulher na juventude. Assim, Deodoro foi convencido a derrubar o regime.

A Proclamação da República

No Ministério da Guerra, ele depôs todo o gabinete de Ouro Preto e, mesmo doente, rumou ao Parlamento do Império e proclamou a República. O decreto, assinado pelo marechal, diz:

“Art. 1º – Fica proclamada provisoriamente e decretada como a forma de governo da Nação brasileira – a República Federativa.

Art. 2º – As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da Federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil.

Art. 4º – Enquanto, pelos meios regulares, não se proceder à eleição do Congresso Constituinte do Brasil e bem assim à eleição das Legislaturas de cada um dos Estados, será regida a Nação brasileira pelo Governo Provisório da República; e os novos Estados pelos Governos que hajam proclamado ou, na falta destes, por Governadores delegados do Governo Provisório.”  – Fonte: Presidência da República / Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos

No mesmo dia foi constituído o Governo Provisório. O marechal Deodoro assumiu o poder e o ministério foi formado por personalidades, como:

  • Campos Salles;
  • Benjamin Constant;
  • Quintino Bocaiúva;
  • Rui Barbosa; e 
  • Floriano Peixoto.

À noite do dia 15, o Imperador encarregou o conselheiro José Antônio Saraiva de presidir o novo ministério. O Primeiro-Ministro recém-empossado dirigiu-se por escrito ao marechal, comunicando-lhe a decisão do Imperador. Porém, Deodoro já havia concordado em assinar os primeiros atos que estabeleciam o regime republicano e federativo.

O primeiro ato do novo governo foi transformar as províncias do extinto Império em estados federados. Todas as províncias enviaram, logo, manifestações de adesão ao novo regime, de modo que a República foi estabelecida em todo o país praticamente sem lutas.

A única exceção foi o estado do Maranhão, onde antigos escravos tentaram esboçar uma reação correndo pelas ruas da capital, São Luís, com a bandeira do Império e dando vivas à Princesa Isabel. 

Eles foram dispersos pelo alferes Antônio Belo, com o saldo de três mortos e alguns feridos. Esses três negros, de quem a História não guardou os nomes, foram os únicos mortos da Proclamação da República no Brasil.

O exílio da Família Real 

Em 16 de novembro, o marechal Deodoro enviou uma mensagem à Dom Pedro II, intimando-o a deixar o país dentro de 24 horas e oferecendo-lhe a quantia de 5 mil contos de réis para seu estabelecimento no exterior. O Imperador recusou a oferta financeira e partiu para Portugal, junto com toda a família real. Ele pediu somente um travesseiro com terras do Brasil para repousar a cabeça quando morresse.

Quais foram as primeiras medidas republicanas?

Na manhã do dia 19 de novembro, o projeto da bandeira do Brasil foi levado para Deodoro, por Lopes Trovão – um dos líderes republicanos. O desenho não agradou, já que era muito semelhante à bandeira dos Estados Unidos

Os republicanos insistiram, mas Deodoro irritou-se e fez uma das suas declarações mais famosas: “Senhores, mudamos o regime, não a Pátria. Nossa bandeira é reconhecidamente bela, e não vamos mudá-la!”.

Como foi o eleito o primeiro presidente da República?

A nova bandeira da República

Assim, lançou-se a ideia de manter as cores tradicionais verde e amarela – oriundas das famílias reais de Orleans e Bragança – mas substituir o brasão imperial, por uma esfera celeste. Ao centro estaria representado o Cruzeiro do Sul. A esfera seria cortada por uma faixa branca com a inscrição “Ordem e Progresso” – oriunda do lema positivista “amor por princípio, ordem por base e progresso por fim”.

A bandeira foi desenhada por Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, com o auxílio de Miguel Lemos e do professor de astronomia Manuel Pereira Reis.

Quais foram os ministros do marechal Deodoro da Fonseca?

Ainda no dia 19 de novembro, o marechal Deodoro outorgou o Decreto nº4 que oficializou a bandeira nacional. Também foi publicado os componentes dos ministérios da República, sendo eles:

  • Chefe do Governo Provisório – Marechal Manuel Deodoro da Fonseca;
  • Ministro da Justiça – Manuel Ferraz de Campos Sales; e Henrique Pereira de Lucena, Barão de Lucena;
  • Ministro da Marinha – Vice-Almirante Eduardo Wandenkolk; e Contra-Almirante Fortunato Foster Vidal;
  • Ministro da Guerra – Ten.-Cel. Benjamin Constant Botelho de Magalhães; Marechal Floriano Vieira Peixoto; e General Antônio Nicolau Falcão da Frota;
  • Ministro dos Negócios Estrangeiros – Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiúva;
  • Ministro da Fazenda – Rui Barbosa; e Tristão de Alencar Araripe;
  • Ministro do Interior – Aristides da Silveira Lobo; José Cesário de Faria Alvim; e Tristão de Alencar Araripe;
  • Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas – Demétrio Nunes Ribeiro; Francisco Glicério de Cerqueira Leite; e Henrique Pereira de Lucena, Barão de Lucena; e
  • Ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos – Ten.-Cel. Benjamin Constant Botelho de Magalhães.

Como foi a elaboração da Constituição de 1890?

No primeiro ano de governo provisório houve eleições em todos os estados brasileiros. No dia 15 de novembro de 1890, instalou-se a primeira Assembléia Nacional Constituinte da República. 

O projeto da Carta Magna seguiu um modelo inspirado nas constituições dos Estados Unidos e da Argentina e foi revisado por Rui Barbosa. Pouco mais de três meses após o início dos trabalhos, a constituição republicana estava promulgada.

Você pode conferir a história das constituições brasileiras com o Prof. Marco Túlio no vídeo abaixo:

A primeira nação a reconhecer o novo governo foi a Argentina, em 20 de novembro de 1889. Indispostos com o Império por suas intervenções militares na região platina, os argentinos promoveram em Buenos Aires homenagens especiais à Proclamação da República no Brasil.

Qual foi o motivo da renúncia de Deodoro da Fonseca?

Nesse período inicial, ficou decidido que o primeiro Presidente e o Vice deveriam ser eleitos pelos constituintes. Deodoro venceu Prudente de Moraes – o candidato da elite cafeicultora – com uma pequena vantagem de votos.

Em 1891 uma grave crise atingiu o governo, sendo, o episódio conhecido como o “encilhamento”. As reformas monetária e bancária, criadas por Rui Barbosa, não deram certo e a economia do país ruiu. 

Deodoro mantinha no ministério um monarquista: o Barão de Lucena. Isso fez aumentar o número de insatisfeitos no Congresso Nacional. Os acontecimentos ameaçavam o governo, de modo que até o Exército se voltara contra o presidente. 

Deposição do marechal Deodoro da Fonseca

Irritado com a  aprovação da lei que regrava as condutas do Presidente da República, Deodoro da Fonseca decidiu fechar o Congresso. Como resposta, em 23 de novembro de 1891, ocorreu o episódio da Revolta da Esquadra, quando o Almirante Custódio de Melo, a bordo do encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro, forçando a renúncia do presidente, que entregou o poder ao vice-presidente.

Floriano Peixoto assumiu a Presidência. Conta-se que Deodoro deixou o poder com as seguintes palavras: “Acabo de assinar a carta de alforria do derradeiro escravo do Brasil”. 

Morte do marechal Deodoro

Deodoro morreu em 23 de agosto de 1892, afastado do Exército e da República. O corpo foi enterrado com todas as honras militares, mas à seu pedido, levou no peito apenas uma das muitas condecorações que recebera em vida: a Medalha da Confederação Abolicionista. 

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Como foi o eleito o primeiro presidente da República?

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Referência

  • https://www.stm.jus.br/o-stm-stm/memoria/presidentes-de-honra/item

Como foi eleito o primeiro presidente da República?

O primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto popular foi Prudente de Morais, eleito presidente da república em 1º de março de 1894.

Qual foi a primeira eleição para presidente?

Eleição presidencial no Brasil em 1989
15 de novembro (primeiro turno) 17 de dezembro (segundo turno)
Natural de
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Vice
Itamar Franco (PRN)
Votos
35 089 998
Eleição presidencial no Brasil em 1989 – Wikipédia, a enciclopédia livrept.wikipedia.org › wiki › Eleição_presidencial_no_Brasil_em_1989null