Dietas pobres em alimentos que são fontes de sais de ferro para o nosso organismo poderão ocasionar

Distúrbio hormonal retira cálcio dos ossos e pode causar osteoporose e pedras no rim

Um estudo desenvolvido pela Mayo Clinic, em Rochester (EUA), aponta que mulheres com dietas pobres em cálcio são mais propensas a ter hiperparatireoidismo - doença que faz as glândulas paratireoides liberarem hormônios em excesso, que "roubam" o cálcio dos ossos e o depositam na corrente sanguínea. O cálcio nas artérias pode causar problemas no sistema elétrico do corpo, deixando as pessoas mais cansadas e deprimidas, além de aumentar o risco de doenças, como osteoporose e cálculo renal, pois o cálcio em excesso irá se concentrar nos rins. A pesquisa foi divulgada no dia 18 de outubro, no British Medical Journal (BJM).

Os pesquisadores acompanharam mais de 58 mil mulheres que participaram do estudo Harvard Nurses' Health. A cada quatro anos, elas foram questionadas sobre a dieta e a saúde em geral. Ao longo dos 22 anos de estudo, 277 mulheres foram diagnosticadas com hiperparatireoidismo primário. Analisando os dados, os cientistas descobriram que dietas carentes em cálcio podem estimular as glândulas paratireoides mais do que o esperado. De acordo com os estudiosos, essas glândulas são responsáveis por manter os níveis de cálcio no sangue estáveis. Quando esses níveis estão em baixas quantidades, os hormônios "puxam" o cálcio dos ossos. 

O hiperparatireoidismo afeta cerca de uma em cada 800 pessoas, mas é mais comum em pessoas com mais idade e, especialmente, mulheres na pós-menopausa. Segundo os especialistas do estudo, uma em cada 250 mulheres com mais de 55 anos vai ter um tumor cervical em sua vida por conta da doença. Eles afirmam que uma dieta rica em cálcio, bem como a prática de exercícios físicos, é fundamental para a prevenção do hiperparatireoidismo.

Você sabia que apenas 10% da população brasileira ingere a quantidade diária de cálcio recomendada? O ideal são 1300mg do mineral por dia para mulheres na menopausa e 1000mg para mulheres fora desse período, além de homens e crianças no geral. Essa quantidade é o equivalente a três copos de leite integral mais uma porção de queijo amarelo. Ter um consumo abaixo desse valor pode desencadear doenças como osteoporose, hiperparatireoidismo e hipertensão, além de facilitar fraturas ósseas por quedas. No entanto, não basta apenas ingerir esses alimentos - existem diversos outros fatores que influenciam a absorção do cálcio pelo organismo. Confira:

A médica Syllene Nunes, responsável pela área de Medicina Preventiva da Central Nacional Unimed, conta que, quanto mais movimentamos o esqueleto, maior é a ativação dos osteoblastos, que são as células produtoras dos ossos. Os exercícios mais eficazes são aqueles que movimentam os ossos para muitos lados diferentes, como dança, corrida e esportes coletivos. Para aqueles que mexem o corpo, vale a recomendação: o organismo perde em média 100mg de cálcio por hora suada. Ou seja: se suar, reponha o cálcio!

O magnésio faz parte da matriz óssea. Por isso, ingerir alimentos ricos nesse nutriente é essencial para a absorção de cálcio e fortalecimento dos ossos. São boas fontes de magnésio as folhas verdes escuras e as castanhas.

A nutricionista Camila Freitas, da Vittali Consultoria, em São Paulo, explica que a exposição ao sol ativa a vitamina D que está em nosso organismo, estimulando a absorção intestinal de cálcio. "Dez a quinze minutos diários de exposição ao sol nos braços e pernas, antes das 10 horas ou após as 16 horas, é uma boa forma de se obter vitamina D", diz.

Saiba mais: Cálcio não garante proteção para o organismo

Eles são um tipo de fibra encontrada em frutas, como maçã e laranja; legumes e verduras, como almeirão, chicória, cenoura, cebola e alho; cereais, como aveia, e industrializados enriquecidos com o componente. De acordo com a nutricionista Camila, a ingestão desses alimentos faz com que o intestino funcione melhor, tornando a absorção e o aproveitamento do cálcio mais eficientes.

Os sais minerais são substâncias inorgânicas essenciais para o funcionamento adequado do nosso organismo. Eles estão presentes como eletrólitos nos líquidos corporais, como componentes de enzimas e hormônios e como componentes estruturais de alguns órgãos, tais como ossos e dentina nos dentes.

Os sais minerais são elementos que têm sua origem a partir do solo, sendo assim, os seres vivos não podem produzi-los. Para conseguirmos os sais necessários para nossa sobrevivência, uma alimentação adequada e balanceada é essencial. De acordo com a necessidade diária de cada sal mineral, podemos classificá-los em:

- Macrominerais: Aqueles cujas necessidades diárias superam os 100 mg. Nesse grupo encontram-se o cálcio, fósforo, sódio, potássio, cloro, magnésio e enxofre.

- Microminerais: Aqueles que a necessidade diária é inferior a 100 mg. Nesse grupo, podemos destacar o ferro, cobre, zinco, manganês, iodo, selênio e flúor.

A seguir, vamos citar os principais sais minerais, sua função no corpo humano e alguns alimentos em que podem ser encontrados:

Cálcio: Esse sal participa da formação de ossos e dentes. Além disso, participam da coagulação sanguínea e regulam uma grande quantidade de funções celulares, incluindo-se o processo de contração muscular. O cálcio pode ser encontrado em leite e derivados, gema de ovo, cereais e legumes verdes.

Fósforo: Junto ao cálcio, o fósforo participa da composição de ossos e dentes. Esse sal também está relacionado com a produção de energia e é um dos componentes dos ácidos nucleicos. Pode ser encontrado em leites e derivados, cerais, carnes, ovos e pães.

Potássio: Esse sal está relacionado com a contração muscular e atividades dos nervos, pois atua promovendo a excitabilidade elétrica. Além disso, é um importante regulador dos batimentos cardíacos. É encontrado em frutas, cereais, leite e carnes.

Sódio: Está relacionado principalmente com a regulação do volume de líquidos corporais. Também é importante na condução do impulso nervoso, assim como o potássio, e está relacionado com a pressão sanguínea e contrações musculares. É encontrado no sal de cozinha, em alguns vegetais, queijo e diversos outros tipos de alimento.

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Magnésio: Fundamental para o funcionamento adequado de nervos e músculos. Além disso, está relacionado com o metabolismo do cálcio e com a síntese de vitamina D. Esse sal mineral é encontrado em verduras com folhas verde-escuras, cereais, frutas cítricas e leguminosas.

Ferro: Por ser o componente principal da hemoglobina, esse sal mineral está relacionado com o transporte de oxigênio no nosso corpo. Encontrado em alimentos como fígado, rim, coração, gema de ovo, vegetais verdes, beterraba, feijão, cereais.

Flúor: Atua na composição de dentes e ossos. Além disso, está relacionado com a prevenção contra as cáries dentárias. Encontrado principalmente na água fluorada.

Iodo: É um sal fundamental para o funcionamento adequado da tireoide, portanto, está relacionado com o metabolismo. Encontrado em frutos do mar e no sal de cozinha iodado.

Por estarem relacionados com diversas funções do nosso organismo, uma dieta pobre em algum tipo de sal pode causar danos sérios à saúde. Um bom é exemplo é a deficiência de ferro, que pode desencadear anemia, uma doença grave que pode levar à morte se não tratada adequadamente. É importante frisar que o consumo excessivo de determinado sal mineral pode também ocasionar doenças, como é o caso dos cálculos renais.

Como dito anteriormente, uma alimentação saudável é fundamental para que seu corpo mantenha as quantidades adequadas de sais minerais. Vale destacar que muitos alimentos industrializados podem conter uma quantidade elevada de um determinado sal, o que pode também causar problemas à saúde. Uma boa alimentação pode ser a chave para evitar diversos tipos de doenças!


Por Ma. Vanessa dos Santos