História
Na década de 30 o Brasil passa por um processo de industrialização e urbanização implicando no crescimento da classe operária; sendo esses momentos necessários para o desenvolvimento do capitalismo no país. O modelo societário capitalista tem umas das suas principais características a relação capital/trabalho, em que se constitui na exploração do trabalhador afim de enriquecimento por parte do burguês.
O serviço social é demandado pela classe dominante junto ao Estado para que pudesse conter a classe operária que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social; assim o serviço social se institucionaliza no Brasil afim de manter a harmonia social. Nesse contexto, em 1936 surge a primeira Escola de Serviço Social, conhecido como Centro de Estudos e Ação Social que logo após será integrada com a PUC de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, a primeira turma de ensino superior em serviço social se estabelece na UFRJ.
Na década seguinte (1940), há a eclosão de uma burguesia industrial e o crescimento do proletariado brasileiro, acompanhando uma política econômica marcada por processos de industrialização. Com isso, o Estado percebe a necessidade de se criar, então, instituições de assistência com o objetivo de direcionar as reivindicações da classe trabalhadora através de políticas sociais, objetivando em demandas de trabalho para os assistentes socias. Institucionalmente, surgem, assim, os agentes executores das políticas sociais direcionadas ao proletariado urbano, em resposta à fase vivida durante o período em questão.
Já em 1950 ocorrem dois importantes movimentos para a categoria profissional recém-formada: de um lado, o fortalecimento de uma política econômica tendo como medida social de relevância a regulamentação da Lei Orgânica da Previdência Social; de outro, a regulamentação do ensino de Serviço Social através da Lei n.º 1889 de 13 de junho de 1953, referendada em 1954, tendo, por fim, o efeito da lei n. 3.252, de 27 de agosto de 1957, que conferia o direito de exercício profissional ao assistente social com formação.
Dez anos depois, em 1960, inicia-se o movimento de reconceituação da profissão, em que buscou-se alterar o modo tradicionalista do Serviço Social. A intenção de ruptura pretende romper com a herança intelectual e cultural do Serviço Social tradicional, fundamentando-se na concepção marxista de natureza crítica e reflexiva como meio para a análise da realidade social.
A apropriação de uma nova vertente cooperou no debate sobre a formação profissional, durante a década de 1970, resultando um novo currículo aprovado pelo Conselho Federal de Educação em 1982, que passa a ser obrigatório para todos os cursos de Serviço Social no território brasileiro. Há um direcionamento a profissão para análises macrossocietárias a respeito do país e da própria profissão, especialmente voltado para ações objetivando uma maior compreensão da questão social e de sua relação com a classe trabalhadora.
No ano de 1996 novas diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social são aprovadas, com indicações do currículo mínimo obrigatório. Nesse documento, o ensino da prática é destacado, com outros temas de relevância, como a pesquisa social e a ética profissional – na tentativa de buscar, ademais, uma reflexão sobre a práxis do assistente social em seu cotidiano.
Iamamoto em 2001 trás uma importante reflexão, aponta que as novas demandas que surgem para o Assistente Social na atualidade, fruto das modificações nas formas de produção e reprodução na vida social, exigem que este profissional tenha a capacidade de decifrá-las e traduzi-las para além do nível da aparência imediata. Para tanto, é fundamental que a formação em Serviço Social consiga realizar mediações entre a leitura mais geral da conformação histórica e atual do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, atentando-se para as especificidades regionais e locais, e elementos culturais, étnicos e de gênero existentes neste processo.
Rótulo Serviço Social no Brasil O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, estreitamente ligada a Igreja Católica. O país passava por uma fase turbulenta, onde a burguesia não estava dando conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. Preocupada
com essa situação a fim de manter os seus interesses de exploração da força de trabalho, a classe dominante, juntamente com o Estado somaram forças para conter a classe operária, mantendo a harmonia social. A Igreja passou então a oferecer formação específica para moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações sociais. Criou-se então o Curso Intensivo de Formação Social para Moças.Nas décadas de 40 e 50, o Serviço Social do nosso país recebeu uma grande influência norte-americana e
da corrente positivista. As influências de Mary Richmond com o ?Serviço Social de caso?, ?Serviço Social de Grupo? e ?Serviço Social de Comunidade? marcaram o Brasil durante essas décadas. Essas práticas deram início a ?Organização e Desenvolvimento de Comunidade?, onde eram feitas abordagens individuais e com grupos buscando o desenvolvimento da comunidade. Entre os anos 60 e 70 iniciou-se um movimento de renovação da profissão, que buscou-se alterar o modo tradicionalista do Serviço Social. Em
1979 em São Paulo ocorreu o Congresso da Virada, um marco para o Serviço Social no Brasil. Nesse evento houve a ruptura com o conservadorismo, a profissão se laicizou e passou a se incorporar nos setores subalternos da sociedade e nos movimentos sindicalistas. Passou a fazer parte das Ciências Sociais e ganhou uma característica mais ?de esquerda?. O profissional passou a gestar e executar as políticas públicas, além do aumento das áreas de pesquisa. Nos anos 80 passou-se a debater sobre a Ética
no Serviço Social, buscou-se acabar com a ética do tradicionalismo e da neutralidade, tomando um lado mais democrático. Em relação à formação profissional, no ano de 1982 houve a revisão curricular que pretendia ir além do teórico-metodológico e ético-político, buscava a união do técnico e do político. Em 1986 foi aprovado o Código de Ética Profissional, firmando um compromisso com a classe trabalhadora. O Código trouxe também o poder da denúncia profissional, inclusive por parte dos usuários.
Na década de 90 o Serviço Social sentiu os efeitos da política Neoliberal, da acumulação flexível no mundo do trabalho e da compressão dos direitos sociais. Os profissionais passaram a atuar no terceiro setor onde a demanda de trabalho aumentou, como resultado da minimização do Estado. Nos anos 2000 cresceu a discussão em torno da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão social. Aumentou o número de cursos de graduação e de graduação à distância, No sentido de se garantir uma
ampliação da categoria do Serviço Social, nos mais diversos setores da sociedade. Não há dados estatísticos. Serviço social no Brasil: das décadas de 30 a atualidade
Resumo
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Como Citar
PEREIRA CASALI, J.; CRUZ DOS REIS, B.; TRILHA, C.; PINTO DE OLIVEIRA, D.; MENDES SOARES, L.; RIGHI FONSECA, L.; COSTA CÔRREA, M.; MIRANDA DO AMARAL, R.; CAMARGO GRUENDEMANN, V. L.; BARROS DE OLIVEIRA, S. Serviço social no Brasil: das décadas de 30 a atualidade. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 3, n. 1, 3 fev. 2013.
Seção
Ciências Sociais Aplicadas