Que atos de d Pedro as autoras do manifesto citam para justificar a descrição que dele fazem

As tendências despóticas de D. Pedro I já eram explícitas. A sua medida mais rumorosa foi o fechamento arbitrário da Assembleia Constituinte em 1823. O imperador ficou irritado com os termos da Constituição em elaboração, que lhe dava menos poderes do que ele desejava. No ano seguinte, impôs uma Constituição ao seu gosto.

Mesmo com a Constituição de 1824 em pleno vigor, D. Pedro I adiou a convocação do Senado e da Câmara o máximo que pôde. As duas Casas do Parlamento só começariam a funcionar em 1826. Nesse interregno de dois anos, ele pôde comandar o país livremente, sem precisar dividir o governo com o Poder Legislativo.

No vácuo parlamentar, D. Pedro I assinou com Portugal o tratado de reconhecimento da Independência, que previa uma pesada indenização a ser paga pelos brasileiros. Ele também entrou na malfadada Guerra da Cisplatina, ao fim da qual o atual Uruguai conseguiu se libertar do Brasil. Ambos os episódios abalaram profundamente as finanças públicas, o custo de vida, o orgulho nacional e a confiança da população no soberano.

Mesmo quando o Parlamento se formou, o imperador relutou a repartir o poder. Ao escolher os ministros, por exemplo, ele recorria a pessoas do seu círculo de relações, e não a deputados da maioria parlamentar. As elites reagiram escrevendo na imprensa e votando na Câmara contra o monarca.

No início, o Senado não foi palco dessa reação pelo fato de ser naturalmente governista. Enquanto os deputados eram eleitos no voto, os senadores vitalícios eram escolhidos pelo próprio D. Pedro I a partir de uma lista tríplice. Ele, claro, só selecionava gente de sua confiança.

Sem assinar os textos, deputados recorriam aos jornais para disseminar as críticas ao monarca que não ousavam pronunciar da tribuna da Câmara. As leis da época permitiam o anonimato na imprensa.

Como a Constituição estabelecia que a pessoa do imperador era “inviolável e sagrada”, os ataques por texto se davam de forma camuflada. O expediente mais comum era chamá-lo de “tirano”, “déspota” e “absolutista” sem citar o seu nome. Por vezes, a referência direta era a reis de outras nações e outros tempos, como o francês Luís XIV. O contexto, porém, deixava claro que o alvo era D. Pedro I. Os jornais mais atrevidos recorriam à palavra “Poder” — anagrama de “Pedro”.

A imprensa oposicionista também alertava para o risco de o monarca tentar reunificar o Brasil a Portugal e rebaixar o novo Império à velha condição subalterna de Colônia. A hipótese não era de todo fantasiosa. Diante da morte de D. João VI em Lisboa em 1826, D. Pedro I havia despachado sua filha mais velha, D. Maria da Glória, para assumir o trono português, o que deixava os interesses das duas Coroas perigosamente embaralhados.

Que atos de d Pedro as autoras do manifesto citam para justificar a descrição que dele fazem

Thaisgomesc5384 @Thaisgomesc5384

December 2019 2 130 Report

A)Quem escreveu e a quem se destina o manifesto?b)De que forma D. Pedro I foi descrito nesse documento de época?c)Que atos de D. Pedro as autoras do manifesto citam para justificar a descrição que dele fazem?d)Com base no texto, o que é possipossível saber sobre a participação das mulheres pernambucanas nas lutas pela independência? Justifiquem.e)Com que argumento elas se defendem de possíveis críticas por se intrometerem em políticas,Que, na época era matéria alheia ao sexo feminino? Me ajudem por favor preciso pra manha

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“Está acabado o tempo de enganar os homens.” Assim começava o manifesto de Dom Pedro aos povos do Brasil em 1° de agosto de 1822. O texto atribuído ao político Joaquim Gonçalves Ledo apresentava as “causas da guerra travada contra o governo de Portugal.” Era mais um passo a caminho do rompimento com a Coroa Portuguesa.

Na mesma data, foi publicado um decreto que declarava como inimigas quaisquer tropas de Portugal sem anuência do Príncipe. O documento autorizava ataques a embarcações portuguesas e, até mesmo, orientava a população em caso de uma possível invasão.

O manifesto reforçava o que estava no decreto. Havia uma lista de razões para que todo o povo apoiasse a posição de Dom Pedro. Entre elas, o mesmo destacou que Portugal “excluiu de fato os brasileiros de todos os empregos honoríficos, e encheu vossas cidades de baionetas europeias, comandadas por chefes forasteiros, cruéis, e imorais”.

A publicação clamava pela união dos brasileiros de todas as regiões do país em prol da Independência. E bradava pelos “ilustres baianos”, “valentes mineiros”, “intrépidos pernambucanos”. No encerramento, fez uma convocação: “Habitantes do Ceará, do Maranhão, do riquíssimo Pará, Vós todos das belas e amenas Províncias do Norte, vinde exarar, e assignar o Ato da nossa Emancipação, para figurarmos (é tempo) diretamente na grande associação política”.

Até o Grito da Independência em 7 de setembro, muitas foram as manifestações que precederam o rompimento com a Coroa Portuguesa. Entre elas, decretos e manifestos como este de agosto.

História Hoje

Redação: Beatriz Evaristo

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Data Unificada:  segunda-feira, 1 Agosto, 2022 - 09:57