O crescimento natural ou vegetativo representa a evolução do aumento do número de habitantes de uma dada região sem considerar o saldo migratório, ou seja, é o crescimento populacional envolvendo somente os habitantes oriundos do território em questão. Assim, para conhecer e quantificar o crescimento demográfico de um dado lugar, utiliza-se o cálculo das taxas de natalidade e mortalidade.
Taxa de natalidade (TN): é o número de nascimentos anuais ocorridos em uma determinada região em relação à população local. Esse dado não inclui os chamados “natimortos”, aqueles que nascem mortos ou morrem logo após o parto. Geralmente, essa relação é representada em porcentagem (a cada 100 habitantes) ou em permilagem (a cada mil habitantes), sendo essa última a forma mais comum. Assim, temos que o cálculo da taxa de natalidade é:
TN = N x 1000
P
*N é o número de nascimentos e P, a população total. Multiplica-se, no caso, por mil para obter os dados em permilagem.
Taxa de mortalidade (TM): é o número de óbitos anuais ocorridos em uma determinada região em relação à população local, também obtido em permilagem, o mais comum, ou também em porcentagem. O cálculo da taxa de mortalidade expressa-se dessa forma:
TM = M x 1000
P
*M é o número de mortes anuais e P é a população total.
A diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade representa o crescimento vegetativo de uma dada localidade.
Exemplo: Em uma cidade, onde habitam 200 mil pessoas, houve em um ano uma incidência de 2750 nascimentos, além de 1830 óbitos. Calcule as taxas de natalidade, mortalidade e crescimento vegetativo (dados em permilagem).
Taxa de natalidade
TN = 2750 x 1000
200000
TN = 13,75‰ – ou seja, nasceram cerca de 13 crianças para cada mil habitantes
Taxa de mortalidade
TM = 1830 x 1000
200000
TM = 9,15‰ – ou seja, faleceram cerca de 9 pessoas para cada mil habitantes
Crescimento vegetativo
CV = TN – TM
CV = 13,75 – 9,15
CV = 4,6‰ – ou seja, houve um aumento natural de pouco mais de 4 habitantes para cada mil pessoas residentes na cidade.
A taxa de natalidade e mortalidade são dados estatísticos segundo o número de nascidos e o número de mortes e, por isso, eles determinam o crescimento demográfico da população.
- Taxa de natalidade (TN): indica a número de nascimentos por mil habitantes no período de um ano.
- Taxa de mortalidade (TM): corresponde ao número de óbitos anuais por mil habitantes.
A diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade é chamada de crescimento vegetativo (CV).
Durante as últimas décadas, o Brasil tem apresentado grande redução na taxa de natalidade e de mortalidade.
Isso indica que houve melhora nas condições de vida da população, desde melhoria na alimentação, avanço da medicina, acesso à educação e saúde, dentre outros fatores.
Segundo pesquisas do IBGE, a taxa bruta de natalidade no Brasil por mil habitantes era de 20,86 no ano 2000 e, em 2015 passou para 14,16. Já a taxa de mortalidade em 2000 era de 6,67 e em 2015 de 6,08.
Exemplo:
Numa cidade de 1000 habitantes em que o nascimento de bebês durante um ano foi de 30 crianças, significa que a taxa de natalidade naquele ano foi de 30%.
Da mesma maneira, se o número de mortes na mesma cidade durante um ano foi de 10 pessoas, a taxa de mortalidade será de 10%.
Onde:
TN: taxa de natalidade
N: número de nascidos
P: população
TM: taxa de mortalidade
CV: crescimento vegetativo
O crescimento Vegetativo é um conceito que está associado ao crescimento populacional, sendo determinado de acordo com as condições socioeconômicas e culturais de um país.
Em resumo, o crescimento vegetativo corresponde à diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
Esses valores estatísticos são classificados de três maneiras:
- O crescimento vegetativo é positivo quando o número de nascimentos for superior ao número de mortes.
- O crescimento vegetativo é negativo quando o número de mortes for superior ao de nascimentos.
- O crescimento vegetativo pode ser nulo quando o número de nascimento registrados é equivalente ao número de mortes num mesmo espaço de tempo.
Taxa de Fecundidade
Associado ao conceito de natalidade, a taxa de fecundidade é um dado estatístico que indica a média do número de filhos que uma mulher tem durante sua idade fértil (de 15 a 50 anos aproximadamente).
Nas últimas décadas, as pesquisas sobre a taxa de fecundidade indicam uma diminuição em diversas partes do mundo, sobretudo nos países desenvolvidos.
De tal modo, esse dado é muito relativo, uma vez que varia muito de país para país, segundo as condições socioeconômicas.
Segundo dados do IBGE, no Brasil a taxa de fecundidade tem diminuindo, de forma que no ano 2000 era de 2,4 e em 2015 é de 1,7.
Mortalidade Infantil
A mortalidade infantil corresponde a morte de crianças entre os zero e doze meses de vida.
Embora a mortalidade infantil tenha diminuído, ainda é uma realidade em muitos locais do mundo, sobretudo naqueles locais que apresentem as piores condições de vida, desde falta de saneamento básico e acesso à educação e saúde, proliferação de doenças, dentre outros.
Expectativa de Vida
A expectativa de vida, também chamada de “esperança de vida”, corresponde ao número de anos atingidos por uma população num determinado espaço de tempo.
Com o passar dos anos esse dado felizmente tem aumentado em diversas partes do mundo. Atualmente, no Brasil, a esperança de vida é de 75 anos.
Saiba mais sobre:
- Pirâmide Etária Brasileira
- Crescimento populacional
As taxas de natalidade e mortalidade representam indicadores de desenvolvimento humano que analisam tanto o aumento da população quanto o seu declínio. Permitem analisar a dinâmica de uma população, segundo as variáveis que as influenciam, como qualidade de vida, renda, nível de desenvolvimento do país ou unidade federativa em questão. Na Geografia, esse estudo é realizado pela área do conhecimento chamada Demografia.
Saiba também: Crescimento da população brasileira
Taxa de natalidade
A taxa de natalidade refere-se ao cálculo que indica o número de nascidos vivos ao longo de um ano a cada mil habitantes. Nesse cálculo não é considerado o número de crianças que morreram após o nascimento ou que já nasceram mortas.
Esse indicador possibilita fazer uma análise do desenvolvimento socioeconômico do local em questão. Normalmente essa taxa apresenta-se elevada nos países menos industrializados ou subdesenvolvidos e em declínio nos países industrializados ou desenvolvidos. Os países em desenvolvimento, apesar de ainda apresentarem taxas de natalidade elevadas, estão caminhando para sua diminuição.
Quando a taxa de natalidade é reduzida, pode-se dizer que naquele lugar há possíveis políticas públicas de planejamento familiar, há acesso à saúde e educação eficiente. O contrário ocorre quando essa taxa apresenta-se elevada. Normalmente, nesses locais há precariedade nos setores da saúde e educação, pouco planejamento familiar e políticas públicas ineficientes.
→ Cálculo da taxa de natalidade
O cálculo é realizado com base na relação entre o número de nascidos vivos em um ano e o número de habitantes do local. O resultado é expresso em porcentagem.
Por exemplo, se em um determinado lugar o nasceram 1200 crianças e a população total é de 1.000.000 de habitantes, a taxa de natalidade será de 1,2‰. Isso quer dizer que a cada mil habitantes nasce cerca de uma criança por ano.
Taxa de mortalidade
A taxa de mortalidade refere-se ao cálculo que indica o número de óbitos ao longo de um ano a cada mil habitantes. Esse indicador demográfico permite analisar as condições socioeconômicas de um determinado lugar.
Normalmente, essa taxa apresenta-se elevada nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, cujas políticas sociais são precárias, onde há altos índices de violência, onde há maior ocorrência de doenças entre a população devido ao precário acesso à saúde, vacinas e medicamentos.
Já em países desenvolvidos, essa taxa tende a ser reduzida. As melhores condições de vida nesses países favorecem melhores cuidados com a saúde, melhor acesso a medicamentos e vacinas, o saneamento básico e as eficientes políticas públicas favorecem a redução dessa taxa.
→ Cálculo da taxa de mortalidade
O cálculo é realizado com base na relação entre o número de mortos no período de um ano e o número de habitantes de um determinado lugar. O resultado é expresso em porcentagem.
Suponhamos que em um lugar haja 500.000 habitantes e morram por ano 1.000 pessoas, a taxa de mortalidade será de 2‰. Isso quer dizer que morrem nesse lugar 2 pessoas a cada mil habitantes em um ano.
Taxa de mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem antes do primeiro ano de vida. É calculada a cada mil crianças que nascem vivas no período de um ano. Esse indicador é de enorme relevância para as análises sobre a população e sobre o desenvolvimento de um país, visto que atualmente, reduzir a mortalidade infantil é uma das principais metas governamentais para a infância em todos os países, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
→ Cálculo da taxa de mortalidade infantil
O cálculo é realizado com base na relação entre o número de óbitos antes do primeiro ano de vida e o número de nascimentos a cada mil crianças nascidas vivas. O resultado é expresso em porcentagem.
Se em um determinado local há 20 óbitos antes do primeiro ano de vida, e nascem no período de um ano 800 crianças, a taxa de mortalidade infantil é de 25‰. Isso quer dizer que 25 crianças morrem antes de completarem um ano de vida a cada 1000 crianças nascidas vivas.
Crescimento vegetativo
O crescimento vegetativo refere-se à diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade ao longo de um ano. É também conhecido como crescimento natural. Somado ao índice migratório, é possível calcular o crescimento demográfico do local em questão.
Taxa de fecundidade
Taxa de fecundidade refere-se à média de filhos por mulher ao longo do seu período reprodutivo. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas, a taxa de fecundidade por mulher é de 2,52 filhos.
Taxas de natalidade e mortalidade mundial
Segundo análise do Fardo Global das Doenças, realizada em 2017, há no mundo um declínio significativo no número de nascimentos, o que significa que há uma diminuição expressiva da taxa de natalidade.
Isso foi possível constatar por meio de um estudo que analisou a taxa de fecundidade em 195 países, entre os anos de 1950 e 2017. O resultado mostra que metade dos países apresenta taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição. Isso significa que as populações tendem a encolher.
Leia também: Distribuição da população mundial
O crescimento populacional ainda é expressivo no mundo todo. O planeta ultrapassou os 7 bilhões de habitantes no início do século XXI, contudo, previsões feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que as taxas de crescimento apresentam queda no mundo todo, e que, por volta de 2050, depois de alcançar os 10 bilhões de habitantes, a população mundial começará a diminuir.
A elevada taxa de natalidade e também a de mortalidade ainda é característica de países subdesenvolvidos em decorrência de fatores sociais e econômicos. Geralmente, nesses países, há precariedade nos sistemas públicos de saúde, a educação ainda não alcança a todos ou opera de modo de ineficiente, há elevados índices de violência, miséria, fome e agravamento de doenças.
Nos países desenvolvidos, as taxas de natalidade e mortalidade apresentam queda, visto as políticas de controle de natalidade que são empregadas, a melhor qualidade de vida da população, os baixos índices de violência e miséria.
Taxa de natalidade e mortalidade no Brasil
O Brasil é um país bastante populoso, contudo, o crescimento populacional tem apresentado declínio.
De acordo com dados divulgados pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), o Brasil é um dos países que apresentam queda nos nascimentos. A taxa de fecundidade do país é de 1,7, estando abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,2 e foi registrada em todas as regiões do país.
Segundo o UNFPA, isso tem acontecido em razão ao maior acesso à informação e serviços por meio de programas sociais. A queda também da taxa de mortalidade é um dos fatores que contribuíram para a diminuição do número de nascimentos.
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A ONU estima, por meio da análise das taxas de natalidade e mortalidade, que o Brasil deixará de ser a quinta maior nação mais populosa do mundo nos próximos anos. Fatores como o aumento da urbanização que alterou o modo de vida das famílias, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, entre outros.
No país, apesar de ainda conviver com a miséria e a fome, a taxa de mortalidade também apresentou queda e o país está envelhecendo. O avanço na medicina permitiu maior acesso a vacinas, medicamentos e melhores cuidados com a saúde bem como uma sinalização de melhoria de vida em aspectos como políticas públicas mais eficientes e melhoria do saneamento básico.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revela que a taxa de natalidade no Brasil apresentou decréscimo. Em 2000, a taxa era de 20,86 a cada mil habitantes, caindo para 14,16 em 2015. A taxa de mortalidade também recuou. Em 2000 era de 6,67 a cada mil habitantes, caindo para 6,08 em 2015.