A Linguagem do Barroco é provocadora e rebelde. Ela retrata a inquietação, a inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da razão e da fé (dualismo e contradição). Show Isso tudo em virtude do contexto histórico em que se insere, especialmente ao Renascimento e à Contrarreforma. As figuras de linguagem são particularmente exploradas na escola literária do Barroco, que predominou no século XVII. O Mote do BarrocoO mote do Barroco é precisamente a antítese "vida e morte" e, por extensão, a brevidade da sua existência. Assim, nesse período o homem questiona a fé em detrimento dos prazeres da vida, bem como se interpela com relação à instabilidade e à inconstância. A premissa do carpe diem - expressão latina cujo sentido literal é “aproveitar o dia” - é muito utilizada nesse período. Ela significa que cada momento da vida deve ser desfrutado. Tendências do BarrocoAs duas tendências que predominaram nesse movimento literário foram:
Saiba mais sobre o Cultismo e o Conceptismo. Figuras de LinguagemDentre os recursos mais utilizados pelos autores do Barroco, se destacam as seguintes figuras de linguagem: AntíteseFoi o recurso mais utilizado no Barroco por meio da utilização de conceitos opostos. Exemplo: “de vossa alta clemência me despido; Antítese presente: clemência x irar ParadoxoUtilização de expressões contraditórias ou absurdas. Exemplo: “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado” HipérboleUtilização de expressões exageradas. Exemplo: “Romperam-se enfim as cataratas do céu” Hipérbole presente: cataratas do céu. MetáforaUtilização de palavras ou expressões análogas. Exemplo: “Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada” Metáfora presente: ovelha desgarrada = pecador AnacolutoRuptura na ordem lógica da frase. Exemplo: “As Délficas irmãs chamar não quero” Barroco no BrasilA poesia de Gregório de Matos (1633-1695) foi a principal expressão do Barroco no Brasil. Ele ficou conhecido como “Boca de Inferno” em decorrência da sua forma satírica de se expressar, criticamente e sem receio. Para compreender melhor a linguagem do cultismo e o conteúdo utilizado por ele, confira abaixo um exemplo: Triste BahiaTriste Bahia! Ó quão dessemelhante A ti trocou-te a máquina mercante, Deste em dar tanto açúcar excelente Oh se quisera Deus que de repente Barroco em PortugalPadre Antônio Vieira (1608-1697) foi um grande orador e o principal escritor do barroco português. Segue abaixo um trecho do "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda" em estilo conceptista:
Leia mais sobre esse movimento:
Márcia Fernandes Professora, produz conteúdos educativos (de língua portuguesa e também relacionados a datas comemorativas) desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I). Porque ele era conhecido como Boca do Inferno?Apelido "Boca do Inferno"
Em 1681, Gregório de Matos estava de volta a Salvador como procurador da cidade, junto à Corte portuguesa. Levava uma vida boêmia e escrevia versos e sátiras gozando de todos, sem poupar as autoridades civis e eclesiásticas da Bahia, recebendo o apelido de “Boca do inferno”.
O que diz o texto a Boca do Inferno?Gregório de Matos Guerra, poeta barroco, era conhecido como o “Boca do Inferno” pelos poemas satíricos que publicava com críticas ferrenhas aos líderes, aos políticos, religiosos e intelectuais da Bahia, repletas de ofensas e palavrões. Peças desse tipo renderam-lhe a fama e imagem de poeta libertino e revoltado.
Quem é conhecido como Boca de Inferno?Gregório de Matos foi um dos maiores poetas brasileiros do período do Barroco. Além de poeta, Gregório foi advogado durante o período colonial. É conhecido como o “Boca do Inferno”, sendo famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, a sociedade baiana da época.
Qual o contexto histórico retratado na Boca do Inferno?Boca do Inferno se passa no século XVII (1863), na Bahia colonial, durante o governo tirânico do militar Antônio de Souza de Menezes, apelidado de Braço de Prata, por usar uma peça deste metal no lugar do braço (perdido numa batalha naval contra os invasores holandeses). A ação se passa em Salvador.
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