Segundo aristóteles, a felicidade plena a ser buscada consiste

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Resumo

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da ética para o homem, segundo a concepção de Aristóteles. A intenção da ética é conduzir o homem ao Sumo Bem, ou seja, à felicidade (eudaimonia). A ética do Estagirita é nitidamente teleológica, ele interpreta a ação humana segundo as categorias de princípio, meio e fim. Este artigo investigará o que é o bem supremo do homem e analisará a ética aristotélica no plano prático e metafísico. No entanto, ela é classificada por Aristóteles como uma ciência prática e não teórica. Isso implica dizer que está relacionada com a conduta humana, ou seja, com o seu modo de se comportar e agir com os demais. Embora fundamente que a ética é uma ciência da práxis, é perceptível a existência de uma metafísica nela. Esta é definida por Aristóteles como uma busca da felicidade dentro da realidade humana; caso o homem se esforce para atingir essa excelência, isso o tornará uma pessoa virtuosa. Mas o que seria um homem virtuoso para Aristóteles? Segundo o Estagirita, o homem bom e virtuoso é aquele que alia inteligência e força, que utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeiçoar seu intelecto. A virtude, ou a excelência moral, resulta do hábito, de sua prática. Quanto mais o ser humano exercitar a virtude, mais virtuoso será. A ética é, portanto, o estudo do comportamento, das ações, das escolhas e dos valores humanos. A ação ética, em Aristóteles, requer um equilíbrio, ou seja, é necessário fazer o uso do meio-termo que objetiva ajudar o homem a agir sempre de maneira equilibrada, evitando, assim, o excesso ou a falta, o que caracterizaria um vício. No livro X da obra Ética a Nicômaco, Aristóteles define a perfeita felicidade como uma atividade contemplativa. Por intermédio da contemplação, a pessoa adquire hábitos que praticados levam a atingir a felicidade.

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Biografia do Autor

Everton De Jesus Silva, Universidade Santa Úrsula – USU

Graduado em Filosofia pela Universidade Santa Úrsula – USU.

Segundo aristóteles, a felicidade plena a ser buscada consiste

Como Citar

Silva, E. D. J. (2013). A ética aristotélica como caminho que conduz o homem a felicidade plena. Revista Húmus, 3(7). Recuperado de https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/1501

(...) o homem feliz vive bem e age bem; pois definimos praticamente a felicidade como uma espécie de boa vida e boa ação.” (Aristóteles, Ética a Nicômaco, livro I,8)   

             Aristóteles define o homem como ser racional e considera a atividade racional, o ato de pensar, como a essência da natureza humana.

E como para ele: “O que é próprio de cada coisa é, por natureza, o que há de melhor e aprazível para ela (...) a vida conforme a razão é a melhor e a  mais aprazível, já que a razão, mais que qualquer outra coisa, é o homem. Donde se conclui que essa vida é também a mais feliz” (Op. cit., L.V, 1132b,15).

            Aristóteles nasceu em 384 a. C. na cidade grega de Estagira, na península da Calcídia. Era filho de Nicômaco, medico da corte de Amintas II.

            Para Aristóteles, na medida em que uma pratica, (habito) permite ao homem alcançar a finalidade desejada, será considera um bem. E os fins serão bens conquanto permitam a realização total da natureza humana, a sua felicidade. Entretanto em virtude da limitação própria da natureza humana não é possível alcançar a plena perfeição, desse modo, ainda que restrito as próprias limitações o homem busca por natureza ser feliz.

            E esta felicidade, que seria o perfeito equilíbrio entre dois extremos, a carência e o excesso, a mediania, o permanecer entre; seria o que se poderia considerar o amor. Aristóteles jamais se refere diretamente ao amor, tampouco desenvolveu, como Platão, um estudo especifico sobre a natureza ou origem dessa emoção, ou categoria intelectual, no melhor sentido aristotélico. 

Alcançar o equilíbrio é a finalidade da existência humana. Por natureza, o homem se organiza politicamente, elabora juízos de valor sobre bem e mal, sempre com vistas a felicidade que diz respeito a sua realizaçao pessoal. O homem, entretanto, é cidadão, possui duas dimensões indissociáveis: Ética e política. Como ambas são consideradas saberes práticos, ou seja, possibilitados pelo hábito, logo, a felicidade alcança uma dimensão pratica, uma dimensão de convivência. Segundo Aristóteles para ser feliz, o homem deve viver de acordo com sua essência, isto é, de acordo com a sua razão, a sua consciência reflexiva. E orientando os nossos atos para uma conduta ética, a razão humana nos conduz à prática da virtude.

            O homem é feliz se esta satisfeito consigo, quando ama desinteressadamente aos amigos, a amizade (φιλια), no sentido grego, é aquela convivência harmônica que reúne indivíduos afins em torno de um mesmo ideal, nesse caso uma vida virtuosa, já que a virtude é o principio ético por excelência, assim, os homens virtuosos buscam um só ideal: ser feliz, não feliz isoladamente, mas uma felicidade social, comunitária, os homens são felizes na medida em que praticam o amor, em sua forma ideal: a amizade.    

Para Aristóteles a justiça é a virtude moral por excelência. Equidade é a justiça por natureza. A ética aristotélica não é uma ética individual, mas social. O fim do homem é a felicidade e não apenas viver, o fim da cidade é o bem viver comunitário.

A ética aristotélica é finalista e relativista, ou seja, é relativa à finalidade; a ação tem um fim que está relacionado à atividade proposta, assim, o bem do artesão é bem fazer uma ferramenta, onde o bem consiste na perfeição. Logo, a perfeição do homem consiste em realizar plenamente, com justiça e ética, a atividade humana.

            A justiça, no sentido aristotélico, está ligada a política, ao bem comum da pólis e toda a questão do bem está ligada a questão dos fins, e o fim do homem é a conquista da felicidade (έυδαιμοпία).

            A maneira de  conviver entre os homens é o indicativo ético  dessa associação. Convivência ética essa que, sem dúvida, deverá ser praticada indistinta e constantemente por cada componente dessa associação. E esta ciência de conviver se chamou política e sua finalidade deve ser não a do individualismo  humano, mas a convivência na busca da felicidade, o que para tal é imprescindível à prática da ética.

Analisando os diversos sentidos em que a felicidade é compreendida, e que segundo a opinião unanime é o que os homens buscam alcançar em sua existência. Forçoso é concluir que ela coincide com o prazer decorrente da plena realização das virtudes inerentes à natureza humana. Quando o homem consegue aliar os desejos e as ações com o pensamento, agindo de acordo com a sua natureza e realizando os fins que lhe são próprios, alcança esse sentimento de realizaçao que constitui a felicidade e que vai alem da vitoria ou do prazer. E se a finalidade do homem é alcançar aquilo que lhe é de direito; a finalidade última do homem é a de ser feliz.

            Extraindo dessa verdade todas as conseqüências. A capacidade de constituí-la e de respeitá-la nos permite uma grande possibilidade, em que a partir do seu exercício, mostramo-nos capazes de chegar à mais alta excelência, a excelência moral. Onde o homem de bem, torna-se uma realidade. É  quando então alcançamos, no mais alto grau, a “causa final” do humano.            

            Ainda que, a felicidade (έυδαιμονια), não possa ser plenamente alcançada ja que semelhantemente a contemplação da Idéia do Bem em Platão, tal não é possível a natureza humana no plano sensível, ainda assim a finalidade do homem é ser feliz na medida do permitido, e como cremos, felicidade implica em realizaçao e plenitude; e essa plenitude, essa felicidade, seria o amor em seu sentido mais amplo.

            A pratica de atos virtuosos predispõe o indivíduo ao Bem, o homem deve ser o resultado harmônico da união entre razão e desejo, que vem a ser a causa da felicidade, a desmedida jamais será a causa da virtude, o fim ultimo visado será sempre a obtenção da felicidade, a busca da harmonia e proporção na justa medida. Assim, a vocação de todo homem, apesar dos “acidentes”, é ser feliz: e essa “potência” todo homem tem a capacidade de atualizar: todo homem Ama.            Para Aristóteles, “o bem é aquilo para o que todas as coisas tendem” e a felicidade é o bem ético por excelência, a finalidade da ação moral: “aquilo que torna a vida desejável e não carece de nenhum outro”, pois a felicidade é buscada por si mesma e não em vista de qualquer outrofim. Antes, os demais fins são meios para ela, assim, “consiste numa atividade da alma de acordo com a virtude (aretê) [...] e isto numa vida realizada plenamente [...], e assim, a felicidade não é obra de um só dia, nem de pouco tempo, mas de uma vida inteira” (0p. cit., livro I,10).

Dalva de Fátima Fulgeri

Licenciada em Filosofia- UNISANTOS

BIBLIOGRAFIA

ARISTÓTELES. SÃO PAULO: NOVA CULTURAL, 1987.

CHAUI, MARILENA. INTRODUÇÃO À ISTORIA DA FILOSOFIA. SÃO PAULO: CIA. DAS LETRAS, 2002.

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Qual a ideia de felicidade para Aristóteles?

Para o filósofo grego Aristóteles, a felicidade é alcançada quando o indivíduo age éticamente, ou seja, de forma virtuosa. Um outro aspecto importante da ética aristotélica é que todas as ações visam um bem e, inserida nessa noção de bem, a felicidade seria o bem supremo.

Como podemos atingir a felicidade plena segundo Aristóteles?

O pensamento de Aristóteles é que a felicidade (eudemonia) só pode ser alcançada por meio de uma “excelência da alma”. A virtude/excelência pode ser intelectual, adquirida a partir da natureza e aperfeiçoada pelo ensino, e moral, adquirida por hábito.

Como Aristóteles identifica a felicidade Brainly?

Para Aristóteles a felicidade não está ligada aos prazeres ou as riquezas, mas a atividade prática da razão. Em sua opinião, a capacidade de pensar é o que há de melhor no ser humano, uma vez que a razão é nosso melhor guia e dirigente natural.

Como o filósofo Aristóteles entende a felicidade Qual a relação entre felicidade e ética de acordo com seu pensamento?

Em “Ética a Nicômaco”, Aristóteles defende que a felicidade é a finalidade das ações humanas. Em “Ética a Nicômaco”, Aristóteles defende que a felicidade é 1) o maior bem desejado pelos homens e 2) o fim das ações humanas.