Quais foram as consequências do processo de descolonização?

O processo de descolonização durou cerca de um ano. Na Guiné-Bissau, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe a independência foi pacífica, mas em Angola e Moçambique deu lugar a uma guerra civil no contexto da Guerra Fria. Timor-Leste, invadido pela Indonésia, só alcançou a independência em 2002. O MFA não conseguiu assegurar a permanência dos portugueses nesses territórios, originando um difícil êxodo.

A descolonização foi um dos principais objetivos do MFA. Mas desde cedo provocou divergências: logo no dia 25 de abril o general António de Spínola, a quem o MFA pediu para aceitar a rendição de Marcello Caetano que não queria entregar-se a um capitão, exigiu a substituição no programa do MFA da expressão «autodeterminação» por «lançamento de uma política ultramarina que conduza à paz».

A tensão cresceu, quando Spínola, como presidente da República, teve de promulgar a Lei 7/74 a 27 de julho redigida pelo II Governo provisório liderado por Vasco Gonçalves. Nessa lei prevaleceram as intenções do MFA, que afirmava, a nível internacional, a defesa da democracia, dos direitos humanos e da independência das colónias e, a nível interno, o fim do envio das tropas para as colónias. O passo seguinte foi a escolha dos interlocutores para a transferência do poder e negociação dos acordos de cessar-fogo.

Os Acordos de Argel (agosto de 1974) estabeleceram com o PAIGC as datas de 10 setembro de 1974 para a independência da Guiné-Bissau (já proclamada unilateralmente a 24 de setembro de 1973) e de 5 de junho de 1975 para Cabo Verde. A independência de S. Tomé e Príncipe foi negociada para 12 de julho de 1975 com o Movimento de Libertação S. Tomé e Príncipe (MLSTP), o único que não seguira a via da luta armada.

O Acordo de Lusaca (7 de setembro de 1974) estabeleceu com a FRELIMO a independência de Moçambique para 25 de junho de 1975. Como este movimento era apoiado pela URSS o processo foi contestado por grupos separatistas brancos e pela RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) criada, em 1975, como movimento de defesa da democracia, com o apoio dos EUA. Por isso, Moçambique viria a tornar-se mais um palco da Guerra Fria e a guerra civil só terminaria com o fim desta, sendo a paz assinada em 1992.

A assinatura do Acordo do Alvor foi mais difícil porque os interlocutores de Angola, MPLA, FNLA e UNITA, representavam etnias quase rivais e as fações da guerra fria (a UNITA era apoiada pelos EUA e o MPLA pela URSS). Estes movimentos provocaram vários tumultos, a que se juntaram os golpes de minorias brancas. Logo no dia da independência, 11 de novembro de 1975, o país dividiu-se em dois: o MPLA proclamou, em Luanda, a República Popular de Angola (reconhecida por Portugal) e a UNITA/FNLA, implantaram, no Huambo, a República Democrática de Angola.

A 1.ª guerra civil terminou em 1989 com a queda do bloco soviético, mas Savimbi voltou à luta em 1991 e em 1997, só se alcançando a paz com a sua morte em 2002.

Em Timor marcaram-se eleições para 1976 a que concorreriam a ASDT (Associação Social-Democrata Timorense depois FRETILIN, Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), a UDT (União Democrática Timorense) e a APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), mas a FRETILIN (apoiada pela URSS) proclamou unilateralmente a independência a 28 de novembro de 1975.

A 7 de dezembro, a Indonésia, com o apoio da APODETI, invadiu Timor e a FRETILIN iniciou a resistência. Essa integração nunca foi reconhecida por Portugal e só após uma longa luta com recurso à guerrilha, à diplomacia e à pressão internacional e com a intervenção da ONU no terreno, se reconheceu a independência de Timor-Leste a 20 de maio de 2002.

O processo de descolonização não assegurou o objetivo inicial da permanência dos portugueses nesses territórios, nem as condições mínimas de segurança. Após algumas mortes assistiu-se ao êxodo de cerca de meio milhão dos chamados «retornados», chegando muitos através da ponte aérea de Angola devido ao agravar da situação.

Muitos perderam a maior parte dos seus bens e como não tinham para onde retornar foram alojados em hotéis e tendas ou ocuparam casas, sendo elementos ativos das Comissões de Moradores. A sua reintegração num Portugal em crise económica e com forte desemprego criou momentos de tensão com a população local, levando muitos a emigrar, mas quem ficou contribuiu para dinamizar a economia e as mentalidades.

Quais foram as consequências da descolonização?

As consequências da descolonização Na maioria dos casos, a situação econômica deteriorou-se progressivamente. A maior parte dos países, sobretudo os africanos, sofre de instabilidade política devido a frequentes guerras civis, golpes de Estado e ditaduras militares.

Quais foram as consequências da descolonização na África?

Após o fim da descolonização da África, a maioria dos novos países entra em guerra civil. Isso porque haviam povos que eram historicamente inimigos e agora viviam dentro da mesma fronteira. Também as diferentes ideologias - capitalismo e socialismo - fizeram enfrentar vários grupos pelo poder.

Quais as causas que levaram ao processo de descolonização?

Um primeiro fator foi o enfraquecimento das economias dos países europeus que participaram do conflito. Esses ficaram sem recursos econômicos suficientes para manter suas colônias. Um segundo fator foi o nacionalismo despertado nas colônias.

O que marcou o processo de descolonização?

Geralmente, o processo de descolonização é precedido por um conflito entres as forças da colônia contra seus colonizadores. Na Argélia ocorreu uma guerra de libertação contra Portugal. Já nos Estados Unidos foi dado um golpe de estado no qual as colônias substituíram a administração dos colonos.