Por que durante a idade média a ciência cartográfica sofreu retrocesso

Geografia

Cartografia é a arte de conceber , de levantar, de redigir e de divulgar os mapas. A manutenção da rota de um avião ou navio , a análise e definição de estratégias militares de ataque e defesa , a localização de jazidas e possíveis vias de acesso , ou a simples orientação rodoviária numa viagem de turismo , todas essas atividades exigem mapas específicos com diferentes objetivos e usuários : este é o campo da cartografia.

Com a atual tecnologia que nos permite olhar o planeta através dos olhos eletrônicos priviligiadamente posicionados dos satélites, não há mais segredos para seus contornos. Mas por séculos a situação foi diferente: para que o homem pudesse desenhar mapas e localizar-se no planeta foi imprescíndivel que ele olhasse para o céu, mais precisamente para os astros, e utilizasse a matemática…

Movidos pela necessidade os homens das primeiras civilizações já rabiscavam representações gráficas dos lugares por que passavam, isso talvez mesmo antes de começarem a escrever. O mapa mais antigo que sobreviveu até hoje é uma placa de argila encotrada nas ruínas da cidade de Gasur, cerca de 300 Km ao norte da Babilônia, desenhado por volta de 2 300 a.C.. Medindo 7 cm, tão pequeno que cabe na palma da mão, ele mostra o Rio Eufrates cercado por montanhas.

É bem provavel que os chineses tenhan sido os precursores , pois há indicios de que sua cartografia tenha aparecido por volta do século IV a.C. e era voltada não apenas para localização mas para fins administrativos (impostos, fronteiras) e militares. Tambem com fins administrativos os egpicios desenvolveram suas técnicas. Utilizando seus conhecimentos matemáticos aplicavam o princípio da triangulação para medir a área das terras.

A Grécia contudo, desenvolveu as bases cintíficas da observação. A escola pitagórica e o sábio Aristóteles desenvolveram a idéia de esfericidade da Terra, medida por Erastótenes. Devemos ao astrônomo Hiparco ( e a Matemática ) a idealização do sistema de coordenadas geográficas . O trabalho clássico “Guia de Geografia”, obra de Ptolomeu, lançou as bases da geografia matemática e da cartografia.

Durante o período romano e Idade Média a cartografia sofreu um período de estagnação e até retrocesso. A influência religiosa foi marcante em todo o período medieval e os mapas mais utilizados eram os de T em O, pois eram feitos mostrando a Terra em formato circular divida em 3 partes (como a Trindade) cortada por braços de mar em T representando as regiões citadas na Bíblia: a Europa á esquerda , a África à direita e a Àsia (sede do paraíso terrestre) acima.

Nesse período foram os árabes que deram impulso à cartografia, traduzindo clássicos como o de Ptlomeu e desenvolvendo suas prórprias técnicas, que só voltariam à Europa no período das cruzadas e do comércio marítimo das cidades italianas que precisavam de cartas náuticas para suas atividades comerciais.

O ciclo das grandes navegações foi o responsável pela retomada definitiva do progresso na cartografia, já que os mapas precisavam de maior exatidão. Data de 1512 o mapa-mundi Orbis typus universalis tabula, do veneziano Jerônimo Marini, que é o primeiro em que se registra o nome do Brasil.

É dessa época o apogeu da cartografia dos países baixos (como a Holanda, por exemplo que tinha colônias por várias partes do mundo) e um dos nomes mais importantes da cartografia: Gerard Mercator que criou a projeção que leva o seu nome, própria para mapas náuticos, segundo a qual os meridianos são ângulos retos aos paralelos de latitude.

No século XVIII a Academia de Ciências de Paris com o fim de resolver as questões levantadas por Cassini e Newton sobre a forma da Terra mediu o arco do meridiano terrestre. A medição provou que Newton estava certo: A Terra tinha a forma de um elipsóide de revolução, cujo eixo menor coincidia com o eixo de rotação. Resolveram então adotar o elipsóide como forma matemática correspondente a um geóide médio – o geóide é um sólido geométrico irregular que corresponde quase exatamente ao esferóide terrestre.

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Capítulo 2 HISTÓRIA DA CARTOGAFIA MUNDIAL E BRASILEIRA Autores contribuintes: António Jorge Ribeiro Paul S. Anderson Diretoria dos Serviços de Geografia Fundação IBGE 2.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo será abordada a importância da cartografia, tanto no âmbito mundial quanto no nacional. A ordem de apresentação é a cronológica, com maior destacamento para os fatos mais atuais. Após um curto resumo da história da cartografia serão apresentados os principais órgãos brasileiros de cartografia e as etapas do processo cartográfico. 2.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA MUNDIAL O desenvolvimento da Cartografia, desde épocas remotas até os dias atuais tem acompanhado o próprio progresso da civilização. A cartografia apareceu no seu estágio mais elementar sob a forma de mapas itinerários feitos pelas populações nómadas da antiguidade. Posteriormente, com o advento do comércio entre os países (há mais de 4000 anos atrás) e com o consequente aparecimento dos primeiros exploradores e navegadores que descobriram novas terras e novas riquezas e ampliaram o horizonte geográfico conhecido, o homem sentiu necessidade de se localizar sobre a superfície da Terra. Estabeleceu-se, portanto, o marco inicial da cartografia como ciência. A evolução da cartografia foi incrementada pelas guerras, pelas descobertas científicas, pelo desenvolvimento das artes e ciências, e pêlos movimentos históricos que possibilitaram e exigiram maior precisão na representação gráfica da superfície da Terra. Na Grécia Antiga os primeiros fundamentos da ciência cartográfica foram lançados quando Hiparco (160-120 A.C.) utilizou, pela primeira vez, métodos astronómicos para a determinação de posições na superfície da Terra e deu a primeira solução ao problema relativo ao desenvolvimento da superfície da Terra sobre um plano, idealizando a projeção, cónica. Os gregos legaram também as concepções da esfericidade da Terra, dos pólos, equador e trópicos, que foram as primeiras medidas geométricas, a idealização do primeiros sistemas de projeção, e a introdução das noções de longitude e latitude. Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia Antiga está idealizado na obra “Geografia” do astrónomo, geógrafo e cartógrafo grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 D.C.). sua extraordinária obra, em oito volumes, ensina os princípios da Cartografia Matemática, das projeções e os métodos de observação astronómica. Essa monumental contribuição da Grécia Antiga a ciência cartográfica foi, no entanto, ignorada durante toda a Idade Média, somente aparecendo no século XV, quando então exerceu grande influência sobre o pensamento geográfico da época, com o chamado Renascimento de Ptolomeu. Durante o longo período entre a contribuição original de Ptolomeu e o surgimento de sua obra e aproveitamento do seu saber, a cartografia atravessou fases de estagnação e, ás vezes, de retrocesso. Enquanto a cartografia romana não aproveitou os conhecimentos matemáticos dos gregos, os quais foram absorvidos pêlos árabes. Estes aperfeiçoaram tais conhecimentos, calcularam o valor do comprimento do grau, construíram esferas celestes, estudaram os sistemas de projeção e organizaram tábuas de latitudes, e longitudes. Surgiu no século XII, a obra do geógrafo árabe Abdallah El-Edrisi, que é um resumo precioso dos conhecimentos geográficos dos muçulmanos. Enquanto os árabes conservavam estes antecedentes científicos, a civilização latino- germânica cultuava na Idade Média um misticismo religioso que causou o desaparecimento dos conhecimentos geográficos gregos. Por essa época, os contatos verificados entre as civilizações cristã e árabe ocorrem através das cruzadas, da expansão árabe na península Ibérica e principalmente, do comércio entre os povos mediterrâneos. Houve um intercâmbio de conhecimentos, o que de certa forma, resultou em progresso para a cartografia. Mas este progresso não se realizou no campo matemático teórico propriamente dito, porém em instrumentos. Para atender as exigências náuticas, motivadas pelo desenvolvimento da navegação com a introdução da agulha magnética, a cartografia assumiu um aspeto funcional. 2 Capítulo 2 As cartas Portulanas, que apareceram no início do século XIV, procederam o ressurgimento e a expansão da obra de Ptolomeu. Foram constituídas inicialmente pêlos navegadores de Gênova, de acordo com os levantamentos efetuados por exploradores da época. Elas não obedeceram nenhum critério de projeção, eram reservados aos navegantes, e já possuíam o traçado das loxodromias (rumos) e o delineamento das costas dos países mediterrâneos. A extraordinária revolução na Cartografia começou no século XV: o advento da agulha magnética permitiu a exploração dos mares, intensificou-se o comércio para Leste, teve início a epopéia dos descobrimentos portugueses; ressurgiu a obra de Ptolomeu� Gutemberg inventou a imprensa� e foi fundada a Escola de Sagres em Portugal. A influência de Ptolomeu foi reinstalada na cartografia e sua obra sofreu correções e adaptações. A gravação ou a impressão possibilitaram uma produção cartográfica abundante, substituindo os manuscritos dispendioso. A navegação foi estudada através de métodos racionais na Escola de Sagres. O espírito aventureiro português a serviço dessa Escola dilatou o Mundo. As cartas de marear, modalidade portuguesa das cartas portulanas, sofreram a influência do progresso renascentista e adquiriram um aspeto cartográfico mais científico. No século XVI verifico-se uma grande produção cartográfica, destacando-se os trabalhos dos cartógrafos portugueses, espanhóis e italianos com Fernão Vaz Dourado, Toscaneli, Cantino e Pedro Nunes. Um óptimo exemplo (Figura 2.1) é o mapa- múndi do ano 1500 de Juan de la Cosa, o navegador de Cristóvão Colombo. Considerando que algumas áreas foram vistas apenas uma vez e localizadas por navegação rústica, os detalhes são surpreendentes. Um exemplo excepcional é o caso da Isla Fuerte (ver Figura 2.2). Uns poucos anos mais tarde no século XVI, e sucedendo à cartografia mediterrânea, aparecia a cartografia holandesa, representada principalmente por Mercator e Ortelius. Em 1569 apareceu o primeiro mapa do Mercator, nome latino de Guerhard Kramer, cuja projeção na qual os meridianos eram linhas retas e paralelas, e que formavam ângulos retos com os paralelos, estes também representados por linhas retas e paralelas. Para manter a conformidade das áreas, a separação entre duas paralelas aumenta na direção de cada pólo ou em proporção direta com o afastamento dos paralelos em relação ao equador. Figura 2.1 2 Capítulo 2 Figura 2.2 Nessa projeção as loxodromias eram representadas por linhas retas, o que facilitava a navegação. Em 1570 foi publicado o Theatrum Orbis Terrarum, considerado o primeiro atlas moderno do Mundo, de Abraham Ortelius, eminente cartográfico, amigo e contemporâneo de Mercator. Vários cartógrafos ilustres sucederam a Mercator, atingido a Escola Holandesa o máximo de produtividade e prestígio ai destacando-se os trabalhos de Iodocus Hondius (1546-1611) genro e sucessor de Mercator, e os de Willen Janezoon Bladu (1571-1638), homem dotado de grandes conhecimentos científicos e aluno de Tycho Brae, o grande astrónomo dinamarquês. No século XVII, sucedendo à Cartografia Holandesa, aparecia a Escola Francesa com uma série de nomes ilustres. Destacando-se a Casa Sanson D`Abbeville, com uma série de mapas construídas por Nicolas Sanson em projeção perspetiva. Em 1639, A.H. Jaillot apresentou “Le Neptune Français”, a mais importante obra geográfica da época, que foi auxiliado por Jean Dominique

Por que durante a Idade Média a ciência Cartografica sofreu retrocesso?

Findo o período clássico, a cartografia passou por um período de pouco desenvolvimento durante o início da Idade Média quando a Igreja teve forte influência sobre a confecção dos mapas que eram feitos de tal forma a perderem a exatidão.

Como era a história da cartografia na Idade Moderna?

A cartografia na Idade Moderna Um dos mapas mais conhecidos foi o mapa mundial criado pelo belga Albers Mercator, em 1569. Ele foi importante por usar pela primeira vez a projeção cilíndrica da terra, que é utilizada até hoje na cartografia. Mapa Mundial com as projeções criadas por Albes Mercator.

Como era vista a ciência na Idade Média Brainly?

o interesse por ciência na Idade Média era intenso, porém bem diferente do que foi feito a partir do século XVI. Até por volta do século XV, a visão que se tinha da natureza era, em grande medida, influenciada pela filosofia natural aristotélica, isto é, pela física e a metafísica de Aristóteles.

Qual era a principal característica do conhecimento científico na Idade Média?

A ciência que se desenvolveu nesse período áureo da filosofia escolástica dava ênfase à lógica e advogava o empirismo, entendendo a natureza como um sistema coerente de leis que poderiam ser explicadas pela razão.

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