Diferença entre terapia cognitiva comportamental e terapia comportamental

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A Psicologia se divide em diferentes abordagens de atendimento. Cada uma deriva de uma escola de pensamento e direciona os métodos que serão aplicados durante a psicoterapia. Nesse campo, uma importante vertente das ciências psicológicas é a terapia comportamental, que apresenta um conjunto de teorias e técnicas focadas em modificar padrões disfuncionais de comportamento.

No decorrer deste post, explicaremos o que é a terapia comportamental e quais são as principais técnicas e os benefícios dessa abordagem. Também vamos elucidar as diferenças entre essa linha de atendimento e a terapia cognitivo-comportamental (TCC), bem como suas possibilidades de tratamento. Acompanhe!

A terapia comportamental é uma abordagem da Psicologia que tem o objetivo de modificar comportamentos disfuncionais e criar novos padrões de respostas comportamentais. Essa linha de tratamento tem origem no Behaviorismo — ciência psicológica que investiga o condicionamento do comportamento humano de acordo com os estímulos do ambiente.

Ivan Pavlov e John B. Watson são alguns dos precursores dessa escola de pensamento. Mas foi B. F. Skinner quem introduziu as teorias e técnicas que são aplicadas até hoje na análise do comportamento.

Enquanto outras vertentes da Psicologia se esforçam para compreender as causas mentalistas que movem o ser humano, a terapia comportamental se concentra no comportamento manifesto. Dessa forma, as sessões do tratamento são estruturadas com técnicas que visam reduzir as respostas negativas e melhorar o repertório comportamental com ações mais adaptativas.

Na visão do Behaviorismo, o indivíduo constrói seus padrões de comportamento conforme os estímulos que recebe do meio que o cerca. Nesse sentido, “a terapia comportamental tem como princípio fundamental a ação sobre o ambiente para a mudança dos comportamentos”, explica Maurício Piccoloto, diretor do instituto Cognitivo.

Quais são as principais técnicas utilizadas?

As técnicas da terapia comportamental, segundo Piccoloto, são “baseadas no princípio do reforçamento dos comportamentos que se busca tornar mais frequentes, assim como na retirada de gratificações quando há comportamentos considerados disfuncionais ou prejudiciais”.

Veja quais são as principais técnicas utilizadas pela terapia comportamental, a fim de modificar os padrões de resposta aos estímulos do ambiente!

Reforço

Todo comportamento, quando reforçado, tende a aumentar de frequência. Sendo assim, a técnica de reforço, ou reforçamento, é aplicada para aumentar a probabilidade de uma resposta mediante uma recompensa.

Há o reforço positivo e o negativo. No reforçamento positivo, a recompensa representa algo que dê prazer ao indivíduo. Já no reforço negativo, o comportamento é recompensado pela retirada de um estímulo aversivo.

Punição

Enquanto o reforço é utilizado para aumentar a frequência de um comportamento, a punição é uma técnica que consiste em introduzir um estímulo aversivo para reduzir um padrão de respostas. Punição positiva significa inserir o estímulo adverso, enquanto punição negativa representa a retirada de um elemento reforçador.

Técnicas de relaxamento

A terapia comportamental também aplica técnicas para modificar reações fisiológicas, como os sintomas de ansiedade. Respiração diafragmática e relaxamento muscular progressivo de Jacobson são exemplos de exercícios para essa finalidade. Vale lembrar que outras abordagens de atendimento, como a TCC, também utilizam esses recursos.

Ensaio comportamental

Essa técnica é utilizada para incentivar o paciente a treinar, em terapia, os comportamentos que ele pretende demonstrar em situações reais — por exemplo, comunicar-se com mais assertividade.

Modelagem

A estratégia consiste em modificar um comportamento de forma gradual, com treino de aproximações sucessivas. Dessa forma, somente variações das respostas são reforçadas, de modo contínuo ou intermitente, até chegar ao comportamento final desejado.

Modelação

Apesar da semelhança do termo, modelagem e modelação são técnicas distintas. Modelação é um processo de modificação comportamental que envolve imitação. Nesse caso, os novos comportamentos são aprendidos a partir da observação de outras pessoas. Trata-se de uma forma eficaz de melhorar as estratégias de enfrentamento.

Dessensibilização sistemática

Muito utilizada em casos de fobia, a dessensibilização sistemática — por imaginação ou com exposição in vivo — coloca o paciente em contato com seus medos irracionais, sem chance de esquiva ou fuga. O objetivo é que a situação aversiva passe a ser compreendida como algo tolerável.

Quais os benefícios da terapia comportamental?

A terapia comportamental é eficaz e pode melhorar a qualidade de vida do paciente de modo significativo. Contudo, os benefícios são presenciados somente quando há participação ativa e decisão de mudança. Ou seja, a disposição do indivíduo em melhorar seu quadro é um fator determinante para o sucesso terapêutico.

Em geral, podemos elencar os seguintes pontos fortes da terapia comportamental:

  • ciência baseada em comprovações científicas;
  • tratamento diretivo e focado nos problemas que causam sofrimento ao paciente;
  • comportamentos disfuncionais são reduzidos ou até extintos;
  • o paciente consegue reconstruir seu repertório comportamental, desenvolvendo respostas mais adaptativas;
  • modificações de comportamento conquistadas gradualmente e de forma sustentável;
  • o paciente adquire controle para regular seu próprio modo de agir, aumentando sua autoeficácia.

Em que ela se diferencia da terapia cognitivo-comportamental?

A TCC e a análise do comportamento são abordagens que compartilham as mesmas origens, mas diferem em alguns aspectos. A principal diferença entre elas, segundo o diretor do instituo Cognitivo, é que “a terapia comportamental não inclui os conceitos do cognitivismo. Já a terapia cognitivo-comportamental busca integrar os construtos mentais e as técnicas cognitivas com as técnicas comportamentais”.

Portanto, a terapia comportamental tem como objeto de análise somente as ações manifestas. A TCC, por sua vez, alia as técnicas comportamentais à reestruturação cognitiva, ao considerar que os pensamentos são elementos determinantes para os padrões de ação.

Quando cada abordagem é indicada?

As técnicas comportamentais apresentam efeitos positivos em quadros como fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), pânico, entre outros. Já nas condições que dependem principalmente da desconstrução de pensamentos disfuncionais, como depressão, ansiedade e transtornos de personalidade, a TCC garante mais efetividade. Para muitos casos, os dois métodos psicoterápicos se complementam.

Tanto a terapia comportamental quanto a TCC são abordagens com eficácia comprovada no tratamento de diversos transtornos psicológicos. Com as técnicas bem direcionadas das duas linhas de atendimento, é possível reconstruir padrões mentais e comportamentais, restaurar o equilíbrio e devolver a qualidade de vida aos pacientes.

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Qual a diferença entre terapia comportamental e Terapia Cognitivo

A principal diferença entre elas, segundo o diretor do instituo Cognitivo, é que “a terapia comportamental não inclui os conceitos do cognitivismo. Já a terapia cognitivo-comportamental busca integrar os construtos mentais e as técnicas cognitivas com as técnicas comportamentais”.

Quais são as terapias comportamentais?

A TCD (Terapia Comportamental Dialética), a FAP (Terapia Analítica Funcional) e a Terapia Comportamental Baseada em Mindfulness e Aceitação são outros modelos de Terapia Cognitivo-Comportamental que fazem parte da terceira das três ondas em terapias comportamentais e cognitivas.

O que são terapias cognitivas comportamental?

O que é e para que serve a terapia cognitivo-comportamental? É um tratamento psicoterapêutico que se propõe a ajudar o paciente identificando nele padrões de pensamentos, crenças e hábitos disfuncionais que, por sua vez, têm influência negativa em seus comportamentos e suas emoções.