Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Sérgio A. Sales – Acadêmico do 5º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Nas Relações Internacionais, a teoria decolonial procura fazer uma leitura sobre os aspectos internacionais em cima de um processo heterogêneo, buscando fazer uma reflexão que levaria novos percursos para o estudo das R.I, a começar pela própria análise que é feita do sistema internacional, com seus principais atores e objetos.

Ao observar como os movimentos de resistência promovem extremas e imprescindíveis mudanças no Sistema Internacional, faz-se necessária uma análise acerca de como tais ações foram e são capazes de fazer importantes mudanças para os Estados, principalmente os em formação e em ascensão. Países como o Brasil ou os países do continente africano, que tiveram suas independências em sua maioria causadas e defendidas por movimentos de resistência, são grandes exemplos de como essas ações foram e continuam sendo importantes para processos essenciais como a independência de um Estado. A forma como o continente africano foi colonizado deixou diversas cicatrizes que inflamam na economia, no poder e até mesmo em como os países são vistos no Sistema Internacional.

Por meados do século XIX, houveram intensos avanços tecnológicos na Europa, promovendo aprimoramentos em setores como a indústria bélica, criação de novas fontes de energia e a própria intensificação das indústrias em geral. Com tais avanços, houve um intenso aumento no capitalismo, o que levou as capitais europeias a saírem em busca de mais recursos e maiores fontes de renda, levando-as até o continente africano, onde foi implantado uma relação de exploração pelos europeus no território.

Com o pretexto de que estavam em “missão civilizatória”, começou uma corrida pela ocupação do território africano, tendo como principal objetivo fazer uma extrema exploração econômica na África. Tal ocupação não aconteceu de forma pacífica. Em toda a extensão do continente houve diversos movimentos de resistência que confrontaram as ações de dominação europeias que tiveram êxito graças as formas superiores de tecnologia que possuíam tanto na questão bélica quanto na questão da própria comunicação, fazendo com que praticamente todos os territórios fossem dominados pelos países da Europa. Resistências como a “Revolução Urabista” no Egito, a luta de Sayyid Muhammad Abdullah Hassan pela libertação da Somália, as revoluções na Líbia e as duas guerras de Madagascar contra a França foram exemplos de luta contra a dominação europeia.

Ao conseguir sua independência, um Estado consegue promover a produção dos seus próprios recursos sem ter que dar parte para o seu colonizador, além de possuir liberdade de poder viver sob a sua própria cultura, criar suas próprias leis, enfim, poder conquistar a manutenção da própria soberania política e econômica. Diante de tais informações, não somente para as Relações Internacionais, torna-se imprescindível o estudo sobre como os movimentos de resistência foram e continuam sendo importantes, não só para a independência dos países, mas para a garantia e manutenção dos diretos de todos.

REFERENCIAS:

Movimentos de resistência ao neocolonialismo na África. Disponível em <  https://brasilescola.uol.com.br/historiag/movimentos-resistencia-ao-neocolonialismo-na-africa.htm> Acesso em 18 abr 2021

DE OLIVEIRA, Camila Klen. Breve introdução ao giro decolonial: Poder, saber e ser. Disponível em < https://drive.google.com/file/d/1pnEgg4-LdVOpMd5leTBjL6HUL-bDpg-7/view;

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Disponível em < https://drive.google.com/file/d/1H5YHQnVcD9lE32xepZfguiFqMEeVvjxI/view;

QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patrícia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos decoloniais. Disponível em < https://masp.org.br/uploads/temp/temp-QE1LhobgtE4MbKZhc8Jv.pdf.

Mulheres sul-africanas lideraram ações de resistência ao regime segregacionista na defesa dos direitos da população não branca

Texto / Nataly Simões | Edição / Pedro Borges | Imagem / Reprodução

Nos mais de 40 anos do apartheid, regime segregacionista que oprimia as pessoas não brancas na África do Sul, as mulheres negras lideraram movimentos importantes de oposição ao governo sul-africano e mobilizaram a sociedade na luta por liberdade. 

O Alma Preta selecionou quatro ativistas negras que se destacaram no combate ao apartheid. Confira:

1. Sophia Williams-De Bruyn

Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Foto: Refilwe Modise 

Aos 81 anos, Sophia Williams-De Bruyn é a última líder viva da Marcha das Mulheres, que em 9 de agosto de 1956 reuniu 20 mil mulheres de diferentes etnias contra um dos principais instrumentos de opressão do apartheid.

Conhecida como “Lei do Passe”, a medida obrigava as pessoas não brancas a usarem uma caderneta que ditava onde elas podiam ou não ir. A manifestação liderada por Sophia permanece como um marco importante para relembrar o passado de luta e enaltecer a força da população feminina sul-africana.

A ativista também foi responsável pela fundação do Congresso dos Sindicatos da África do Sul, em 1955, na defesa dos direitos trabalhistas. Sophia foi a primeira a receber o Prêmio das Mulheres por sua atuação excepcional no país e, em 2016, se juntou a uma grande multidão na comemoração dos 60 anos da Marcha das Mulheres.

Atualmente, ela é legisladora na província de Gauteng pelo Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder da África do Sul pós-apartheid desde a eleição de Nelson Mandela, em 1994.

2. Adelaide Tambo

Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Foto: Acervo Pessoal

A introdução de Adelaide Tambo ao ativismo anti-apartheid foi brutal, como ela mesma costumava descrever. Aos 10 anos, a sul-africana testemunhou seu avô de 82 anos ser chicoteado em uma praça da cidade de Vereeningig, no sul de Joanesburgo. O tratamento humilhante sofrido por seu avô pelas mãos da polícia foi decisivo para que ela passasse a se dedicar à luta contra a segregação racial.

Adelaide também participou da Marcha das Mulheres de 1956 e atuava no Congresso Nacional Africano (ANC). Após o massacre de Sharpeville, em 21 de março de 1960, quando 69 pessoas foram mortas à tiros pela polícia em um protesto, Adelaide e seu esposo Oliver Tampo, também ativista, se exilaram em Londres, onde permaneceram por 30 anos, mas sem abandonar o movimento anti-apartheid.

Mesmo longe de seu país natal, a ativista tinha uma forte presença física e uma personalidade capaz de obter resultados de aliados, pois era respeitada pelo corpo diplomático de embaixadores africanos e asiáticos. Em um evento em 1990, Nelson Mandela agradeceu Adelaide por sua contribuição à luta contra o apartheid.

3. Lillian Masediba Ngoyi

Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Foto: Acervo pessoal

Presidente da Liga das Mulheres no Congresso Nacional Africano (ANC), Lilian Masediba Ngoyi era conhecida por sua facilidade de falar com o público. Durante sua vida, ela liderou reuniões contra o apartheid e atuou na ampliação da organização feminina na África do Sul, dando origem a Federação de Mulheres, em 1954.

A federação chegou a mobilizar cerca de 230 mil mulheres com o objetivo de lutar para que todas as pessoas tivessem acesso aos mesmos direitos e para as mulheres serem livres para se organizar politicamente, independente da condição racial.

Na marcha de 1956, Lilian Masediba Ngoyi bateu a porta do primeiro-ministro Strijdom com milhares de petições contra a “Lei do Passe” em mãos. Para ela, a medida deixaria as mulheres negras ainda mais expostas à violência policial.

4. Albertina Sisulu

Quem foram as personalidades que lideraram os movimentos de resistência?

Foto: Lauren Mulligan

O ativismo político de Albertina Sisulu a levou a se tornar uma das líderes mais importantes da resistência ao apartheid. Conhecida como “Mãe da Nação”, ela também esteve à frente da Federação das Mulheres.

Ao lado de Lilian Masediba Ngoyi, Albertina organizou um boicote contra o aumento da tarifa do transporte público em cidades como Sophiatown e Lady Shelburne, onde transportavam 25 mil pessoas, em sua maioria negra.

A grande mobilização social provocada pelo ativismo de mulheres como Albertina Sisulu resultou em uma resposta do governo com ataques da polícia, prisões e descontinuidade do serviço de transporte público. Os protestos, no entanto, continuaram e o governo decidiu reduzir o preço da passagem.

Para a ativista, as mulheres eram fundamentais no combate à segregação racial. O objetivo principal de Albertina Sisulu era destruir o sistema que elaborava as políticas segregacionistas, por isso seu ativismo a colocava frequentemente em luta contra o regime vigente.

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Quais foram os principais movimentos de resistência?

Resistências como a “Revolução Urabista” no Egito, a luta de Sayyid Muhammad Abdullah Hassan pela libertação da Somália, as revoluções na Líbia e as duas guerras de Madagascar contra a França foram exemplos de luta contra a dominação europeia.

Quais foram os movimentos de resistência no Egito?

Para impedir o crescimento da influência britânica no Egito, foi iniciado um movimento de resistência promovido pelos militares com o objetivo de derrubar o quediva e instalar um novo governo. Esse movimento foi liderado pelo coronel Ahmad Urabi e ficou conhecido como Revolução Urabista.

Quais são os líderes que se destacaram na resistência na África Austral?

Atração destaca importância de Kwane Nkrumah, Leopold Senghor e.

Quais foram os movimentos de resistência ao Imperialismo Somália?

O principal movimento de resistência somali, segundo Valter Roberto Silvério, aconteceu com a liderança de Sayyid Muhammad Abdullah Hassan. Esse movimento de resistência na Somália foi iniciado em 1895, após Hassan convocar uma Jihad (guerra santa no Islã) contra a presença europeia.

Como foi o movimento de resistência?

Os movimentos de resistência no campo foram duramente reprimidos desde 1964. Somente tomaram vulto a partir de 1979, com grandes greves de trabalhadores canavieiros do Nordeste e com as ocupações de latifúndios por trabalhadores do Sul e Sudeste, que conduziram à formação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).