Aprenda os ensinamentos do filósofo Rousseau, que ficou conhecido por desenvolver o conceito do Contrato Social. Show
Rousseau é um dos mais famosos filósofos contratualistas. Entenda os principais aspectos de sua contribuição e por que o filósofo continua relevante até hoje! Quem foi RousseauJean-Jacques Rousseau nasceu numa família calvinista em Genebra. Sua mãe morreu apenas alguns dias depois de seu nascimento. Alguns anos mais tarde, seu pai abandonou a casa após um duelo, deixando-os aos cuidados de um tio. Aos dezessete anos, Rousseau foi para a França e se converteu ao catolicismo. Enquanto tentava se tornar conhecido como compositor, trabalhou como funcionário público, tendo sido designado para Veneza por dois anos. Ao retornar, começou a escrever filosofia. Suas visões controversas levaram seus livros à proibição na Suíça e na França, onde foram dadas ordens de prisão. Foi forçado a aceitar o convite de David Hume para viver na Inglaterra por um curto período. Voltou para a França com um nome falso. Mais tarde, foi-lhe permitido retornar a Paris, onde morreu aos 66 anos. A filosofia de RousseauAssim como os demais filósofos jusnaturalistas (defende que o direito e independente da vontade humana), Rousseau também descreveu a vida do homem antes da organização social, estado de vida chamado estado de natureza. Em resumo, Rousseau, com sua teoria do bom selvagem, acredita que o homem em estado natural era feliz, livre e benevolente. No entanto, tudo isso acaba quando alguém cerca um pedaço de terra e diz que é seu. Com o surgimento da propriedade privada começa a surgir às brigas e a violência, também começam surgir às leis para legitimar a ganância de uns e acalmar as revoltas de outros. A sociedade criada por alguns passa a ser um instrumento que corrompe os homens, pois tira todas as benevolências que existiam nos homens em estado natural e, para poderem sobreviver, usam da maldade e da esperteza. Em resumo, Rousseau, com sua teoria do bom selvagem, acredita que o homem em estado natural era feliz, livre e benevolente. No entanto, tudo isso acaba quando alguém cerca um pedaço de terra e diz que é seu. Com o surgimento da propriedade privada começam a surgir as brigas e a violência; em consequência, surgem as leis para legitimar a ganância de uns e acalmar as revoltas de outros. A sociedade criada por alguns passa a ser um instrumento que corrompe os homens, pois tira todas as benevolências que existiam nos homens em estado natural e, para poderem sobreviver, usam da maldade e da esperteza. O bom selvagemNo estado de natureza de Rousseau os homens seriam pessoas boas, com sentimentos de compaixão e empatia. Viveriam isolados, livres e felizes, enfim, em grande harmonia com o habitat natural. Por isso eram chamados de bom selvagem. Mas como tudo isso terminou? Segundo Rousseau este ambiente termina quando alguém cerca um pedaço de terra e diz que é seu. Isto é, neste exato momento surge a propriedade privada. Com o surgimento da propriedade privada surge a sociedade civil. Aqui surge outro problema, as pessoas começam a se comparar umas com as outras. Começaram a surgir desigualdades tanto físicas quanto nas habilidades, como também na propriedade. Dentro desse contexto surge a necessidade do contrato social. O contrato socialO contrato social é uma retomada para a liberdade que outrora os homens tinham no estado de natureza. No entanto, a liberdade agora é uma conquista civil. Ou seja, o povo seria soberano e a vontade geral deveria estar acima de tudo, neste sentido, as leis seriam elaboradas pelo povo que elegeriam um soberano para representá-los. No entanto, este podia ser destituído quando sua representação não estivesse de acordo com a vontade geral, pois o povo estaria acima do soberano. A educaçãoRousseau, em sua obra Emílio ou Da Educação, propõe um projeto para a formação de um novo homem e de uma nova sociedade, apresentando-nos os princípios gerais para uma educação de qualidade. Primeiramente, Rousseau defende a formação do homem natural no seu lar, junto aos familiares, por constituir um ser integral voltado para si mesmo, que vive de forma absoluta. Em seguida a formação do cidadão deve ser no circuito público proporcionado pelo Estado, pois é tão somente uma parte do todo, e por esta razão se inicia numa vida relativa. O aprendizado social não produz nem o homem e nem o cidadão, mas sim uma junção de ambos. A formação dois, portanto, implica investir no saber do ser humano em seu estágio natural, por exemplo, quando criança, e o cidadão só terá existência a partir desta condição, ou seja, a partir do estágio natural e como fio condutor a trajetória individual Videoaula sobre RousseauPara terminar, assista à videoaula abaixo, com o professor de Filosofia Alan, sobre o pensamento de Rousseau. Questões sobre Rousseau1. (Unicamp 2012) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de
ser mais escravo do que eles. (…) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (…) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo
político.” No trecho apresentado, o autor 2. (Enem PPL 2012) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência
absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que 3. (FGV-SP) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (…) A ordem social é um direito sagrado que serve de
base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.” A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar: 4. (Uel 2007) “A passagem do estado de natureza para o estado
civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a moralidade que antes lhe faltava. E só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir, baseando-se em outros princípios e a consultar a razão antes de ouvir suas inclinações”. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contratualismo de Rousseau, assinale a alternativa correta: 1: a; 2: a; 3: e; 4: c Sobre o(a) autor(a):Gilson Luiz Corrêa é bacharel em Filosofia pela UNISUL, Licenciado em Filosofia pela UFSC e Especialização em Psicopedagogia pela FMP. Professor do Colégio Catarinense e do Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima. Compartilhe:Qual a relação entre o contrato social e o estado de natureza?Para os denominados Contratualistas, o Contrato Social é o que marca a transição do estado de natureza para um contexto de sociedade, através de um pacto com um Estado.
Como Rousseau entendia o estado de natureza?No estado de natureza, afirma Rousseau, o homem tinha uma vida essencialmente animal. A rude existência das florestas fez dele um ser robusto, ágil, com os sentidos aguçados, pouco sujeito às doenças, das quais a maioria nasce da vida civilizada.
Como Rousseau explica o contrato social do estado?O contrato social é fundamentado em um pacto convencional, por meio do qual os cidadãos, em condições justas, abrem mão de seus direitos individuais e consentem com o poder de uma autoridade na qual depositam confiança. O Estado, resultante desse acordo tem o dever de proteger os cidadãos.
Qual a diferença entre Hobbes e Rousseau acerca do estado de natureza e do contrato social?O homem de Rousseau, porém, é na verdade a antítese do homem hobbesiano, pois enquanto em Hobbes o homem é lobo do homem, em Rousseau, o homem natural é, na verdade, uma ovelha. Não nessas palavras, é claro! mas a ideia consiste justamente no entendimento de uma natureza mansa, benigna e fadada à boa convivência.
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