O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra Franco-Prussiana de 1870 foi a candidatura do príncipe Leopoldo von Hohenzollern-Sigmaringen, um parente distante do rei prussiano Guilherme 1º, ao trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.
Embora sem o consentimento de Guilherme 1º, o então chefe de governo da Prússia, Otto von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollern. Já a França, governada por Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.
Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme 1º cresceu a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão 3º, que pretendia ver a Prússia humilhada, exigiu do soberano alemão um pedido oficial de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia Hohenzollern não ambicionaria o trono espanhol.
Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país estivesse preparado para um conflito armado; apostava, também, no efeito psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria praticamente atingida a meta da unificação.
Vizinhos do sul aliaram-se à Prússia
A guerra foi declarada pela França a 19 de julho de 1870 e, imediatamente, a Alemanha e seus vizinhos do sul uniram-se numa frente contra Napoleão 3º e suas tropas. O Império Austro-Húngaro, a Rússia, a Itália e a Inglaterra preferiram manter a neutralidade. Enquanto as tropas alemãs, do comandante conde Helmuth von Moltke, dispunham de 400 mil soldados, os franceses conseguiram mobilizar apenas 200 mil.
A primeira batalha, a 2 de agosto, em Saarbrücken, foi vencida pela França. Quatro dias depois, entretanto, o país sofria a primeira derrota. As seguintes seriam em Vionville (15 de agosto), Gravelotte (18) e Beaumont (30/08).
A batalha decisiva foi iniciada na manhã de 1º de setembro, em Sedan. Napoleão chegou ao campo de batalha na tarde do mesmo dia e assumiu o comando militar. Ao conscientizar-se da situação desoladora, ordenou que fosse içada a bandeira branca. Na mesma noite, foi negociada a capitulação e a prisão de Napoleão e 83 mil soldados franceses.
Quando esta notícia chegou a Paris, houve uma rápida rebelião, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e, a 4 de setembro, proclamada a República Francesa. No dia 19 de setembro de 1870, as tropas alemãs cercaram Paris. Nos conflitos que se seguiram, comandados pelo governo da resistência, em Tours, os franceses foram derrotados pelos prussianos. Os sérios problemas de abastecimento e a forma rudimentar com que a população civil tentava evitar a tomada da capital apressaram a capitulação, a 19 de janeiro de 1871.
Um dia antes, Guilherme 1º havia sido coroado imperador alemão no Palácio de Versalhes, selando o objetivo de Bismarck, de uma grande potência alemã. A capitulação formal de Paris e o armistício aconteceram a 28 de janeiro de 1871. Seguiram-se a composição da Assembleia Nacional francesa e a constituição da Terceira República. O acordo de paz foi selado em Frankfurt, a 10 de maio de 1871. Como reparação de guerra, a França abdicou da Alsácia e foi forçada a pagar uma alta soma em dinheiro.
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