Lista de questões sobre o período da escravidão no Brasil.
Ler artigo Escravidão no Brasil.
Exercício 1: (UFSC 2010)
Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)
Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que:
1) | eram chamados quilombos os espaços determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura produtiva dos engenhos de açúcar. |
2) | o dia da consciência negra celebra a assinatura da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos. |
4) | aos escravos só restava a rebeldia como forma de reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do suicídio. Não havia qualquer forma de negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros. |
8) | o Quilombo dos Palmares, organizado no interior do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais importante do período colonial e foi liderado por Zumbi. |
16) | no continente africano os vários povos estavam divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses povos foi uma forma de resistirem à escravidão e não serem transformados em mercadoria. |
32) | a Constituição de 1988 afirma que “cabe aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos definitivos”. Este artigo da Constituição solucionou a “questão quilombola” no Brasil. |
64) | através das obras do pintor e desenhista alemão Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer aspectos do cotidiano da escravidão. Ele aqui esteve no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica sobre a vida no Brasil. |
Sobre as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
A) | O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-obra. |
B) | Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII. |
C) | A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa. |
D) | Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”. |
E) | Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”. |
Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.
IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações:
A) | I, II e IV |
B) | I, III e V |
C) | I, IV e V |
D) | II, III e IV |
E) | III, IV e V |
Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira, durante o século XIX.
Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.
A) | Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas. |
B) | O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos. |
C) | A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico. |
D) | As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais. |
E) | As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura. |
Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha . Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)
Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma:
I - O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.
II - Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo , mesmo dentro do sistema escravista.
III - Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinqüência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social.
IV - O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.
V - Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações.
Assinale a alternativa correta.
A) | Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. |
B) | Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. |
C) | Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. |
D) | Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. |
E) | Todas as afirmativas são verdadeiras. |
O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo.
I. As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles.
II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes.
III. A persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a legislação que o proíbe, explicase pela intensa competitividade do mercado globalizado.
Está correto o que se afirma em:
A) | I, somente. |
B) | II, somente. |
C) | I e II, somente. |
D) | II e III, somente. |
E) | I, II e III. |
A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
A) | A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena. |
B) | Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame escravidão. |
C) | O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase quarenta anos (1850-1888). |
D) | Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo. |
E) | Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade. |
O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão.
“O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.”
(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).
Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar:
A) | As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico intercontinental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões. |
B) | A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café. |
C) | A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos. |
D) | Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras. |
E) | Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino. |
A Anti-Slavery Internacional, organização não-governamental que atua no combate à escravidão no mundo contemporâneo, considerava que cerca de 25 milhões de pessoas eram vítimas do trabalho escravo em 2003. Dentre essas pessoas haveria trabalho infantil, exploração sexual e trabalhadores escravizados por dívida. Nesse mesmo ano, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT), aproximadamente 25 mil pessoas estariam vivendo nessas condições no Brasil.
CATELLI JUNIOR, Roberto. História – Texto e Contexto. São Paulo: Editora Scipione, 2007. p. 268.
Sobre o tema escravidão, é CORRETO afirmar que:
1) | a partir de 1888, com a Lei Áurea, foram criadas condições especiais para que os libertos pudessem ingressar no mercado de trabalho, especialmente no meio rural com a distribuição de terra a ex-escravos. |
2) | dada à tradição de liberdade, a população indígena no Brasil nunca pode ser submetida à escravidão, optando-se, então, pela compra de negros da África. |
4) | no Brasil do século XXI ainda existem pessoas que vivem em condições de escravidão, tanto em grandes fazendas quanto no meio urbano. |
8) | em função das políticas de inclusão adotadas no Brasil nos últimos anos, as diferenças salariais desapareceram quando comparados os salários entre brancos e negros. |
16) | hoje, a escravidão existente se relaciona diretamente a preconceitos étnicos e de cor, não tendo nenhuma relação com as condições sociais e a distribuição de renda. |
32) | conflitos entre as várias tribos no continente africano fizeram com que negros escravizassem outros negros, vendendo-os como mercadorias. |
A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual
A) | copiava o modelo haitiano de emancipação negra. |
B) | incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais |
C) | optava pela via legalista de libertação |
D) | priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. |
E) | antecipava a libertação paternalista dos cativos |