Enquete pingos nos is hoje ao vivo agora

Arte/Jovem Pan

Enquete pingos nos is hoje ao vivo agora
‘Os Pingos nos Is’ é apresentado por Vitor Brown e tem comentários de Augusto Nunes, José Maria Trindade, Guiherme Fiuza e Ana Paula Henkel

ENQUETE – OS PINGOS NOS IS

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*As enquetes do Grupo de Comunicação Jovem Pan não possuem caráter científico e só refletem a opinião de sua audiência.

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Fonte: Jovem Pan


Presidente estava reticente quanto sua ida a emissoras de TV para discutir ideia com outros candidatos, mas afirmou nesta quinta que deve comparecer

Arte/Jovem Pan

‘Os Pingos nos Is’ é apresentado por Vitor Brown e tem comentários de Augusto Nunes, José Maria Trindade, Guiherme Fiuza e Ana Paula Henkel

ENQUETE – OS PINGOS NOS IS

Você acha que Bolsonaro deve participar dos debates?

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*As enquetes do Grupo de Comunicação Jovem Pan não possuem caráter científico e só refletem a opinião de sua audiência.

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Publicações com mais de 247 mil interações desde 18 de fevereiro de 2022 afirmam que uma enquete realizada em um programa ao vivo da Jovem Pan é uma pesquisa que “mostra a verdade sobre Lula e Bolsonaro”. Mas, para ser considerada válida, uma pesquisa deve selecionar uma amostra diversificada da população, pouco importando se foi realizada ao vivo ou não, explicaram especialistas à AFP. Além disso, pesquisas de opinião pública sobre eleições ou candidatos devem ser registradas até cinco dias antes da divulgação, como determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Aí está a verdadeira pesquisa”, diz uma das publicações compartilhadas no Twitter (1, 2). À imagem e ao vídeo viralizados, sobrepõe-se o texto: “Bolsonaro massacra Lula em enquete ao vivo”.

“Enquete ao vivo mostra a verdade sobre Lula e Bolsonaro. A diferença entre pesquisa forjada e ouvir a população”, afirmam usuários no Instagram (1, 2). Mensagens similares também circularam no Facebook (1, 2).

Enquete pingos nos is hoje ao vivo agora
Captura de tela feita em 19 de fevereiro de 2022 de uma publicação no Twitter ( . / )

A enquete que circula nas redes sociais foi realizada na internet pela rede Jovem Pan em 17 de fevereiro de 2022 por meio de seu site. A pergunta feita foi: “Qual Brasil você prefere: o de Lula ou o de Bolsonaro?”. O resultado, exibido no programa “Entrelinhas” nesse mesmo dia, mostrou que 91,2% dos que responderam optaram pelo Brasil de Bolsonaro, enquanto 8,8% elegeram o de Lula.

Segundo a descrição da emissora, o programa leva “temas polêmicos para o centro da conversa, onde convidados com pontos de vista diferentes irão debater e defender suas opiniões”. Sobre as enquetes, informa que “diariamente, a partir das 14h30 (...), no site da Jovem Pan (jovempan.com.br), o público poderá votar na enquete do dia e opinar sobre o tópico em discussão”. Não foi encontrada nenhuma caracterização do levantamento como pesquisa de opinião por parte da emissora.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é pré-candidato às eleições presidenciais de outubro de 2022, e o atual mandatário, Jair Bolsonaro, também deve disputar a reeleição.

Enquetes x pesquisas

“Para uma pesquisa ser válida, todos os cidadãos devem ter chance de serem escolhidos na amostra. Se não têm, ela não é válida, não é representativa”, explicou Glauco Peres, professor de ciência política e coordenador do Grupo de Estudos Eleitorais do Núcleo de Estudos Comparados e Internacionais da Universidade de São Paulo (Neci-USP), ao Checamos em 2 de setembro de 2021.

Suzel Figueiredo, conselheira da Associação Brasileira da Empresas de Pesquisa (Abep) e professora de pesquisa na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP) e na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), concordou: “Pesquisas de opinião pública devem ser realizadas com metodologia e cálculos que representam a totalidade do público investigado”.

Figueiredo disse ainda ao Checamos em 21 de fevereiro de 2022 que pesquisas confiáveis devem ser realizadas por “profissionais experientes”, além de precisarem contar com “a presença de estatístico ou profissional regulamentado para a função”.

A Resolução nº 23.600 de 12 de dezembro de 2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que “as entidades e as empresas que realizarem pesquisas de opinião pública sobre as eleições ou os candidatos são obrigadas a registrar cada pesquisa no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle) até cinco dias antes da divulgação do levantamento”.

Já uma enquete, como a viralizada, caracteriza-se, de acordo com a resolução, como:

A especialista consultada pelo Checamos explicou que não há compromisso metodológico nas enquetes, “nem cálculos estatísticos, que validem seus resultados, já que não há nenhum controle amostral”.

A amostra, utilizada nas pesquisas eleitorais, é um grupo de pessoas cujas características como idade, sexo, escolaridade, distribuição regional traduzem o conjunto do total de eleitores, explica o instituto de pesquisas Datafolha sobre seus levantamentos. Figueiredo destacou que tais perfis sociodemográficos são considerados como uma “forma a contemplar, proporcionalmente, os recortes da população”.

No caso específico de uma pesquisa sobre intenção de voto para Presidência da República, ela explica que todos os eleitores devem ter igual chance de serem representados. “Fazem parte do público-alvo da pesquisa todos os eleitores acima de 16 anos que tenham sua situação eleitoral validada pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

“Enquetes não são confiáveis, exatamente porque não há desenho amostral, não há controle de cotas representativas da população”, concluiu a especialista.

A equipe do AFP Checamos fez um teste e conseguiu votar mais de uma vez na enquete viralizada, tanto repetindo quanto variando as respostas, utilizando navegadores e dispositivos diversos. Até 22 de fevereiro de 2022, a página da votação seguia aberta.

Enquete “ao vivo”

As publicações viralizadas destacam o fato de a votação ser realizada “ao vivo”. Mas, para Suzel Figueiredo, isso “acentua o viés de que apenas a audiência foi impactada pela enquete”. Glauco Peres também afirmou que “isso não altera a discussão”.

Peres apontou que esse fator pode, inclusive, tornar o levantamento menos confiável:

Diógenes Lycarião, professor de jornalismo na Universidade Federal do Ceará e coordenador do Grupo de Pesquisa em Política, Opinião Pública e Comunicação (Gruppocom), concordou. Ele disse ao Checamos em 22 de fevereiro de 2022 que o fato de a pesquisa ser realizada ao vivo não garante a aleatoriedade da amostra. “Ao contrário, trata-se de um viés de partida que inviabiliza sua capacidade de produzir inferências sobre a população geral”, explicou.

Peres ressaltou que é preciso atentar-se à forma como as pessoas são ouvidas. “A maneira como um instituto [de pesquisa] chega até as pessoas é o que faz uma pesquisa eleitoral ser válida, porque tem essa preocupação e tem técnicas, métodos de fazer, de abordar as pessoas.”

Em uma pesquisa eleitoral, “todo mundo potencialmente pode ser ouvido, todo mundo pode ser selecionado no começo do processo, isso é o que torna a pesquisa válida”, disse ele.

Pesquisas

Pesquisas eleitorais divulgadas em fevereiro de 2022 (1, 2) indicam que Lula lidera a disputa eleitoral no primeiro turno com, pelo menos, 40% dos votos. Em todos os cenários, Bolsonaro fica em segundo lugar com pelo menos 23% das intenções. No segundo turno, Lula aparece como vencedor contra todos os possíveis candidatos.

O AFP Checamos já verificou outros conteúdos de desinformação sobre enquetes e pesquisas eleitorais.