Pelo menos 1,146 pessoas perderam a vida no primeiro semestre de 2021 tentando chegar à Europa pelo mar; Organização Internacional para Migrações destaca que número mais que dobrou, na comparação com o mesmo período do ano passado. Show
Entre janeiro e junho desde ano, pelo menos 1,146 pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo, enquanto faziam a travessia rumo à Europa. Ao divulgar os dados, nesta quarta-feira, a Organização Internacional para Migrações, OIM, destaca que o total de vítimas mais que dobrou, na comparação com o mesmo período de 2020.
OIM/Alexander Bee Diretor-geral da OIM, António Vitorino, diz que o mundo vive um paradoxo jamais visto Busca e ResgateSegundo a OIM, o levantamento mostra a situação atual em algumas das rotas marítimas mais perigosas do mundo. No primeiro semestre do ano, houve ainda subida de 58% no total de migrantes que tentaram chegar à Europa pelo mar. O diretor-geral da agência pede aos países que “tomem, com urgência, medidas para proteger os migrantes e reduzir o número de fatalidades”. António Vitorino sugere que os governos que ampliem as tarefas de busca e de resgate, e garantam que essas pessoas tenham acesso a um processo de migração seguro e legal. A análise da OIM mostra que o aumento das mortes está relacionado com operações insuficientes de busca e regaste, tanto no Mediterrâneo quanto na rota do Atlântico para as Ilhas Canárias.
© Unicef/Ashley Gilbertson Dois irmãos adolescentes da Gâmbia que viajaram sem os pais pelo mar Mediterrâneo caminham por uma praia na Itália. Ilhas CanáriasA maioria das vítimas, 741 pessoas, morreram na rota do Mediterrâneo Central, enquanto 149 afogaram-se ao atravessar o Mediterrâneo Ocidental. No primeiro semestre, houve também 250 mortes de migrantes que tentavam chegar às Ilhas Canárias espanholas por meio da rota da África Ocidental/Atlântico. Mas a OIM destaca que esta contagem pode ser baixa. Várias ONGs reportaram casos “naufrágios invisíveis”, que são situações “extremamente difíceis de serem confirmadas”, mas que indicam que o total de mortes no Mediterrâneo pode ser muito maior.
SOS Méditerranée/Anthony Jean Muitos saem da África a caminho da Europa CasoUm exemplo aconteceu em março, quando o rapper nigeriano Sohail Al Sagheer, de 22 anos, desapareceu. Ele e mais nove amigos haviam deixado a Nigéria rumo à Espanha. A família iniciou então uma busca pelo jovem, em meio a rumores de que ele poderia ter sido vítima de um naufrágio na Espanha. Mas o corpo foi encontrado em abril, na costa da Argélia. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, fatalidades aconteceram nas rotas do Mediterrâneo e no noroeste da África; maioria dessas pessoas sai da África em botes infláveis e centenas de mortes já foram registradas desde janeiro. Somente no ano passado, mais de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram enquanto tentavam chegar à Europa por via marítima. O número foi apresentado esta sexta-feira pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, que pede apoio urgente para evitar mais mortes e proteger esses migrantes que embarcam numa jornada perigosa. Quase 2 mil pessoas morreram enquando atravessavam as rotas do Mediterrâneo Central e Oeste, enquanto mais de 1,1 mil perderam a vida na rota marítima do noroeste da África, a caminho das Ilhas Canárias. Travessia em botes infláveis
Acnur/F. Malavolta Travessia do Mar Mediterrâneo é a via marítima mais perigosa do mundo O Acnur afirma ser também “alarmante” o fato de que as tragédias no mar continuam acontecendo este ano: pelo menos 478 pessoas morreram desde janeiro. A maioria dessas pessoas sai de países africanos como Senegal e Mauritânea, em botes infláveis, numa jornada que pode durar 10 dias. Essas embarcações acabam virando ou desaparecem nas águas, sem deixar rastros. De acordo com a agência da ONU, os migrantes também se arriscam em rotas terrestres, que também são perigosas. Muitos atravessam o deserto do Saara e acabam morrendo ou sequestrados por traficantes de pessoas. Apelo por financiamento e proteção
Foto: © UNICEF/Alessio Romenzi Migrantes da Nigéria que foram resgatados pela Guarda Costeira Líbia. O Acnur lista uma série de abusos que acontecem nessas travessias: assassinatos, detenções arbitrárias, violência de gênero, trabalho escravo, casamento forçado e outras violações de direitos humanos. A pandemia de Covid-19 levou “muitos migrantes e refugiados desesperados a pedir ajuda de traficantes, na tentativa de ter a entrada na Europa facilitada.” A agência está pedindo US$ 163,5 milhões para a proteção dessas pessoas e fazendo um apelo aos países da África e da Europa para ampliarem os recursos legais e operacionais em terra e no mar para evitar travessias trágicas. Como são as condições de trabalho dos imigrantes pelo Mar Mediterrâneo?segunda-feira, 28 de junho de 2021
Resposta: Os imigrantes passam por situações muito difíceis para atravessar o mar Mediterrâneo e chegar à Europa: as condições das embarcações são péssimas, não há segurança no percurso, muitas embarcações naufragam e os tripulantes têm que tentar nadar até o litoral mais próximo.
Como está a situação dos refugiados no Mar Mediterrâneo nos últimos anos?Mais de 3 mil migrantes morreram em 2021 tentando chegar à Europa pelo mar. BR. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, fatalidades aconteceram nas rotas do Mediterrâneo e no noroeste da África; maioria dessas pessoas sai da África em botes infláveis e centenas de mortes já foram registradas desde janeiro.
Em quais condições se dá à imigração por mar?A travessia do Mediterrâneo é feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. A viagem pode custar mais de R$ 10 mil por pessoa, o que torna o negócio altamente lucrativo - uma única embarcação pode render US$ 1 milhão.
Qual a relação do Mar Mediterrâneo com a migração europeia?As perigosas rotas de migração através do Mar Mediterrâneo também se tornaram a única chance para grupos vulneráveis de pessoas em movimento que fogem da guerra e da violência em uma busca desesperada para alcançar um porto seguro na Europa.
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