Quais são as medidas consideradas na avaliação do crescimento e desenvolvimento humano?

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Quais são as medidas consideradas na avaliação do crescimento e desenvolvimento humano?

Analise do crescimento som�tico de crian�as e 

jovens de cidades do Oeste do Estado de Santa Catarina

An�lisis del crecimiento som�tico de ni�os y j�venes de las ciudades del Oeste del Estado de Santa Catarina

Quais são as medidas consideradas na avaliação do crescimento e desenvolvimento humano?

 

*Mestre em Ci�ncias do Movimento Humano UFRGS

Professor efetivo do IEFES da Universidade Federal do Cear�

**Mestre em Ci�ncias do Movimento Humano UFRGS

Professor Centro Universit�rio La Salle, PROESP-BR

***Doutor em Ci�ncias do Movimento Humano UFRGS

Professor da Universidade Federal do Pampa, PROESP-BR

Ricardo Hugo Gonzalez*

Eraldo dos Santos Pinheiro**

Gabriel Gustavo Bergmann***

(Brasil)

 

Resumo

          O presente estudo trata do crescimento somotomor de escolares de 6 a 15 anos de tr�s cidades da regi�o Oeste de Santa Catarina. A estatura e o peso corporal s�o os principais referenciais e tamb�m os mais comumente usados para a an�lise do crescimento, considerando o baixo custo e a facilidade de aplica��o. O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil de crescimento dos escolares de 06 a 15 anos de tr�s cidades da Regi�o Oeste de Santa Catarina. Este estudo caracteriza-se por ser descritivo com um delineamento transversal e faz parte do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). Para a concretiza��o desse estudo foi utilizada uma amostra intencional que contou com 1790 escolares de 6 a 15 anos, sendo 957 do sexo masculino e 833 do sexo feminino das cidades de Xanxer�, Xaxim e Chapec� no Oeste do estado de Santa Catarina. Os resultados obtidos neste estudo indicam que o perfil de crescimento dos escolares apresenta um desenvolvimento cont�nuo independente da faixa et�ria, com uma tend�ncia a estabiliza��o da estatura das meninas por volta dos 13 anos. Por�m o curso das curvas dos indicadores de estatura e massa corporal dos sexos apresenta oscila��es durante todas as idades presentes comparando com estudos similares de crian�as e adolescentes brasileiros como as curvas de n�vel Brasil e Sul. Essas contribui��es podem ser consideradas relevantes para um melhor entendimento do desenvolvimento corporal, para que durante o processo pedag�gico n�o ocorra incidentes que venham ocasionar danos no desenvolvimento dos escolares, assim os profissionais de educa��o f�sica ter�o maiores dom�nios com maior sustentabilidade para elaborar os planos de ensino e contribuir para uma forma��o integral dos escolares. Por fim, o crescimento de crian�as e adolescentes pode ser considerado como um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida de um pa�s ou como a extens�o das distor��es que possam existir em uma mesma popula��o e que este estudo venha a contribuir aos Profissionais da �rea da sa�de, motricidade e Educa��o F�sica com subs�dios, instrumentos atrav�s dos quais possam fundamentar as suas a��es, devido ao crescimento ser t�o qu�o complexo e inevit�vel durante a vida. Faz-se necess�rio realizar outros estudos de cunho longitudinal para que haja um melhor acompanhamento destes indiv�duos, estudos com relev�ncia s�cio-econ�mica, �tnica e que envolva fatores end�genos e ex�genos que possam ter influ�ncia no crescimento para que se estabele�a um padr�o de crescimento da popula��o brasileira.

          Unitermos:

Crescimento. Dimorfismo. Escolares.

Abstract

          This study is about the somatic growth of children aged between 6 and 15 years old in three cities of the west of the state of Santa Catarina. The height and weight body are the main references as well as the most used to the growth analysis, considering the low cost and its facilities. The aim of the present work was to check the growth in students aged 6 to 15 years old in three cities in the west of the state of Santa Catarina. It is a descriptive work and used a transversal line and it is part of the Project Sport Brazil (PROESP-BR). In order to do this work an intentional sample was used � 1790 students from 6 to 15 years old: 957 males and 833 females in the cities of Xanxere, Xaxim and Chapec� in the west of the state of Santa Catarina. The results show that the growth profile presents a continuous development no matter the age they are and tend to stabilize the height of the girls when they are around 13 years old. However, the curves of the indicators of height and body weight of both sex presents oscillation during all the ages comparing to the previous studies with children and young people with the curves of level Brazil and South. These contributions may be considered important to understand better the body development, so that during the pedagogical process we don�t face incidents that may cause damages in the school development. This way the professionals of Physical Education may have more control with more sustainability to elaborate the teaching plans and contribute to a complete formation of the students. Finally, the growth of children and teenagers may be considered as one of the most important indicators of life quality in a country or as extension of the distortions that may exist in the population and that this study may contribute to the professionals in the health area, movement and Physical Education with subsides, instruments which may justify their actions due to the growth is so complex and inevitable in life. It is necessary to make other studies in a longitudinal way in order to follow these people better. These studies need to have social, economical and ethnical importance and they have to evolve endogens and exogenous factors that may influence in the growth to establish a growing standard in the Brazilian population.

          Keywords:

Somatic growth. Dimorphism. Students.  
Quais são as medidas consideradas na avaliação do crescimento e desenvolvimento humano?
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 15, N� 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdu��o

    Atualmente � comum nos pa�ses perif�ricos avaliar o crescimento som�tico a fim de diagnosticar a qualidade de vida de uma popula��o. Tendo em vista o baixo custo e a facilidade de aplica��o (PROESP-BR 2007). O crescimento e o desenvolvimento biol�gico (matura��o) de crian�as e adolescentes v�m sendo estudado com maior �nfase na �ltima d�cada. Para Tanner (1986) a estatura e o peso corporal s�o os principais referenciais e tamb�m os mais comumente usados para a an�lise do crescimento. O presente estudo trata do crescimento somatomotor de escolares de 6 a 15 anos de tr�s cidades da regi�o Oeste de Santa Catarina.

    Glaner et al. (2005), afirmam que o crescimento pode ser entendido como o aumento do corpo como um todo ou aumento de partes espec�ficas do corpo, podendo ser medido em cent�metros (estatura) e quilogramas (peso corporal), outras medidas antropom�tricas podem ser usadas, que s�o os per�metros corporais e di�metros �sseos. Assim o crescimento se resume ao aumento do corpo ou das partes do corpo da crian�a em diferentes momentos e fases do seu desenvolvimento at� atingir o crescimento total.

    A matura��o na inf�ncia e adolesc�ncia s�o conceitos que est�o intimamente relacionados com o crescimento somatomotor. Malina e Bouchard (2002) definem que a matura��o varia de acordo com o sistema biol�gico, mas geralmente pode ser descrito como o processo de tornar-se maduro, � a fase adulta a ser atingida por uma crian�a, a uni�o do crescimento e da matura��o � alcan�ada pela intera��o dos genes, horm�nios e aspectos ambientais. Tais aspectos s�o complexos e n�o completamente entendidos, onde estes n�o dependem somente do bi�tipo e pode variar de uma crian�a para outra, n�o obstante os aspectos ambientais e nutricionais influenciam significativamente nesse processo.

    O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil de crescimento dos escolares de 06 a 15 anos de tr�s cidades da Regi�o Oeste de Santa Catarina.

M�todo

    Este estudo caracteriza-se por ser descritivo com um delineamento transversal e faz parte do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) que foi aprovado pelo Comit� de �tica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o n�mero CEP UFRGS 2007719. Para a concretiza��o desse estudo foi utilizada uma amostra intencional que contou com 1790 escolares de 6 a 15 anos, sendo 957 do sexo masculino e 833 do sexo feminino das cidades de Xanxer�, Xaxim e Chapec� no Oeste do estado de Santa Catarina (Tabela 1).

Tabela 1. Distribui��o da amostra estratificado por idade e sexo

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    A avalia��o da estatura e da massa corporal foram verificadas pelos professores capacitados pelo PROESP-BR, que utilizaram uma fita m�trica com precis�o de 2 mm onde os alunos descal�os ficavam encostados na parede em posi��o ereta, m�os ao longo do corpo e com os calcanhares encostados na parede. J� a massa corporal, medida em quilogramas (kg), foi verificada atrav�s de uma balan�a com precis�o de 0,5 kg em que o avaliado n�o utilizava cal�ados e a menor quantidade de vestimenta poss�vel. Ap�s as coletas os dados foram submetidos no sistema de digita��o do PROESP-BR e os resultados tabulados em uma planilha Excel 2007. O tratamento dos dados se deu atrav�s do pacote estat�stico SPSS for Windows 13.0.

An�lise e discuss�o dos resultados

    No gr�fico 1 observamos que as curvas de estatura, para os dois sexos, demonstram um desenvolvimento cont�nuo com uma tend�ncia a estabiliza��o para a curva das meninas por volta dos 13 anos. A curva dos meninos n�o demonstra tend�ncia � estabiliza��o. Isso corrobora com estudos relevantes dessa �rea (BERGMANN et al., 2008; PINHEIRO et al., 2008; GARLIPP et al., 2005; GLANER et al., 2002; GAYA at al., 2002; B�HME,1994).

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Gr�fico 1. Curvas de crescimento dos 6 -15 anos dos sexos masculino e feminino

    Observa-se que entre as idades de 6 a 8 anos, os meninos possuem um crescimento superior em rela��o as meninas, sendo que nesta fase h� uma curva mais acentuada dos meninos aos 7 anos. As meninas iniciam um crescimento mais acentuado aos 8 anos e as curvas se assemelham durante este per�odo, onde os meninos ainda mant�m uma leve superioridade.

    As curvas de ambos os sexos progridem desta forma at� os 10 anos, no entanto a partir dessa fase as meninas ultrapassam o n�vel de crescimento, mantendo-o at� os 13 anos, percebe-se que neste momento ocorre um crescimento de forma acentuada, podendo ser entendido, provavelmente, devido a decorr�ncia da menarca (MALINA; BOUCHARD, 2002).

    Sendo que aos 12 anos as meninas sofrem uma desacelera��o, no qual os meninos apesar de demonstrarem inferioridade iniciam um crescimento mais acentuado, dentro deste per�odo h� um curto espa�o onde ambos mant�m um mesmo n�vel de crescimento.

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Gr�fico 2. Curvas de n�veis de massa corporal (kg) entre os sexos masculino e feminino dos 6�15 anos

    � observada uma acelera��o de forma acentuada do crescimento no sexo masculino, o qual inicia por volta dos 13 anos, provavelmente pelo fato da puberdade ser mais tardia que a menarca (MALINA; BOUCHARD 2002), ap�s este per�odo os meninos seguem um n�vel de crescimento superior as meninas at� os 16 anos de idade.

    Observa-se que as curvas referente � massa corporal masculina s�o significativamente superiores que a feminina durante o per�odo dos 6 aos 8 anos de idade. Por volta dos 8 anos as curvas se igualam e a partir dos 9 anos ocorre novamente a superioridade dos indicadores masculinos que se estendem por volta dos 10 anos. A partir dessa idade as meninas ultrapassam os meninos devido a estas se encontrarem no per�odo da primeira menarca que se estende dos 10 aos 12 anos.

    Dos 12 aos 15 anos nota-se uma dist�ncia significativa entre os sexos, no qual os meninos ultrapassam as meninas a partir dos 12 anos se estendendo at� os 15 anos de idade.

    No presente estudo as curvas dos indicadores de estatura e massa corporal se apresentam de forma crescente durante todas as idades (06 � 15 anos). Em todas as faixas et�rias essas curvas, dos dois sexos, tanto da estatura quanto da massa corporal demonstram oscila��es e essas oscila��es apresentam-se durante todo o estudo.

    Esses indicadores, nos dois sexos, aproximam-se e se cruzam durante certos per�odos, onde ocorrem ganhos maiores ora no sexo masculino, ora no sexo feminino. A estatura dos meninos apresenta diferen�as estatisticamente significativas a seu favor durante tr�s per�odos aos 7, 14 e 15 anos e a favor das meninas apenas um per�odo aos 11 anos de idade. Em rela��o � massa corporal, apesar das meninas apresentarem durante certo per�odo uma leve superioridade, este indicador n�o apresentam diferen�a estatisticamente significativa a seu favor, no entanto a diferen�a estatisticamente significativa volta a aparecer durante tr�s per�odos entre os 7, 10 e 13 anos de idade, mas a favor dos meninos, no qual neste estudo apresentam maiores indicadores de estatura e massas corporais comparados com os indicadores femininos.

    Conforme a tabela 2 verifica-se que o ganho em estatura do sexo feminino � cont�nuo durante todas as idades, mas ocorrem maiores ganhos aos 9,10,11 e 13 anos, quanto ao ganho de massa corporal se d� aos 8,11,12 e 15 anos de idade.

    Ao verificarmos os ganhos de estatura do sexo masculino, no qual apresenta maiores incrementos aos 7,10,13 e 15 em rela��o a massa corporal houve maiores m�dias nas idades de 10,12, 13 e 15.

    Entre os sexos foi constatada diferen�a estatisticamente significativa (p< 0,05) no requisito estatura a favor dos meninos (Gr�fico 1) durante os 7, 14 e 15 anos de idade, em rela��o �s meninas essa diferen�a (p< 0,05) aparece apenas aos 11 anos de idade.

    Apesar de n�o ser encontrada diferen�a estatisticamente significativa (p< 0,05) de estatura entre os sexos, os meninos apresentam durante os 6, 8, 9 e 10 anos de idade uma leve superioridade em seus indicadores, em rela��o �s meninas, o mesmo ocorre por volta dos 12 anos de idade agora de forma inversa a favor das meninas, os indicadores de estatura dos dois sexos se apresentam de forma semelhante durante essas faixas et�rias.

    Em rela��o � massa corporal (Gr�fico 2), os indicadores de ambos os sexos apresentam ganhos crescentes durante todas as faixas et�rias, o mesmo encontrado nos indicadores de estatura, no entanto foi encontrada diferen�a estatisticamente significativa (p< 0,05) somente por parte dos meninos entre os 7, 10 e 13 anos de idade, durante os 6, 8, 9, 14 e 15 anos, apesar de haver uma leve superioridade masculina, por�m n�o foi encontrada diferen�a estatisticamente significativa, o mesmo ocorre em rela��o �s meninas entre os 11 e 12 anos de idade.

    Segundo Garlipp et al. (2005), ao verificar o dimorfismo de crian�as e adolescentes no estado do Rio Grande do Sul, encontraram diferen�a estatisticamente significativa (p< 0,05) entre todas as m�dias de estatura de meninos e meninas, com exce��o aos 9 anos de idade. Os meninos apresentam diferen�a estatisticamente significativa (p< 0,05) aos 7, 8, 13, 14, 15, 16 e 17 anos de idade a seu favor, em rela��o �s meninas entre os 10, 11 e 12 anos de idade.

    Em nosso estudo, a diferen�a estatisticamente (p< 0,05) foi encontrada aos 7, 14 e 15 anos por parte dos meninos e aos 11 anos a favor das meninas. No entanto as meninas ga�chas apresentam maiores m�dias de estatura entre os 7 aos 12 anos de idade e de massa corporal dos 7 aos 14 anos de idade em rela��o as meninas de nosso estudo, j� os meninos apresentam m�dias de estatura superiores aos 7, 9, 10, 13 e 15 anos de idade e quanto a massa corporal aos 13 anos de idade comparados com ga�chos.

    Quando relacionado aos resultados obtidos por Glaner (2005) ao estudar o crescimento f�sico em adolescentes do norte gaucho e oeste catarinense (11 � 17 anos de idade), apresenta uma superioridade de estatura do sexo feminino dos 11 aos 13 anos. No entanto, a diferen�a estatisticamente significativa (p <0,05) foi encontrada dos 14 aos 17 anos, a favor dos meninos. Considerando a massa corporal entre as mo�as, as mesmas apresentam indicadores mais elevados dos 11 aos 13 anos, com diferen�a significativa (p < 0,05). Aos 13 anos de idade os rapazes apresentam diferen�as em rela��o aos rapazes de 15 e 17 anos de idade, no entanto as curvas dos indicadores dos meninos de nosso estudo � mais acentuada e ondulada que encontrado por Glaner et al. (2005) e quanto a massa corporal as curvas continuam mais ondulas, o mesmo encontrado na estatura, por�m os meninas de nosso estudo permanecem superiores por um per�odo inferior em rela��o as meninas estudadas por Glaner (2005). Comparando nosso estudo com as curvas do Brasil e da regi�o Sul (PROESP anexo 6), as curvas de estatura do sexo masculino s�o acentuadas de ambos os n�veis, no qual h� uma superioridade da regi�o Sul, onde acontece essa predomin�ncia tamb�m no sexo feminino, sendo que as curvas apresentam cursos diferenciados menos acentuados e mais curvados, por�m sobre postos os dois n�veis, o mesmo apresentado pelos meninos.

    As curvas de estatura s�o diferentes em rela��o a massa corporal no sexo masculino � acentuada dos 10 � 12 anos com semelhan�as nos n�veis na regi�o Sul e no Brasil. No entanto, a partir desta �ltima faixa et�ria a regi�o sul assume superioridade de forma crescente e acentuada. J� no sexo feminino as curvas no Brasil apresentam superioridade at� aproximadamente os 11 anos e ap�s os indicadores do Sul s�o maiores e ficam semelhantes at� pr�ximo dos 14 anos e ap�s tornam-se distantes at� os 15 anos de idade.

    Em nosso estudo as curvas dos indicadores tanto de massa corporal, quanto de estatura apresentam-se de forma semelhante de ambos os sexos. Estas s�o osciladas, sendo assim, diferem das curvas dos indicadores dos n�veis da regi�o Sul e no Brasil, no qual estas se apresentam de forma cont�nua e mais acentuada.

    Nos estudos de Garlipp et al. (2005) e Glaner (2005), as meninas durante a puberdade apresentam ganhos de estatura mais prolongada que as meninas de nosso estudo. As semelhan�as entre os dois estudos indicam que as curvas dos indicadores de estatura e de massa corporal apresentam diferencias nas m�dias. Entre os meninos, ocorrem maiores ganhos de crescimento nos indicadores estatura e massa corporal nas idades iniciais, sendo que entre as idades dos 9 aos 13 anos de idade a predomin�ncia se inverte, agora a favor das meninas, ap�s o a puberdade os meninos voltam a possuir indicadores mais elevados tanto em estatura, quanto em massa corporal.

    A tabela 2 demonstra como aconteceu o ganho em estatura do sexo masculino e feminino em todas as idades estudadas. Para os meninos o pico de velocidade de crescimento em estatura (PVCE) ocorreu dos 12 para os 13 anos onde os meninos ganharam em m�dia 9 cm. J� para as meninas o PVCE ocorreu entre em dois momentos, entre 10 e 11 anos e 12 e 13 anos onde elas ganharam 7 cm em estatura. Com rela��o a massa corporal o Pico de velocidade de crescimento em massa corporal (PVCMC) dos meninos ocorreu em dois per�odos entre 9 e 10 anos e 11 e 12 anos. No entanto para as meninas o PVCMC ocorreu dos 10 aos 11 anos. Esses resultados v�o ao encontro aos encontrados por Bergmann (2007) em um estudo realizado longitudinalmente na cidade de Canoas/RS onde ele acompanhou meninos e meninas dos 10 aos 14 anos.

Tabela 2. Dimorfismo sexual estratificado por idade. Estatura e Massa Corporal

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Conclus�o

    Os resultados obtidos neste estudo indicam que o perfil de crescimento de escolares de 6 a 15 anos de tr�s cidades da Regi�o Oeste do Estado de Santa Catarina apresenta um desenvolvimento cont�nuo independente da faixa et�ria, com uma tend�ncia a estabiliza��o da estatura das meninas por volta dos 13 anos. Por�m o curso das curvas dos indicadores de estatura e massa corporal dos sexos apresentam oscila��es durante todas as idades presentes neste estudo (Gr�ficos 1 e 2). Comparando com estudos similares de crian�as e adolescentes brasileiros como as curvas de n�vel Brasil e Sul, Garlipp et al. (2005) e Glaner (2005), encontraram curvas de crescimento crescentes de forma cont�nua, no entanto, sem tanta oscila��es entre os g�neros.

    Essas contribui��es podem ser consideradas relevantes para um melhor entendimento do desenvolvimento corporal, para que durante o processo pedag�gico n�o ocorra incidentes que venham ocasionar danos no desenvolvimento dos escolares, assim os profissionais de educa��o f�sica ter�o maiores dom�nios com maior sustentabilidade para elaborar os planos de ensino e contribuir para uma forma��o integral dos escolares.

    Por fim, o crescimento de crian�as e adolescentes pode ser considerado como um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida de um pa�s ou como a extens�o das distor��es que possam existir em uma mesma popula��o e que este estudo venha a contribuir aos Profissionais da �rea da sa�de, motricidade e Educa��o F�sica com subs�dios, instrumentos atrav�s dos quais possam fundamentar as suas a��es, devido ao crescimento ser t�o qu�o complexo e inevit�vel durante a vida. Faz-se necess�rio realizar outros estudos de cunho longitudinal para que haja um melhor acompanhamento destes indiv�duos, estudos com relev�ncia s�cio-econ�mica, �tnica e que envolva fatores end�genos e ex�genos que possam ter influ�ncia no crescimento para que se estabele�a um padr�o de crescimento da popula��o brasileira.

Refer�ncias

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  • BOHME, M.T.S. Aptid�o f�sica e crescimento f�sico em escolares de 7 a 17 anos da cidade de Vi�osa-MG. Parte IV. Revista Mineira de Educa��o F�sica, 1994; 2 (1): 27-41.

  • GARLIPP, ET AL. Perfil do crescimento som�tico de crian�as e adolescentes de 7 a 17 anos do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Perfil, 2005. 7 (7): 31-36.

  • GAYA, A. ET AL. Perfil do crescimento som�tico de crian�as e adolescentes da regi�o sul do Sul. Revista Perfil. 2005. 5 (6): 79-85.

  • GAYA, A.; SILVA, G. PROESP-BR. Observat�rio permanente dos indicadores de sa�de e fatores de presta��o esportiva em crian�as e jovens. Manual de aplica��o de medidas e testes, normas e crit�rios de avalia��o. 2007.

  • GLANER, M. F. Aptid�o f�sica relacionada � sa�de de adolescentes rurais e urbanos em rela��o a crit�rios de refer�ncias. Revista Brasileira de Educa��o F�sica Especial, 2005. 19: 13-24.

  • GLANER, M. F. Aptid�o f�sica relacionada � sa�de de adolescentes rurais e urbanos em rela��o a crit�rios de refer�ncia. Revista Brasileira de Educa��o F�sica e Esporte, S�o Paulo, v. 19, n.13-24, jan/mar. 2005.

  • MALINA, R.M.; BOUCHARD,C. Atividade f�sica do atleta jovem: do crescimento � matura��o. Ed. Roca: S�o Paulo, 2002.

  • PINHEIRO, E. S.; BERGMANN, G.; GARLIPP, D. C.; RODRIGUES, R. S.; GAYA, A. Perfil do Crescimento Som�tico de Crian�as e Jovens Provenientes de Cidades com Caracter�sticas Culturais Alem�, Italiana e Portuguesa do Estado do RS � Brasil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - A�o 12 - N� 118 - Mar�o de 2008. http://www.efdeportes.com/efd118/perfil-do-crescimento-somatico-de-criancas-e-jovens.htm

  • TANNER, J.M. Use and abuse of growth standarts. In: FALKNER, F.; TANNER, J.M. Human Growth. A comprehensive treatise. V3. Methodology Ecological, Genetic and Nutritional Effects on Growth. New York, Plenum Press, 1986.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 15 � N� 152 | Buenos Aires,Enero de 2011
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Quais são as medidas que podemos avaliar se a criança está crescendo?

Os principais fatores avaliados pelas curvas de crescimento são o comprimento, o peso e o perímetro da cabeça. Esse último deve ser acompanhado rigorosamente durante o primeiro ano do bebê.

Como avaliar o crescimento e desenvolvimento humano?

Assim, para avaliar o crescimento infantil é preciso realizar a mensuração e o acompanhamento das medidas antropométricas da criança, tais como: peso, estatura, perímetro cefálico e torácico, relacionando-os entre si(1).

Quais são as medidas antropométricas de avaliação de crescimento?

As medidas antropométricas básicas são o peso, estatura (comprimento ou altura) e o perímetro cefálico.

Qual o principal parâmetro que devemos avaliar com relação o crescimento da criança?

A forma mais adequada para o acompanhamento do crescimento de uma criança, nos serviços básicos de saúde, é o registro periódico do peso no Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança.