Como o esporte adaptado pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência?

A atividade física para pessoas com deficiência melhora a condição cardiovascular, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora e o equilíbrio.

A prática de exercícios físicos é importante para a saúde de qualquer pessoa, isso já é senso comum. Está comprovado que se exercitar com regularidade gera diversos benefícios para a saúde física e mental da pessoa e, além disso, melhora a qualidade de vida.

O que muitos não sabem é que os exercícios físicos podem trazer ainda mais benefícios para pessoas com deficiência. A prática de esporte melhora a condição cardiovascular, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora e o equilíbrio.

Todas essas vantagens contribuem para o melhor conhecimento sobre o corpo e a maior facilidade para realizar atividades diárias. Na realidade, não praticar exercícios pode, inclusive, aumentar os efeitos da limitação motora.

Além dos aspectos físicos, o esporte também cria oportunidades de socialização com outras pessoas e ajuda a dar mais independência para a pessoa com deficiência.  

A prática de exercícios também contribui com o psicológico, aumentando a autoconfiança e autoestima, otimismo e a percepção de capacidade.  

Todos podem praticar esportes?

O número de pessoas que se preocupa com a saúde tem aumentado de maneira geral no mundo. As pessoas estão mais atenciosas com a sua alimentação e com a prática de exercícios físicos.

No caso das pessoas com deficiência não é diferente. O número de adeptos à prática esportiva também tem aumentado bastante nos últimos anos, principalmente devido às políticas de inclusão e conscientização das pessoas.

Todas as pessoas, com ou sem deficiência, devem buscar acompanhamento médico antes de iniciar alguma prática esportiva. Muitas doenças cardíacas, respiratórias ou circulatórias podem ser agravadas com a prática do esporte inadequado.

No caso de pessoas com deficiência, assim como os idosos, as limitações físicas ou motoras devem ser consideradas na hora de escolher um esporte, além de ter sempre a orientação de um profissional especializado.

Qual modalidade esportiva deve ser escolhida?

Diversas modalidades esportivas já foram adaptadas para a prática por pessoas com diferentes deficiências. As escolhas mais comuns são natação, atletismo, basquete, voleibol, futebol, tênis, tênis de mesa e bocha.

Todos possuem regras adaptadas e classificações funcionais para gerar condição de igualdade e competitividade.

O profissional de educação física é o mais indiciado para adaptar exercícios para que as pessoas com deficiência possam aproveitar as atividades ao máximo.  

Esportes mais comuns por tipo de deficiência:

Atividade física para pessoas com deficiência visual:

Atletismo, ciclismo, futebol, judô, natação, goalball, hipismo, halterofilismo e esportes de inverno.

Atividade física para pessoas com deficiência auditiva:

Atletismo, basquetebol, ciclismo, futebol, handebol, natação, vôlei, natação, e muitas outras (quase as mesmas das pessoas sem deficiência, pois não existem grandes limitações dos deficientes auditivos).

Atividade física para pessoas com deficiência física:

Atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação, rugby, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado e para amputados e modalidades de inverno.

Principais barreiras a serem enfrentadas

Certamente o preconceito é a principal barreira enfrentada pelas pessoas com deficiência, mas além dessa outras dificuldades são:

  • Falta de apoio familiar
  • Insegurança
  • Falta de motivação
  • Sedentarismo
  • Desrespeito

A sociedade está avançando, aos poucos, na inclusão de pessoas com deficiência, mas ainda falta um longo caminho. É fundamental que todos tenham acesso à qualidade de vida e possam escolher fazer suas atividades físicas na medida das suas limitações.

O incentivo da prática de atividade física por pessoas com deficiência também deve vir da família, que precisa oferecer o suporte necessário para que as pessoas com deficiência consigam incluir os exercícios na sua rotina.  

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Como o esporte adaptado pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência?
A atividade física desenvolve força, coordenação, flexibilidade, entre outras habilidades (Foto: ALEXANDRE BATTIBUGLI)

O esporte adaptado, ou seja, a prática de uma atividade esportiva adaptada para pessoas com deficiência ‒ por exemplo, basquete em cadeira de rodas ‒, mostrou-se um eficiente instrumento de reabilitação e promoção de saúde desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltavam para seus lares com mutilações e deficiências.

O fato é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de exercícios ‒ cerca de 30 minutos, três ou quatro vezes por semana ‒ contribui para a melhora de qualidade de vida de qualquer pessoa: aumenta a resistência, mantém o peso saudável e previne doenças. E, para a pessoa com deficiência, é ainda mais importante por ajudar a evitar o aparecimento de problemas secundários, como obesidade, e controlar distúrbios crônicos já instalados, como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia (colesterol ou triglicérides altos) e cardiopatias. "A atividade física pode impactar na menor necessidade de medicamentos e internações”, diz Ciro Winckler, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador técnico de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Outro ganho é o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de habilidades para quem convive diariamente com limitações. O indivíduo que tem paralisia cerebral, por exemplo, sofre com falta de equilíbrio; o deficiente visual tem dificuldade de orientação espacial. As diversas modalidades de exercícios ajudam a trabalhar força, coordenação, flexibilidade, equilíbrio, agilidade e coordenação motora. "Esse conjunto contribui para que a pessoa seja mais independente e tenha mais autonomia no dia a dia", diz o treinador Mário Mello, representante da Achilles International no Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo motivar atletas amadores com deficiência a praticar esportes.

Para Winckler, no entanto, um dos maiores benefícios do esporte na vida da pessoa com deficiência é tirá-la de casa, ajudando a estabelecer novos vínculos e a traçar novos objetivos. "Familiares, médicos, fisioterapeutas devem estimular. Mas é preciso que ele tenha vontade e encontre uma modalidade de seu interesse", diz o professor.

O resgate da autoestima também é um ganho importante. "Muitos chegam tristes, achando que a vida acabou. E o esporte transforma! É uma excelente ferramenta para o indivíduo redescobrir seu valor, acreditar em suas possibilidades e melhorar sua autoestima", afirma Mello. E mais: o exercício ajuda a diminuir a ansiedade e a combater a depressão, graças ao aumento das doses de endorfina e serotonina ‒ neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer, bem-estar e de alívio da dor ‒ no organismo após o esforço.

Mesmo quem tem mobilidade muito reduzida pode se dedicar à prática esportiva. Existem diversas modalidades ‒ nos Jogos Paralímpicos, por exemplo, são 22 opções, praticadas por atletas com os mais variados graus de comprometimento. No entanto, é essencial que toda orientação seja feita por médicos, fisioterapeutas e educadores físicos aptos. Independentemente do desempenho, os benefícios físicos, psicológicos e sociais são garantidos.

Da depressão à ultramaratona

Como o esporte adaptado pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência?
À esquerda, Paulo de Almeida cruza a linha de chegada da Comrades com a prótese na mão. À direita, comemora após uma prova de triatlo (Foto: ARQUIVO PESSOAL)

Há 19 anos, o metalúrgico Paulo de Almeida sofreu um grave acidente de trabalho. "Fui manobrar uma empilhadeira, que capotou e esmagou meu pé direito. No hospital, fui informado que teria de amputar a perna abaixo do joelho. A ficha demorou a cair", conta. Passou por cirurgias e sessões de fisioterapia e enfrentou momentos de angústia e depressão por não aceitar a amputação. Até que um dia, assistindo a um programa de esporte na televisão, viu um atleta competindo com prótese. "No dia seguinte, comecei a buscar informações. No início, não foi fácil, pois minha prótese machucava."

Mesmo sem equipamento adequado, começou a dar suas corridinhas ‒ antes do acidente, ele só jogava futebol com os amigos. Até tomou conhecimento de modelos importados, com tecnologia específica para o esporte, porém custavam caro. Assim, seguiu participando de corridas de rua ‒ inclusive uma maratona, que concluiu em quase seis horas. Mas, com a mídia divulgando seu feito, as coisas começaram a mudar. Em 2000, surgiu a oportunidade de fazer a Maratona de Nova York, convidado pela Achilles International, com direito a uma prótese específica para corrida. E cumpriu os 42 quilômetros na Big Apple em 3h28m, consagrando-se campeão em sua categoria.

Hoje, aos 50 anos, Almeida tem no currículo 50 maratonas internacionais, algumas competições de triatlo e ultramaratonas. "Minha maior conquista foi ter completado a Comrades, prova de 89 quilômetros na África do Sul. Como alguém vai chamar um deficiente de coitadinho se ele correu essa distância? Busquei a igualdade por meio do esporte e mostrei até onde se poder chegar mesmo sem parte do corpo", diz.

Como o esporte adaptado pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência?
Danielle Nobile: a paixão pela corrida a ajudou nos momentos mais difíceis (Foto: ARQUIVO PESSOAL)

A professora Danielle Nobile, de Ribeirão Preto (SP), 30 anos, sempre foi apaixonada por esportes, especialmente corrida de rua. Em 22 de outubro de 2012, um acidente de carro mudou sua vida. "Fui olhar a hora no relógio de pulso e perdi o controle do carro. Capotei e bati na mureta de concreto que dividia as pistas. O resgate chegou rápido e o bombeiro perguntou se eu conseguia sair do veículo sozinha. Mas não consegui nem tirar o cinto de segurança. Achava que era só cansaço de tanto chacoalhar no capotamento, mas já estava tetraplégica", conta.

A jovem teve uma lesão medular na altura da C7, a sétima vértebra do pescoço. "Fiquei com todas as funções neurológicas e musculares e os movimentos comprometidos do pescoço para baixo. "Ela passou a morar com os pais e a depender deles para tudo. E trocou o esporte pela fisioterapia.

Três meses após o acidente, foi encaminhada ao Hospital Sarah, referência em reabilitação, em Brasília. Apesar de ter lesão alta e ser considerada tetraplégica, Danielle recuperou parte dos movimentos das mãos. "No hospital, aprendi como me tornar mais independente. E foi lá que um educador físico me colocou, pela primeira vez, em uma handbike (tipo de bicicleta pedalada com as mãos).".

A sensação de retomar a atividade física foi a melhor do mundo. "O esporte me salvou emocionalmente, não deixando a tristeza me pegar e não permitindo que me entregasse – eu tinha algo por que lutar", conta. Ela ressalta também os ganhos físicos. "Cadeirantes já têm problemas de intestino, de bexiga, de excesso de peso... E eu ia querer colesterol alto, hipertensão, diabetes? Claro que não! Por isso, decidi me cuidar.".

Esgrima, atletismo de campo (arremesso de peso, lançamento de dardo e de disco), natação e até vela foram algumas das atividades que experimentou. "Mas gosto mesmo de triatlo e corrida de rua. Sou campeã brasileira de paratriatlo 2015 e acabei de completar minha primeira maratona, em Porto Alegre", conta Danielle, que hoje é paratleta.

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Como o esporte adaptado pode melhorar a qualidade de vida da pessoa com deficiência?

O esporte melhora a condição cardiovascular dos praticantes, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. No aspecto social, o esporte proporciona a oportunidade de sociabilização entre pessoas com e sem deficiências, além de torná-lo mais independente no seu dia a dia.

Qual a relação do esporte adaptado e a melhoria da qualidade de vida?

O esporte adaptado caracteriza-se como uma grande oportunidade para que o indivíduo com necessidades especiais possa desenvolver uma atividade física, deixando de lado o sedentarismo e o isolamento social.

Como o esporte pode melhorar a qualidade de vida de uma pessoa?

A prática de esporte ajuda o corpo a liberar endorfina, hormônio que traz bem-estar. Assim, a pessoa fica menos ansiosa, melhora o humor e, consequentemente, reduz os níveis de estresse e os riscos de depressão. Isso vai ter reflexos na rotina, com uma convivência mais sadia no trabalho e com a família.

Qual a importância do esporte adaptado para pessoas com necessidades especiais?

Para pessoas com deficiência, a prática é ainda mais importante. As diversas modalidades melhoram a condição cardiovascular de quem as pratica, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor.