O choque circulatório é uma síndrome clínica caracterizada pela deficiência do sistema circulatório em levar oxigênio para os tecidos, causando a hipóxia celular. A hipóxia celular causa a morte das células e a consequente morte dos tecidos. Quando há morte dos tecidos, há a morte dos órgãos.
Existem três tipos de choque: o choque hipovolêmico, choque séptico e choque cardiogênico.
No choque hipovolêmico ocorre uma diminuição na quantidade de sangue circulante por hemorragia externa ou interna, queimaduras, desidratação, peritonite, gastroenterites, obstrução e torsão intestinal. É o tipo de choque mais frequente.
No choque séptico ocorre multiplicação de bactérias no sangue, fazendo com que a pressão sanguínea caia, apesar da quantidade adequada de sangue. É causado por infecções bacterianas graves e anafilaxia.
No choque cardiogênico ocorre diminuição da função cardíaca, com consequente dificuldade em manter a pressão sanguínea. É causado por arritmias, infarto do miocárdio, miocardite e embolia pulmonar.
O choque circulatório é um estado grave que não apresenta sintomas específicos, sendo sentido pelo paciente como ansiedade ou taquicardia. À medida que o quadro avança, o paciente apresenta palidez, lábios e olhos sem sinal de sangue. Se o tratamento não for iniciado, o choque pode levar a pressão arterial a zero, com a frequência cardíaca em torno de 180 batimentos por minuto. Quando atinge choque circulatório profundo, o paciente fica frio, inconsciente e com sinais de que está à beira da morte. A falta de oxigenação dos tecidos causa danos a vários órgãos, principalmente ao cérebro, rins, coração e sistema gastrointestinal. Pacientes que se recuperam de choques circulatórios ficam com disfunções ou danos irreversíveis nesses órgãos, necessitando de hemodiálise e ventilação mecânica.
Geralmente o diagnóstico de choque circulatório é feito apertando-se os dedos dos pés até que fiquem brancos. Se o sangue não voltar em 3 segundos, o choque circulatório é um provável diagnóstico.
Para o tratamento de choque circulatório, o médico pode prescrever reposição de líquidos e medicamentos para aumentar a pressão arterial. Em casos de choque séptico, o tratamento é feito com antibióticos.
Paula Louredo
Graduada em Biologia
Os primeiros socorros envolvem manter o paciente aquecido. A hemorragia externa é controlada, as vias respiratórias e a ventilação são verificadas; se necessário, suporte respiratório é administrado. Nada é administrado por via oral, e a cabeça do paciente é virada para um dos lados, para evitar aspiração se ocorrer êmese.
Tipicamente, administra-se estímulo hídrico; 1 L (ou 20 mL/kg em crianças) de soro fisiológico a 0,9% é infundido ao longo de 15 minutos. Na hemorragia grave, usa-se comumente ringer com lactato, embora na hemorragia grave o uso de cristaloides deva ser minimizado em favor de transfusão de hemoprodutos (hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas na proporção 1:1:1) ( 1 Referências sobre tratamento O choque é um estado de hipoperfusão de órgãos, com resultante disfunção celular e morte. Os mecanismos podem envolver volume circulante diminuído, débito cardíaco diminuído e vasodilatação... leia mais , 2 Referências sobre tratamento O choque é um estado de hipoperfusão de órgãos, com resultante disfunção celular e morte. Os mecanismos podem envolver volume circulante diminuído, débito cardíaco diminuído e vasodilatação... leia mais ). A menos que os parâmetros clínicos voltem ao normal, repete-se a infusão de líquidos. Volumes menores (p. ex., 250 a 500 mL) são usados para pacientes com sinais de pressão elevada no lado direito (p. ex., distensão de veias do pescoço) ou infarto do miocárdio agudo. Uma expansão com líquido provavelmente não deve ser administrada a paciente com sinais de edema pulmonar. Fluidoterapia adicional baseia-se na doença de base e pode exigir monitoramento da PVC ou POAP. Ultrassonografia cardíaca à beira do leito para avaliar a contratilidade e variabilidade respiratória da veia cava podem ajudar a determinar a necessidade de líquido adicional versus a necessidade de suporte inotrópico.
Pacientes em choque estão criticamente enfermos e devem ser internados em unidade de terapia intensiva. O monitoramento é feito
Pressão arterial sistólica, diastólica e média, preferencialmente por cateter intra-arterial
Frequência e profundidade da respiração
Fluxo de urina por cateter vesical de demora
Devido à hipoperfusão tecidual tornar a absorção intramuscular inconfiável, todos os fármacos parenterais são administradas por via IV. Opioides geralmente são evitados, porque podem causar vasodilatação; porém, dor forte pode ser tratada com morfina, 0,1 mg/kg IV ao longo de 2 minutos e repetidos a cada 10 a 15 minutos, se necessário. Embora a hipoperfusão cerebral possa causar ansiedade, sedativos ou tranquilizantes só são administrados se o paciente está entubado.
Após a reanimação inicial, o tratamento específico é dirigido à enfermidade subjacente. Os cuidados adicionais de apoio são guiados pelo tipo de choque.
Com relação ao choque, é correto afirmar que:
No choque hipovolêmico, ocorrem distúrbios que causam obstrução mecânica ao fluxo sanguíneo através do sistema circulatório central.
No choque distributivo, ocorre perfusão e oxigenação inadequadas aos órgãos e tecidos, graças à falência da bomba cardíaca por uma disfunção miocárdica.
No choque obstrutivo, ocorre a redução absoluta e geralmente súbita do volume sanguíneo circulante em relação a capacidade do sistema vascular.
No choque séptico, ocorre a fase hiperdinâmica ou "quente" em que o paciente fica hipertérmico, com pele quente e avermelhada, aumentando as frequências cardíaca e respiratória.
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