O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

  • As crianças normalmente representam o Sol como em (A), mas o Sol emana raios solares em todas as direções e por isso, sua representação mais fiel é a mostrada em (C).
  • Costuma-se supor que os raios de luz solares que atingem a Terra são paralelos. O Sol emana luz de forma homogênea em todas as direções ao seu redor e, portanto, não é possível que os seus raios sejam todos paralelos entre si.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.44 Ilustração contendo o Sol e a Terra que não considera a escala real.

Apenas uma parte dos raios emitidos pelo Sol atingem a Terra. Na verdade, repare na Figura 2.44, que apenas a porção delimitada por raios que partem de pontos quase diametralmente opostos do Sol é que atingem a Terra, formando algo similar a um cone truncado.

A priori, você pode achar que, diante da situação mostrada na ilustração contida na Figura 2.44, é um absurdo supor que os raios solares que atingem a Terra sejam paralelos, já que é possível detectar nesta simples ilustração raios que não são paralelos (como os que desenhamos para mostrar a delimitação dos raios que atingem a Terra). Mas, note que esta ilustração foi feita sem considerar a escala existente entre esses dois astros, e então, apesar do posicionamento espacial estar correto e também a ideia de que apenas parte dos raios solares atingem a Terra, a ilustração não condiz fielmente com a realidade.

Para retratar fielmente a realidade, é preciso considerar que o Sol possui um diâmetro de aproximadamente \(1.390.000~\text{km}\) enquanto a Terra possui cerca de \(13.000~\text{km}\) de diâmetro, e que a distância entre eles é de cerca de \(150\) milhões de quilômetros (valores retirados do site da NASA - National Aeronautics and Space Administration). Diante de valores tão altos, não é possível encontrar uma escala adequada para construir esta mesma ilustração e ainda fazer com que ela caiba na página deste livro! Para você ter uma melhor intuição de como valores tão grandes se comportam na prática, visite a página <https://goo.gl/sVfkQJ> e visualize os astros e sua distância em uma escala real.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.45 Ilustração contendo o Sol e a Terra, agora mais afastados, que não considera a escala real.

Já que não podemos desenhar uma situação com uma escala real aqui nesta página, vamos tentar intuitivamente imaginar o que acontece na situação real. Na Figura 2.45, refizemos a mesma ilustração anterior, mas posicionamos a Terra e o Sol mais afastados. Comparando as duas ilustrações, podemos perceber que a inclinação dos raios solares é menor quando a Terra e o Sol estão mais afastados. Com a grande distância existente entre o Sol e a Terra (muito maior que a mostrada nas duas ilustrações), haverá então uma diminuição ainda maior na inclinação dos raios solares que atingem a Terra. Essa inclinação é tão pequena que os raios parecem ser paralelos! Por isso costuma-se supor que os raios são paralelos, apesar de eles não serem. Vamos calcular o ângulo de inclinação entre dois raios solares em uma situação específica para justificar nossa intuição de que a inclinação dos raios é muito pequena. Para isso calcularemos o ângulo entre dois raios usando Trigonometria.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.46 Raios solares incidindo sobre o ponto \(P\) da Terra.

Na ilustração mostrada na Figura 2.46, considere \(C_T\) e \(C_S\) como os centros da Terra e do Sol, respectivamente, e vamos calcular o ângulo \(Q\hat{P}R\) entre os raios solares \(PQ\) e \(PR\) que atingem o ponto \(P\) da Terra vindos do Sol. Note que há algo similar a um cone (não completo) de raios solares incidindo sobre \(P\), mas \(Q\hat{P}R\) é o maior ângulo possível entre dois raios solares que atingem \(P\). Quaisquer outros dois raios estarão contidos nesse cone e então, seu ângulo será menor que \(Q\hat{P}R\). Além disso, \(PQ\) e \(PR\) deverão ser perpendiculares ao raio do Sol para que, de fato, \(Q\hat{P}R\) seja o maior ângulo possível entre dois raios que atingem \(P\).

Traçando o segmento que une \(C_T\) e \(C_S\), o quadrilátero \(PQC_SR\) fica dividido em dois triângulos congruentes \(PQC_S\) e \(PRC_S\) (pelo caso lado, ângulo, lado). Assim, os ângulos \(Q\hat{P}C_S\) e \(R\hat{P}C_S\) são congruentes e serão chamados de \(\theta\) para facilitar a escrita. Como

\[d(Q,C_S)= 695.000\]

e

\[\begin{split}\begin{array}{ll} d(P,C_S) & = d(C_T, C_S)-d(C_T,P)\\ &= 150.000.000-6.500\\ &=149.993.500, \end{array}\end{split}\]

então

\[\sin\theta = \frac{d(Q,C_S)}{d(P,C_S)}=0{,}00463.\]

Portanto, \(\theta=\arcsin(0,00463) = 0{,}26528\) e assim, como a medida do ângulo \(Q\hat{P}C_S\) é igual a \(2\theta\), temos que

\[m(Q\hat{P}C_S)=0{,}53056^\circ.\]

De acordo com os cálculos feitos acima, o maior ângulo possível entre dois raios solares que atingem o ponto \(P\) é de \(0{,}53056^\circ\). Este valor é tão pequeno (podendo ser ainda menor), que torna-se praticamente imperceptível, e assim, os raios solares que atingem \(P\) parecem paralelos. Esse mesmo raciocínio pode ser utilizado para calcular o ângulo de inclinação de raios solares que atingem outros pontos. Sugerimos que você altere a posição do ponto \(P\) e faça os cálculos para outros casos da mesma forma que foi feito anteriormente.

Vamos agora comparar o tamanho da sombra de um lápis supondo que os raios solares que atingem a Terra são paralelos (projeção paralela) e não paralelos (projeção em perspectiva). Dessa forma, veremos o quão relevante é, de fato, a inclinação dos raios solares ao gerar sombras na Terra.

Na Figura 2.47, novamente sem utilizar uma escala real que considere os tamanhos do Sol e da Terra, temos uma ilustração da situação que pretendemos analisar. Suponhamos que o Sol, a Terra e o lápis estejam posicionados de tal forma que o segmento que une os centros da Terra e do Sol, que chamaremos de \(C_T\) e \(C_S\) respectivamente, divida o lápis ao meio. Suponhamos que o lápis possua \(8~\text{cm}\) de comprimento e que ele esteja a \(1~\text{m}\) da Terra.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.47 Ilustração contendo um lápis, o Sol e a Terra que não considera a escala real.

Primeiramente, vamos considerar o caso em que os raios solares são paralelos. Para estudar a sombra do lápis neste caso, vamos supor que os raios solares estão incidindo perpendicularmente ao lápis. Como nosso objetivo é calcular apenas o tamanho da sombra de um lápis de \(8~\text{cm}\), na ilustração contida na Figura 2.48 representaremos apenas a parte da Terra que é relevante para o nosso cálculo e, devido ao grande raio da Terra, locamente podemos considerá-la plana. Nesta ilustração, o segmento \(AC\) representa o lápis e então, a sombra do lápis está representada pelo segmento \(DF\) e terá a mesma medida de \(AC\). Portanto, a medida da sombra é \(16~\text{cm}\) (um estudo semelhante a este já havia sido foi feito anteriormente na Atividade: luzes e sombras).

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.48 A sombra do lápis \(AC\) é dada pelo segmento \(DF\), casos os raios solares sejam paralelos e incidam perpendicularmos ao lápis.

Para estudar agora o caso em que os raios solares não são paralelos, vamos usar a ilustração contida na Figura 2.49. O lápis está representado na figura pelo segmento \(AC\) e sua sombra pelo segmento \(DF\).

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.49 A sombra do lápis \(AC\) é dada pelo segmento \(DF\) casos os raios solares não sejam paralelos.

Como estamos supondo que o segmento \(C_TC_S\) divide o lápis em duas parte iguais, o ponto \(B\) é o ponto médio do segmento \(AC\). Assim, podemos concluir que os triângulos \(ABI\) e \(CBI\) são congruentes (pelo caso lado, ângulo, lado), o que implica que os ângulos \(A\hat{I}B\) e \(C\hat{I}B\) são congruentes. E, como \(A\hat{I}B\) e \(C_S\hat{I}G\) são opostos pelo vértice, assim como os ângulos \(C\hat{I}B\) e \(C_S\hat{I}H\), podemos concluir que os ângulos \(A\hat{I}B, C_S\hat{I}G, C\hat{I}B\) e \(C_S\hat{I}H\) são congruentes. Portanto, os triângulos \(DEI\) e \(FEI\) são congruentes, assim como os triângulos \(C_SHI\) e \(C_SGI\). Logo, podemos trabalhar apenas com metade do lápis para facilitar nossos cálculos e posteriormente, basta multiplicar a medida da sombra de metade do lápis por \(2\).

Dessa forma, estamos interessados em encontrar o comprimento do segmento \(DE\) que representa a sombra de metade do lápis, representado pelo segmento \(AB\). Note que os triângulos \(ABI\), \(DEI\) e \(C_SGI\) são semelhantes (pois possuem dois ângulos congruentes), e portanto satisfazem as seguintes razões de semelhança:

\[\frac{AB}{BI}=\frac{DE}{EI}\]

e

\[\frac{AB}{AI}=\frac{C_SG}{C_SI}.\]

Como a distância do lápis à Terra é de \(1~\text{m}\), então \(EB=1~\text{m}=0{,}001~\text{km}\). Além disso, \(AB=8~\text{cm}\) \(=0{,}00008~\text{km}\) e \(C_SG= 695.000~\text{km}\). Portanto,

\[\begin{split}\begin{array}{ll} C_SI & = C_TC_S-C_TE-EB-BI\\ & = 150.000.000-6.500-BI-0,001 \\ & = 149.993.499,999-BI. \end{array}\end{split}\]

Substituindo estes valores na equações acima, temos:

\[\frac{0,00008}{BI}=\frac{DE}{0,001+BI}\]

e

\[\frac{0,00008}{\sqrt{BI^2+0,00008^2}} = \frac{695.000}{149.993.499,999-BI}.\]

Resolvendo a segunda equação, encontramos \(BI=0{,}01726~\text{km}\) e substituindo este valor na primeira equação, vemos que a medida do segmento \(DE\) é \(8{,}4~\text{cm}\). Assim, a sombra do lápis, dada pelo segmento \(DF\), possui comprimento \(16{,}8~\text{cm}\).

Portanto, supondo que os raios solares que atingem a Terra são paralelos, a sombra de um lápis de \(16~\text{cm}\) seria de \(16~\text{cm}\). Supondo que estes raios não são paralelos, a sombra do mesmo lápis mede \(16{,}8~\text{cm}\). Note que a diferença entre os valores encontrados para as sombras é de \(5\%\) do comprimento do lápis.

  • A Figura 2.50 mostra a representação de alguns raios luminosos paralelos (desenhados da cor azul) que emanam do Sol sobre um anteparo de projeção.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.50 Diagrama representando raios luminosos que emanam do Sol sobre um anteparo.

  • A Figura 2.51 mostra a mesma situação anterior, mas agora foi incluído um triângulo opaco desenhado na cor vermelha. Alguns raios solares são impedidos de alcançar o anteparo ao encontrar o triângulo e portanto, foram pontilhados em nosso desenho a partir do ponto onde tocam o triângulo. A sombra provocada pelo triângulo no anteparo foi desenhada na cor preta.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta ao redor dela?

Figura 2.51 Diagrama representando raios luminosos que emanam do Sol sobre um anteparo, assim como a sombra produzida por um triângulo opaco.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se movimenta para cima e para baixo?

Estimule os alunos a registrarem com desenhos e textos o que foi observado e a perceberem que: *O tamanho da sombra altera-se quando aproximamos ou afastamos a lanterna do objeto. * A forma da sombra é correspondente à forma do objeto. * A sombra sempre se forma do lado contrário da fonte luminosa.

O que acontece com a sombra de um objeto quando a luz da lanterna se aproxima?

E se a luz estiver posicionada em cima de alguém, como no caso do sol do meio-dia, não será possível identificar uma sombra. “A criançada percebeu também que, se a luz estiver mais próxima, o objeto fica maior.

O que acontece com a sombra de um objeto?

UMA SOMBRA É UMA REGIÃO FORMADA PELA AUSÊNCIA PARCIAL DA LUZ, PROPORCIONADA PELA EXISTÊNCIA DE UM OBSTÁCULO. UMA SOMBRA OCUPA TODO O ESPAÇO QUE ESTÁ ATRÁS DE UM OBJETO COM UMA FONTE DE LUZ EM SUA FRENTE. A SOMBRA MUDA DE POSIÇÃO CONFORME A ORIGEM DA LUZ. BRINCANDO E PRODUZINDO SOMBRAS.

Qual e a relação da sombra com o foco de luz?

Quando a luz é posicionada de cima para baixo, a sombra diminui. Quando ela é direcionada da direita para a esquerda, quanto mais inclinado estiver o foco de luz, maior é a sombra.