- Rosalina Lima Izepão UEM
- Leonardo Antonio Santin Gardenal Bacharel em Ciências Econômicas pela UEM
Palavras-chave: Paraná, cultura cafeeira, desenvolvimento, capital industrial
Resumo
A atividade cafeeira teve grande significado no desenvolvimento econômico brasileiro e o seu capital muito contribuiu para a industrialização do País. No caso paranaense, a partir do início da década de 1940, este produto tornou-se o principal gerador da renda interna do Estado. Neste artigo se faz uma análise da atividade cafeeira desenvolvida no Estado do Paraná e a transformações produzidas na estrutura econômica e demográfica paranaense, tanto em sua fase ascendente, 1940 e 1950, como na sua fase descendente 1960 e 1970, com o objetivo de verificar a relação desta cultura com a formação do capital industrial paranaense. O artigo foi estruturado em três seções, além da Introdução e da Conclusão. Na primeira, introdutória ao tema, mostram-se as origens da formação econômica do Paraná, destacando-se as atividades ligadas à mineração, tropeirismo, o mate e à madeira. Na segunda, analisam-se a expansão da cafeicultura no Paraná, destacando-se as características e peculiaridades desta atividade no tocante à geração de mudanças na estrutura econômica e na dinâmica demográfica do Estado. Na terceira, mostram-se a formação industrial do Estado, destacando-se o capital cafeeiro como uma das fontes de financiamento da incipiente indústria do Paraná, na década de 1960. Considerando-se a carência de dados que permitissem uma análise mais aprofundada sobre a correlação entre capital cafeeiro e a formação da indústria paranaense, optou-se, metodologicamente, por fazer uma pesquisa descritiva exploratória, utilizando-se de fontes bibliográficas e documentais. Entende-se que o presente estudo, em razão da já mencionada carência de fontes, é singelo demais, se comparado à relevância do tema, porém, espera-se que possa contribuir para a ampliação da discussão sobre a atividade econômica cafeeira e o seu significado em termos de contribuição ao avanço da industrialização e desenvolvimento do Paraná.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Biografia do Autor
Rosalina Lima Izepão, UEM
Doutora em História Econômica pela USP. Mestre em Economia, Historiadora e Especialista em História Social do Trabalho pela UEM. Lecionou Metodologia CIentífica, História Geral e do Brasil no período de março de 1987 a julho de 1997, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas e na Rede Estadual de Ensino do Paraná. Foi Diretora Fundadora do Museu Histórico de Arapongas. Foi professora da Faculdade de Economia e Processamento de Dados de Foz do Iguaçu, nos anos de 1998 e 1999.
Atualmente é Professora Adjunta e Membro da Câmara Departamental do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá, onde já exerceu os cargos de Coordenadora de Monografia e Vice-Coordenadora do Colegiado de Curso. Na pesquisa atua nas áreas de planejamento, políticas públicas governamentais e desenvolvimento.
Leonardo Antonio Santin Gardenal, Bacharel em Ciências Econômicas pela UEM
Bacharel em Ciências Econômicas pela UEM
Na República oligárquica, a economia cafeeira e a industrialização estiveram intimamente ligadas, levando os cafeicultores com seus lucros a investirem na industrialização. Publicado por: Tales dos Santos Pinto
(Cesgranrio-RJ) A identificação dos governos da República Velha com os interesses da economia cafeeira pode ser expresso pelo(a):
- financiamento, através do Banco do Brasil, para o plano de novas lavouras, no Encilhamento.
- estatização das exportações, com o objetivo de garantir os preços, durante a Primeira Guerra Mundial.
- adoção de uma política de valorização, reduzindo a oferta do produto, a partir do Convênio de Taubaté.
- controle da mão de obra camponesa e apoio à imigração, com a Lei Adolfo Gordo.
isenção de tributos assegurada no programa de estabilização de Campos Salles.
A industrialização verificada no Brasil durante a República Velha foi motivada por alguns fatores. Constituem estes fatores todas as alternativas abaixo, menos a letra:
- o incentivo à imigração garantiu um afluxo de força de trabalho a baixo custo, motivando os investimentos industriais.
- a eclosão da Primeira Guerra Mundial obrigou o Brasil a encontrar formas de superar a restrição aos produtos importados, produzindo em território nacional parte das necessidades do mercado interno.
- os grandes lucros conseguidos com a comercialização do café no mercado internacional proporcionaram a alguns grupos capitalistas, como os comissários do café, investirem na industrialização.
- a existência de um setor industrial de base (metalurgia, máquinas, equipamentos etc.) facilitou o processo de industrialização, não necessitando do mercado externo para a aquisição de mercadorias provenientes deste setor.
- a mão de obra assalariada, que substituiu os africanos escravizados, criou uma demanda no mercado interno para o consumo de bens não duráveis.
Sobre a relação estabelecida entre a economia cafeeira e o processo de industrialização em algumas regiões brasileiras, durante a República Oligárquica (1889-1930), é incorreto afirmar que:
- Ao aumentar a renda da população e a demanda de produtos de consumo não duráveis, a política de valorização do café também contribuiu para a expansão da atividade industrial.
- O processo de industrialização do Brasil na década de 1920 se dividiu em duas etapas: a primeira até 1924, coincidindo com a terceira valorização do café (1921-1924), quando foram realizados investimentos em maquinaria; a segunda, de 1924 até 1929, quando ocorreu um processo de desaceleração na produção industrial, em virtude da retomada das importações graças a uma taxa de câmbio favorável à entrada de mercadorias no país.
- Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o fluxo comercial internacional conheceu um acelerado crescimento. Aumentaram as facilidades para a exportação do café brasileiro, impulsionada pela volumosa safra de 1917-1918. Nesse sentido, o conflito mundial dificultou o processo de industrialização do Brasil.
- O crescimento do poder econômico dos comissários do café, que intermediavam a negociação entre os locais de produção (fazendas) e os centros compradores, proporcionou que os capitais acumulados com a comercialização do produto fossem investidos nas atividades industriais.
- A respeito da relação entre café e indústria, que se refletia inclusive na união das famílias por meio de casamentos ou no duplo papel do cafeicultor-industrial, não se pode negar a existência de disputas entre fazendeiros e industriais, principalmente quanto à delicada questão da elevação de tarifas, já que ambas as atividades precisavam de proteções tarifárias.
(Ufscar) O processo de industrialização brasileira, esboçado na Primeira República, caracterizou-se por uma estreita dependência com a economia cafeeira porque:
- os governos republicanos, controlados pela oligarquia do café, estabeleciam medidas de proteção à indústria nacional.
- atenuava o endividamento do Estado brasileiro com o capitalismo internacional, favorecendo os investimentos públicos.
- a monocultura do café consolidou a exploração da mão de obra escrava, garantindo a formação de capital para a indústria.
- a política de proteção do preço do café através da desvalorização cambial incentivava a economia de substituições de importações.
- a economia do período não dependia do afluxo de capitais internacionais, trabalhando com um grau reduzido de endividamento externo.
respostas
Letra C. Depois do Convênio de Taubaté, os governos passaram a comprar a produção de café tentando aumentar seu preço através do controle da quantidade de café a ser vendida.
Voltar a questão
Letra D. A indústria de base brasileira era extremamente incipiente, necessitando a economia nacional do mercado internacional para adquirir as mercadorias deste setor.
Voltar a questão
Letra C. A Primeira Guerra Mundial restringiu o comércio internacional, dificultando a exportação do café e a importação de produtos industrializados. Frente a isso, parte do capital conseguido com o comércio do café foi investida na industrialização para suprir a falta de algumas mercadorias que antes eram importadas.
Voltar a questão
Letra E. Na industrialização da República Oligárquica, os investimentos foram realizados por capitalistas que conseguiram deslocar capitais para este setor da economia.
Voltar a questão
Leia o artigo relacionado a este exercício e esclareça suas dúvidas