O período pré-colonial corresponde aos primeiros anos de colonização do Brasil pelos portugueses. Abrange dos anos de 1500 a 1530 e a principal atividade econômica foi a exploração do pau-brasil.
Resumo
Em 22 de abril de 1500, os portugueses conseguem descobrir do outro lado do oceano terras nunca antes visitadas. Nesse momento, chegou ao território a esquadra de Pedro Álvares Cabral composta por 10 naus e 3 caravelas (cerca de 1500 homens), as quais eram chefiadas pelos navegadores Bartolomeu Dias, Nicolau Coelho e Duarte Pacheco Pereira.
Primeiramente, a principal ideia dos colonizadores eram explorar as terras conquistadas com o intuito de enriquecer a metrópole e sobretudo, encontrar metais preciosos.
Foi diante desse fato que o processo de colonização do Brasil foi realizado num sistema de colonialismo denominado de “Colônia de Exploração”. Nesse sentido, a exploração das terras descobertas eram o objetivo central dos portugueses.
Durante os primeiros trinta anos (1500-1530), desde que chegaram no território brasileiro, eles descobriram o pau-brasil, uma madeira nativa da Mata Atlântica, que tinha sucesso no mercado consumidor europeu.
Foi então realizado o primeiro ciclo econômico do Brasil: o ciclo do pau-brasil. Essa espécie de madeira era utilizada, já pelos índios para o tingimento de tecidos.
Inicialmente, eles tentaram o processo de escambo com os indígenas, ou seja, em troca da madeira lhes ofereciam espelhos, facas, moedas e diversos objetos.
Entretanto, com o passar do tempo eles começaram a explorar a população indígena que chegou a ser escravizada durante anos no Brasil. Assim, os índios eram obrigados a cortarem a madeira que depois era enviada para a comercialização em continente europeu.
Com o passar do tempo, as feitorias foram criadas para armazenar e facilitar o envio do produto. A primeira feitoria foi edificada em 1504 na região que hoje está a cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
Além de servirem como pontos que marcavam a colonização portuguesa no país, as feitorias eram entrepostos comerciais fortificados e erigidos próximos ao litoral. Sendo assim, serviam para organizar toda estrutura comercial (mercado, armazém, alfândega, etc.) e ainda, eram utilizadas para defesa.
De tal modo, qualquer povo que extraísse a madeira da região tinha que pagar tributos aos portugueses, já que era um monopólio comercial deles.
Após esse período inicial, e visto a extinção da madeira que já estava sendo explorada durante anos, os portugueses já não conseguiam enriquecer.
Foi nesse contexto que as primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao Brasil, em 1530. Era o fim do período pré-colonial e o início do segundo ciclo econômico do país: o ciclo da cana-de-açúcar.
Capitanias Hereditárias e Governo Geral
Em 1534, com o intuito de explorar melhor o território, D. João III propôs a criação do sistema de Capitanias Hereditárias.
Assim, o território foi dividido em 15 capitanias, as quais foram concedidas a 12 donatários (nobres de confiança), que ficariam responsáveis por explorar, administrar e povoar as colônias.
Paralelo a isso, e visto fracasso das capitanias hereditárias, o governo geral foi implementado em 1549, com o intuito de descentralizar o poder.
Saiba mais sobre o tema com a leitura dos artigos:
- Brasil Colônia
- Capitanias Hereditárias
- Governo Geral
Postado Por em mar 15, 2015 | A primeira atividade econômica que foi explorada no Brasil foi a extração de pau-brasil. A exploração de pau-brasil era feita pelos índios e intensificou-se com a chegada dos portugueses. A árvore foi tão explorada que quase chegou a ser extinta. O problema é que a extração do pau-brasil não promovia a colonização para o território. Os navios chegavam, a madeira era cortada e logo os portugueses iam embora. Depois vieram atividades que ajudaram a colonizar e explorar melhor o território da colônia. Tendo em vista que a exploração até 1530 limitou-se exclusivamente ao litoral.
Cana de Açúcar
Iniciou-se no Brasil a fabricação do açúcar em engenhos. Vários foram os motivos para essa escolha:
- A experiência dos portugueses com o cultivo de cana;
- A existência no Brasil de um solo propício ao plantio de cana (massapê);
- A alta cotação do açúcar no mercado europeu;
- Promover o povoamento da colônia, visando legitimar a posse e proteger as terras de invasores (como holandeses e franceses, por exemplo).
Ilustração de escravos trabalhando em um engenho. | Imagem: Reprodução
Resumindo, os portugueses tinham experiência neste ramo. Tinham um território onde havia condições excelentes para plantar. Havia um mercado onde produto era caro. E ainda de quebra podiam povoar melhor sua colônia e protegê-la (já que sofria bastante invasões neste período). Só havia vantagens para adotar o açúcar… então só faltava mesmo patrocinar e promover a atividade com vigor! E foi isso mesmo que a Coroa fez.Com isso, a cultura de cana se transformou no alicerce econômico
da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII. As regiões onde a cultura de cana mais prosperou foi o Nordeste (Bahia e Pernambuco).
Foi introduzido o esquema de plantation para o cultivo da cana de açúcar, caracterizada por:
- Cultivo de cana em grandes propriedades de terra (os latifúndios);
- Mão de obra escrava. Primeiro tentaram escravizar os índios, mas devido à resistência destes, os escravos africanos começaram a ser empregados em massa;
- Monocultura. Só se plantava uma cultura nos engenhos: a cultura de cana;
- Produção destinada à exportação.
O objetivo da adoção do plantation era a produção em larga escala com custo reduzido. Os donos de grandes propriedades (latifundiários) tinham um território grande e propício à cultura, que dedicavam totalmente a ela. Tinham trabalhadores escravos (só precisaria pagar na aquisição e sustentá-los). O cenário e as vantagens dos portugueses era muito favorável para que os lucros fossem altos. E foi exatamente o que obtiveram adotando o plantio da cana de açúcar.
Mineração de Ouro
No final do século XVII, a economia açucareira enfrenta dificuldades devido a concorrência com o açúcar das Antilhas (holandês). Um bandeirante chamado Antônio Rodrigues Arzão encontra ouro no território onde hoje fica localizado o estado de Minas Gerais.
No século XVIII inicia-se então o ciclo do ouro. O sonho do ouro e a esperança de trabalho e riqueza faz com que ocorra a primeira corrida do ouro da era moderna. Aumenta muito a imigração externa para o Brasil (pessoas vindas de Portugal) e interna também (com muitas pessoas abandonando suas cidades para viverem próximas das regiões mineradoras). Essa imigração foi responsável por multiplicar por 10 a população da colônia: saltando de 300 mil para 3 milhões de habitantes em 100 anos (1690 – final do século XVIII).
Johann Moritz Rugendas – Lavagem de Ouro
O ciclo do ouro ajudou a povoar o interior do Brasil. E com isso surgiram muitos povoados e vilas próximas nas regiões de extração do minério. Fez deslocar o eixo econômico da colônia para o Sudeste (inclusive deslocando a capital de Salvador para o Rio de Janeiro).
Houve uma grande taxação por parte da Coroa e aumento do controle e fiscalização da colônia durante este período. As principais taxas criadas foram:
- Quinto: Imposto de 20% sobre o total de ouro extraído. Pago nas casas de fundição, que transformava o ouro em barras com o selo da coroa portuguesa (já retirando os 20%);
- Derrama: Caso a colônia não arrecadasse aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano, os bens de mineradores eram confiscados até que se atingisse a quota estabelecida pela coroa;
- Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras por cada escravo que trabalhava em seus lotes.Este ciclo durou até o final do século XVIII, quando as minas foram se esgotando. E outras atividades econômicas, antes secundárias foram ganhando relevância.
Você sabia?
Haviam atividades econômicas secundárias (acessórias) no período colonial. Havia uma produção têxtil doméstica e produção de gêneros alimentícios. Houve uma indústria naval que surgiu para o reparo e construção de embarcações. E também houveram muitas atividades relacionadas a construção cívil, artesanato, azeite de baleia (iluminação pública) e serviços de alfaiates, carpinteiros, serralheiros, oleiros, ourives, sapateiros, etc.
Mas somente a partir do ciclo do ouro, é que houve a expansão dessas atividades e o aumento de sua relevância. Tudo devido ao crescimento da população.
Conclusão
Neste artigo apresentamos o panorama geral dos ciclos econômicos do Brasil colonial. Dividindo entre séculos, tivemos a predominância dos seguintes ciclos econômicos:
- Do séc. XVI ao XVII: Ciclo do açúcar;
- Século XVIII: Ciclo do ouro.
Vejamos no infográfico abaixo, o volume de exportações da colônia referente a cada ciclo.
Você poderá perceber com isso, quais eram as atividades e seu peso em cada período:
Iremos explorar cada ciclo, com a riqueza de detalhes, que merecem em artigos posteriores.
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