Como o mesmo grupo de seres vivos podem apresentar características tão diferentes?

Mestre em Ecologia e Evolução (Unifesp, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

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A seleção artificial consiste em cruzamentos seletivos, realizados pelos seres humanos, com o intuito de selecionar características fenotípicas desejáveis. Este processo também é uma forma de testar a evolução experimentalmente.

Muitos dos alimentos que consumimos hoje só são comestíveis graças a esse processo, o qual vem sendo realizado há milhares de anos pelo homem. Tais alimentos, assim como animais de rebanho ou domésticos resultantes deste processo, são bem diferentes dos seus ancestrais selvagens. A couve-flor, o repolho e o brócolis são vegetais amplamente difundidos na nossa dieta e bastante distintos entre si, tanto em forma como em sabor. Mas todos eles foram cultivados a partir de uma única espécie de mostarda silvestre.

Da mesma forma, cachorros das raças labrador, pug e basset hound pertencem todos à mesma espécie, apesar das diferenças evidentes entre eles. As características que hoje vemos de maneira até exacerbada nas raças de cachorro já existiam em populações naturais de lobos – animais dos quais os cachorros descendem – mas foram selecionadas durante milhares de anos até chegar à imensa variedade de raças que temos hoje.

Como o mesmo grupo de seres vivos podem apresentar características tão diferentes?

Cães diversos. Foto: Dora Zett / Shutterstock.com

Em seu livro A origem das espécies, Charles Darwin usou a seleção artificial para introduzir e apoiar sua teoria sobre a seleção natural. Darwin defendeu a ideia de que todas as raças de pombos domésticos teriam se originado a partir de uma única espécie de pombo selvagem (Columba livia) através do processo de seleção artificial. Se fosse admitido que o homem foi capaz de produzir mudanças tão notáveis através de seleção, seria razoável aceitar que a natureza pode fazer o mesmo, tornando sua teoria aceitável.

Tal qual para a seleção natural, a variação existente numa população é a base para que a seleção artificial ocorra. Entretanto, os dois tipos de seleção diferem em dois aspectos: quanto ao agente que exerce a pressão seletiva – o homem na seleção artificial e o ambiente na seleção natural – e quanto à intenção existente no processo de seleção artificial. No caso da seleção artificial há um objetivo pré-definido – o de obter um cão de porte pequeno ou mais agressivo, por exemplo. O mesmo não ocorre no caso da seleção natural, pois a natureza não possui objetivos – simplesmente são “selecionados” aqueles que indivíduos que conseguem sobreviver e se reproduzir.

De maneira simplificada, a seleção artificial funciona da seguinte forma: o homem seleciona indivíduos com uma determinada característica desejada e promove o cruzamento entre eles, fazendo o mesmo tipo de seleção nas gerações seguintes. Isso faz com que a os genes responsáveis pelas características selecionadas tenham sua frequência aumentada, tendendo a entrar em homozigose. Por outro lado, a população então tem sua variabilidade genética reduzida, o que pode ser um problema. Sem variabilidade genética, fica mais difícil para que uma população de adapte a variações ambientais. Além disso, outra preocupação é o efeito do endocruzamento, que aumenta a possibilidade de que genes recessivos deletérios se manifestem. A consequência disso, em cães, é que diversas raças apresentam doenças associada à baixa variabilidade nos seus genes.

Referências:

Entendendo a Evolução. IB-USP

Nicholas, F. W. Introdução à genética veterinária. 3ª Edição. Porto Alegre: Artmed. 2012.

Martins, R. A origem dos pombos domésticos na estratégia argumentativa de Charles Darwin. Filosofia e História da Biologia. 2012.

Reece, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10ª Edição. Porto Alegre: Artmed. 2015.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/selecao-artificial/

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Para compreender as características que definem um animal, é necessário analisar a anatomia e fisiologia dos seres vivos.

Todos nós temos uma vaga ideia do que é um animal. Entretanto, quando pedimos características que os definam, pode haver confusão. Dizer que um animal locomove-se, por exemplo, pode ser uma verdade para alguns grupos, porém não para outros. A seguir listaremos as principais características utilizadas para classificar um ser vivo como animal.

Para um organismo estar agrupado no Reino Animalia, a primeira característica que ele deve apresentar é um núcleo bem definido e envolto pela membrana nuclear, também chamada de carioteca. Seres vivos com essa característica são chamados de eucariontes, já aqueles que não apresentam carioteca são chamados de procariontes.

Como organismos procariontes estão agrupados em sua totalidade no reino Monera, a presença de carioteca não pode ser usada como uma característica para considerar um ser como animal, pois é compartilhada ainda com os reinos Protista, Fungi e Plantae. Entretanto, ser eucarionte é fundamental para que um organismo seja incluído no reino Animalia.

Além de ser eucarionte, um animal deve ser multicelular, ou seja, deve apresentar mais de uma célula. Assim como a presença de carioteca, apresentar muitas células não é suficiente para definir um organismo como animal, entretanto, é uma característica encontrada em todos. Com essa característica, eliminamos todos os seres presentes no reino Protista.

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Todos os animais devem ser heterotróficos, ou seja, devem ser incapazes de produzir seu alimento, necessitando, portanto, da ingestão de outro ser vivo para retirar os nutrientes necessários para a sua sobrevivência. Observando essa característica, somos capazes de excluir todos os seres agrupados no reino Plantae.

Por fim, um animal não pode apresentar em suas células parede celular, uma estrutura externa à membrana plasmática que garante maior rigidez. Com essa última característica, excluímos todos os seres que estão organizados no reino Fungi.

Assim sendo, podemos dizer que um ser vivo, para ser considerado animal, deve ser eucarionte, multicelular, heterotrófico e não apresentar parede celular. As outras características presentes em cada animal são usadas para agrupá-los em outras categorias taxonômicas, como filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies.


Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Como mesmo grupo de seres vivos podem apresentar características tão diferentes?

Isso significa que os organismos de uma espécie apresentam diferenças na composição dos seus genes, diferenças essas que determinam também variações em seus fenótipos. A diversidade de alelos dos indivíduos da mesma espécie é o que chamamos de variabilidade genética.

Por que os seres vivos são tão diferentes entre si?

Os seres vivos diferem-se dos não vivos pela presença de células (unidade microscópica estrutural e funcional dos organismos vivos). O homem, o cachorro, a orquídea e até as bactérias (ainda que microscópicas) são considerados seres vivos.

Quais as principais características dos animais que os diferem dos outros seres vivos?

O Reino Animal, Animalia ou Metazoa é composto por organismos heterótrofos, ou seja, aqueles que não produzem o próprio alimento. Essa é uma das principais características do grupo e que os diferencia de outros seres vivos, como dos vegetais. Os seres que pertencem ao reino animal são eucariontes e pluricelulares.

Quais são as características que esses indivíduos apresentam em comum para os seres vivos?

As principais características dos seres vivos são a sua composição química comum, a presença de células, o metabolismo, a capacidade de reprodução e a evolução.