São etapas para prescrição de treinamento?

Introdu��o

    A pr�tica de atividades f�sicas vem crescendo a cada dia e tornando-se parte do cotidiano de muitas pessoas. Al�m de melhorar o condicionamento f�sico e proporcionar uma boa est�tica para o corpo, tamb�m faz com que a taxa de riscos de algumas doen�as como depress�o, diabetes e colesterol diminuam. Por�m para se atingir os objetivos almejados � importante seguir os Princ�pios do Treinamento Desportivo (PTD), que devem ser utilizados tanto nos praticantes corriqueiros de atividades f�sicas quanto nos atletas de alto rendimento, para que o treino seja elaborado de uma forma que reflita as necessidades do indiv�duo e que evite ao m�ximo os efeitos indesej�veis como les�es musculares, overtraining, entre outros.

    Segundo Dantas (2003) os PTD s�o os aspectos cuja observ�ncia ir� diferenciar o trabalho feito � base de ensaios-e-erros, do cient�fico. � um processo organizado de aperfei�oamento, que � conduzido com base em princ�pios cient�ficos, estimulando modifica��es funcionais e morfol�gicas no organismo (Barbanti, 1979). Deste modo o objetivo deste estudo foi investigar sobre a import�ncia dos PPT para a correta prescri��o dos exerc�cios f�sicos.

Metodologia

    A pesquisa se classifica como bibliogr�fica, que conforme Salomon (2004), a pesquisa bibliogr�fica fundamenta-se em conhecimentos proporcionados pela Biblioteconomia e Documenta��o, entre outras ci�ncias e t�cnicas empregadas de forma met�dica envolvendo a identifica��o, localiza��o e obten��o da informa��o, fichamento e reda��o do trabalho cient�fico. Esse processo solicita uma busca planejada de informa��es bibliogr�ficas para elaborar e documentar um trabalho de pesquisa cient�fica.

Avalia��o f�sica: o in�cio seguro

    A avalia��o f�sica � um importante processo na prescri��o de exerc�cios f�sicos e deve ser feita antes, durante e ap�s o treinamento. Para Kiss apud Schmidt (2010) no in�cio a avalia��o f�sica tem a fun��o diagn�stica da condi��o f�sica, durante o treinamento tem a fun��o formativa, ou seja, acompanhamento do treinamento a m�dio e longo prazo e, ap�s o treinamento tem a fun��o somativa, ou em outras palavras, verificar se os objetivos previstos foram alcan�ados.

    O primeiro instrumento a ser obrigatoriamente utilizado antes do in�cio do processo de avalia��o da aptid�o da avalia��o f�sica � a anamnese. Para Pitanga (2008) a anamnese serve para que o profissional tenha conhecimento de diversos fatores e detalhes da vida do aluno, que podem interferir nos testes de aptid�o f�sica e/ou pr�tica de exerc�cios f�sicos. Nela consta diversas perguntas que proporcionar�o informa��es importantes para o profissional que ir� executar o processo de avalia��o da aptid�o f�sica.

    A antropometria � o procedimento utilizado para medir o tamanho, as dimens�es e as propor��es do corpo humano (QUEIROGA, 2005). Segundo Marins & Giannichi (2003) a antropometria representa um importante recurso de assessoramento para uma analise completa de um indiv�duo, seja ele atleta ou n�o, pois oferece informa��es ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, sendo por isso crucial na avalia��o do estado f�sico e no controle de diversas vari�veis que est�o envolvidas durante uma prescri��o de treinamento. Para Shmidt (2010) as medidas antropom�tricas mais utilizadas pelos profissionais de educa��o f�sica est�o a estatura, comprimentos, massa corporal (peso), per�metros (circunfer�ncias), di�metros �sseos, bem como, medidas da espessura das dobras cut�neas.

Princ�pios do treinamento desportivo

    Diversos autores apresentam opini�es diferentes em rela��o aos PTD, mas os principais s�o: princ�pio da individualidade biol�gica, princ�pio da adapta��o, princ�pio da sobrecarga, princ�pio da continuidade, princ�pio da interdepend�ncia volume-intensidade, princ�pio da treinabilidade e o princ�pio da especificidade.

    O Princ�pio da individualidade biol�gica pressup�e que, por sermos seres biologicamente diferentes, o treinamento deve obedecer as caracter�sticas e necessidades individuais para que os exerc�cios tenham melhores resultados. Para Dantas (2003) o indiv�duo deve ser considerado como a jun��o do gen�tipo (carga gen�tica) e do fen�tipo (interfer�ncia do meio, acrescida, somada ao indiv�duo), dando origem ao somat�rio das especifidades que o caracterizar�o. O professor tem que verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para que os pontos fortes sejam potencializados e os pontos fracos sejam corrigidos para que o treinamento tenha um real desenvolvimento.

    O principio da adapta��o � outro principio extremamente importante no treinamento desportivo. De acordo com Weineck (1991) a adapta��o � a lei mais universal e importante da vida. Adapta��es biol�gicas apresentam-se como mudan�as funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob �adapta��es biol�gicas no esporte�, entendem-se as altera��es dos �rg�os e sistemas funcionais, que aparecem em decorr�ncia das atividades psicof�sicas e esportivas. O indiv�duo possui um estado de equil�brio denominado homeostase e toda vez que um exerc�cio f�sico � realizado, ocorre um estresse fisiol�gico e psicol�gico ao organismo. Esse estresse � necess�rio para a quebra da homeostase a fim de gerar uma otimizada no condicionamento f�sico. Dependendo da intensidade do estresse aplicado, a resposta do organismo pode variar entre a manuten��o do estado de homeostase (quando o exerc�cio � de baixa intensidade) e a ocorr�ncia de les�es (quando a intensidade � acima do limite).

    O princ�pio da sobrecarga baseia-se em ap�s a aplica��o de uma sobrecarga, o organismo necessita repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas desgastadas, para que na aplica��o das sobrecargas posteriores o organismo esteja pronto para receber um novo est�mulo, com intensidade igual ou superior ao anterior aplicado. Hegedus apud Tubino (1984) diz que os diferentes est�mulos produzem diversos desgastes, que s�o repostos ap�s o t�rmino do trabalho, e nisso podemos reconhecer a primeira rea��o de adapta��o, pois o organismo � capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes, e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte, chamando-se este fen�meno de assimila��o compensat�ria. Assim, sabe-se que n�o s� s�o reconduzidas as energias perdidas como tamb�m s�o criadas maiores reservas de energia de trabalho. A primeira fase, isto �, a que recomp�es as energias perdidas, chama-se per�odo de restaura��o, o qual permite a chegada a um mesmo n�vel de energia anterior ao est�mulo. A segunda fase � chamada de per�odo de restaura��o ampliada, ap�s o qual o organismo possuir� uma maior fonte de energia para novos est�mulos.

    Para Tubino (1984) O princ�pio da continuidade compreender� sempre no treinamento em curso uma sistematiza��o de trabalho que n�o permita uma quebra de continuidade, isto �, que o mesmo apresente uma interven��o compacta de todas as vari�veis interatuantes. Ou seja, para se alcan�ar o objetivo o treinamento n�o poder� ser interrompido.

    O princ�pio da Interdepend�ncia volume-intensidade baseia-se na rela��o volume e intensidade. Eles s�o inversamente proporcionais. Por exemplo, quando eleva-se o volume se reduz a intensidade. De acordo com Dantas (1998) podemos realizar uma sobrecarga no volume atrav�s da quilometragem percorrida, do n�mero de repeti��es, da dura��o do trabalho e do n�mero de s�ries. J� a sobrecarga na intensidade dar-se -� atrav�s do peso utilizado, da velocidade, do ritmo, da redu��o dos intervalos e da amplitude do movimento. Por quest�es de seguran�a d�-se prioridade ao volume nas primeiras modifica��es do treino e s� depois eleva-se a intensidade.

    O princ�pio da especificidade est� baseado na pr�pria especificidade, ou seja, voc� deve treinar aquilo que quer melhorar. O treinamento deve ser montado sobre os requisitos espec�ficos da performance desportiva, em termos de: qualidades f�sicas intervenientes, proporcionalidade entre os sistemas energ�ticos participantes; segmento corporal utilizado e coordena��es psicomotoras empregadas (Dantas, 2003).

Conclus�o

    Na atualidade, cresce mais o n�mero de praticantes de exerc�cios que treinam por conta pr�pria nas academias ou em suas pr�prias resid�ncias. Isto � causado pela facilidade de acesso a algumas informa��es sobre treinamento adquiridas pela pr�pria internet, revistas, v�deos ou pela viv�ncia nas academias.

    A pr�tica de atividade f�sica � sempre importante para se ter uma boa qualidade de vida, mas feita de forma errada, pode trazer riscos de les�es.
As les�es podem ocorrer por gestos motores realizados incorretamente, onde as posturas incorretas colocam a coluna vertebral e as articula��es em descompensa��o de cargas, riscos de les�es articulares e desvios posturais, levando o corpo a fadiga muscular e mental, causando muitas vezes excessos de treinamento, o conhecido overtraining.

    Para que um programa de exerc�cio f�sico seja bem elaborado � fundamental que o Professor de Educa��o F�sica tenha o conhecimento dos PDT, para que o treino seja previamente estabelecidos e individualizados de acordo com a necessidade e capacidade de cada indiv�duo, com o objetivo de atingir o m�ximo desempenho em exerc�cio e prote��o do organismo contra excessos prejudiciais, como as les�es.

Refer�ncias

  • AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing Exercise, Medicine and Science in Sports and Exercise. Volume 43 - Issue 7 � pp. 1334-1359, 2011.

  • BARBANTI, Valdir Jos� (1979). Teoria e pr�tica do treinamento esportivo. S�o Paulo: Edgard Bl�cher LTDA.

  • DANTAS, E. H. M. A pr�tica da prepara��o f�sica. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • MARINS, Jo�o Carlos B. & GIANNICHI, Ronaldo S�rgio. Avalia��o e prescri��o de atividade f�sica: Guia pr�tico. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998.

  • PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avalia��o em educa��o f�sica e esportes. 5. ed. S�o Paulo: Phorte, 2008.

  • QUEIROGA, M.R. Testes e medidas para avalia��o da aptid�o f�sica relacionada � sa�de em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

  • SCHMIDT, Ademir. Caderno de Estudos de Cineantropometria. 2010. Curso de Educa��o F�sica. Universidade Salgado de Oliveira Campus Goi�nia, Goi�nia-Goi�s.

  • TUBINO, Manoel Jos� Gomes. Metodologia cient�fica do treinamento desportivo. 3� edi��o. S�o Paulo: Ibrasa, 1984.

  • SALOMON, DV. Como fazer uma monografia. 11a ed. S�o Paulo: Martins Fontes; 2004

  • WEINECK, J�rgen. Manual de Treinamento Esportivo. 2� edi��o. S�o Paulo: Editora Manole, 1989.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 18 � N� 186 | Buenos Aires,Noviembre de 2013
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O que e prescrição de treinamento?

Conceitualmente, PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO é: “Conjunto de decisões que permite determinar os critérios relacionados ao tipo de exercício, a dose de esforço ou ações que resultam em mudanças funcionais previsíveis”.

Quais são os critérios para prescrição de exercícios?

O profissional de saúde deve prescrever a prática de atividade física de acordo com alguns critérios básicos recomendados:.
Tipo de exercício;.
Intensidade;.
Frequência;.
Duração..

Quais são as variáveis para prescrição de treinamento?

As principais variáveis modificáveis na prescrição individualizada desses tipos de exercício incluem: tipo do exercício, intensidade, volume, frequência, duração de cada repetição, intervalo entre os exercícios e intervalo entre as séries.

Quais os 5 princípios indispensáveis para um bom treinamento?

Para Tubino os cinco princípios do Treinamento Esportivo são: O Princípio da Individualidade Biológica, O Princípio da Adaptação, O Princípio da Sobrecarga, O Princípio da Continuidade, O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade (TUBINO, 1984).