O que foi feito para solucionar a crise de 1929

História
O que foi feito para solucionar a crise de 1929

O presidente americano, Hebert Hoover, assume as primeiras medidas. São medidas provisórias: estancam as importações e exigem o repatriamento dos capitais emprestados aos outros países. Como resultado as empresas, principalmente européias, passam por dificuldades e procuram salvação na despensa de funcionários causando desemprego. O desemprego enfraquece mais ainda o mercado consumidor. E o comércio mundial e paralisado.

Fortunas desapareceram da noite para o dia. E isto ocorre não só nos EUA, mas no mundo todo. Fábricas vão á falência. A miséria e o desespero se instalam em todos os setores da população. È um espetáculo dantesco e infernal. O diabo comemora.

Resumindo, a precariedade da demanda interna decorrente da má distribuição de renda que por seu lado gerou um excesso de mercadorias estocadas e conseqüentemente provocou desemprego foi a mola propulsora que desencadeou a recessão de 29 nos EUA.

As primeiras medidas de contenção dessa crise, exportou-a para outros países, principalmente Europa, que em reconstrução, dependia da saúde da economia americana….esse o quadro, periclitante, que se delineou no pós Primeira Guerra Mundial e se estendeu tentacularmente até por volta da segunda Guerra.

Claro, essa é uma explicação imediatista. Os verdadeiros motivos estariam e seriam estruturais, ou seja, no perfil da economia que se alicerçou á partir das teorias econômicas gestadas desde os finais do século XVIII.

New Deal

Para solucionar o problema, modificações na política econômica tiveram que serem  feitas em vários países visando combater os efeitos da crise. Nos EUA, quando o novo presidente, Franklin Delano Roosevelt, foi eleito em 1932, pelo partido democrata as medidas começaram a surtir efeito.

Com uma série de reformas antiliberais, com intensa intervenção do estado na economia, a situação foi se modificando. Esse conjunto de reformas foi denominado de “New Deal” (Nova Organização ou Novo Acordo) e se baseava nas proposta do economista inglês John Maynard Keynes. Essas medidas se resumiam em:

 – Empréstimos ilimitados aos bancos para que pudessem disponibilizar uma linha de crédito controlado àqueles que tivessem em dificuldades e pudessem retornar ás atividades produtivas; 

 – Pagamento aos fazendeiros de uma indenização que cobrisse os prejuízos com a  queima do excesso de produção. – Tinha por finalidade equilibrar a oferta de produtos fazendo assim os preços subirem; 

 – Auxilio aos Estados concedendo-lhes subsídios para que pudessem aumentar os salários dos empregados e criar um seguro-desemprego. Essa medida visava fortalecer o mercado consumidor; 

 – Controle da jornada de trabalho, fixando-se um salário mínimo, proibição do emprego de crianças e das horas-extras; 

 – Legalização dos sindicatos para que pudessem negociar contratos coletivos de trabalho; 

 – Promoção de um amplo programa de obras públicas (barragens, estradas, portos, hidrelétricas, habitação popular) para dar emprego á massa de desempregados; 

 – Ampliação e estatização do sistema de previdência social, ficando o governo responsável pelo amparo ao trabalhador em caso de invalidês, velhice e desemprego; 

 – Controle severo sobre os preços dos produtos; cobrança de taxas sobre bebidas e sobre outros produtos supérfluos;

Essas medidas levaram a criação do Estado que se caracterizava pela promoção do bem

estar social ou Welfare State.

Conclusão

A Crise havia atingindo a todos, não só os Estados Unidos. Na Europa, na Ásia e até na África.

O Brasil que tinha sua produção centrada no cultivo do café, não resistiu ao ver sua mercadoria apodrecer nos silos por falta de comprador e pelos preços defasados. Como a economia brasileira era dependente desse produto também foi afetado.

Na Europa, os países desesperados para se safarem, tomaram medidas várias. Alguns como Alemanha e Itália tiveram que adotar regimes autoritários para conseguirem implementar medidas impopulares. A confusão provocada pela crise criou, na Europa, o clima responsável pela eclosão da Segunda Guerra Mundial.

Por: Eustaquio Lagoeiro Castelo Branco

O maior período de crise econômica mundial ocorreu entre os anos de 1929 e 1933. Atingiu, em primeiro lugar, a economia norte-americana, espalhando-se em seguida para a Europa e os países da África, Ásia e América Latina.

Mas o que caracteriza uma crise econômica? Quais as consequências da crise de 29? E quais as causas?

Uma crise econômica é, basicamente, um desequilíbrio entre produção e consumo, quase sempre localizado em setores isolados da economia. Esses desequilíbrios sempre ocorreram, mesmo antes do capitalismo, quando acontecia, por exemplo, a escassez súbita de um bem, provocada, quase sempre, por fatores naturais (secas, inundações, epidemias, etc.) ou acontecimentos sociais (guerras, revoluções, etc.).

Na história do capitalismo, as crises econômicas se caracterizam, inicialmente, pelo excesso de produção em relação à demanda (há mais produtos do que consumidores dispostos a adquiri-los). Esse excesso de produção quase sempre ocorre, primeiro, no setor de bens de capital (bens que servem para a produção de outros bens, especialmente de consumo, como, por exemplo, máquinas, equipamentos, materiais de construção, instalações industriais, etc.), para depois migrar ao setor de bens de consumo (por exemplo, automóveis, eletrodomésticos, etc.). Em consequência, há uma queda brusca na produção, falência de empresas, desemprego em massa - e a consequente redução de salários, preços e lucros.

Processo cíclico

Essas crises fazem parte do processo cíclico que o desenvolvimento econômico segue - um processo cíclico dividido em várias fases.

Imaginando que o processo de desenvolvimento tem uma linha de equilíbrio, a economia oscila, permanentemente, de um ponto abaixo dessa linha para um ponto acima.

A economia não é, portanto, uma força estática, mas, sim, um conjunto de forças em movimento, produzindo riqueza e migrando de uma fase de recuperação para outra, de expansão, quando ocorre aumento dos investimentos, há maior número de empregos e a soma dos salários aumenta, provocando o crescimento do consumo. Surge, então, uma fase de prosperidade, o que muitos chamam de boom, uma expansão rápida e abrangente da atividade econômica.

A partir desse ponto, contudo, ocorre um aumento crescente dos preços, o mercado de capitais (constituído pelas bolsas de valores e instituições financeiras - como bancos e companhias de seguros -, responsáveis pela negociação de papéis como ações e títulos diversos) se desorganiza por algum motivo, e a economia entra numa fase de contração, com as taxas de crescimento decrescendo.

A atividade econômica segue, então, para um ponto abaixo da linha de equilíbrio, o desemprego retorna, a capacidade produtiva cai e os investimentos se restringem.

São, portanto, flutuações periódicas e alternadas de expansão e contração da atividade econômica (em um país ou conjunto de países), e podem ocorrer com diferentes intensidades. Podem ser curtas e de rápida recuperação - ou podem se estender por anos, gerando graves problemas sociais.

Crises fazem parte da economia. Sejam pequenos solavancos ou grandes terremotos, suas causas dividem os estudiosos - e suas consequências podem ser muito diferentes, pois dependem de como os governos e o próprio mercado reagem aos fatos.

Especulação, desconfiança e pânico

A crise de 1929 teve início no sistema financeiro (o segmento do sistema econômico formado pelo conjunto de instituições públicas e privadas especializadas em viabilizar a compra e venda de ações e títulos diversos), na chamada Quinta-Feira Negra, em 24 de outubro de 1929, que a história registra como um dia de pânico na Bolsa de Nova York.

Era um momento de euforia, de intensa especulação na Bolsa. Quando dizemos "especulação" nos referimos às operações financeiras que visam obter lucros com a compra e venda de papéis cujo valor oscila conforme o desempenho do mercado. Os valores desses papéis estavam em um nível elevadíssimo, despropositado, fora da realidade.

De repente, naquela quinta-feira, 70 milhões de títulos foram jogados no mercado, mas não encontraram quem os comprasse. Sem demanda pelos papéis, os preços das ações e dos títulos em negociação despencaram, gerando uma inacreditável onda de desconfiança, completamente irracional, e produzindo uma reação em cadeia sem precedentes.

A desconfiança com os acontecimentos da Bolsa espalhou-se para outros ramos da atividade econômica, atingindo a produção. Os bancos congelaram os empréstimos, as fábricas começaram a parar por falta de crédito, a renda nacional passou a cair, a demanda se retraiu ainda mais, as empresas se viram com estoques enormes, os preços dos produtos caíram vertiginosamente e os lucros despencaram.

A economia começou a ficar paralisada e, como uma bola de neve, as falências se sucederam e milhões de trabalhadores perderam os empregos.

Quando a crise atingiu proporções internacionais, o comércio mundial ficou reduzido a um terço do que era antes de 1929. No Brasil, o principal efeito da crise manifestou-se na queda vertical dos preços de café, levando o governo federal a comprar grande parte das safras e destruir 80 milhões de sacas do produto, para diminuir os estoques e tentar aumentar o preço.

Tentando proteger suas próprias economias, os países aumentaram as taxas alfandegárias, o que reduziu ainda mais o comércio internacional. E, em todas as economias, coube ao Estado instituir mecanismos para controlar a crise e reativar a produção.

Roosevelt e o New Deal

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Nos Estados Unidos, contudo, o presidente Herbert Hoover manteve-se inflexível, preferindo deixar que o próprio mercado se regulasse, auto-saneando seu desequilíbrio, uma tese defendida pelos liberais radicais, mas que provocou uma crise social sem precedentes. Só em 1933, com a eleição de Franklin Delano Roosevelt, é que se aplicou de forma contundente a intervenção do Estado na economia, por meio de um programa chamado New Deal.

O New Deal (numa tradução literal, "novo acordo") surgiu com base no pensamento do economista John Maynard Keynes, segundo o qual, em determinados períodos, o Estado deve intervir na economia, regulando-a.

Foi o que Roosevelt fez, intervindo em todo o sistema produtivo. Primeiro, criou um audacioso plano de obras públicas, com o objetivo de garantir empregos à população. Depois, controlou o sistema financeiro e desvalorizou o dólar, para favorecer as exportações. Também criou a Previdência Social, a fim de proteger os trabalhadores, e a Administração de Recuperação Nacional, com o objetivo de induzir os empresários a estabelecer entre si acordos sobre preços, salários e programas de produção, eliminando a livre concorrência.

O controle estatal também se estendeu aos investimentos, pois os lucros das aplicações em ações, títulos ou fundos começaram a ser taxados. As horas de trabalho foram diminuídas e os salários tiveram de permanecer no mesmo patamar. Foi criado um salário mínimo nacional. Ao mesmo tempo, o governo assumiu as dívidas dos pequenos proprietários e ofereceu facilidades de crédito e prêmios para fazendeiros que alcançassem as metas de produção estabelecidas pelo Estado.

Ainda que tenha sofrido severas críticas, o plano de Roosevelt fortaleceu e consolidou o sistema capitalista nos EUA. Nos anos de sua aplicação, o grande capital passou por um intenso processo de desenvolvimento e concentração, enquanto pequenas empresas eram eliminadas ou absorvidas.

Mercado insaciável

Os estudiosos divergem em relação às causas do crash (colapso súbito e total) da Bolsa em 1929 e à crise que o sucedeu. Para alguns, a economia estava superaquecida, pois os empréstimos haviam saltado de 2 bilhões de dólares (em 1926) para quase 7 bilhões em outubro de 1929. Outros apontam para a alta dependência do consumo na economia norte-americana. E há também os que chamam a atenção para o fato de que a crise da economia teria começado bem antes do crash do mercado de ações, pois a produção da indústria já se encontrava em declínio (a produção de automóveis, por exemplo, declinara de 600 mil unidades em março de 1929 para 300 mil em outubro).

Se não há um consenso sobre as causas, é certo que o mercado de ações se comportava de maneira esquizofrênica, alucinada e insaciável, sem atentar para a economia real. É como se os preços das ações estivessem muito acima do efetivo valor das empresas. O dinheiro, então, era desviado da produção para reforçar ainda mais os negócios com títulos ou ações, ou seja, para reforçar a especulação.

De qualquer forma, o período de 1929 a 1933 deixa uma lição: os mercados vivem crises periódicas - e se não ocorrem respostas rápidas para os problemas, essas crises tendem a se alastrar, afetando vários setores da economia e podendo alcançar um poder de destruição em massa.

Mas esses momentos de colapso, cuja vocação é se repetir de tempos em tempos, nos fazem lembrar do alerta de Adam Smith: "Examine os registros históricos, reúna o que aconteceu dentro do âmbito de sua própria experiência, considere com atenção qual tem sido a conduta de quase todos os grandes desafortunados, seja na vida privada ou na pública, sobre os quais você pode ter lido, ou dos quais pode ter ouvido falar ou ter se lembrado; e descobrirá que os infortúnios, em sua grande maioria, surgiram do fato de eles não saberem quando estavam bem, quando era melhor sentarem-se tranquilos e ficar contentes".

Qual foi a solução para acabar com a crise de 1929?

A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas.

Quais medidas foram tomadas para superar a crise de 1929?

As principais medidas foram:.
desvalorização do dólar para tornar as exportações mais competitivas;.
empréstimos aos bancos para evitar falências no sistema financeiro;.
criação do sistema de seguridade social, com destaque para o seguro desemprego e a Lei de Seguridade de 1935;.
direito de organização sindical;.

O que foi feito pelo governo brasileiro para reverter a crise de 1929?

Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro – na época com Getúlio Vargas na presidência (1930-1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores, adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção agrária a esses ...

Quais foram as medidas para conter os efeitos da depressão que ocorreu após a crise de 1929 pelo governo dos Estados Unidos?

O New Deal foi o programa de recuperação econômica imposto pelo presidente Franklin Delano Roosevelt como forma de combater os efeitos da Crise de 1929. O governo criou uma série de ações para garantir empregos e criou benefícios para auxiliar a população, como o seguro-desemprego.