A Inconfidência Mineira foi um movimento emancipacionista, elitista e republicano que aconteceu em Minas Gerais no ano 1789, durante o Período Colonial brasileiro. A Inconfidência Mineira pretendia libertar o Brasil do
domínio colonial português. Seus participantes eram majoritariamente da elite mineira no período e tinham o objetivo de implantar a República no Brasil. 📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚 Durante mais de três séculos, o Brasil foi colônia de Portugal. Esse período foi marcado pela intensa exploração econômica da colônia pela metrópole portuguesa, uma vez que grande parte das riquezas naturais e minerais do Brasil foram levadas por Portugal. As primeiras grandes reservas de ouro do Brasil foram descobertas pelos bandeirantes
na região que hoje é Minas Gerais. Portugal passou décadas explorando e canalizando esses recursos tão valiosos. A metrópole cobrava altos impostos em cima da atividade, como o chamado “Quinto”, taxa de 20% sob todo ouro retirado das minas. Desde a segunda metade do Século XVIII, o ouro começou a ficar mais escasso. Entretanto, Portugal não diminuiu os impostos sobre ele, já que o país havia acabado
de passar por um terremoto e precisava de recursos para se restabelecer. Ao contrário, decretou a chamada “Derrama”, imposto que obrigava cada região aurífera (extratora de ouro) a recolher uma tonelada e meia de ouro por ano e entregá-lo para Portugal. Quando uma região não conseguia pagar a Derrama, os soldados portugueses invadiam as casas locais e tomavam bens e propriedades, até que o valor total dos confiscos chegasse ao imposto exigido. Em 1785, Dona Maria I, rainha de Portugal, decretou a proibição das manufaturas no Brasil. Ao impedir a produção industrial, a medida pretendia obrigar o Brasil a importar os produtos industrializados de Portugal a um preço cada vez mais alto. 🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓 A InconfidênciaSendo assim, a Inconfidência Mineira teve como principais causas o descontentamento da população com a alta cobrança de impostos (o Quinto e a Derrama) e com a proibição da produção industrial no Brasil, ambas determinações da metrópole portuguesa. A revolta foi articulada por importantes figuras das cidades extratoras de ouro em Minas Gerais, entre poetas, padres, comerciantes, militares e mineradores. Dentre essas figuras, estava o alferes e pequeno minerador, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Tiradentes recebeu esse nome pois tinha como atividade complementar o cuidado da saúde bucal de alguns militares. Influenciados pelo Iluminismo francês e pela Independência dos Estados Unidos, os revoltosos construíram um movimento que pretendia não só romper com o pacto colonial, como também, proclamar a República no Brasil. Além disso, esperavam fundar indústrias e impor o serviço militar obrigatório. É importante pontuar que, diferente da Conjuração Baiana, a Inconfidência Mineira não foi um movimento claramente abolicionista. O conflito esperado pelos inconfidentes, entretanto, não chegou a acontecer. Isso, porque o movimento foi traído por um de seus integrantes: Silvério dos Reis, que delatou todos os envolvidos da revolta para uma das autoridades do governo monárquico em Minas Gerais. Sendo assim, a revolta, que estava prevista para começar durante a Derrama, foi reprimida antecipadamente pelas tropas do governo. Como muitos dos líderes da Inconfidência eram pertencentes a uma parcela rica da população - como coronéis, militares e advogados -, acabaram não sendo mortos, mas exilados na África. Entretanto, à Joaquim José da Silva Xavier, foi determinada a pena de morte. Tiradentes acabou enforcado, esquartejado e teve seus membros expostos em praças públicas da região de Minas Gerais. “Tiradentes esquartejado” pintado por Pedro Américo. Um século depois, com o advento da República, o dia da morte de Tiradentes foi transformado em feriado nacional. O personagem se tornou um mártir da liberdade e sua imagem foi extenuantemente usada pelos republicanos. Até hoje, a bandeira de Minas Gerais é a mesma confeccionada durante o período da Inconfidência Mineira. Exercício de fixação ENEM/2010 Leia os seguintes textos: TEXTO I Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro. (CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990) TEXTO II Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da
multidão! (ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M.C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990) A 1ª República Brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado: A ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes. B à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro. C ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação. D à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação. E ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país. Quais eram as maiores exigências dos integrantes da Inconfidência Mineira?Influenciados pelo Iluminismo francês e pela Independência dos Estados Unidos, os revoltosos construíram um movimento que pretendia não só romper com o pacto colonial, como também, proclamar a República no Brasil. Além disso, esperavam fundar indústrias e impor o serviço militar obrigatório.
Como eram os participantes da Inconfidência Mineira?Os inconfidentes eram, em sua maioria, grandes proprietários, mineradores, padres e letrados, como Cláudio Manuel da Costa. Oriundo de família enriquecida na mineração, havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário da administração colonial. Por sua parte, Alvarenga Peixoto era minerador e latifundiário.
O que os inconfidentes mineiros pretendiam fazer?A Inconfidência Mineira foi a revolta, de caráter republicano e separatista, organizada pela elite socioeconômica da capitania de Minas Gerais contra o domínio colonial português. Também conhecida como Conjuração Mineira, demonstrou a insatisfação local com a política fiscal praticada por Portugal.
Quais são as principais características da Inconfidência Mineira?A Inconfidência Mineira, também conhecida como Conjuração Mineira, foi um movimento separatista que aconteceu em Minas Gerais no ano de 1789. O principal objetivo era obter a independência de Minas em relação a Portugal. Conheça mais detalhes com este resumo da Inconfidência Mineira.
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