A CONTRIBUI��O DO PSICOPEDAGOGO NO CONTEXTO ESCOLAR
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Matheus Soares[1]
Cl�rio Cezar Batista Sena[2]
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Resumo
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O objetivo do artigo consiste em ressaltar a import�ncia do psicopedagogo na escola. A Psicopedagogia constitui-se, a princ�pio em uma composi��o de dois saberes - psicologia e pedagogia , pois trata-se de uma ci�ncia que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de constru��o e reconstru��o do conhecimento.Cada vez mais faz-se necess�rio inserir o psicopedagogo na institui��o escolar, j�
que seu papel � analisar e assinalar os fatores que favorecem, interv�m ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma institui��o.O papel da Psicopedagogia e da Educa��o � o de instituir caminhos entre os opostos que liguem o saber e o n�o saber e estas a��es devem acontecer no �mbito do indiv�duo, do grupo, da institui��o e da comunidade, visando a aprendizagem e, portanto, � tamb�m tarefa da Psicopedagogia.
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Palavras-chave: aprendizagem, institui��o
escolar, psicopedagogo.
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1.����� INTRODU��O
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O presente estudo est� centrado na contribui��o do psicopedagogo no contexto escolar, isto �, por meio de uma atua��o diferenciada e pautada na forma��o do cidad�o de uma forma global. Neste processo de busca e reflex�o faz-se necess�rio uma importante indaga��o: Qual � o real papel do psicopedagogo no contexto escolar?
Dessa forma, refletir criticamente sobre a relev�ncia do psicopedagogo dentro de uma institui��o nos desperta para a necessidade de se buscar uma educa��o de qualidade e consciente de que as crian�as aprendem de formas distintas e que faz-se necess�rio um trabalho diferenciado em cada unidade escolar com os alunos que apresentam s�rias dificuldades de aprendizagem ao decorrer da Educa��o B�sica.
� importante tamb�m reconhecer as mudan�as que t�m ocorrido nas diversas fases de desenvolvimento da crian�a, pois a inf�ncia e a adolesc�ncia j� requerem novos olhares por parte dos educadores, psicopedagogos, psic�logos e pediatras. Diante da realidade j� citada � primordial de que haja uma reflex�o a respeito do processo da qualidade da educa��o e a contribui��o de outros profissionais neste processo.
Portanto, � extremamente relevante um trabalho de estudo e an�lise que reflita sobre a fun��o e a contribui��o de um psicopedagogo no contexto escolar, ou seja, diante do desafio de se lidar com as dificuldades de aprendizagem.
� importante ressaltar a psicopedagogia como complemento, que � a ci�ncia nova que estuda o processo de aprendizagem e dificuldades, muito tem contribu�do para explicar a causa das dificuldades de aprendizagem, pois tem como objetivo central de estudo o processo humano do conhecimento: seus padr�es evolutivos normais e patologias bem como a influ�ncia (fam�lia, escola, sociedade) no seu desenvolvimento (Scoz, 1992; Kiquel, 1991).
Portanto, diante das s�rias dificuldades de aprendizagem dos educandos � muito importante a atua��o psicopedag�gica nas escolas.
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Hoje no Brasil s� poder�o exercer a profiss�o de psicopedagogo os portadores de certificado de conclus�o em curso de especializa��o em psicopedagogia em n�vel de p�s-gradua��o, expedido por institui��es devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente - Resolu��o 12/83, de 06/10/83 - que forma os especialistas, no caso, os ent�o chamados "especialistas em psicopedagogia" ou “psicopedagogos”. Atualmente, a profiss�o de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de outras gest�es da� ABPp
( Associa��o Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa �ltima, tem amparo legal no C�digo Brasileiro de Ocupa��o, ou seja, j� existe a ocupa��o de Psicopedagogo,todavia, isso n�o � suficiente. A profiss�o ainda precisa ser regulamentada, isto �, trata-se de mais um desafio a ser enfrentado.
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2. O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA SOCIEDADE
�O psicopedagogo pode atuar em diversas �reas, de forma preventiva e terap�utica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a v�rias estrat�gias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.
O psicopedagogo pode desempenhar uma pr�tica docente, envolvendo a prepara��o de profissionais da educa��o, ou atuar dentro da pr�pria escola. Cabe tamb�m ao profissional detectar poss�veis perturba��es no processo de aprendizagem; participar da din�mica das rela��es da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integra��o e troca; promover orienta��es metodol�gicas de acordo com as caracter�sticas dos indiv�duos e grupos; realizar processo de orienta��o educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.
De acordo com Gon�alves (2002, p.42)
“as rela��es com o conhecimento, a vincula��o com a aprendizagem, as significa��es contidas no ato de aprender, s�o estudados pela Psicopedagogia a fim de que possa contribuir para a an�lise e reformula��o de pr�ticas educativas e para a ressignifica��o de atitudes subjetivas.”
�O estudo psicopedag�gico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreens�o sobre as caracter�sticas e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espa�o para que a escola viabilize recursos para atender �s necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Pol�tico-Pedag�gico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que � valorizado como aprendizagem.Vale ressalatr de que�o fazer psicopedag�gico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no aux�lio de aprendizagem.
“Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturba��es no processo aprendizagem, participar da din�mica da comunidade educativa, favorecendo a integra��o, promovendo orienta��es metodol�gicas de acordo com as caracter�sticas e particularidades dos indiv�duos do grupo, realizando processos de orienta��o. J� que no car�ter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes respons�veis pela elabora��o de planos e projetos no contexto te�rico/pr�tico das pol�ticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua doc�ncia e �s necessidades individuais de aprendizagem da crian�a ou, da pr�pria ensinagem”.
BOSSA (1994,p 23).
A Psicopedagogia j� vem atuando com muito sucesso nas diversas Institui��es, sejam escolas, hospitais e empresas. A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indiv�duos ou grupos humanos, que mediante a incorpora��o de informa��es e o
desenvolvimento de experi�ncias, promovem modifica��es est�veis na personalidade e na din�mica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade.
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�2.1 O APOIO DA FAM�LIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIAN�A
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A fam�lia desempenha um papel primordial no processo de aprendizagem dos alunos, pois muitas vezes os pais n�o querem�enxergar a crian�a com as suas�dificuldades. O v�nculo afetivo � primordial para o bom desenvolvimento da crian�a.A atua��o psicopedag�gica se prop�e a incluir os pais no processo de desenvolvimento dos seus filhos, por
interm�dio de reuni�es e possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores.
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Os pais quando colocam os seus filhos na escola desejam que elas sejam bem sucedidas e por isso quando este desejo n�o se realiza como esperado, surge a frustra��o, rotulando muitas vezes a crian�a como incapaz, surgindo consequentemente as dificuldades na aprendizagem.
Segundo Polity (2000), uma crian�a pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional,
encarregando-se do cuidado de algum membro da fam�lia. Isso se produz, em resposta � depress�o da m�e e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.
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As crian�as que apresentam dificuldades na escola, na compreens�o de novas habilidades, est�o correndo o risco de terem problemas nas diferentes �reas escolares e na vida em geral, no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, como um todo.Tais dificuldades, s�o de grande import�ncia, pois os problemas entre o potencial da crian�a e a sua execu��o, devem ser avaliados com cuidado por um profissional especializado em dificuldades de aprendizagem. Se ao papel da fam�lia acrescent�ssemos o papel da escola ter�amos a forma��o de uma rede, pois ambas s�o respons�veis tanto pela aprendizagem como pela n�o-aprendizagem do sujeito.
�Cada ser humano apresenta uma hist�ria diferente, uma necessidade diferente, uma expectativa diferente quando se relaciona com o outro, inclusive com o professor. Por sua vez, o professor em sala de aula n�o v� o aluno com o mesmo olhar de outro professor.
��Nesta perspectiva ao�psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de que ele disp�e e a forma pela qual produz conhecimento e aprende. � preciso, tamb�m, que o psicopedagogo saiba o que � ensinar e o que � aprender; como
interferem os sistemas e m�todos educativos; os problemas estruturais que interv�m no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar.�
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3. O EDUCADOR E O EDUCANDO: A PR�TICA DOCENTE SOBRE O OLHAR PSICOPEDAG�GICO
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Cada crian�a tem o processo de desenvolvimento diferente, algumas aprendem com maior facilidade enquanto outras aprendem mais devagar. E nesse momento que � de fundamental import�ncia que o professor analise individualmente cada
crian�a para poder adequar os conte�dos conforme a necessidade de cada um.
As mudan�as de estrat�gias de ensino podem contribuir para que todos aprendam. Em alguns casos, as estrat�gias de ensino n�o est�o de acordo com a realidade do aluno.
A pr�tica do professor em sala de aula � decisiva no processo de desenvolvimento dos educandos. Esse talvez seja o momento do professor rever a metodologia utilizada para ensinar seu aluno, atrav�s de outros m�todos ou atividades ele poder�
detectar quem realmente est� com dificuldade de aprendizagem, evitando os r�tulos muitas vezes colocados erroneamente, que prejudicam a crian�a trazendo-lhe v�rias conseq��ncias, como a baixa-estima e at� mesmo o abandono escolar.
“O que � ensinado e aprendido inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer”. (COELHO, p.12 apud. LINDGREN).
Assim, deve-se propiciar um ambiente favor�vel � aprendizagem, ou seja, em que sejam trabalhadas tamb�m a auto-estima, a confian�a, o
respeito m�tuo e a valoriza��o do aluno.�
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Ao entrarmos em contato com a Psicopedagogia, percebemos, a partir das leituras e estudos, principalmente dos escritos de Al�cia Fern�ndez, que:
“ser ensinante significa abrir um espa�o para aprender. Espa�o objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simult�neos: a constru��o de conhecimentos e a constru��o de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”. (FERN�NDEZ, 2001, p.30).
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Portanto, ensinar e aprender s�o
processos interligados. N�o podemos pensar em um, sem estar em rela��o ao outro. Ainda segundo Fernandez (2001, p.29), entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferen�as onde se situa o prazer de aprender. Ensinantes s�o os pais, os irm�os, os tios, os av�s e demais integrantes da fam�lia, como tamb�m, os professores e companheiros da escola.
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De acordo com Sena (2004), o processo de ressignifica��o da pr�tica pedag�gica se constr�i por meio de um processo que se efetiva pela reflex�o critico-reflexiva do professor sobre seu pr�prio trabalho, isto �, a partir da base do contexto educativo real, nas necessidades reais dos sujeitos, nos problemas e dilemas relativos ao ensino e � aprendizagem.
�O professor n�o apenas transmite os conhecimentos ou faz perguntas, mas tamb�m ouve o aluno, deve dar-lhe aten��o e cuidar para que ele aprenda a expressar-se, a expor suas opini�es.
�Segundo Dembo apud FERMINO et al, (1994, p.57), "Evid�ncias sugerem que um grande n�mero de alunos possui caracter�sticas que requerem aten��o educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedag�gico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino e aprendizagem e as recentes contribui��es de diversas �reas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa a��o educativa.
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CONSIDERA��ES FINAIS
O psicopedagogo � extremamente importante na institui��o escolar, pois�este profissional�estimula o desenvolvimento de rela��es interpessoais, o estabelecimento de v�nculos, a utiliza��o de m�todos de ensino compat�veis com as mais recentes concep��es a respeito desse processo.
Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e das circunst�ncias de produ��o do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obst�culos que se interp�em ao
pleno dom�nio das ferramentas necess�rias � leitura do mundo.
Portanto, o profissional da Psicopedagogia prop�e e auxilia no desenvolvimento de projetos favor�veis �s mudan�as educacionais, visando � descoberta e o desenvolvimento das capacidades da crian�a, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo em que vive de saber interpret�-lo e de nele ter condi��es de interferir com seguran�a e compet�ncia.
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REFER�NCIAS BIBLIOGR�FICAS
�BOSSA, N�dia. A Psicopedagogia no Brasil: contribui��es a partir da pr�tica. Porto Alegre: Artes M�dicas Sul, 1994.
COELHO, Maria Teresa. Problemas de Aprendizagem. Editora �tica, 1999.
FERN�NDEZ, Alicia. Os Idiomas do Aprendente: An�lise de modalidades ensinantes em fam�lias, escolas e meios de comunica��o. Porto Alegre: Artmed, 2001.
POLITY. Pensando as dificuldades de aprendizagem � luz das rela��es familiares. Dispon�vel em //www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 11 de novembro de 2011.
�SENA, CEZAR, CONCEI��O,LUIS MARIO e VIEIRA, MARIZA. O educador reflexivo: registrando e refletindo. S�o Paulo, Ed. Doxa - 2004.
�SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Campinas: Vozes, 1996.
Autor: Matheus Soares
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