O que é avaliação mediadora para Jussara Hoffmann?

“A avaliação é a reflexão transformada em ação, não podendo ser estática nem ter caráter sensitivo e classificatório”. Jussara Hoffmann

A Lei de diretrizes e Bases nº. 9.394/96, nos proporciona os dois mais importantes princípios da afetividade e amor no domínio escolar, o respeito à liberdade e a consideração à tolerância, que são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Ambos têm por fim último o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para as ocupações no trabalho. A Lei 9.394/96, das diretrizes e bases para a educação nacional, faz menção à avaliação da aprendizagem. Ao longo dos seus artigos, o termo avaliação (e suas variações) aparece 24 vezes, e o termo verificação (do rendimento ou da aprendizagem), duas. São, assim, pelo menos vinte e seis alusões à idéia de avaliar, seja relacionando-a a instituições, a alunos, aos docentes, ou aos processos educacionais como um todo. A diferença fundamental entre verificação e avaliação, é que a primeira é uma ação estática e a segunda é um processo dinâmico e encaminha a ação.

Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é, fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto com o educando, passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem.

Hoffmann propõe para a realização da avaliação, na perspectiva de construção, duas premissas fundamentais: confiança na possibilidade do aluno construir as suas próprias verdades; valorização de suas manifestações e interesses. Para Hoffmann, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão educativa é um componente altamente significativo ao desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao docente a observação e investigação de como o aluno se coloca diante da realidade ao construir suas verdades. Ela distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem, necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a construção do saber aconteça. A reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração de questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre um caráter dinâmico.

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Na avaliação mediadora o professor deve interpretar a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir com esse discente. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática avaliativa deverá decodificar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões, e isso é muito mais que conhecer o educando.

Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas oportunidades de emitir idéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora.

Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a um saber enriquecido, acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo vinculando-a a idéia de qualidade. Não há como evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo educativo. Avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em determinada situação relacionada às expectativas do professor e também deles mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os fatos dentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como educador.

 Ref: HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-Escola à Universidade.

Por Amélia Hamze
Colunista Brasil Escola

O que é avaliação mediadora para Jussara Hoffmann?

Obs: Este artigo é um resumo que fiz através dos meus estudos sobre o assunto, matéria destinada a quem está estudando para o concurso público PEB I de Guarulhos, e outros concursos com a seguinte bibliografia:

HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma relação dialógica na construção do conhecimento. In: SE/SP/FDE. Revista Ideias, nº 22, pág. 51 a 59.

Primeiramente é necessário entender que a avaliação mediadora proposta por Hoffman não tem nada a ver com a avaliação tradicional, a avaliação tecnicista que conhecemos atuante até os dias de hoje, é, ainda, muito comum nas escolas brasileiras utilizarem aquela avaliação pautada em provas e atividades com nota, e essas avaliações tem normalmente uma nota de corte para o educando ser considerado “capaz”, vamos dizer assim, se de zero 0 a 10 o mínimo para ser aprovado é 5, se de “A” a “E” o mínimo é “C”, não é nada disso, é totalmente o contrário, a avaliação mediadora é contra este tipo de avaliação, com provas, classificações, métricas, ou seja, tudo que a educação comportamentalista tem de avaliação é considerado um erro e ferramenta opressora.  A avaliação mediadora vem com um contra-argumento a esses erros com uma contraproposta. No ponto de vista da escola conservadora o bom aluno, o bom estudante é aquele que tira boas notas, o professor transmite o conhecimento, verifica o que foi captado com provas e registra a nota, e somente isso é o suficiente no sistema de ensino tecnicista ou comportamentalista, é a típica educação bancária observada por Paulo Freire.

O que a autora pretende com a avaliação mediadora é a reorganização do saber, ter a ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa, ou seja, professores e alunos buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideia e as reorganizando. A avaliação mediadora é composta de acompanhamento reflexivo e dialógico.

Na avaliação mediadora o professor também é avaliado, procura-se reciprocidade entre professor e aluno, e através dos erros o professor tem a oportunidade de analisar o que está acontecendo de errado, reavaliar-se sempre. É um processo contínuo e constante de aprendizado, e cada escola tem sua particularidade e cada educando também, a avaliação mediadora não é um processo finito, ele é diário.

A avalição mediadora é desafiadora, pois requer do professor um acompanhamento diário e individual de cada aluno, pois cada pessoa tem sua particularidade, seu modo de entender as coisas e suas vivências, e pensar que o professor deva dar atenção individual aos seus alunos é um grande desafio.

Avalição tradicional e como avaliar

Neste trecho da obra que estamos estudando, a autora faz uma grande crítica a forma como a escola avalia os alunos, normalmente aos finais dos bimestres, sempre nos finais dos ciclos que o professor vai e dá umas provas, umas atividades, colhe os resultados (as notas) faz uma média geral e fica assim, sem nem mesmo tempo para um feedback, o resultado ou a nota é o feedback, a autora diz em sua obra assim:

“Em que medida o professor reflete sobre as tarefas dos seus alunos? Como se dá tal reflexão?  Percebe-se que as tarefas produzidas pelos os alunos são solicitadas apenas ao final dos períodos letivos. Qual significado desse procedimento? É possível encaminhar o aluno a uma reflexão critica sobre seus posicionamentos, após concluídos os períodos? Justificam-se trabalhos, provas e relatórios que jamais serão discutidos ou analisados em conjunto pelo educador e educando?” Hoffman, Revista Ideias, nº 22, pág. 56-57.

Já a avaliação mediadora é totalmente oposta a essa avaliação classificatória, feita através de métricas ranqueadas e aos finais dos ciclos. A avaliação mediadora é composta por várias atividades, acompanhamento contínuo do professor para com os educandos, tipo de avaliação individualizada e construída a partir da compreensão dos fenômenos estudados.

Na avaliação mediadora existe a opção do professor refletir sobre a tarefa do aluno, os erros dele são considerados oportunidades para uma maior aproximação do professor ao educando, procurar entender porque o educando responde de tal maneira, e assim ter uma reflexão a  respeito da produção de conhecimento do aluno para encaminhá-lo à superação, ao enriquecimento do saber.

Características de uma avaliação mediadora

  • Acompanhamento Reflexivo e dialógico;
  • O diálogo entre professor e aluno, pois esse é o momento em que os seres humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como o fazem e refazem.
  • Ação-reflexão-ação: Relação dialógica, em que concebe o conhecimento como apropriação do saber pelo educando e também pelo educador.

Diferença entre avaliação mediadora e tecnicista em respeito a aprendizagem e avalição

Aprendizagem

Na visão tecnicista, comportamentalista, positivista ou conservadora;

Aprendizagem significa modificação do comportamento que alguém que ensina produz em alguém que aprende.

Na visão avaliativa mediadora;

Aprendizagem significa descobrir a razão das coisas e pressupõe a organização das experiências vividas pelos sujeitos numa compreensão progressiva das noções.

Avaliação

Na visão tecnicista, comportamentalista, positivista ou conservadora;

Avaliação significa controle permanente exercido sobre o aluno no intuito de ele chegar a demonstrar comportamentos definidos como ideais pelo professor.

Dialogar é perguntar e ouvir respostas.

Acompanhar significa estar sempre junto para observar e registrar resultados.

Na visão avaliativa mediadora;

Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e a reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.

Dialogar é refletir em conjunto (professor e aluno) sobre o objeto de conhecimento. Exige aprofundamento em teorias de conhecimento e nas diferentes áreas do saber.

Acompanhar é favorecer o “vir a ser”, desenvolvendo ações educativas que possibilitem novas descobertas.

Qual é o conceito de avaliação mediadora Segundo Jussara Hoffmann?

Ainda segundo Hoffmann, a expressão “avaliação mediadora” tem como objetivo salientar a importância do papel do professor no sentido de observar o aluno para mediar, ou seja, refletir sobre as melhores estratégias que visem promover sua aprendizagem.

Qual é a avaliação mediadora?

A avaliação mediadora propõe um modelo baseado no dialogo e aproximação do professor com o seu aluno de forma que as práticas de ensino sejam repensadas e modificadas de acordo com a realidade sócio-cultural de seus alunos, nesta perspectiva de avaliação o erro é considerado como parte do processo na construção do ...

O que é concepção mediadora?

Em avaliação mediadora, o confronto entre objetivos pretendidos e alcançados, interesses e valores dos alunos não se destina a explicar o seu grau de aprendizagem, mas, essencialmente subsidiar o professor e a escola no sentido da melhor compreensão dos limites e possibilidades dos alunos e de ações subsequentes para ...

Qual a importância da avaliação mediadora?

A avaliação mediadora possibilita ao aluno construir seu conhecimento, respeitando e valorizando suas idéias, ou seja, faz com que o aluno coloque em prática toda sua vivência.