Oligarquia é uma forma de governo controlada por um pequeno grupo de pessoas que apresentam algum tipo de conexão.
São exemplos de vínculos que levam à ascensão de uma classe dominante no regime oligárquico: laços sanguíneos, religião, prestígio e participação de grupos econômicos ou políticos.
A palavra oligarquia é de origem grega: “oligarkhía”. Corresponde à junção de “olígos”, cujo significado é “poucos”, e “arkh”, que pode ser traduzido como “governo”. Ou seja, o termo significa “governo de poucos”.
Os oligarcas utilizam o controle efetivo para permanecer no poder, concentrar renda e expandir os privilégios. Portanto, seus interesses estão sempre acima dos da maioria.
Aristóteles foi o primeiro a usar o vocábulo oligarquia. O filósofo grego menciona o governo de poucos, que segundo ele, trata-se de uma corrupção da aristocracia.
Sendo assim, enquanto a oligarquia é governada por uma pequena elite, a aristocracia é caracterizada como o “governo dos melhores”, pois o poder deveria pertencer aos mais aptos e destacados na sociedade.
Muitos autores definem a oligarquia como a forma degradada de um regime aristocrático. Isso se deve ao fato de que historicamente a governança passou a ser exercida não pelos mais capacitados, mas por um grupo privilegiado para fins corruptos.
Oligarquia também foi um termo utilizado para designar o governo dos ricos, o que na verdade é um erro. Essa definição é de outra forma de governo denominada plutocracia, que pode ser interpretada como um tipo de oligarquia.
A oligarquia é o governo de poucos que compartilham os mesmos interesses e a plutocracia é uma forma de governo onde o poder está concentrado nas mãos de pessoas provenientes de classes mais abastadas.
Oligarquia no Brasil
No Brasil, o termo oligarquia pode ser uma boa definição para a primeira fase do regime republicano brasileiro (1894-1930).
A concentração do poder é observada nas oligarquias rurais que dominavam a política brasileira durante a Primeira República.
Entre os principais exemplos de oligarquia aplicada no Brasil está a Política do Café com Leite, cujo nome é uma alusão à matriz econômica de dois estados na época: Minas Gerais dominava a produção de leite e São Paulo a de café.
Na prática, governadores oriundos dos Partidos Republicanos Paulista e Mineiro organizavam-se de tal maneira a controlar o nome que ocuparia a Presidência da República.
A prática do coronelismo foi comum durante os primeiros anos da República Velha e caracterizou-se pelo controle de grandes latifundiários que recebiam a patente de coronel.
Além da honraria, os coronéis ganhavam plenos poderes para mandar e controlar de maneira coercitiva os indivíduos em suas terras e além delas.
O controle era total, inclusive sobre a vontade eleitoral dos indivíduos. Sob ameaça, o eleitor votava no nome indicado pelo coronel. A situação foi batizada de "voto de cabresto".
A forma de governo que até então beneficiava aos grupos cafeicultores e fazendeiros no país chegou ao fim com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder.
Saiba mais sobre República Oligárquica.
Oligarquia Espartana
Esparta é um dos exemplos mais utilizados para explicar a oligarquia. Na cidade-estado da Grécia Antiga, os governos oligárquicos eram militaristas.
A sociedade espartana era organizada basicamente em três grupos:
- Espartanos: descendentes dos dórios, povo fundador de Esparta;
- Hilotas: descendentes dos messênios, que foram transformados em servos na dominação do território pelos dórios;
- Periecos: habitantes que viviam ao redor da cidade e se ocupavam de atividades agrícolas e do comércio.
Os espartanos constituíam o grupo com privilégios na sociedade e, por isso, eram os únicos considerados cidadãos, detinham as melhores terras, além de ocuparem cargos políticos e militares. Ainda assim, dentro dessa classe existia uma hierarquia.
O poder da sociedade espartana pertencia a algumas famílias e o comandado era exercido simultaneamente por dois reis.
Na história da civilização grega, quando um governo oligárquico era derrubado por um grupo com o uso da força, os substitutos eram denominados tiranos. Assim, começava uma nova forma de gestão de poder, o governo dos tiranos.
Adquira mais conhecimento com os conteúdos:
- Esparta e Atenas
- Meritocracia
- Política dos Governadores
Referências Bibliográficas
BOBBIO, Norberto. A teorias das formas de governo. Trad. Sérgio Bath, 9. ed. Brasília: Editora da UnB, 1997.
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História, Sociedade e Cidadania: 6°ano. São Paulo: FTD, 2018.
TREVISAN, Leonardo. A República Velha, 7. ed. São Paulo: Global, 2000.
Índice:
- Como era a oligarquia espartana?
- Quais eram as principais diferenças entre a oligarquia espartana e a democracia?
- Quais as principais características da República oligárquica * sua resposta?
- Como era a política na cidade de Esparta?
- Por que Esparta era oligárquica e militarista?
- O que foi a democracia ateniense e a oligarquia espartana?
- Qual é a diferença entre a democracia ateniense e a democracia brasileira?
Como era a oligarquia espartana?
De maneira geral, uma oligarquia é uma palavra que indica que há uma elite que detém o poder de uma determinada sociedade. A origem da palavra é grega e serve para designar o governo de poucos. Entende-se, portanto, que por ser oligárquica, a sociedade espartana era organizada hierarquicamente.
Quais eram as principais diferenças entre a oligarquia espartana e a democracia?
Mesmo sendo considerado um “governo do povo”, aqueles que participavam da democracia ateniense correspondiam a menos de 20% da população. Já em Esparta, as questões políticas eram de obrigação de um conjunto de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a Gerúsia.
Quais as principais características da República oligárquica * sua resposta?
A República Oligárquica () se caracteriza pela alternância de poder entre as oligarquias cafeeiras dos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Os presidentes desta época foram eleitos, na maioria das vezes, pelo Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro.
Como era a política na cidade de Esparta?
Esparta era governada por uma diarquia, isto é, um governo que possuía dois reis, sendo eles herdeiros de famílias que exerciam essa função, segundo o mito de origem grego, desde que os descendentes de Herácles retornaram para a Lacônia e estabeleceram-se na região, junto aos dórios.
Por que Esparta era oligárquica e militarista?
Cite e explique as duas principais características da cidade-estado Esparta. As duas principais características de Esparta eram o caráter militarista e oligárquico. Militarista porque um dos principais objetivos era formar modelos de soldados bem treinados fisicamente para defender os interesses políticos da pólis.
O que foi a democracia ateniense e a oligarquia espartana?
R: Na oligarquia eram os aristocratas ( homens ricos ou nascidos de famílias nobres), na tirania eram os tiranos (na Grécia Antiga, era o título dado ao governante que detinham ilegalmente o poder), e na democracia, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
Qual é a diferença entre a democracia ateniense e a democracia brasileira?
C) na democracia ateniense, os cidadãos se reuniam na Ágora e decidiam os destinos da sua cidade. Já na democracia brasileira atual, os cidadãos elegem os seus representantes e são eles que tomam as decisões.