De quem O bebê herda O tipo sanguíneo?

Para que uma transfusão de sangue ocorra de forma segura, é preciso haver compatibilidade entre as hemácias do sangue. Então, nesse processo, reconhecer o tipo de sangue é fundamental.

O que significam os tipos sanguíneos?

Um tipo sanguíneo é definido a partir de quais antígenos estão na superfície dos glóbulos vermelhos. Esses antígenos desempenham algumas funções no sangue, como transportar outras moléculas para dentro e para fora da célula, manter a estrutura dos glóbulos vermelhos e detectar células indesejadas que podem causar doenças.

Para classificar os tipos de sangue, são considerados dois tipos de antígenos: os antígenos ABO e os antígenos Rh. O sistema ABO define os tipos sanguíneos a partir de quatro classificações: A, B, AB e O. Já o fator Rh determina se o sangue possui Rh positivo ou negativo.

Desse modo, existem oito tipos:

  • A+
  • A-
  • B+
  • B-
  • AB+
  • AB-
  • O+
  • O

A definição do tipo sanguíneo é herdado dos pais, sendo que cada um deles doa um dos genes ABO para o filho. O gene A e B são dominantes e o gene O é recessivo, ou seja, se forem doados genes O e A, o tipo sanguíneo será A, porque ele é o dominante. Isso não significa que o filho não possa nascer com o gene não dominante, apenas é maior a probabilidade de ser do gene dominante. Considerando o dominante, seria assim:

  • AA = tipo sanguíneo A;
  • AO = tipo sanguíneo A;
  • BB = tipo sanguíneo B;
  • BO = tipo sanguíneo B;
  • OO = tipo sanguíneo O;
  • AB = tipo sanguíneo AB.

No caso do Rh, o Rh positivo é o gene dominante:

  • Negativo e Negativo = fator Rh negativo;
  • Negativo e Positivo = fator Rh positivo;
  • Positivo e positivo = fator Rh positivo.

De quem O bebê herda O tipo sanguíneo?
Imagem de Pawel Czerwinski no Unsplash

O sistema de grupos sanguíneos ABO e o fator RH foi descoberto o médico Karl Lendsteiner, ganhador do prêmio Nobel de Medicina em 1930. Para tanto, ele colheu várias amostras de sangue, isolando os glóbulos vermelhos e combinando o plasma e as hemácias de cada amostra.

Então, foi concluído que para descobrir o tipo de sangue, realiza-se um exame de tipagem sanguínea. Nesse caso, é coletada uma pequena amostra e, em um laboratório, mistura-se o sangue do indivíduo com três substâncias diferentes para verificar como elas reagem.

As substâncias possuem anticorpos A, B ou fator Rh e causarão reações diferentes. Quando o sangue não é compatível, ele forma pequenos grãos e isso permite que o profissional identifique o tipo sanguíneo.

Tendo em vista as complexas relações de compatibilidade, vale dizer que doar sangue é um ato de empatia e solidariedade – em uma única doação é possível salvar até quatro vidas. Pesando mais de 50 kg e tendo entre 16 a 69 anos, você já pode ser elegível a doar sangue se seguir as instruções de segurança da instituição. Saiba mais sobre os requisitos na matéria abaixo:

doacao-de-sangue

Doação de sangue: requisitos, como e onde doar

Tipos sanguíneos e doenças

De acordo com a Associação Americana do Coração, pessoas com tipos sanguíneos A e B podem ter maiores riscos de desenvolver coágulos sanguíneos perigosos em comparação com pessoas que têm sangue tipo O.

Assim que a mamãe sabe que está grávida, marca sua visita ao médico para iniciar o pré-natal. Em todo início de gravidez são exigidos inúmeros exames e testes, entre eles, a tipagem sanguínea e o fator Rh da mãe e do pai para saber se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do feto.

Existem alguns tipos de incompatibilidade sanguínea. O principal deles é a incompatibilidade do sistema ABO, quando o sangue da mãe é diferente do sangue do pai, independente do fator Rh. Nesse caso, não há muito com o que se preocupar. O máximo que acontece é a criança apresentar icterícia, uma cor mais amarelada do que o normal. Pode ser tratado na maternidade com fototerapia.

Em 2% dos casos de incompatibilidade devido aos tipos sanguíneos, ocorrem em tipos não pesquisados normalmente.
A principal preocupação do médico é a incompatibilidade do sistema Rh, que ocorre caso o bebê tenha o Rh positivo herdado do pai e a mãe possua o fator Rh negativo. Como essa incompatibilidade é bem menos frequente, ela apresenta os casos mais graves de doença hemolítica do recém-nascido ou eristoblastose fetal. Nessa doença, o feto pode falecer na gestação ou após o nascimento. A doença hemolítica pode resultar também em um recém-nascido com anemia profunda, provocando icterícia grave, além de surdez e de paralisia cerebral.

Quando há incompatibilidade sanguínea devido ao fator Rh, há sensibilização na mãe, pois o sangue dela reconhece o bebê como um “intruso” e começa a criar anticorpos contra ele. Como os anticorpos que são produzidos na primeira gravidez são moléculas grandes, elas não são capazes de atravessar a barreira da placenta. Por isso, na primeira gravidez, se o sangue da mãe entrar em contato com o sangue do bebê que seja incompatível, nada acontece. Mas, se engravidar novamente e a mamãe não tiver feito o tratamento adequado na gestação anterior, os anticorpos que são produzidos são moléculas menores, que conseguem atravessar a placenta e vão destruir as hemácias do bebê. A destruição das hemácias provoca uma grave anemia e pode causar edema fetal generalizado, aumento do líquido amniótico e até a morte do bebê. Os bebês que sobrevivem apresentam grave anemia ou icterícia rara.

Para se prevenir de problemas decorrentes do tipo sanguíneo, a mãe deve iniciar o pré-natal assim que fica sabendo que está esperando o seu bebezinho. O obstetra deve fazer uma pesquisa detalhada sobre o histórico clínico da mamãe para buscar situações que possam ter sensibilizado-a. Mesmo com esse cuidado, Braga explica que a prevenção deve ser feita com o medicamento chamado anti-D, que evita a sensibilização, nas primeiras 72 horas pós-parto. Em casos de gestantes que já foram afetadas, na segunda gestação devem ser acompanhadas em Centro de Referência ou por especialista em Gestação de Alto Risco para que nada aconteça com o feto.

De quem O bebê herda O sangue?

O fator Rhesus é um grupo sanguíneo, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos da maioria das pessoas. É conhecido, normalmente, como Rh positivo ou Rh negativo. Geralmente, os bebês herdam o fator sanguíneo do pai.

É possível um bebê nascer com O tipo de sangue diferente dos pais?

É perfeitamente normal que um bebê não tenha o tipo de sangue dos seus pais. As leis da genética não operam de forma mecânica. Na transmissão do grupo sanguíneo e do Rh operam várias variáveis. É necessário conhecê-las e examiná-las.

Tem como saber a paternidade pelo tipo de sangue?

Como o tipo de sangue é codificado no DNA, a criança herda um alelo de cada pai. Portanto, avaliar o tipo de sangue de uma criança pode fornecer informações sobre os possíveis tipos de sangue dos pais. Por exemplo, uma pessoa com tipo sanguíneo O deve ter dois alelos O, um herdado de cada pai.