Quais são os problemas que o lixo pode causar na vida das populações?

O descarte incorreto do lixo pode causar enchentes, alagamentos, doenças e prejuízos a fauna e a flora.

  • 8 de janeiro de 2018
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  • Categoria: Meio Ambiente

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Descoberta em 1997 pelo oceanógrafo Charles Moore, a ilha de lixo do Pacífico é um grande lixão que flutua entre as costas da Califórnia e do Havaí, sendo formado principalmente por diversos tipos de plástico. Com extensão que já ultrapassa os 3,5 milhões de km², este acumulado de lixo já tem sido chamado pelos especialistas de “o sétimo continente” e tem causado diversos danos ambientais.

Estima-se que essa gigantesca ilha de lixo seja responsável pela degradação das condições de vida de diversas espécies, exterminando anualmente mais de um milhão de aves e outros 100 mil mamíferos marinhos. Tratam-se de dados alarmantes, especialmente se levarmos em conta que este é apenas um único exemplo das inúmeras consequências do descarte incorreto do lixo.

Quais as consequências do descarte incorreto do lixo?

Principal responsável pela formação do continente de lixo, o descarte de plástico por meio dos sistemas de esgoto faz com que uma grande massa deste material seja transportada pelas marés, formando uma verdadeira “sopa plástica”. O impacto ambiental desse fenômeno ainda não foi totalmente medido, mas é inegável o fato de que que o descarte incorreto de lixo é o responsável por todos os problemas ambientais causados por este continente de resíduos.

Além de levar à formação de ilhas de lixo, plástico e papel descartados nos rios causam enchentes e alagamentos nas grandes cidades, disseminam doenças, causam a morte das populações humanas e prejudicam a sobrevivência da fauna e flora de diversas regiões. Vale destacar que esses transtornos não são necessariamente imediatos e passageiros, uma vez que o lixo demora dezenas e até centenas de anos para se degradar na natureza — causando muitos problemas durante esse período.

Consequências do lixo nas cidades

Além de proporcionar condições para alagamentos, por meio da obstrução das redes de esgoto e dos rios, o descarte incorreto do lixo é responsável por gerar uma série de transtornos, que vão da poluição visual ao aumento dos gastos com limpeza urbana. O problema também contribui para a proliferação de doenças associadas ao mal armazenamento do lixo, o que leva ao aumento dos gastos com saúde.

Por fim, o descarte de produtos químicos e lixo orgânico por indústrias, estabelecimentos de saúde e comerciais é outro problema que prejudica o solo e os lençóis freáticos, levando à contaminação e poluição dos rios e da terra.

Qual a solução para o descarte incorreto de lixo?

Resolver todos os problemas causados pela poluição é uma tarefa de longo prazo, mas combater as causas é uma ação que precisa ser feita o quanto antes. É preciso, antes de qualquer coisa, investir em educação ambiental e na conscientização da população a respeito da importância de adotar uma postura adequada em relação ao descarte de lixo.

Armazenar o lixo corretamente, separar resíduos orgânicos de resíduos sólidos, fazer o possível para reaproveitar e reciclar materiais em vez de descartá-los nos lixões e criar políticas públicas de proteção ambiental são algumas das medidas inadiáveis, que envolvem governos, empresas e cidadãos. Faça sua parte!

Impactos causados por lixão incluem de contaminação ambiental até danos à saúde pública, entre outros

O lixão é uma forma inadequada de disposição final de rejeitos, que se caracteriza pelo simples descarte de lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, segundo a definição do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Como os lixões são locais de descarte ilegal, não existe nenhum controle quanto ao local de disposição ou aos tipos de resíduos depositados. Resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade podem acabar sendo depositados junto com resíduos de alto poder poluidor, como os industriais e hospitalares.

Além disso, esses depósitos irregulares são utilizados pela população carente como uma forma de obter renda, por meio da coleta de materiais. Os catadores que trabalham em lixões ficam expostos a diversos riscos. Os lixões, portanto, causam problemas ambientais, de saúde pública e sociais.

Resíduos ou rejeitos?

Resíduo é tudo aquilo que pode ser reutilizado ou reciclado. Para isso, é preciso que os componentes de determinado produto sejam separados de acordo com sua composição. Já o rejeito é um tipo específico de resíduo sólido, aquele para o qual ainda não existe nenhuma possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem. Nesses casos, a solução ambientalmente correta é encaminhar o rejeito para um aterro sanitário licenciado.

É importante ressaltar que muitos resíduos podem e deveriam ter destinações melhores que lixões e aterros sanitários, como a coleta seletiva ou a compostagem.

Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário?

A principal diferença entre os dois é que o aterro é uma estrutura planejada e construída para receber os resíduos sólidos que não possuem possibilidade de reciclagem. Já o lixão classifica-se como um vazadouro a céu aberto devido à forma inadequada de descartar os rejeitos, causando graves problemas socioambientais. Para saber mais sobre essas diferenças, confira a matéria a seguir:

Fim dos lixões

O descarte adequado dos rejeitos é atualmente um dos principais desafios enfrentados pelos municípios brasileiros. Com o objetivo de decretar a disposição ambientalmente correta para eles, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina ações como a extinção dos lixões e a substituição por aterros sanitários.

Porém, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil ainda possui cerca de três mil lixões. A falta de recursos financeiros por parte dos municípios tem impedido avanços mais acelerados nessa área.

Inicialmente, a legislação determinava que todos os lixões deveriam ser fechados até o dia 2 de agosto de 2014. As dificuldades de implementação de aterros sanitários, junto com pressões políticas, fizeram com que o prazo fosse prorrogado, segundo as características dos municípios.

As capitais e municípios de suas regiões metropolitanas tiveram até o dia 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, segundo o Censo de 2010, tiveram um ano a mais que as capitais para implementar os aterros sanitários.

Pelas atuais previsões, cidades com 50 a 100 mil habitantes teriam até o dia 31 de julho de 2020. Já para os municípios com menos de 50 mil habitantes o prazo negociado foi 31 de julho de 2021.

Impactos dos lixões

Os lixões caracterizam-se pela simples deposição de rejeitos em uma área aberta. Ao serem depositados dessa forma, eles não são analisados previamente, o que torna impossível saber quais substâncias são lançadas no meio ambiente e o grau de poluição e contaminação que elas podem provocar. Além disso, alguns rejeitos podem atrair animais e vetores de doenças.

Um levantamento feito pelo Departamento de Economia do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) aponta que a queima irregular de rejeitos descartados em lixões libera cerca de seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa ao ano. É a mesma quantidade emitida por três milhões de carros movidos a gasolina no mesmo período.

Qual o impacto ambiental gerado pelo lixo?

Os principais impactos ambientais causados pelo descarte incorreto de rejeitos no lixões são:

  • Contaminação do solo pelo chorume, líquido escuro e nesse caso tóxico proveniente da decomposição da matéria orgânica;
  • Contaminação das águas subterrâneas do lençol freático com a penetração do chorume no solo;
  • Mau cheiro;
  • Aumento do número de doenças, já que os lixões atraem animais e vetores de doenças;
  • Emissão de gases do efeito estufa, responsáveis pela intensificação do aquecimento global;
  • Aumento do número de incêndios causados pelos gases que são gerados a partir da decomposição dos resíduos depositados nos lixões.

Vale ressaltar que o chorume produzido em aterros sanitários e lixões é diferente do liberado pela composteira doméstica, que não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural.

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura, enquanto em aterros e lixões os vários tipos de descarte são decompostos juntos e liberam um chorume contaminado e cujo descarte exige atenção.

Além dos impactos ambientais, os lixões também provocam diversos problemas sociais. Esses locais são frequentemente visitados pela população carente para a catação de materiais recicláveis ou reutilizáveis que foram descartados incorretamente e podem ser vendidos.

Essas pessoas em geral não utilizam equipamentos de segurança ao manipular o lixo e ficam sujeitas a acidentes, como cortes com vidros quebrados ou lascas de madeira, e à contaminação por agentes encontrados nos lixos, como líquidos que vazam de pilhas, herbicidas e metais pesados.

Os catadores também se expõem à ação de agentes causadores de doenças e são socialmente excluídos por conta de sua ocupação profissional, o que gera impactos psicológicos.

Soluções para a gestão de resíduos

Mas, então, o que devemos fazer para cuidar do lixo? Entre as medidas necessárias para mitigar os impactos provocados pela destinação incorreta de resíduos, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), destacam-se o fim dos lixões ainda existentes no Brasil e a construção de aterros sanitários capazes de realizar a gestão ambientalmente correta dos rejeitos.

Dados da entidade e da empresa de consultoria PwC apontam que mais da metade das cidades brasileiras ainda destinam incorretamente seus resíduos para lixões, quando poderiam ser reciclados ou reutilizados.

Por isso, são necessárias medidas punitivas mais severas para o avanço da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e o fim definitivo dos lixões.

Faça sua parte e destine o seu lixo adequadamente. Aprenda a forma correta de separar seus resíduos e encontre postos de descarte no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle.

Como o lixo pode prejudicar o meio ambiente e os seres humanos?

Quando o lixo é disposto nas vias públicas causa problemas de infraestrutura e alagamentos. Ao chegar nos rios, provoca desequilíbrio ambiental, representando uma grande ameaça à vida aquática, além de contaminar a água utilizada para consumo humano, tornando-a inapropriada e causando doenças.

Quais são as principais causas do lixo?

O lixo urbano pode ser de origem domiciliar, origem industrial, hospitalar e o lixo deste século: o tecnológico. O aumento populacional nas cidades, aliado a uma sociedade extremamente consumista, faz gerar vários problemas ambientais.