Quais são as forças de Porter e que relação eles têm com o planejamento?

No contexto atual, a maioria das empresas está inserida em um ambiente repleto de oportunidades.. Uma agência de marketing , por exemplo, pode se reposicionar para alcançar um nicho inexplorado que ofereça melhores retornos, utilizando novas plataformas de criação ou as redes sociais de maneira inovadora.Para enxergarmos melhor essas possibilidades, usamos a análise das 5 forças de Porter

Desenvolvida nos anos 70, a ferramenta das 5 forças de Porter funciona como um radar para avaliar o espaço ocupado pela sua marca no mercado, considerando as táticas da concorrência e quais são as oportunidades de inovação que, quando implementadas, podem transformar a sua empresa em um case de sucesso. 

Como acontece em outros conceitos e técnicas, muitas são as dúvidas que rondam as 5 forças de Porter e para saber como essa análise pode embasar seu planejamento estratégico, preparamos esse artigo completo. Confira! 

  • 5 forças de Porter: uma ferramenta de análise
  • Quais são as 5 forças de Porter? 
  • Como as 5 forças de Porter podem ajudar a sua empresa
  • Cinco erros para cinco forças
  • Decisões sólidas com dados organizados
 

5 forças de Porter: uma ferramenta de análise

Ferramenta clássica da administração de empresas, as 5 forças de Porter analisam o posicionamento de uma empresa em seu segmento, avaliando seus pontos positivos e negativos. Mais que isso, o instrumento permite uma visualização mais completa de seus concorrentes, não enxergando eles apenas como rivais, mas também percebendo como eles influenciam nas práticas comerciais da própria organização. 

Embora esta análise seja bastante útil para determinar se um novo empreendimento é oportuno, ela pode ser aplicada para empresas já estabelecidas. Afinal de contas, reposicionar sua organização para explorar novos nichos dentro de sua área de atuação pode ser uma ótima maneira de maximizar lucros e contornar a concorrência.

Para fazer uma análise eficiente, é fundamental que o profissional envolvido conheça bem o setor e as características que governam as suas forças competitivas.

>> Leitura recomendada: A importância do core business para a sua estratégia de negócios.

Quem é o criador das 5 forças de Porter? 

O autor da ferramenta é o consagrado professor Michael Porter, que em 1979 publicou o artigo “Como as forças competitivas moldam as estratégias” na Harvard Business Review. 

Foi a partir desse ensaio que o modelo conhecido como 5 forças de Porter ganhou repercussão, com seu autor descrevendo a prática como uma alternativa à Matriz SWOT. No material, Porter listou cinco forças do mercado, divididas em verticais e horizontais, que serviriam de base para determinar a concorrência e a lucratividade de certo nicho econômico.

Antes de apresentar quais são as 5 forças de Porter, é preciso ter a consciência que para que a análise seja aplicada, a empresa saiba com nitidez a qual setor ela pertence, pois assim não correrá o risco de avaliar concorrentes que não disputam o mesmo mercado no qual a sua corporação está inserida. 

Quais são as 5 forças de Porter?

O intuito das 5 forças de Porter é reconhecer quais são os aspectos que influenciam a competitividade e como a sua organização pode usar esse atributo para elaborar um planejamento estratégico efetivo. São elas: 

  • A rivalidade entre concorrentes; 
  • O poder de negociação dos fornecedores; 
  • O poder de negociação dos clientes; 
  • A ameaça de novas empresas concorrentes;
  • A ameaça de produtos substitutos. 
 

A seguir, vamos explicar cada uma das 5 forças de Porter com mais detalhes. 

Quais são as forças de Porter e que relação eles têm com o planejamento?

1 – Rivalidade entre concorrentes

Uma concorrência se estabelece quando no mercado são oferecidas diferentes opções para um mesmo produto ou serviço, fazendo com que as empresas disputem o potencial consumidor de diversas maneiras, utilizando para isso atributos como preço, entrega de valor, experiência, relacionamento, qualidade e assim por diante. 

É importante salientar que pertencer ao mesmo ramo não significa que as companhias são concorrentes diretas. Utilizando um exemplo virtual, LinkedIn e Instagram são redes sociais. Contudo, elas não rivalizam pois suas intenções e público-alvo são distintos. 

A primeira é voltada para um público que busca sua qualificação profissional, aumentar sua rede de contatos e conhecer as tendências que circulam no mundo corporativo. Já o Instagram é voltado para a produção de conteúdo visuais, que engajam seguidores e marcas, criando áreas de interesse em comum para relacionamento, compartilhamento de informações e comércio de produtos e demais soluções. 

A rivalidade entre empresas é o eixo central das 5 forças de Porter, pois além de determinar quem são seus concorrentes, é necessário acompanhar as estratégias de campanha, planejamento e envolvimento dessas marcas com os consumidores. 

Realizar o benchmarking é uma forma de estudar seus concorrentes e deve ser feito com frequência. Pergunte-se quais são as vantagens competitivas da outra empresa, as características do público-alvo, como se manter inovador e promover uma comunicação atualizada com os potenciais seguidores, de forma a torná-los mais próximos da marca, e quais são os pontos de melhoria que precisam ser observados. 

Os fatores relevantes na análise da concorrência nas 5 forças de Porter incluem:

  • Quantidade de concorrentes e distribuição das fatias de mercado;
  • Grau de transparência;
  • Taxa de crescimento da indústria;
  • Diversidade de concorrentes;
  • Complexidade e assimetria informacional;
  • Grau de diferenciação dos produtos;
  • Barreiras à saída, como investimento alto demais para ser abandonado.
 

2. O poder de negociação dos fornecedores

A relação entre empresas e fornecedores é outro ponto verificado pelas 5 forças de Porter. Na maioria das vezes, esse contato é visto de forma estritamente comercial, na base da oferta e procura, o que causa um desequilíbrio de forças na hora da negociação. 

Dependendo do nicho, o suprimento de insumos que são essenciais para a fase produtiva é feito pelo mesmo provedor para a sua organização e para o concorrente. E isso pode enfraquecer a organização caso a relação entre as partes não seja amigável, causando o aumento de preços ou mesmo a interrupção do fornecimento de matéria-prima. 

Ao analisar essa perspectiva dentro da ferramenta das 5 forças de Porter é possível entender que esse contato pode ser aperfeiçoado por meio de uma relação de parceria com os fornecedores e até mesmo uma cooperação entre instituições do mesmo setor, o que permite um consenso entre as partes e um cenário competitivo mais saudável. 

Segundo as 5 forças de Porter, esses são os fatores que você precisa ponderar em razão do poder de barganha dos fornecedores: 

  • Custo de mudança de fornecedor para a empresa;
  • Grau de diferenciação entre insumos;
  • Impacto dos insumos sobre preços e diferenciação;
  • Disponibilidade de fornecedores alternativos;
  • Força do canal de distribuição;
  • Diferença entre oferta e demanda de insumos;
  • Capacidade de organização de fornecedores, por exemplo, em sindicatos;
  • Possibilidade do fornecedor de vender diretamente ao consumidor.
 

3. O poder de negociação dos clientes

Preço e qualidade são dois critérios que baseiam a decisão de aquisição dos clientes. Quando o público-alvo é bastante seleto, cria-se uma situação de dependência com os consumidores, dando oportunidade para que eles exerçam pressão sobre a empresa, controlando a política de preços. 

Por esse motivo, o terceiro item das 5 forças de Porter se dedica a averiguar como o poder de negociação com os clientes influencia na imagem que a companhia transmite ao mercado e quais são os caminhos para conquistar a fidelidade das pessoas sem perder valor de mercado. 

Os programas e experiências costumam agregar novos benefícios para o consumidor, como um pacote bônus que aproxima o público e a marca. Um bom exemplo de renovação da relação são os clubes de leitura das editoras e livrarias. O aumento dos preços dos livros afastou os leitores das lojas, ainda mais com a digitalização das obras. 

Como investida, esses clubes apostam na assinatura de kits personalizados, na qual além do livro, são enviados pequenos presentes, como itens de decoração, cupons de desconto e acessos virtuais ilimitados. De quebra, a edição recebida é diferenciada do que vai nas lojas, aumentando a exclusividade. 

Com tantos extras inclusos, o consumidor não se importa de pagar um pouco a mais para ter uma outra experiência com o produto. Para que uma estratégia assim seja implementada, é preciso utilizar frameworks como as 5 forças de Porter não só para acompanhar o cenário mercadológico, mas também ter um contraponto para a negociação do cliente, que terá um bônus ao final da jornada. 

Para dimensionar esse ponto, é preciso considerar os seguintes aspectos: 

  • Capacidade do público consumidor de se organizar;
  • Disponibilidade de produtos alternativos;
  • Diferença entre oferta e demanda de produtos;
  • Grau de dependência de canais de distribuição existentes;
  • Custo de mudança de produto para o cliente;
  • Disponibilidade de informação do comprador em relação ao produto;
  • Preço total da compra;
  • Diferencial do produto;
  • Quantidade de clientes;
 

 4. A ameaça de novas empresas concorrentes

Toda novidade chama atenção e isso também é válido quando as empresas descobrem um nicho lucrativo. Para as que já estão consolidadas, o uso das 5 forças de Porter ajuda a pensar em barreiras para inibir o impacto causado pelas corporações concorrentes. 

Sabendo disso, separamos alguns fatores para você não perder de vista: 

  • Patentes e outras barreiras jurídicas de entrada;
  • Acesso aos canais de distribuição;
  • Exigências de capital inicial;
  • Políticas governamentais;
  • Influência da marca;
  • Vantagens absolutas de custo;
  • Economia de escala;
  • Custos de transição.
 

5.  Ameaça de produtos substitutos

Se ampliarmos nossa compreensão do que é um concorrente, vemos que muito mais empresas podem ser uma ameaça ao nosso lucro. As operadoras de telefonia, por exemplo, não perderam mercado umas para as outras, e sim para novas tecnologias. 

Com a transformação digital, as empresas precisam repensar seu plano de ação e principalmente os produtos e serviços que são oferecidos, para que eles não fiquem obsoletos. Sendo assim, fique atento aos seguintes componentes desta força: 

  • Disponibilidade e quantidade de substitutos;
  • Propensão dos consumidores a adquirir ou procurar substitutos;
  • Performance relativa de preço do substituto;
  • Custo da mudança para o consumidor;
  • Nível de diferenciação do produto;
  • Facilidade de substituição;
  • Qualidade dos substitutos;
  • Depreciação na qualidade.
 

Como as 5 forças de Porter podem ajudar a sua empresa

Após apresentar as 5 forças de Porter, é preciso usar a ferramenta como um instrumento aliado para que a sua estratégia seja a mais completa e assertiva possível. 

Ao definir o diferencial competitivo 

É lógico que a sua organização deseja ser reconhecida pelo mercado como uma referência inovadora, com os objetivos conversando com as vontades do consumidor. 

Usando a avaliação do contexto com as 5 forças de Porter, é possível encontrar o diferencial competitivo que representará a imagem da marca. Entre os caminhos possíveis estão a padronização das operações, a experiência dos clientes, o custo-benefício, a autoridade, entre outras oportunidades comerciais. 

Ao construir o plano de marketing 

Assim como outros métodos de análise utilizados pela gestão, as 5 forças de Porter conduzem a definição do plano de marketing, principalmente pelo amplo panorama que o recurso proporciona, ao mostrar as qualidades e fraquezas da instituição. 

Como o plano de marketing se baseia em dados concretos para elaborar soluções eficientes, as 5 forças de Porter fundamentam as futuras tomadas de decisões pela empresa, permitindo uma atualização frequente das campanhas, acompanhando as tendências do mercado. 

Aprimora o contato com o público

Os insights coletados a partir das 5 forças de Porter estimulam que seu negócio reavalie a forma como seus relacionamentos são conduzidos. Mais que compra e venda, é preciso pensar na satisfação pós-venda, na criação de uma comunidade que futuramente irá advogar em favor da marca. 

Cinco erros para cinco forças

Se as 5 forças de Porter são as guias para criarmos nossas estratégias, elaboramos aqui também uma lista de 5 erros comuns que gestores cometem nestas horas. Vamos a eles:

1. Sua estratégia não é o seu marketing

Quando pensamos em nichos de mercado, é esperado que a satisfação de necessidade de clientes venha à mente. No entanto, estratégia de negócios é mais do que isso. Maximizar seus lucros envolve também agregar valor a todo o processo, cortando custos e impulsionando toda a cadeia.

2. Seu ponto forte não é necessariamente seu diferencial

Se sua empresa é muito boa em alguma área, a tendência de seus gestores é explorar este ponto como uma vantagem competitiva. Mas lembre-se de o mercado é feito de forças internas e externas. Se você for muito bom em algo, mas seus concorrentes também, isso não é um diferencial. Na competição empresarial, tudo é relativo.

3. Nem sempre “ser a maior” significa “ser a mais lucrativa”

Parece um contrassenso, mas frequentemente empresas que dominam um segmento não têm a melhor lucratividade ou saúde financeira. As 5 forças de Porter pregam a busca pelo lucro, o que não é a mesma coisa que porte. Cuidado para que sua empresa não se torne o que os especialistas chamam de “grande demais para prosperar”.

4. Não confunda estratégia com objetivo

Você pode querer “ganhar um bilhão de reais” ou “dobrar a participação de mercado”. Mas essa não é sua estratégia. Esse é seu objetivo, enquanto sua estratégia é a série de escolhas e ações que levarão sua empresa a este resultado. Por exemplo, se seu objetivo é ganhar mais dinheiro, você pode elaborar estratégias que maximizem lucros através do corte de despesas ou aumento da receita.

5. Nicho em expansão não é garantia de lucro

Um ramo de atividade em crescimento pode encher os olhos de alguns empreendedores. A perspectiva de ser o primeiro a entrar em uma mina de ouro inexplorada é realmente sedutora. No entanto, esse canto da sereia atrai também os concorrentes e faz com que as relações com fornecedores seja ainda mais complicada. Logo, estes e outros fatores podem fazer seus lucros desaparecerem.

Decisões sólidas com dados organizados

Modelos como as 5 forças de Porter são essenciais para planejar sua estratégia de negócios e enxergar de forma clara as oportunidades de mercado e de lucro. Outra grande ajuda para seus negócios é um software de gestão como o Runrun.it.

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Quais são as forças de Porter e que relação eles têm com o planejamento?
 

Pesquisas mencionadas

https://www.passeidireto.com/arquivo/44056730/artigo-como-as-forcas-competitivas-moldam-a-estrategia-20180205-1939/5

Quais são as forças de Porter e que relação elas têm com planejamento?

As 5 forças de Porter são: ameaça de produtos substitutos; ameaça de entrada de novos concorrentes; poder de negociação dos clientes; poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os concorrentes. São os pilares de uma empresa, e se algum mudar, deve-se reavaliar seu posicionamento estratégico.

O que é planejamento estratégico Segundo Porter?

É um modelo de apoio à governança de uma organização e que pode ser aplicado: • Com o objetivo de melhorar a performance da organização; • Para analisar o impacto de futuras mudanças; • Para alinhar departamentos dentro de uma organização; • Para determinar a melhor forma de aplicar uma estratégia proposta.

Quais são as 5 Forças de Porter?

Quais são as 5 forças de Michael Porter?.
Rivalidade entre os concorrentes. A primeira das forças de Porter é a chamada “rivalidade entre os concorrentes em um mesmo mercado”. ... .
Entrada de novos concorrentes. ... .
Produtos substitutos. ... .
Poder de negociação dos clientes. ... .
Poder de negociação dos fornecedores..

Como podemos utilizar o conceito das 5 Forças de Porter complementadas em um planejamento estratégico?

Dicas importantes sobre as 5 Forças de Porter! Fornecedores devem ser parceiros; Dificulte a chegada de novos concorrentes; Não coloque todos as suas fichas em um único tipo de cliente; Determine o posicionamento competitivo do seu negócio.