Que fenômenos Huygens explicou por meio da teoria ondulatória da luz

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Luz: Fundamentos te�ricos

1.1 Natureza da luz / O que � a luz?

  • Teoria corpuscular da luz

Em 1672, o f�sico ingl�s Isaac Newton (Fig. 1.1) apresentou uma teoria conhecida como modelo corpuscular da luz. Nesta teoria, a luz era considerada como um feixe de part�culas emitidas por uma fonte de luz que atingia o olho estimulando a vis�o.

Esta teoria conseguia explicar muito bem alguns fen�menos de propaga��o da luz.

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Sir Isaac Newton (1642-1727).
Newton publicou muitos trabalhos no campo da �tica e da matem�tica. Revolucionou a
ci�ncia f�sica formulando as tr�s leis b�sicas da mec�nica e a lei da gravita��o universal.

 

Newton descobriu tamb�m que a luz poderia se dividir em muitas cores atrav�s de um prisma, fen�meno da dispers�o da luz (Fig. 1.2), e usou esse conceito experimental para analisar a luz.

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Fig. 1.2 Dipers�o da luz atrav�s de um prisma.

  • Teoria ondulat�ria da luz

Cristian Huygens, em 1670, mostrou que as leis de reflex�o e refra��o podiam ser explicadas por uma teoria ondulat�ria, mas esta teoria n�o foi imediatamente aceita.

Somente no s�culo XVIII as experi�ncias de Thomas Young e Augustin Fresnel, sobre interfer�ncia, e as medidas da velocidade da luz em l�quidos, realizadas pelo cientista franc�s L. Foucault, demonstraram a exist�ncia de fen�menos �ticos nos quais a teoria corpuscular n�o se aplicava, mas sim uma teoria ondulat�ria. Young conseguiu medir o comprimento de uma onda, e Fresnel mostrou que a propaga��o ret�linea da luz e os efeitos de difra��o, s�o explicados considerando a luz como onda.

Na segunda metade do s�culo XIX, James Clerk Maxwell (Fig. 1.3), atrav�s da sua teoria de ondas eletromagn�ticas, provou que a velocidade com que a onda eletromagn�tica se propagava no espa�o era igual � velocidade da luz, cujo valor �, aproximadamente:
c = 3 x 10 8 m/s = 300 000 km/s

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James Clerk Maxwell (1831-1879).
F�sico escoc�s que fez importantes trabalhos em eletricidade e eletromagnetismo.
O seu maior trabalho foi a previs�o da exist�ncia de ondas eletromagn�ticas.

Maxwell estabeleceu teoricamente que:

A luz � uma modalidade de energia radiante que se propaga atrav�s de ondas eletromagn�ticas.

Hertz, 15 anos ap�s a descoberta de Maxwell, comprovou experimentalmente a teoria ondulat�ria, usando um circuito oscilante.

Caracter�sticas de uma onda: comprimento de onda (

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) e freq��ncia (f).

A velocidade da onda � dada pelo produto do comprimento de onda,

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(Fig 1.4), pela freq��ncia, f, ou seja, este produto � constante para cada meio:

v =

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f

1.1

O que se observa pela rela��o 1.1 � que quanto maior a freq��ncia menor o comprimento de onda e vice-versa.

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Fig. 1.4 Representa��o de uma onda apresentando comprimento,

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, amplitude, A, e velocidade, V.

O espectro eletromagn�tico (conjunto de ondas eletromagn�ticas - Fig. 1.5) apresenta v�rios tipos de ondas eletromagn�ticas: ondas de r�dio, microondas, radia��o infravermelha, luz (radia��es vis�veis), ultravioleta, raios X e raios gama. As ondas diferem entre si pela freq��ncia e propagam-se com a mesma velocidade da luz no v�cuo.

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Fig. 1.5 Espectro eletromagn�tico mostrando a faixa da luz vis�vel (a figura n�o est� em escala).

No espectro eletromagn�tico o dom�nio correspondente � luz �:

f = 8,35 x 1014 Hz, que corresponde a

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= 3,6 x 10-7 m (cor violeta), at� f = 3,85 x 1014 Hz, que corresponde a
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= 7,8 x 10-7 m (cor vermelha).

Dualidade onda/part�cula

Quando parecia que realmente a natureza da luz era onda eletromagn�tica, essa teoria n�o conseguia explicar o fen�meno de emiss�o fotoel�trica, que � a eje��o de el�trons quando a luz incide sobre um condutor.

Einstein (1905 - Fig 1.6) usando a id�ia de Planck (1900), mostrou que a energia de um feixe de luz era concentrada em pequenos pacotes de energia, denominados f�tons, que explicava o fen�meno da emiss�o fotoel�trica.

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Albert Einstein (1879-1955).
O mais importante f�sico do s�culo XIX.
Em 1905, fez a famosa teoria da relatividade, que propunha analisar os movimentos
das part�culas que apresentavam grandes velocidades para as quais a mec�nica
Newtoniana n�o era v�lida.

A natureza corpuscular da luz foi confirmada por Compton (1911). Verificou-se que quando um f�ton colide com um el�tron, eles se comportam como corpos materiais.

Atualmente aceita-se o fato de :

A luz ter car�ter dual: os fen�menos de reflex�o, refra��o, interfer�ncia, difra��o e polariza��o da luz podem ser explicados pela teoria ondulat�ria e os de emiss�o e absor��o podem ser explicados pela teoria corpuscular.

1.2 Conceitos b�sicos / Luz

 
  • Ondas, frentes de onda e raios

Uma frente de onda ou superf�cie de onda � o lugar geom�trico, de todos os pontos, em que a fase de vibra��o ou varia��o harm�nica de uma quantidade f�sica � a mesma.

As ondas eletromagn�ticas, irradiadas por uma pequena fonte de luz, podem ser representadas por frentes de onda que s�o superf�cies esf�ricas conc�ntricas (centros coincidentes) � fonte e a uma dist�ncia grande da fonte, como superf�cies planas (Fig. 1.7a e b).

Considerando a teoria corpuscular, um raio � simplesmente a trajet�ria retil�nea que um corp�sculo de luz percorre.

Considerando a teoria ondulat�ria, um raio � uma linha imagin�ria na dire��o de propaga��o da onda, ou seja, perpendicular � frente de onda (Fig. 1.7a e b).

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Fig. 1.7 a) Frentes de ondas esf�ricas. b) Frentes de ondas planas.

Princ�pios da propaga��o da luz

-Princ�pio da propaga��o retil�nea

Nos meios homog�neos e transparentes, a luz se propaga em linha reta.

Este princ�pio � facilmente observado em nosso cotidiano: o feixe de luz proveniente de um holofote; qualquer processo de alinhamento; a mira para atirar em uma alvo; a forma��o de sombras; a forma��o de imagens e outros.

Em meios heterog�neos a luz n�o se propaga necessariamente em linha reta. Como exemplo temos a atmosfera terrestre que aumenta a densidade com a altitude decrescente; em conseq��ncia disso, os raios provenientes dos astros se encurvam ao se aproximarem da superf�cie terrestre, fen�meno conhecido como refra��o atmosf�rica (ser� estudada em refra��o).

- Princ�pio da independ�ncia dos raios de luz

A propaga��o da luz independe da exist�ncia de outros raios de luz na regi�o que atravessa.

Este princ�pio voc� observa quando um palco � iluminado por dois feixes de luz provenientes de dois holofotes. A trajet�ria de um raio de luz n�o � modificada pela presen�a de outros, cada um segue sua trajet�ria como se os outros n�o existissem (Fig. 1.8).

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Fig. 1.8 Princ�pio da indep�ndencia dos raios de luz.

- Princ�pio da reversibilidade de raios luminosos

Considere que um raio faz o percurso ABC, tanto no fen�meno da reflex�o (Fig. 1.9a), como na refra��o (Fig.1.9b). Se o raio de luz fizer o percurso no sentido contr�rio CBA, a trajet�ria do raio ser� a mesma.

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Fig.1.9 Reversibilidade dos raios luminosos (a) Reflex�o.
(b) Refra��o.

Este � o princ�pio da reversibilidade de raios luminosos ou princ�pio do caminho inverso, que pode ser enunciado como:

"A trajet�ria seguida pelo raio luminoso independe do sentido do percurso."

  • Fontes de luz / Objetos luminosos e iluminados

Objetos luminosos ou fontes de luz s�o aqueles que emitem luz pr�pria, tais como o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, l�mpadas.

Objetos iluminados s�o aqueles que n�o emitem luz pr�pria, mas, sim, refletem luz proveniente de uma fonte. Como exemplo de objetos iluminados temos a Lua, uma pessoa, um carro e outros objetos que nos rodeiam.

Na �poca de Plat�o, na Gr�cia, acreditava-se que os olhos emitiam part�culas que tornavam os objetos vis�veis. Atualmente, sabemos que os objetos, para serem vistos, emitem luz proveniente de uma fonte, que atinge os nossos olhos (Fig. 1.10)

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Fig. 1.10 Como n�s enxergamos um objeto.

As fontes de luz podem ser puntuais e extensas. S�o consideradas puntuais ou puntiformes quando as dimens�es se reduzem a um ponto luminoso e a forma��o de sombra do objeto � bem definida. E extensas, quando � um conjunto de pontos luminosos.

Quando a fonte � extensa, al�m da sombra do objeto, h� uma regi�o de contorno que recebe alguma luz da fonte, denominada penumbra. Essa forma��o de sombra e penumbra ocorre nos fen�menos de eclipse do Sol (Figs. 1.11 e 1.12).

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Fig.1.11 Eclipse do Sol.

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Fig. 1.12 Esquema do eclipse solar.

  • C�mara escura
A c�mara escura de orif�cio � constitu�da de uma caixa de paredes opacas com um pequeno orif�cio, sendo a parede oposta ao orif�cio de papel vegetal. A fig. 1-13 mostra um esquema da c�mara escura.

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Fig 1.13 C�mara escura

Um objeto OO ' de tamanho H, � colocado � uma dist�ncia p do orif�cio A. Os raios que partem do objeto atravessam o orif�cio, projetando uma imagem II ', de tamanho H ', � uma dist�ncia q do orif�cio A.

Vamos determinar a rela��o entre os tamanho do objeto H e da imagem H ', e as dist�ncias objeto p e imagem q.

Os tri�ngulos OO'A e II'A s�o semelhantes; portanto sendo seus lados proporcionais, obtemos:

 
OO' / II' = p / q

1.2

Observe, na express�o 1.2, que se aproximarmos o objeto da c�mara, o tamanho da imagem aumenta e vice-versa.

O tamanho do orif�cio A deve ser pequeno porque sen�o perde-se a nitidez da imagem II ' (da ordem de 0,008 vezes a raiz quadrada do comprimento da caixa).

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Qual foi outra conclusão muito importante de Huygens?

O princípio de Huygens determina que cada frente de onda atua como uma nova fonte, gerando nova ondas. Isso explica, por exemplo, o fenômeno da difração.

O quê Huygens dizia sobre a luz?

Contemporâneo de Newton, Huygens supunha a luz formada de ondas, que são emitidas pelo corpo luminoso. Pensava que sua propagação se dá da mesma forma que para as ondas sonoras, apenas muito mais rapidamente que estas últimas.

Quais os fenômenos ondulatórios que evidenciam a natureza ondulatória da luz?

b) Fenômenos ondulatórios eletromagnéticos.
Reflexão: enxergamos uma imagem ao nos posicionarmos na frente do espelho justamente pelo fato da luz, que é uma onda eletromagnética transversal, ser refletida..
Refração: como exemplo temos o caso da luz do Sol. ... .
Polarização: citamos aqui o caso de óculos solares..

Como Huygens explica a refração da luz?

Como aponta Sabra [30], Huygens supôs que as duas emanações passassem em meios diferentes. Enquanto a refração ordinária seria causada pela propagação das ondas no meio etéreo que preencheria o cristal, a extraordinária seria devido à propagação das ondas tanto no éter quanto na própria matéria do cristal.