Como foi denominado o plano desenvolvido pelo governo dos EUA para sair da crise de 1929?

Ouça este artigo:

Devido à crise de 1929 que os Estados Unidos da América enfrentavam foi criado o New Deal (novo acordo), com o intuito de o estado intervir na economia, onde este era liberal, ou seja, os norte americanos viviam o chamado liberalismo econômico onde o estado não intervém nas atividades econômicas. Este foi o maior fator para o fim do capitalismo liberal.

O “novo acordo” foi um conjunto de medidas criado no governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), que foi inspirado nas idéias do economista John Keynes onde visava tomar medidas econômicas que garantissem o pleno emprego dos trabalhadores. Keynes defendia, também, uma redistribuição de lucros para que o poder aquisitivo dos consumidores aumentasse de acordo com o desenvolvimento dos meios de produção.

O New Deal abrangia a agricultura, a indústria e a área social. Entre as principais medidas estavam:

  • Concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados para que pagassem as suas dívidas e reordenassem a produção;
  • Controle da produção visando à manutenção dos preços dos produtos;
  • Fixação dos preços de produtos básicos, como carvão, petróleo, cereais etc.
  • Realização de diversas obras públicas, para a criação de novos empregos, visando os milhões de desempregados.
  • Aumento do salário dos empregados;
  • Criação de um salário-desemprego para aliviar a situação da miséria dos desempregados;
  • Jornada de trabalho de 8 horas;
  • Legalização dos sindicatos;
  • Erradicação do trabalho infantil;
  • Criação da previdência social;

Este programa não liquidou totalmente a crise econômica, mas manteve a estabilidade. A partir de 1935, a economia do pais voltou a se estabelecer, mas só se restabeleceu totalmente com a Segunda Guerra Mundial.

Fontes
Cotrim, Gilberto, 1955. História Global – Brasil e Geral – volume único – 8. ed. – São Paulo : Saraiva, 2005.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/new-deal/

Arquivado em: Economia, História

A Crise de 1929, conhecida como Grande Depressão, teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque e foi causada pela superprodução e pela especulação financeira.

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte crise econômica que atingiu o capitalismo no final da década de 1920. Essa crise é entendida pelos historiadores como a maior recessão econômica da história do capitalismo e marcou a decadência do liberalismo econômico naquele contexto. Trata-se de uma crise causada pela superprodução de mercadorias e pela especulação do mercado financeiro do país.

Leia também: Fases do capitalismo

Os antecedentes: a euforia da economia dos Estados Unidos

No período anterior à Grande Depressão, os Estados Unidos possuíam a maior economia do mundo. Diferentemente do que costuma ser difundido, a economia estadunidense já era a maior do mundo mesmo antes da Primeira Guerra Mundial. O conflito só possibilitou que a supremacia em relação a outras nações fosse acentuada. Esse dado é comprovado por Hobsbawm ao afirmar que, em 1913, os EUA já eram responsáveis por 1/3 da produção industrial do mundo |1|.

O domínio da economia americana aumentou profundamente depois que a guerra acabou, em 1918, e a década de 1920 foi marcada por ser um período de grande euforia. Os índices evidenciavam a euforia e o boom da economia do país: os Estados Unidos eram responsáveis por 42% de toda a produção de mercadorias do mundo |2|.

Além disso, os Estados Unidos haviam se transformado no maior credor do mundo, emprestando dinheiro principalmente para as nações europeias que lutaram na Primeira Guerra Mundial e estavam em processo de reconstrução. Também eram responsáveis por comprar 40% de todas as matérias-primas revendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo |3|.

Todo esse crescimento da economia norte-americana refletiu no sentimento da população, com a rápida prosperidade econômica que se estruturou no país. Durante esse período de euforia, foi consolidado o americanwayoflife, termo utilizado para definir o estilo de vida americano, baseado principalmente na aquisição de bens de consumo duráveis, como carros e eletrodomésticos em geral.

Outros dados que comprovam esse boom da economia americana são os seguintes: durante a década de 1920, a taxa média de desemprego esteve na casa dos 4% |4|;a produção de automóveis aumentou 33%; o número de indústrias no país saltou de 184 mil para cerca de 206 mil e o faturamento do comércio quintuplicou. Todos esses dados mostram o crescimento econômico no período entre 1923 e 1929 |5|.

Toda essa expansão da economia, da produção e do consumo foi acompanhada por uma expansão no crédito, isto é, pela disponibilização de empréstimos para o financiamento das atividades econômicas – processo que teve pouca regulação estatal.

Por fim, outro aspecto marcante no período foi a especulação monetária. A bolha de prosperidade da economia era tamanha que os investimentos nas ações das companhias americanas na Bolsa de Valores de Nova Iorque contaram com amplos saltos ao longo da década de 1920.

A quebra da Bolsa de Nova Iorque

A prosperidade da economia americana na década de 1920 foi estabelecida em bases extremamente frágeis. A euforia pelos rápidos lucros obtidos pela especulação monetária escondiam o colapso que estava por vir. Quando a crise chegou, os efeitos foram drásticos. A quebra da Bolsa de Nova Iorque aconteceu em 24 de outubro de 1929. O historiador Eric Hobsbawm explica a crise de 1929 da seguinte maneira:

O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso |6|.

A questão salarial evocada por Hobsbawm na citação acima se refere ao fato de que o período próspero da década de 1920 não foi acompanhado de ganhos salariais para a classe trabalhadora. Essa estagnação salarial fez com que o mercado interno americano não conseguisse expandir a sua capacidade de absorção de mercadorias na mesma velocidade em que elas eram produzidas.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Com o mercado se estagnando, a esperança dos altos lucros nas ações da Bolsa de Valores ficou estremecida, levando milhares de pessoas a vender suas ações. Esse pânico aconteceu no que ficou conhecido na época como Quinta-feira Negra. No dia 24 de outubro de 1929, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, e a demanda por compras era baixíssima |7|.

Essa situação prosseguiu até a segunda-feira, dia 28, quando mais de 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Isso fez com que as ações de mercado das empresas americanas caíssem drasticamente de valor – bilhões de dólares simplesmente desapareceram. A economia americana havia quebrado |8|.

Consequências da Crise de 1929

Como foi denominado o plano desenvolvido pelo governo dos EUA para sair da crise de 1929?

Desempregados em uma fila para receber alimento gratuito

As consequências da Crise de 1929 foram imediatas. Inúmeros investidores foram à falência, já que investiram todo o seu dinheiro em ações que, após a quebra da Bolsa, não valiam mais nada. Isso foi acompanhado pela falência de milhares de empresas em todo o país.

Os impactos da Crise de 1929 na economia dos Estados Unidos podem ser resumidos com base nos seguintes dados:

  1. O desemprego alcançou 27% (antes da crise, era 4% em média);

  2. As importações caíram 70%;

  3. As exportações caíram 50%;

  4. A produção de automóveis foi reduzida em 50%;

  5. O salário médio na indústria caiu 50%;

  6. Milhares de empresas e bancos foram à falência.

Os efeitos da Crise de 1929 se espalharam pelo mundo. Dezenas de países tiveram impactos duros em suas economias, uma vez que o maior comprador – os Estados Unidos – haviam deixado de consumir as mercadorias desses países. O reflexo imediato da crise foi que a economia mundial como um todo retraiu cerca de 1/3. Além disso, a crise econômica causou transformações políticas profundas e abriu caminho para que os regimes fascistas ganhassem força mundo afora.

Acesse também: Benito Mussolini e Nazismo

Consequências da Crise de 1929 no Brasil

A Crise de 1929 também impactou a economia do Brasil e teve efeito sobre o principal produto do nosso país: o café. Nesse período, o Brasil era responsável por aproximadamente 70% de todo o café comercializado no mundo. O principal comprador dessa mercadoria eram os Estados Unidos, que reduziram drasticamente a compra do produto brasileiro por causa da crise.

Com o café brasileiro estagnado, o valor da mercadoria no mercado internacional caiu sensivelmente e o impacto sobre os cafeicultores foi duríssimo. No auge dessa crise, um golpe aconteceu no país: a chamada Revolução de 1930. Com isso, Getúlio Vargas assumiu provisoriamente o governo e logo tomou medidas para conter os impactos da crise no café brasileiro.

Veja também: Governo Provisório de Vargas

A medida escolhida foi impor uma política que promovesse a valorização do café brasileiro. Assim, o governo optou por realizar a compra das sacas de café para, em seguida, incendiá-las, conseguindo então controlar as oscilações do preço do produto.

|1| HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 101.
|2| Idem, p. 101.
|3| Idem, p. 102.
|4| Idem, p. 95
|5| ROSSINI, Gabriel Almeida Antunes. Crise de 1929. Para acessar, clique aqui.
|6| HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 104.
|7| Idem, nota 5.
|8| Idem, nota 5.

* Crédito da primeira imagem: wantanddo/Shutterstock

Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

O que foi feito nos EUA para sair da Crise de 1929?

O New Deal foi um programa de recuperação da economia dos Estados Unidos após a quebra das Bolsa Valores de Nova Iorque, em 1929. O programa pretendia ampliar a intervenção do estado na economia, ao regular as transações econômicas e a produção, como também realizar obras públicas para estimular a criação de empregos.

Qual o nome desse plano que recuperou a economia americana após a Crise de 1929?

A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas.

Qual é o nome do Plano econômico criado pelo presidente?

O New Deal (do inglês, “Novo Acordo”, “Novo Trato” ou 'Novo Pacto”) foi um conjunto de medidas econômicas e sociais para resolver a Crise de 1929. O plano articulou investimentos estatais e privados, reformas para adequar diversos setores da economia e estimular o consumo, reaquecendo assim a economia daquele país.

O que aconteceu no New Deal?

O New Deal (em português, novo acordo ou novo contrato) foi uma série de programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo do presidente Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, além de auxiliar os prejudicados pela Grande Depressão.