Por que os vírus não são considerados seres vivos segundo a Teoria Celular?

A Teoria Celular refere-se à constituição celular dos organismos vivos, ou seja, estabelece que todo ser vivo é formado por células.

Por que os vírus não são considerados seres vivos segundo a Teoria Celular?
Segundo a Teoria Celular, todos os seres vivos são formados por células

A Teoria Celular é a teoria chave para o estudo da Biologia Celular, uma vez que ela se refere à composição celular dos seres vivos.Essa teoria é composta pela ideia de três pesquisadores, que, após anos de estudos, chegaram aos três pilares que a sustentam.

O estudo da célula

Apesar de hoje ser bem definido o que é uma célula, esse conceito é relativamente recente. Em 1665, Hooke usou esse termo pela primeira vez para se referir a estruturas que observou ao estudar fatias de cortiça. Hooke observou apenas paredes celulares de células mortas, o que o fez imaginar que as células nada mais eram do que pequenos compartimentos.

Após a descoberta das células, vários estudiosos começaram a analisar os organismos em sua forma microscópica. Vários estudos estavam focados nessa área, destacando-se o trabalho de Anton van Leeuwenhoek, que observou organismos como bactérias, protozoários e até mesmo espermatozoides humanos.

Após várias análises de diversos pesquisadores, além do avanço da tecnologia, T. Schwann e M. Schleiden chegaram à conclusão, em trabalhos diferentes, que todos os organismos vivos eram compostos por células. Nascia aí a base da famosa Teoria Celular.

A ideia foi aceita por vários pesquisadores, incluindo-se o patologista R. Virchow. Esse pesquisador foi além e afirmou que toda célula só poderia surgir de outra preexistente, apesar de não ter conhecimento a respeito dos processos de divisão celular. O pesquisador ficou famoso por sua afirmação “Omnis cellula ex cellula”, que significa “toda célula origina-se de outra célula”.

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Pilares da Teoria Celular

A teoria celular é composta, portanto, pelas ideias de Schwann, Schleiden e Virchow e baseia-se em três ideias básicas:

  1. Todos os organismos vivos são formados por uma ou mais células e pelas estruturas por elas produzidas;

  2. As células são consideradas unidades morfológicas e funcionais de todas as formas de vida;

  3. Todas as células originam-se de outra célula preexistente, ou seja, todas as células apresentam capacidade de divisão.

Problemas relativos à Teoria Celular

Quando a teoria foi proposta, ainda não se conhecia a estrutura dos vírus, que são seres acelulares. Por essa razão, muitos autores não consideram os vírus como seres vivos, uma vez que estes não obedecem ao primeiro ponto da Teoria Celular. Vale destacar, no entanto, que, apesar de não possuírem células, os vírus necessitam dessas estruturas para reproduzir-se.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

Por Vanessa Sardinha dos Santos

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O vírus é um organismo microscópico e simples que não tem células. Sua estrutura é basicamente formada por ácido nucleico e proteínas. Por ser acelular e não ter metabolismo próprio, é facilmente adaptável aos ambientes onde entram. 

Portanto, os vírus se reproduzem no interior de uma célula hospedeira, provocando a duplicação do seu material genético e a síntese da proteína. O resultado desse processo é chamado de infecção viral e resulta em doenças que podem ser graves, como é o caso da covid-19 e da Aids, por exemplo.

A maioria dos vírus é muito seletiva quando vai atacar um hospedeiro. Geralmente atacam um ou poucos tipos de células. Embora possam se reproduzir, são classificados como seres não vivos por não terem células. Mas não há uma verdade absoluta que reine entre a comunidade científica. Entenda a polêmica. 

O vírus da gripe comum pode ser um transtorno na vida das pessoas.  (Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock)

Quem defende que os vírus são seres vivos, argumenta que eles desenvolvem atividades consideradas complexas, já que conseguem burlar o sistema imunológico de outros seres, a ponto de provocarem doenças. 

Outro argumento que reforça a tese é o fato de que neles há a presença de material genético como DNA e/ou RNA. Dessa forma, conseguem transmitir suas características aos vírus a que deram origem, mesmo que esse conteúdo tenha origem em hospedeiros.

Os vírus também conseguem evoluir, pois se modificam com o tempo. Esse é um perfil interessante que foi observado, uma vez que os seres vivos que se adaptam conseguem sobreviver.

E por que o vírus não seria vivo?

Por outro lado, alguns pesquisadores defendem que os vírus não podem ser classificados como seres vivos pelo fato de não terem células. A teoria celular defende que todos os seres vivos são formados por células.

Além disso, esse microrganismo não demonstra potencial bioquímico para a produção de energia metabólica. Dessa maneira, não teria capacidade de respirar ou de se alimentar por conta própria, sendo dependente da célula hospedeira.

Por enquanto, a comunidade científica tem reunido argumentos que tendem a balançar para esse lado, ou seja, na hora do vestibular, vale a pena considerar que os vírus são uma criatura biologicamente interessante, mas sem vida. 

Novas descobertas devem aquecer o debate

Bioquímicos pesquisam os vírus, mas não concordam sobre classificá-los como seres vivos ou sem vida.  (Fonte: Maksim Shmeljov/Shutterstock)

Cientistas liderados pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, apresentaram um resultado de pesquisa sobre a descoberta de novos grupos inteiros de vírus (denominados de fagos gigantes) que infectam bactérias. Neles foram identificados genes que codificam partes do mecanismo celular.

Para esses pesquisadores, os fagos gigantes têm um número atípico de componentes do mecanismo de tradução, diferente de um vírus típico. Além disso, o estudo revelou que eles são mais comuns do que se acreditava e que, em determinados casos, conseguem produzir suas próprias proteínas (não precisam ter um hospedeiro para seu metabolismo). 

De acordo com esses especialistas, o que divide a vida da não vida é a existência de ribossomos e a capacidade de traduzir informação genética. Todos os vírus recém-descobertos têm genomas com mais de 200 mil pares de bases, enquanto o tamanho médio dos vírus conhecidos é de 52 mil pares de bases.

Assim, o dilema existencial sobre esse agente infeccioso merece avaliação constante. Por enquanto, considere no vestibular que eles não são vivos. Mas não se assuste se você vir a comunidade científica chegando a outra conclusão em alguns anos. Mais vírus têm sido estudados e levado a uma interpretação sob novos parâmetros do que é vida.

Fonte: Ciência em Ação, Mundo Educação, Ecycle, Brasil Escola.

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466644cookie-checkVírus são seres vivos? Saiba por que cientistas dizem que não

Porque os vírus não são considerados seres vivos de acordo com a Teoria Celular?

Os vírus não possuem células (acelulares): a unidade estrutural e funcional dos seres vivos. Essa característica contraria a teoria celular, que diz que todos os seres vivos são formados por células. Assim sendo, por não possuírem células, muitos afirmam que os vírus não são seres vivos.

Porque um vírus não pode ser considerado um ser vivo?

Mas o que sabemos é que o vírus, por não ter qualquer atividade metabólica fora da célula, por não captar nenhum nutriente, nem utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética fora da célula hospedeira, não pode ser considerado um ser vivo.

Por que o vírus não é um ser vivo Brainly?

Sem células, portanto, os vírus não são seres vivos. Além disso, a ausência de metabolismo nesses organismos é um ponto que sugere que não se tratam de seres vivos. Esses organismos também não conseguem se reproduzir fora de uma célula, e a reprodução é um ponto-chave para considerar um ser como vivo.

Por que os vírus são seres vivos?

Jean-Michel Claverie, virologista de um laboratório público francês, não tem mais dúvidas: os vírus são realmente seres vivos. O fato de que eles podem adquirir doenças causadas por outros vírus é um de seus argumentos para contestar a antiga afirmação de que os vírus eram inanimados.