A educação como ferramenta de superação do ser

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“Como a educação pode ser uma ferramenta de transformação da sociedade?” “A educação é a arma mais poderosa para você pode usar para mudar o mundo”, a frase de Nelson Mandela expõe todo o potencial modificador da educação, seja atuando na minimização de desigualdades sociais ou na superação da intolerância, lidando com preconceitos e estereótipos. Apesar do poder de transformação, e de ser um direito reconhecido, a educação como ferramenta de transformação social somente é possível através do acesso, permanência e conclusão a todos, o que não se aplica a realidade brasileira. Por conta disso, disparidades socioeconômicas, bem como preceitos conservadores, preconceituosos e patriarcais são frequentemente visualizados na contemporaneidade, o que urge medidas a serem tomadas para a educação, finalmente, ser exercida de forma plena. A princípio, é necessário um olhar interseccional sobre a exclusão que ocorre na esfera educativa. De fato, conclusão da educação básica, é sem dúvida, um desafio para muitos brasileiros, essa adversidade se mostra ainda maior entre a população negra. Segundo dados do IBGE, 4 em cada 10 jovens negros não terminam o ensino médio. Em 2018, 44% desses jovens, entre 19 e 24 anos não conseguiram o diploma. O abismo educacional aumenta ainda mais quando abordamos a questão de gênero, para as mulheres negras, nesta mesma faixa etária, o abandono escolar é a realidade de 33% delas. Esses dados validam a presença de discriminação nessa estrutura social e a inexistência de políticas publicas que corroborem com a criação de condições para esses jovens continuem em sala de aula, já que a principal razão apontada para o abandono escola é a necessidade de arranjar um emprego. Ainda com um olhar interseccional, cabe analisar a relação de exclusão que há também para o público LGBT dentro do convívio educacional. De acordo com a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente educacional (2016), 75 % dos estudantes LGBT já foram vitima de homofobia dentro da escola, e 60% destes, sentem -se inseguros nesse ambiente. A simplificação de identidades de gênero, a ausência de reconhecimento, bem como o viés heterossexual relacionado as questões sexuais são ações discriminatórias que contribuem com a exclusão e dificultam a permanência dentro da escola. E esses são, ainda, os principais motivadores para o abandono escolar. A inclusão e o respeito em sala de aula é pauta essencial de diversos movimentos sociais, que avaliam a educação como agenda prioritária tendo em referencia a busca de educação crítica e construtiva que promova o respeito e a diversidade, além da oportunização da entrada de jovens no contexto educacional e construção do sentimento de pertencimento ao corpo estudantil. Nesse cenário, a criação de ações afirmativas, como a politica de cotas, são resultado da luta dos movimentos sociais e da resistência negra á sociedade atual. Referencia //www.migalhas.com.br/depeso/307328/direito-a-educacao-e-o-dever-de-educar-se //www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/09/4-em-cada-10-jovens-negros-nao-terminaram-o-ensino-medio.shtml //www.youtube.com/watch?v=98tG91zTz8g //www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2738/529

Enfim nasceu a criança! E com ela a expectativa de como será o porvir. Como será a sua caminhada para as vitórias que serão conquistadas ao longo da sua vida. E, de repente, percebe-se que a luta será maior porque precisará sempre de alguém ao seu lado. Então o que antes era alegria extrema se transformou em preocupação extrema.

Mas o alento chega com a certeza da Educação Inclusiva. É certo que precisa de estrutura adequada e adaptada, e nesse caso, a escola e o professor têm papeis fundamentais. A escola por aceitar e preparar a estrutura e o professor para se qualificar para entender e atender as exigências desses novos participantes limitados em suas amarras físicas ou mentais.

Nesse tripê: Família & Escola & Comunidade faz-se necessário trabalhar juntos para minimizar as diferenças.  Já dizia o magistrado “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. E a criança precisa se adequar? Sim e não. Sim para socializar com todos porque ninguém é igual a alguém. Todos são parecidos. Todos devem viver harmonicamente. Cada um pode dar a sua contribuição em menor ou maior grau.  Não porque na criança não existe nenhuma forma de barreira para a socialização, sempre encontram uma forma de brincar, interagir, conviver.

Entretanto a exigência da perfeição pela sociedade pode criar obstáculos na convivência trazida pela criança dos seus familiares. É nesse momento que o professor tem papel fundamental para ser a “cola” que une todos. Não permitindo qualquer tipo de preconceito, fazendo valer a inclusão em todos os seus alunos.

Na sala de aula, o dia a dia é um processo de descobertas, onde se desperta o desejo pelo conhecimento, o sentimento de cidadania cujas vivências buscam trazer recortes da vida em sociedade como forma de preparação nas situações reais. Trazer para a sala de aula acontecimentos e fatos reais minimiza os impactos dos desafios prevenindo-os dos cenários vistos.

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A Educação Inclusiva no cenário do coronavírus, estabeleceu-se em um novo formato:  A sala de aula passou a ser também virtual, a aula tornou-se híbrida, alternando num mesmo momento entre presencial e virtual. Nesse processo, o professor deve estimular a participação de todos.  A inclusão deve ser exercida de forma mais intensa. Enfatizar, agregar, incluir, insistir são ações da ordem do dia para a transmissão do conhecimento.

A educação inclusiva é um direito conquistado em Lei. A escola é responsável por propiciar um ambiente com recursos de acessibilidade, seja permitindo o acesso remoto através de plataforma on-line e/ou disponibilizando materiais adaptados para entregar aos alunos.

As dificuldades já existentes para o público de atenção especial, atingiu um nível maior durante a pandemia, a participação da família ficou mais dinâmica efetuando aquisição de recursos digitais (equipamentos e acesso a internet), aumentando também o período disponibilizado para a educação. É desafiador.

As superações dos professores (as) foram percebidas nas qualificações que tiveram que fazer para obter domínio nessas plataformas on-line, na produção de conteúdo em novos formatos, acompanhamento dos alunos e manter a motivação dos alunos, principalmente, da Educação Infantil.

O cenário da pandemia permitiu maior interação entre família e escola do público especial, visto que a família está fazendo o papel de mediadora (auxiliando, explicando, exemplificando e insistindo na obrigatoriedade de manutenção da rotina escolar: assistir às aulas e executar as tarefas durante o período da aula.

A educação inclusiva nunca foi tão bem aplicada é por meio dela que os que precisam de cuidados especiais se integram ao demais se tornando capazes de superar suas dificuldades e barreiras. É um instrumento que permite compartilhamento de vivência incluindo os excluídos. Permitindo diminuir as diferenças e as desigualdades.

Por meio da Educação podemos mudar a visão de mundo iniciando o processo internamente na transformação de cada indivíduo na medida de suas experiências e oportunidades para garantir uma vida de esperança e solidariedade para todos sem exceção.

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