''estádio antigamente''
Há algumas diferenças entre Olimpíadas atuais
e as antigas.
estádio atual
Vejamos alguns exemplos:
- As antigas Olimpíadas ocorriam em poucos dias, e as atuais duram cerca de dois meses.
- As olimpíadas antigas eram influenciadas pela cultura e mitologia.
- As antigas Olimpíadas ocorriam em Olímpia na Grécia, mas já as atuais ocorrem em qualquer país do mundo desde que ele seja escolhido pelo comitê Olímpico (COI).
- Antigamente mulheres não participavam dos jogos; hoje em dia já podem.
- Antigamente existiam somente 8 modalidades agora existem 29.
- As regras para os atletas e os campeões mudaram.
- Antigamente todos os atletas competiam em todas as modalidades e havia somente um campeão; hoje existem atletas específicos para cada modalidade, e cada modalidade tem se campeão específico.
- Os gregos achavam os povos de fora muito bárbaros pelo fato de que eles não tinham as mesmas crenças, oque era o suficiente para proibi-los de participar das Olimpíadas;atualmente podem participar de atletas de todas as nações.
- Outra diferença crucial é que na Grécia antiga, em tempo de olimpíadas era realizada uma trégua em toda a Grécia, mas hoje em dia não ocorre bem assim.Exemplos disso são as duas guerras mundiais que interromperam algumas olimpíadas.A Primeira Guerra Mundial interrompeu a olimpíada de 1916.A Segunda Guerra Mundial interrompeu as dos anos de 1940 e 1948.
Agora observem a diferença de algumas coisas:
corrida de revezamento antigamente
corrida de revezamento atual
Podem parecer iguais mas sempre vão ser diferentes
Do começo ao fim da cerimônia, os Jogos Olímpicos atuais são totalmente alinhados com o nosso tempo.
Como, então, eles se comparam às Olimpíadas originais? Perguntamos ao historiador de Grécia Antiga Paul Cartledge.
Veja como eram as competições naquela época:
Um evento para homens nus
As antigas Olimpíadas eram apenas para os homens, no que diz respeito a competições de atletismo e esportes de combate.
As mulheres sequer eram autorizadas a assistir. No entanto, algumas podiam competir nos eventos equestres, mas só no papel de substitutas dos donos dos cavalos e das carruagens.
A primeira vitória feminina de que se tem registro foi a de uma princesa espartana.
Acredita-se que uma possível razão para a exclusão das mulheres seja o fato de que os atletas, lutadores e boxeadores tinham que competir sem roupa.
A antiga palavra grega para 'exercitar-se' significava literalmente 'ser inflexível pelado', provavelmente por motivos religiosos, já que os Jogos eram uma festa de homenagem a Zeus.
Cavaleiros e condutores de carruagens usavam roupas nas competições, mas eles eram vistos como empregados, e não donos dos cavalos - que ficavam com os louros da vitória.
As provas que duraram e as que não existem mais
'Dos eventos de corrida antigos, só sobreviveram (nos Jogos Olímpícos atuais) os 200 metros rasos, os 400 m e a prova dos 5 mil metros', explica Cartledge.
A pista de corrida do século 4 a.C. ainda é visível na antiga cidade de Olímpia.
'Além deles, havia as provas de combate. Dessas, a luta romana e o boxe sobreviveram (mas em formato diferente).'
A luta também era um dos cinco eventos do pentatlo antigo, junto com a corrida de 200 m, o arremesso de dardos, o arremesso de disco e o salto em altura.
'As antigas provas equestres, de carruagem e de corrida de mula não têm equivalentes nas Olimpíadas modernas', diz o professor.
Também havia provas em que os atletas não precisavam competir pelados: seus corpos eram cobertos com um capacete e um protetor de canela para a corrida em armadura e para eventos equestres.
O local e o propósito dos jogos
As antigas Olimpíadas eram um festival explicitamente religioso, dedicado à veneração da mais poderosa divindade grega, Zeus, do Monte Olimpo, a mais alta montanha grega.
Os jogos sempre eram disputados no mesmo lugar, num local remoto e de difícil acesso a pé no noroeste do Peloponeso. Os competidores e espectadores vinham não apenas da Grécia, mas de todo o mundo grego, que na época se estendia da Espanha à Geórgia.
O local dos jogos era conhecido como Olímpia, em homenagem ao título de 'Olímpio' de Zeus, derivado do Monte Olimpo.
Os prêmios
A vitória já era um prêmio por si só, em teoria. Uma guirlanda simbólica de folhas de oliva, cultivadas em Olímpia, era a única recompensa, e destinada apenas ao campeão - não havia medalhas de prata ou bronze.
Mas a cidade natal de um campeão também poderia oferecer-lhe uma recompensa monetária ou o direito de fazer refeições gratuitas no centro administrativo. O campeão também podia encomendar versos a um poeta local para imortalizar a sua fama, ou pedir a um artista para esculpir uma escultura sua em bronze ou mármore - a qual seria dedicada a um deus.
Os vencedores também ganhavam em prestígio. No fim do século 4 a.C., o lutador Milo, originário do que hoje é o sul da Itália, era considerado o Usain Bolt de sua época: não só foi seis vezes campeão olímpico, como também ficou conhecido por seus dotes em carregar touros e em consumir carne.
Um evento internacional
A princípio e por muitos séculos, o evento permitia apenas a adesão de gregos, ou pan-helênicos. Na época, os 'bárbaros' (não-gregos) não podiam participar.
Mas quando Roma conquistou a Grécia, no século 2 a.C., os romanos rejeitaram o título de bárbaros e exigiram o status de grego para que pudessem competir - algo que conseguiram.
Os Jogos, assim, continuaram a acontecer a cada quatro anos, até 393 d.C., quando foram banidos por um imperador romano cristão, Teodósio I, que alegava que a competição era politeísta e pagã.
Outro imperador romano que punha à prova o espírito olímpico era Nero, morto em 68 d.C. Com ameaças e subornos, ele exigiu que o comitê pan-helênico adiasse a data das Olimpíadas por dois anos, para que o imperador pudesse combinar sua aparição na competição com seu tour imperial, em 67 d.C.
Ele caiu de sua carruagem de 16 cavalos, mas mesmo assim foi premiado com a guirlanda de oliva, dando mostras de seu poder imperial na época.