O que aconteceu com a população indígena em 1500?

A população indígena existente hoje no Brasil é de cerca de 250 mil indivíduos, distribuídos em 200 grupos étnicos, responsáveis pela diversidade de mais de 170 línguas. Estima-se que quando Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, eles somavam de dois a cinco milhões de pessoas. Muitos povos desapareceram, mas nos últimos anos a situação tem se invertido, com os índios se organizando e tendo contato com o restante da sociedade brasileira sem perder as suas identidades culturais.

Mas muitos grupos na Amazônia ainda estão isolados, mostrando como são diversas as realidades dos povos indígenas brasileiros. Este projeto temático aborda algumas dessas realidades e contribui para um melhor entendimento da situação indígena do país. A seguir, um pouco da história dos povos que estão na pesquisa, a partir de informações constantes da publicação Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, feita para a Exposição Semana do Índio, Macapá, abril de 1997

Zo’é – Os avós dos 150 índios contatados em 1987 (embora a Funai soubesse da existência desses índios desde 1976), certamente conheciam o homem branco e resolveram se refugiar num local de difícil acesso no norte do Pará. Há muitos anos, eles tinham contatos esporádicos com castanheiros e gateiros (intermediários de mão-de-obra) em quem conseguiram impor medo com suas flechas, além de conquistar os primeiros machados de ferro. Atualmente, apenas dois meninos falam português. O restante dos membros, que se dividem em quatro aldeias, fala uma língua do tronco Tupi.

Wai-Wai – Povo que fala uma língua do tronco Caribe e vive, atualmente, no Pará, na divisa com o Estado do Amazonas. É um povo que migra muito. Nos anos 40, esses índios saíram das terras paraenses e foram para a Guiana (antiga Guiana Inglesa). Vinte anos depois, voltaram para o Pará e hoje seguem para o Estado de Roraima.

Yanomamis – É o grupo indígena mais estudado, com amplitude internacional, por franceses, ingleses, americanos, brasileiros e venezuelanos. São 150 aldeias no Brasil e 100 na Venezuela. O projeto temático vai abordar as influências externas na prática do xamanismo (contato com espíritos) exercido pelos pagés .

Waiãpi – Falante de uma língua do tronco Tupi, esse povo vive nos dois lados da fronteira do Brasil (Amapá) com a Guiana Francesa. Extremamente organizados, os Waiãpi fazem planos para se fortalecer com a exploração de seus recursos naturais. O garimpo e o plantio de cupuaçu e pupunha estão incorporados de forma sazonal às atividades de algumas aldeias, que têm organização autônoma e descentralizada.

Wayana – Existem aldeias desses índios no Parque Indígena do Tumucumaque, na divisa do Pará com o Amapá, no Suriname e na Guiana Francesa. No Brasil, somam cerca de 400 índios, que falam uma língua Caribe. Há cerca de 100 anos, eles aprendem a conviver com outros segmentos da sociedade nacional, buscando garantir sua integridade étnica. Atualmente, desenvolvem trabalhos nas área de saúde e educação junto com a Funai, pesquisadores e governo do Amapá.

Tiriyó – No Brasil, habitam o noroeste do Parque Indígena de Tumucumaque, no norte do Pará. Mas suas aldeias se espalham também além da fronteira, no Suriname. São ao todo 1.700 indivíduos. Falam uma língua do tronco Caribe. Vivendo em uma região de difícil acesso, eles não sofreram o avanço de frentes extrativistas, pastoris ou agrícolas. No Brasil, eles têm contato apenas com quatro missionários franciscanos e alguns militares da FAB que fazem vistorias e permanecem no posto de fronteira.

Galibi – São 1.400 pessoas, que vivem numa região plana e de savana às margens do rio Uaça, no norte do Amapá. São descendentes de várias etnias Caribe e Aruaque. Hoje falam o patuá, uma língua de comunicação com os outros povos da região, que é uma mistura do francês e línguas africanas faladas pelos escravos. Produzem grandes quantidades de farinha e constróem barcos. Têm vida comunitária estruturada com orientações do cacique e dos conselheiros.

Karipuna – Vivem na bacia do Rio Curipi, na região do Oiapoque, ocupando várias aldeias desde o início do século 19. Os antepassados falavam uma língua Tupi, mas hoje, além do português, adotam o patuá.

Palikur – Mencionados desde o início do século 17 pelos primeiros portugueses que chegaram à região. Estão divididos entre o Brasil, onde vivem 780 índios instalados às margens do rio Urukuá, e na Guiana Francesa, ao longo do rio Oiapoque, nas cercanias da capital, Caiena, e da cidade de Saint Georges. Os Palikur falam uma língua do grupo Aruaque, além do português, do francês e do patuá. Grande parte desse povo freqüenta a igreja evangélica Assembléia de Deus.

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Os índios do Brasil

Na época do descobrimento, quando os portugueses chegaram ao litoral brasileiro, dando início ao processo de ocupação, perceberam que a região era ocupada pelos povos nativos.

A estes nativos, os portugueses deram o nome de índios, pois acreditavam ter chegado às Índias.

O que aconteceu com a população indígena em 1500?

O que aconteceu com a população indígena em 1500?

Mesmo após a descoberta de que não estavam nas Índias, e sim em um território desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças linguístico-culturais. Desta maneira, era mais fácil tornar todos os nativos iguais e tratá-los também de forma igual, já que a finalidade era o domínio político, econômico e religioso.

Ainda que não se tenha um conhecimento exato quanto ao número de sociedades indígenas existentes no Brasil à época da chegada dos europeus, existe estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo, algo em torno de 5 milhões de indivíduos.

O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos índios não terem imunidade natural a estes males, ou, ainda, pela imposição aos índios à nova maneira de viver.

Sem poder enfrentar os portugueses na guerra e não querendo conviver pacificamente com eles, muitos indígenas resolveram fugir para o interior do território, na tentativa de manter seu modo de vida, longe dos invasores. Apesar disso, muitos desses índios acabaram aprisionados e transformados em escravos.

A classificação indígena

Os portugueses conheceram primeiro os povos que viviam no litoral. Por terem traços culturais semelhantes entre si, eles receberam dos colonizadores uma denominação geral: Tupi ou Tubinambá.  Os outros grupos que tiveram menor contato, como os povos que habitavam o interior do território e que não falavam a língua que os jesuítas deram o nome de "língua geral" ou "língua mais usada na costa do Brasil", os portugueses deram o nome de  Tapuia.

Esta classificação foi extremamente importante para o registro das informações sobre os índios produzidas pelos portugueses, franceses e outros europeus. Sem os documentos produzidos pelos colonizadores, as crônicas dos viajantes, a correspondência dos jesuítas e as gramáticas da "língua geral" e de outras línguas, não teríamos como saber sobre os nativos, sua cultura e sua história.

Sociedades indígenas

À medida que os colonizadores foram explorando o território, perceberam que essas populações dividiam-se em centenas de povos que falavam línguas distintas, tinham  costumes e hábitos  diferentes.
Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes.

Para estudarmos os povos indígenas, estes foram agrupados de acordo com as semelhanças existentes entre suas línguas. Desta forma são reunidos povos com características culturais comuns.

A classificação linguística reconhece a existência de dois troncos principais (tupi e macro-jê) e de outras seis famílias linguísticas de significativa importância (aruak, arawá, karib, maku, tukano e yanomami), além de muitas línguas sem filiação definida, não classificadas ou isoladas.

Atualmente essa população está distribuída em aproximadamente 215 etnias, que falam cerca de 170 línguas diferentes, excluindo-se os índios isolados. Muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português e outros falam o português como sua segunda língua.

Aproximadamente 60% da população indígena brasileira vive na região designada como Amazônia Legal, área esta que engloba nove estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica e, que possuem em seu território trechos da Floresta Amazônica, entretanto registra-se a presença de grupos indígenas em praticamente todos os estados brasileiros. Apenas no Rio Grande do Norte, Piauí e no Distrito Federal não se encontra grupos indígenas.

Os principais grupos indígenas brasileiros em expressão demográfica são: Tikuna, Tukano, Macuxi, Yanomami, Guajajara, Terena, Pankaruru, Kayapó, Kaingang, Guarani, Xavante, Xerente, Nambikwara, Munduruku, Mura, Sateré-Maué, entre outros.

O que aconteceu com a população indígena em 1500?
  
O que aconteceu com a população indígena em 1500?

O que aconteceu com a população indígena em 1500?

O que aconteceu com a população indígena em 1500?

Como referenciar: "Descobrimento do Brasil - Discussões sobre o “descobrimento”" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 05/12/2022 às 13:44. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef2/descobrimento/p2.php

O que aconteceu com os indígenas em 1500?

Eram aproximadamente cinco milhões de índios na época em que foram encontrados pelos colonizadores, mas esse número caiu para 200.000 por causa da violência que sofreram devido à falta de conhecimento, doenças adquiridas por causa das violações sofridas por parte dos brancos e por causa da escravização.

Quais as causas da morte dos índios em 1500?

Doenças como varíola, sarampo, febre amarela ou mesmo a gripe estão entre as razões para o declínio das populações indígenas no território nacional, passando de 3 milhões de índios em 1500, segundo estimativa da Funai (Fundação Nacional do Índio), para cerca de 750 mil hoje, de acordo com dados do governo.

Qual era a população indígena no ano de 1500?

A população indígena existente hoje no Brasil é de cerca de 250 mil indivíduos, distribuídos em 200 grupos étnicos, responsáveis pela diversidade de mais de 170 línguas. Estima-se que quando Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, eles somavam de dois a cinco milhões de pessoas.

Como os indígenas brasileiros foram e estão sendo exterminados desde 1500?

O genocídio dos povos indígenas no Brasil começou com a colonização portuguesa das Américas, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao que é hoje o Brasil, em 1500. O tratamento violento dos colonizadores e as doenças trazidas pelos europeus causaram a morte de muitos indígenas.